A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 73
Parte IV - Capítulo 73 - Quase Tudo Resolvido


Notas iniciais do capítulo

E aeee, povooo! *--------* Voltando com mais um capitulo, e espero REALMENTE que gostem, porque ele foi feito com muito amor, carinho e mortes *-*
Capitulo dedicado a Carol Castellan, que prometi que tentaria postar mais rápido, e A demigod, por ter me ajudando tanto no capitulo mesmo eu enchendo o saco toda hora kkkkkkk'
Até as notas finais!



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Capitulo 73

Quase Tudo Resolvido

Pisquei algumas vezes, desejando que tudo fosse só um pesadelo, mas aquele homem desprezível continuava á minha frente.

– Está um pouco longe de casa, não, Philip? – falei tentando parecer despreocupada, mas minha voz trêmula estragou minha intenção.

– Ah, eu já estou em casa. Dizem que a casa é a família, e já estamos em família, certo, Penny?

– Ah, muito certo. Tenho certeza disso. – andei distraidamente, sentindo a dor insuportável a cada passo, olhando para o carro casualmente avaliando se conseguiria pegar a arma ali antes que aquele filho da mãe fizesse algo. Cheguei á conclusão que não.

– Então que tal começar nossa reunião de família? – apontou a faca para mim como se quisesse que eu falasse primeiro. Quando não falei, ele suspirou e começou. – Bem, minha intenção era pegar aquela vadia, Michonne, e fazê-la sofrer. Acredite, tenho muita imaginação quando se trata de tortura. Depois seria vez do policial. Ele assistiria á morte do filho e do bebê, e provavelmente de mais algumas pessoas, e só depois eu o mataria. Um bom plano, não acha? É claro que é. E então seria sua vez. Você, uma maldita vadia que usou o nome da minha filha como âncora. Você já sabia que não a mataria se tivesse o mesmo nome que ela. Mas, para sua infeliz sorte, você se separou do bando primeiro. Então vou acabar com você primeiro, e depois dou um jeito nos outros. Vocês são como porcos prontos para o abate. E esse pensamento realmente me agrada.

Fiquei um tempo em silêncio analisando suas palavras. A verdade de suas intenções me fizeram tremer, e sabia que se não agisse logo mataria Kalem. Olhei para meu irmão tentando dizer “eu vou te salvar”, mas não sei se percebeu. Ele deu uma olhada rápida e significativa para baixo e enfiou uma mão lentamente no bolso. Não entendi o que queria dizer, mas desviei meu olhar de volta para o Governador para não atrair sua atenção para onde eu olhava.

– Ótimo. Temo uma plateia para o show. Já podemos começar, não é? – ele falou olhando ao redor, enquanto alguns zumbis saiam do meio das árvores. Deviam ter sido atraídos pelo barulho que o carro quando foi atingido, ou talvez pela voz alta do Governador.

– O que acha de um acordo? – perguntei um pouco (tipo muito) desesperada.

– Ah, não. Não cometo o mesmo erro duas vezes, Delilah.

– Eu vou falar do mesmo jeito. – respirei fundo, evitando olhar para a mão de Kalem que ainda segurava algo dentro do bolso e para os zumbis que se arrastavam para nós – Eu juro. Eu vou com você. Pode fazer qualquer coisa comigo. Só solta o meu irmão.

– E me privar da felicidade de te ver sofrendo o vendo morrer? Acho que não. – forçou a faca no pescoço dele e me mantive imóvel, o ar faltando enquanto via um filete de sangue escorrer.

– NÃO! – gritei quando a raiva superou meu medo e dei um passo á frente.

O Governador tirou a faca do pescoço de Kalem parecendo satisfeito e a cravou habilidosamente na cabeça de um zumbi que já agarrava sua camisa e em outro que vinha atrás desse.

– Parece que nosso tempo está acabando. – falou olhando com um sorriso para os outros zumbis – Vamos acabar logo com isso.

Nesse momento aconteceu algo que nunca imaginei que pudesse acontecer.

Kalem tirou a mão do bolso e vi algo brilhando ali, que logo desapareceu. O homem que o segurava urrou de dor e soltou o garoto, que correu em minha direção. Uma ponta saia de sua barriga e bem ali sua camisa cinza escura ficava preta, me fazendo entender que meu irmão de dez anos – ou talvez já tivesse feito onze; descobriria isso mais tarde, bem longe dali – tinha no bolso uma faca, que usou para se livrar do Governador. Mas ele era um homem forte, muito alto, e uma faca não faria tanta diferença. Se ele não cuidasse daquilo, poderia infeccionar ou sangraria até a morte, mas não seria uma coisa rápida.

