A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 9
Parte I - Capítulo 9 - Febre


Notas iniciais do capítulo

Então, mais um capitulo! Fiquei MUITO feliz com os reviews que tenho recebido! *-* Boa leitura!



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Capitulo 9

Febre

           Naquele momento, a escuridão era perfeita. E ainda sim podia ver seus olhos azuis que me encantavam e que me olhavam com uma intensidade que fazia minha pele se arrepiar. Nossos lábios estavam colados e faziam uma dança obscena que fazia todo o meu corpo ser tomado por chamas, mas essas eram prazerosas. Minhas mãos estavam em seus cabelos negros e se embaralhavam ali. Uma de suas mãos passeava por dentro da minha blusa e a outra por minha perna e subiam cada vez mais. Afastei-me dele retirando suas mãos dali, e ri quando ele fez uma careta.

           “Você é tão impaciente, Jamie!” falei ainda rindo, abraçando-o. “Você sabe que se formos pegos novamente vão chamar nossos pais.”

           Jamie suspirou, apertando meu corpo contra o seu. Ele colou novamente seus lábios nos meus, e eu não hesitei em corresponder o beijo. Mas fomos interrompidos pela voz que saia dos alto-falantes.

           “Delilah Valentine, comparecer á secretaria.”

           Me separei de Jamie e bufei. Mais de quinhentos alunos e tinham que chamar meu nome?

           “Nos vemos mais tarde?” Jamie perguntou em seu perfeito e charmoso sotaque britânico e eu acenti. “Eu te amo.”

           “Eu também te amo” sussurrei antes de lhe dar um ultimo beijo.

           Subi as escadas escuras e abri minimamente a porta, olhando pela greta se havia alguém no corredor. Quando vi que não tinha ninguém, sai rapidamente e andei normalmente. No caminho para a secretária fiquei pensando qual o motivo de me chamarem. Será que haviam finalmente percebido as faltas que eu recebia todos os dias por matar aula?

           Todas essas ideias acabaram quando vi Ethan sentado numa das cadeiras marrons desconfortáveis da secretaria. Ele não parecia nada feliz. Sentei-me ao seu lado.

           “O que está acontecendo?”, perguntei curiosa.

           “A Hollie não quer me dizer!” reclamou ele começando a estalar os dedos com o nervosismo. “Nós não aprontamos nada esses dias, não é?”

           “Não que eu me lembre.” Respondi rindo. Era uma pequena piada nossa. Quando crianças, éramos chamados na diretoria quase todos os dias por aprontar com os outros alunos e professores.

           E então Hollie apareceu, como sempre toda sorridente e seus olhos verdes levemente arregalados.

           “Os seus pais ligaram e pediram para liberar vocês mais cedo. Eles já estão vindo buscá-los.”  Falou nos entregando a autorização.

           No mesmo momento, meu pai e a mãe de Ethan, Connie, apareceram na porta e fizeram sinal para que os seguíssemos. Fomos para o carro e não pude deixar de perceber que eles estavam apressados, e seus olhos denunciava a preocupação que sentiam.

           “Está tudo bem?” perguntei finalmente depois de alguns minutos em silêncio. Ninguém me respondeu. “Papai? Tia Connie?”

           “Nada... Só vamos passar um tempo fora.” Papai explicou mas pude perceber que estava tenso.

           “Na casa de Manalapan?” Ethan perguntou desconfiado.

           “Sim.” Tia Connie respondeu simplesmente e senti meu coração disparar. Havia algo muito errado.

           “E onde está a mamãe? E o tio Carter? E os outros?” perguntei, quase em desespero.

           “Arrumando as malas.” Papai respondeu, virando na avenida principal da cidade.

           Foi então que ouvi vários gritos vindo de perto e vários carros de polícia passando. Meu pai deu uma virada brusca para não bater num deles e parou no acostamento, as mãos trêmulas.            

           “O que está acontecendo?” Ethan perguntou desesperado.

           “O fim do mundo.” Tia Connie respondeu, olhando para nós com os olhos marejados.

           O sol estava quase me cegando, mas forcei-os a abrir, e novamente estava encarando o teto azul claro do meu quarto. Tudo de volta ao normal. Ou pelo menos o mais normal possível.

           - A febre parece ter aumentado. – falou uma voz ao meu lado.

           - Você acha que... Você sabe, aqueles arranhões... – a voz de Emma falhou.

           Um silêncio incômodo recaiu sobre o lugar e eu fechei os olhos novamente, fingindo dormir.

           - Eu realmente não sei se isso pode acontecer por arranhões, mas tenho certeza de que Rick sabe.  – reconheci então a voz de Herschel.

           E minha ficha caiu.

           Eu estava com febre? Será que...

           Me recusei a completar a frase, mas em minha mente eu repetia varias vezes a parte em que o zumbi agarrava meu braço com força, arranhando-o, e então uma versão de mim com a pele acinzentada e os olhos esbranquiçados.

           Abri os olhos por instinto, desejando que aquilo acabasse logo.

           - Ah, você acordou! – Emma falou, mas não parecia aliviada. Ela examinava meus olhos como se conferindo se nada havia mudado. E eu tinha certeza de que era exatamente isso.

           Sentei-me com um pouco de dificuldade sentindo todo o meu corpo dolorido e a cabeça latejar, como se meu cérebro estivesse solto e remexendo a cada movimento que eu fazia.

           - Você tem algo que possa ser usado como aquelas palhetas para olhar a garganta? – perguntou Herschel com os olhos fixos em meu pescoço.

           - Só lixa de unha. – Emma respondeu, remexendo em uma gaveta.

           - Tudo bem. Vou precisar dela e de uma lanterna, pequena, de preferência.

           Emma mexeu um pouco mais na gaveta e entregou a lixa, saindo do quarto. Poucos minutos depois voltou com a lanterna.

           - Ótimo, agora abra a boca. – Herschel instruiu e eu o olhei assustada.

           - Mas lixas tem gosto ruim. – reclamei, a voz saindo extremamente rouca.

           - Você já experimentou? – perguntou Emma fazendo careta de nojo, deixando  evidente algumas pequenas marcas em torno de seus olhos.

           - Apenas abra a boca! – falou o homem impaciente.

           Abri a boca relutante e ele empurrou minha língua para baixo com a lixa, levando-a até quase o fundo da garganta. Fiquei me segurando para não vomitar por alguns segundos.

           - Por acaso ontem você saiu com roupas finas? – perguntou Herschel, retirando a lixa e desligando a lanterna. Engoli em seco sentindo minha garganta doer com o processo.

           - Acho que sim. – respondi com a voz ainda mais rouca.

           - Então está explicado. Sua garganta está inflamada.

           Suspirei de alívio enquanto Emma saia do quarto, dizendo que faria algo para melhorar a dor de garganta. O homem sentou-se ao meu lado, os olhos penetrantes procurando pelos meus, que eu desviava impetuosamente.

           - Tem certeza que aqueles arranhados foram causados por uma parede?

           Apenas acenti afirmando, e então ele suspirou e saiu do quarto. Joguei-me de volta na cama sentindo todo o meu corpo protestar ao bater no colchão e fechei os olhos, esperando que tudo aquilo acabasse logo e que aquela febre e mal-estar fossem apenas por uma infecção na garganta.


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Notas finais do capítulo

Deixem sua opinião! Ela é muito importante para que eu possa melhorar, rever algo, e tal... E deixem ideias também, sobre o que você espera que aconteça na história, qualquer coisa! Beijos e até a próxima!



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