"Quem muito se ausenta com o tempo deixa de fazer falta."

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Pov. Gabriela.

A turma entra na sala junto com o professor de geografia. Marcela se senta ao meu lado e nos olha desconfiada. Passasse 2 horas e 30 minutos depois. “Aleluia! É o intervalo.” Comemoro mentalmente. Estranho... Geralmente amo as aulas, mas depois que conheci Edu... Sinto mais vontade de conversar com ele, de sair das aulas... O que está acontecendo comigo? Depois que a turma sai, arrumo minhas coisas o mais rápido possível e vou para o pátio pela primeira vez na vida. É barulhento... Uma gritaria, um zoando o outro, gente se empurrando, outros xingando, sinceramente? Odiei o pátio. Procuro Edu e avisto Marcela conversando com dois garotos. Não o encontro, onde ele poderia estar? Resolvo perguntar a Marcela. No caminho em direção a ela, um garoto empurra o outro que vem caindo em minha direção me derrubando no chão.

– Mil desculpas. – diz o garoto.

– Tudo bem, não foi sua intenção. – ele estende a mão para me ajudar, seguro em sua mão e depois a solto, estando de pé.

– Te machuquei? – pergunta preocupado.

– Não. – digo.

– Meu nome é Caio. – diz estendendo a mão.

– Gabriela. – aperto sua mão.

– Desculpe mais uma vez – diz soltando a minha mão.

Vou até Marcela.

– Você viu o Edu? – pergunto.

– Ai que fofo! Minha amiga está com saudade do... – antes que ela terminasse a frase pergunto.

– Viu ou não? – disse séria.

– Ele subiu. – diz rindo.

Não dou muita bola, simplesmente subo a escada. Encontro ele na sala de cabeça baixa.

– O que aconteceu? – pergunto preocupada. Nada responde. Passo a mão em seus cabelos. – Pode falar pra mim Edu. – ainda sem resposta. – Edu! – falo mais alto e ainda sem resposta. – Fala comigo! Fiz alguma coisa de errado? – Será que ele não quer mais falar comigo? Uma vontade de chorar percorre por mim. – Eduardo! – falo com voz chorosa. Lágrimas descem sem que eu perceba. Ouço algo como um sussurro.

– Droga. – diz ele em sussurro. Ele levanta a cabeça lentamente com expressão de raiva, ele me olha e eu desvio o olhar, odeio que alguém me veja chorando, ele sussurra novamente. – Droga! - ele levanta rapidamente e sai da sala me deixando sozinha. Seco minhas lágrimas, se ele não quer mais falar comigo também não quero mais falar com ele. Sento em meu devido lugar e começo a estudar. No termino do intervalo todos começam a entrar novamente. Edu entra na sala e eu evito olhar pra ele. Começou o meu tratamento frio que, modesta parte, era o que eu fazia de melhor. Passa os dois últimos tempos e nada de Edu falar comigo, nem se quer sussurro... Era como se não nos conhecêssemos. Chego á casa de Marcela:

– Por que vocês estão sem se falar? – pergunta Marcela. Como ela percebeu?

– Ele que não quer falar comigo. – respondo fria.

– Por quê? – pergunta ela surpresa.

– E eu que vou saber? – dou de ombros, quando na verdade meu coração dói ao saber que ele não me quer como... Bem... Como amiga.

– E você não faz nada? – pergunta ela mais surpresa com minha reação.

– Eu tentei falar com ele, ele que tá de palhaçada. – respondo fingindo não dar á mínima.

– Tenta falar de novo. – diz séria.

– Não. – respondo brava.

– Por quê? – pergunta desconfiada.

– Não vou ficar me humilhando com quem não me dá valor. – digo perdendo o pouco que me restava da minha paciência.

– Mas ele te dá valor! Ele é apaixonado por você menina! – ela tapa a boca como se não tivesse que falar aquilo. Fico paralisada, será que ele é apaixonado por mim? Será que ele é mesmo? Não posso crer. – Eu e minha boca grande. Apaga o que eu disse. – diz ela tentando concerta o erro.

– Ele é apaixonado por mim? – pergunto.

– Já disse pra deletar o que eu disse.

– Anda Marcela fala logo! Ele é ou não é? – insisto.

– Por que ficou interessada de repente? Não estava toda “Não ligo! Não me importo.”? – Realmente ela sabe me irritar.

– Dá pra me responder ou tá difícil? – pergunto sem paciência.

– Sim. – um enorme sorriso em meus lábios se forma. Lembro-me do beijo que ele me deu. Se ele é apaixonado por mim, talvez ele estivesse assim porque não percebi que ele sente algo em relação a mim certo? – Tá toda boba aí né Gabi? – fala sorrindo me tirando de pensamentos.

– Vou estudar Mar. Beijos. – pego minha mochila e saio.