O homem avançou para nós a passos largos, jogando a faca que antes estava cravada em seu tórax no chão, e empurrei Kalem para o carro. Ele entrou de boa vontade e eu peguei a arma. Quando me virava para atirar, meu braço foi puxado com tanta força que caí, batendo a cabeça no asfalto. Senti minha nuca arder e algo molhado escorrer por minhas costas. Minha mão foi esmagada embaixo da bota do Governador, mas não me permiti soltar nem um som.

– O que acha que devo fazer com você? – perguntou com sua voz que agora derramava fúria – Talvez eu devesse tirar esse filho bastardo de dentro do seu corpo e deixar os zumbis comerem. Sua morte vai ser lenta, porque não vou deixar os zumbis te matarem. Vai morrer por perda de sangue, lenta e dolorosamente.

Encarei bravamente seus olhos, sem me permitir desviar por um segundo enquanto ele apertava a faca com sua mão em punho e se abaixava. Minha mão com certeza estava quebrada – novamente, e me perguntei por que minha mão direita era tão odiada -, mas meu pé não, então assim que ele se abaixou o bastante, chutei bem onde a faca tinha perfurado.

No ápice de sua raiva, o Governador levantou a faca e a desceu contra mim com toda a força, mas algo aconteceu, porque ele urrou de dor e se virou abruptamente, jogando algo sobre mim.

O zumbi se remexeu e então parou de se mover, quando o homem pisou em sua cabeça com tanta força que a fez se abrir o sangue enegrecido espirrar em mim. De costas para mim, matando os outros zumbis, pude ver um enorme rasgo na blusa do Governador e o sangue jorrando dele, tanto que parecia uma hemorragia. Ele tinha sido mordido.

Aproveitando o momento, peguei a arma que tinha caído com a mão esquerda e me coloquei na frente do para choque do carro, apoiando a arma nele. Centralizei a mira e atirei no zumbi que estava mais próximo do Governador, e abati um por um. Quando estava terminado, o homem se virou lentamente para me ver e usei isso a meu favor. Atirei em sua perna direita, então na esquerda. Ele caiu de joelhos e então atirei em seus dois braços, no ponto em que achei que estariam os nervos.

Andei até ele e me agachei ao seu lado, imitando o sorriso falsamente complacente que ele dava.

– Vamos lá, Delilah. Acabe com isso. – falou me encarando superior. Sorri mais ainda.

– Ah, não. Sua morte vai ser lenta, porque não vou deixar os zumbis te matarem. Vai morrer por perda de sangue, lenta e dolorosamente. – repeti suas palavras – Você será um ótimo zumbi. Sua filha te odiaria se te visse dessa maneira. E isso é por ter matado o Jamie. Por ter encostado no meu irmão. Por ter matado o Milton e a Andrea. Por ter matado Cassie, Tyreese, Sasha, e todos os outros que estavam em Woodburry, e por fazer muitas pessoas sofrerem, incluindo Hannah e Isabela. Espero que vá para o mais profundo e doloroso inferno e queime pela eternidade.

Me levantei sentindo que um grande peso saia de meus ombros e entrei no carro, fechando com dificuldade a porta amassada. Liguei o carro e acelerei até não poder mais ver aquele homem que estava estirado no chão.

– Você está bem? – perguntei e minha mão finalmente começou a tremer, e não pude conter o choro. Puxei Kalem para mim e o abracei forte.

– Estou bem. – ele respondeu agarrado ao meu pescoço.

Em poucos minutos, meu choro passou de alívio para doloroso. Finalmente a dor que não me deixou por nem um minuto reclamou minha atenção total, e não pude negar isso a ela. Agora minha barriga inteira latejava e tive que soltar Kalem. Sentia como se enorme agulhas fossem enfiadas em meu ventre e eu arquejava com a dor. A primeira coisa que passou por minha cabeça foi meu pensamento anterior á batida no carro.

– Lia? – podia ouvir Kalem me chamando ao longe – Lia? Delilah!

– Eu estou bem. – consegui falar entre os soluços.

Me dobrei passando os braços pela barriga como se meu estômago pudesse de repente saltar pelo meu umbigo. Murmurei um “já volto” e saí do carro em direção ás árvores. Me sentei numa raiz que saia pela terra e coloquei a cabeça entre os joelhos, tentando afastar minha mente do que realmente estava acontecendo, mas era impossível. Eu estava perdendo o meu bebê. Então fiz algo que não fazia ou acreditava ter sentido há muito tempo.

Deus, pensei desesperada, sei que não tenho estado muito próxima do Senhor, mas estiver me ouvindo, se ainda acreditar que isso tudo vale alguma coisa, por favor, não me deixa perder meu bebê. Sei que falei que não queria, que pensei em tirar ele, mas eu nunca faria isso. Eu quero ter ele, e juro que se permitir que eu o tenha vou dar a minha vida para protegê-lo. Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor... Eu não quero perder ele... É a única coisa boa que consegui nisso tudo. Não me deixe perder ele.

Respirei fundo parando de chorar e encostei a cabeça no tronco da árvore com os olhos fechados. Me deixei levar pela dor, como se ela não fosse nada além de uma parte de mim. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas devo ter cochilado, porque não me lembrava de mais nada depois de ter fechado os olhos. Mas a dor tinha passado e me sentia bem, sem contar com a mão que agora estava roxa e inchada.

Obrigada, Deus, pensei sorrindo com uma mão pousada sobre a barriga que agora que notei estava um pouquinho só maior que o normal.

Voltei para o carro e Kalem parecia aliviado em me ver. Segurei o volante com a mão boa e sorri para meu irmão.

– Demorei?

– Só uma hora. – franziu as sobrancelhas.

– Tudo bem. – suspirei – Acho que devíamos ir á prisão, ver se os outros estão bem. O que acha?

– Eu também acho que devíamos ir.

Liguei o carro e acelerei. Mais á frente, onde o corpo do Governador antes estava, havia apenas uma poça de sangue e mais nada. Bem, ele tinha acordado e estava por ai.

Entrei na trilha para a prisão e, chegando lá, não sabia se me sentia triste, com raiva ou desesperada. Não havia mais prisão. Só um amontoado de pedras, tijolos e entulho e duas ou três torres que permaneciam de pé. As únicas coisas que caminhavam por ali eram zumbis que ainda procuravam por comida. Sem me dar ao trabalho de olhar pelos escombros, vou direto para onde deviam estar os carros, mas não há mais nada ali a não ser a marca dos pneus na grama e os corpos dos zumbis que moram mortos pelo caminho.

Saí do carro e Kalem fez o mesmo. Andamos por ali olhando em volta. Uma poeira fina e que pinicava meu nariz ainda pairava no ar, brilhando ao sol que começava a se por no horizonte. Andei distraidamente, até que sem querer pisei num dos corpos. Pedi desculpa mentalmente ao cadáver que percebi ter levado um tiro certeiro na cabeça, mas então eu o reconheci. Coloquei as mãos sobre a boca, impedindo um grito.

Era Ethan.

Me afastei do corpo com os olhos lacrimejando e puxei meu irmão de volta para o carro. Pisei no acelerador e saí dali o mais rápido possível. Os outros deviam estar com muita pressa para deixar o corpo do meu primo para trás. Para tia Connie deixar o corpo do próprio filho para trás. Ou talvez ela não soubesse, talvez tivesse morrido também. Será que o corpo de mais alguém estaria ali? Estava com tanto medo da resposta que preferi não voltar até lá. Somente segui pela estrada o mais rápido possível.

Contei mentalmente os problemas.

Estava perdida, sem ninguém para me ajudar, tendo que cuidar do meu irmão mais novo e futuramente do meu filho, teria que continuar procurando minha família e ainda tinha os zumbis. Mas eu continuaria lutando pela minha vida, do meu irmão, e do meu pequenino filho, até não poder mais.

Agora o lado bom? Sem Governador, sem medo de humanos, de volta á rotina “matar zumbis”, sem canibais. Só nós e nossas queridas armas.

Bem, estava quase tudo resolvido.


Bonus Track



Minha mãe estacionou o carro na campina e saí dele ansioso. Já tinham outros dois carros ali, e estava agoniado para saber quem tinha sobrevivido. Sabia que Ethan tinha sido acertado e que mais alguém levara um tiro, mas o que realmente aconteceu só saberia agora.


– E então? – perguntei esfregando as mãos.

– Se acalme, Damen. – Reed deu alguns tapinha em meu ombro – Até agora, que sabemos que morreu foi o seu primo Ethan, Matt e Rachel. – ele apontou com a cabeça Mellany, que chorava inconsolável sentada no chão, abraçando as próprias pernas – Eles eram a única família dela.

– A Beth já sabe? – perguntei.

– Não. Cara, ela vai surtar.

– Eu sei. E minha tia sabe sobre Ethan?

– Sim. Ela estava parecendo meio doente, sabe.

– É lógico, ela perdeu o filho. – revirei os olhos, tentando desviar a atenção da dor que sentia pelas pessoas que perdemos.

– Eu sei, mas... Ela sempre me pareceu tão durona.

Suspirei e cruzei os braços esperando que os outros chegassem logo, e os outros carros entraram na campina. Muitos se reencontraram felizes, muitos outros choravam – para minha surpresa até minha tia – e logo me juntei á minha mãe. Por decisão de todos, tínhamos mantido todas as decisões fora dos ouvidos das crianças – Carl, Kalem, Isadora, e até Jen, que não era tão criança quanto os outros, era até uma forte aliada, mas não queríamos arriscá-la – e da minha irmã, para a segurança deles. Mas no final deu tudo errado. Não conseguimos levar todos eles á tempo para o lugar certo e tudo começou a desmoronar. Eles não sabiam nem o nosso ponto de encontro, a campina, caso tivéssemos que sair da prisão.

– Onde eles estão? – minha mãe perguntou olhando em volta.

Todos ali contavam quem tinha morrido – parecia ser muita gente - e o que aconteceu e vi Taty ser carregada com sangue pingando de seu corpo.

– Eu não sei. – encarei cada rosto sem escutar o que diziam.

Quando a conversa diminuiu e percebi que meus irmãos não estavam ali, resolvi perguntar.

– Alguém viu meus irmãos? – perguntei alto o suficiente para todos escutarem.

Tirando os soluços de quem chorava, o lugar ficou em completo silêncio.

– Eles não estão aqui? – alguém perguntou.

– Todos os carros já chegaram. – outro falou.

– Nem todos. – Rick se colocou ao meu lado, analisando – Está faltando um, o prata, que estava perto da torre.

– Mas mesmo que eles tenham conseguido sair de lá não sabem onde nos encontrar. – falei sentindo uma enorme vontade de socar alguém – Eu avisei para não deixarem minha irmã de fora das decisões!

– Ah meu Deus, se acalma! Nós vamos encontrar eles. – Jen falou, e isso me surpreendeu. Todas as vezes que ela falara comigo tinha uma resposta irônica na ponta da língua.

Um barulho ecoou e Daryl saiu da campina em sua moto, provavelmente a caminho da prisão, procurar meus irmãos pelo caminho. Estava pronto para entrar no carro e segui-lo quando minha mãe me parou, os olhos lacrimejando.

– Não vai não. Se eu perder você também... Por favor.

Abracei-a e beijei sua bochecha.

– Tudo bem, mãe, eu não vou.

Ficamos nessa mesma posição, abraçados, até ouvir novamente o barulho da moto. Não parecia ter passado tanto tempo assim. Olhei esperançoso vendo a moto entrar, mas isso logo passou quando Daryl desceu dela balançando a cabeça de maneira cansada e dirigiu a mim e minha mãe um olhar triste. Na verdade, ele parecia um pouco desesperado.

– O carro prata nãoe estava lá. E achei o Governador morto, zumbi, andando por ai. Ele levou alguns tiros. – falou pegando algo na moto, não olhando para ninguém – Mas o deixei como zumbi.

– O Governador morto? Mas quem teria matado ele? A ruiva? – Merle perguntou desdenhoso.

– Não chame ela assim. – falei entredentes.

– Não acho que os mortos se importem com a maneira como os chamamos. – deu de ombros.

– Dá pra calar essa boca? – Daryl praticamente rugiu, apertando as mãos em punho.

– O que você disse? – minha mãe tirou seu braço que estava em volta do meu pescoço e seu alguns passos á frente. Eu poderia tê-la parado, mas eu estava com tanta raiva daquele idiota que imaginava minha mãe lhe dando uma surra – Fale assim dos meus filhos novamente que quem vai morrer é você.

– Hey, hey. Se acalmem. – Rick nos olhou repreensivo.

– Vai me dizer que você acredita que a garota e o pirralho sobrevieram sozinhos? Ah, por favor! – Merle o olhou como se sentisse nojo dele.

– Nós vamos encontrar eles, tudo bem? – Rick deu uns tapinhas nas minhas costas e foi até Carl, que carregava Judith nos braços.

Senti meus olhos arderem, mas me segurei. Não é uma coisa muito legal. Encarei Daryl enquanto ele encarava todos os outros parecendo meio perdido - e, para minha surpresa, seus olhos estavam brilhando com o que parecia ser lágrimas - , até que enfiou as mãos nos bolsos e caminhou para o meio das árvores. Suspirei e, depois de dar mais um abraço em minha mãe que silenciosamente enxugava suas lágrimas, voltei para o carro, de repente exausto. Eu acreditava que iríamos encontrá-los. O problema era: quando?


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE o Governador morreu! Muahahahahaha
Mas agora a Lia ta perdida com o irmão mais novo, tendo que cuidar dele, grávida... E o Daryl está sofrendo por ela! Nhaaw...
Espero que tenham gostado. Então, vamos para a contagem regressivam.
Faltam DOIS capitulos pra fic acabar.
Beijooos e até a próximaaa ♥