A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 57
Parte IV - Capítulo 57 - Depois da Tempestade


Notas iniciais do capítulo

HEEY PEOPLE! HOW ARE YOU? ~americanizando as notas~

Mais um capitulo, e NÃO ESQUEÇAM DE LER AS NOTAS FINAIS!



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Capitulo 57

Depois da Tempestade

Acordei tremendo com o vento frio batendo em minhas costas.

Me sentei na cama com a visão ainda turva e olhei minha situação. Sem a blusa, apenas com os shorts e sem nenhum vestígio de um cobertor. Coloquei uma camiseta e um casaco e saí procurando pelos outros. Ainda não tinha amanhecido, e me perguntei onde Jamie poderia estar, ou porque tinha saído tão cedo.

Lá embaixo algumas pessoas já estavam acordadas e conversavam ou andavam de um lado para o outro, inclusive Jamie estava ali, mas não tinha uma cara muito boa.

– Já estão acordados? – perguntei esfregando os olhos.

– Não dormimos. – Carol bocejou – Herschel melhorou e acordou, e desde então estamos aqui.

– Acho isso desnecessário. – a voz rouca dele ecoou da cela.

Sorri e neguei com a cabeça. Só mesmo Herschel para achar todo aquele cuidado desnecessário depois de ter sido mordido.

– Depois que o sol nascer, vamos trazer os carros para dentro. – Rick falou – Depois tiramos os corpos do gramado e queimamos em outro lugar. Não quero corpos em decomposição onde vamos plantar. E ainda temos de conferir as cercas da parte de trás da prisão, provavelmente tem uma abertura, já que tinham zumbis de civis aqui dentro.

– Fico cansada só de pensar que temos que fazer isso tudo. – Lola, que estava sentava no chão, se deixou cair para o lado.

– Pois deixe o cansaço de lado para terminarmos isso hoje ainda.

– Ok, ok. Eu me indico para ajudar a trazer os carros. – ela levantou a mão ainda jogada no chão.

– Você não sabe dirigir. – Reed falou saindo de sua cela com o rosto inchado de sono.

– Não brinca comigo, moleque, ou eu te atropelo com meu avião invisível.

– Avião... Invisível? – Carol perguntou confusa, prendendo o riso.

– Eu sou a Mulher Maravilha! – Lola falou alto, erguendo a mão em punho, e todos nós trocamos olhares risonhos. Ela era realmente maluca.

– Fale baixo, sua inteligente. – Reed revirou os olhos – Tem gente que ainda está tentando dormir.

Me sentei ao lado da Lola e ficamos calados, comentando coisas banais de tempos em tempos, até o sol finalmente apontar no horizonte. Todos acordaram e fomos para fora ajudar a arrumar a bagunça de corpos jogados pela grama e buscar os carros, enquanto Lori, Carl e Beth ajudavam Herschel.

Fui ajudar com os corpos junto com Matt, Ethan, Rick, Rachel e Daryl, enquanto uma parte dos outros arrumava a cerca, e o resto buscava os carros.

Ao contrário do que parecia, corpos de errantes eram bem leves. Talvez fossem completamente ocos depois de tanto tempo em decomposição. Tanto que conseguia carregar sozinha um corpo. O lado ruim era o sangue podre, enegrecido, que ainda estava dentro deles e pingava em minha roupa. Mas me poupei de pegar aquilo e passei a arrastar pelos braços ou pelas pernas; ás vezes um deles se perdia pelo caminho, mas nada que me fizesse ter mais contato com eles que o necessário.

– Chamem eles! – Rick pediu, e Maggie e Mellany começaram a fazer barulho para atrair os zumbis que estavam do lado de fora para longe enquanto passávamos com mais corpos.

Taty abriu o portão e passamos correndo – momento no qual tive que pegar aquele corpo mole e fétido no colo – e os jogamos junto com os outros que já tínhamos levado. Só faltava alguns, talvez uns dois para cada um. Voltamos tão rápido quanto tínhamos ido. Um segundo depois os carros apontaram por ali e o portão foi novamente aberto. Eles entraram e Taty fechou novamente o portão apressada, soltando a grade assustada quando um dos zumbis quase agarrou sua mão.

– Errante filho da mãe. Bem que podia sentir dor pra ver o que é bom. – falou com raiva, mesmo com os olhos assustados.

– Fique atenta, Taty. – Rick falou pegando outro corpo.

Antes de pegar um, respirei fundo olhando para o céu. Ele estava azul, sem nenhum vestígio de nuvens, o sol forte queimando minha pele – se continuasse andando demais no sol as sardas aumentariam mais ainda nas minhas bochechas. Era um lindo dia, o vento balançava as árvores e o barulho das folhas roçando tinham um efeito calmante poderoso.

– Olhem. – Maggie falou alegre.

No pátio além da cerca Herschel andava com a ajuda de muletas e de Lori, Carl e Beth, que sorriam para o senhor. Era uma conquista e tanto, depois de quase ter morrido. Tinha que ter muita força de vontade para conseguir o que ele conseguiu.

Mas o lindo momento feliz não durou.

Nunca dura.

Num segundo estávamos alegres, não havia nenhum problema á vista. No outro, Carl chamava a atenção para os zumbis que vinham para eles e os tiros começaram do outro lado da cerca.

Todos deixamos o que estávamos fazendo para ajudar. Corri ao lado de Maggie, que estava com as chaves do segundo portão, que nos separava da confusão. Beth e Herschel já estavam protegidos e Carl e Lori ainda atiravam contra os zumbis. Com a arma em mãos, corri para o pátio assim que Maggie abriu o portão e a segui para o lado de Lori e Carl, os guiando para dentro do bloco á procura de um lugar seguro.

Não fazia a mínima de onde estava, mas isso não importava, só precisávamos de um lugar seguro. Os corredores escuros não me passavam muita tranquilidade, e as portas de ferro estavam todas trancadas. Tinham zumbis atrás de nós e, num dos corredores apareceram mais. Estávamos ficando encurralados.

De repente, Lori parou de andar e escorou na parede. Sua pele estava brilhando de suor e sua respiração pesada, forçada.

– O que aconteceu? Você foi mordida? – Maggie falou desesperada, olhando em volta vigiando os zumbis que vinham, enquanto eu me preparava para atirar a qualquer momento.

– Não, não, estou bem. – falou acariciando a enorme barriga – Mas o bebê está nascendo.

– Droga pequenino, não pode esperar essa bagunça acabar? – reclamei vendo zumbis virarem o corredor da frente. Voltei alguns passos para que não me vissem, mas não adiantaria por muito tempo.

– Vamos achar um lugar seguro logo. – Maggie passou os braços pelos ombros de Lori e Carl foi na frente, enquanto eu ia atrás deles.

Uma das portas de ferro tinha a maçaneta quebrada e estava amassada. Carl a abriu apontando a arma, mas não tinha nada ali dentro. Do outro lado o corredor os zumbis vinham, e podia ouvir batidas na porta. Eles estavam ali, e não demorariam a conseguir entrar.

– Eu vou tirá-los do corredor. – falei do inicio das escadas, pronta para abrir a porta – Se o bebê nascer precisam ter o caminho livre para sair daqui.

– Precisamos de você aqui! – Carl falou. Estava controlado, mas podia ver o desespero em seus olhos.

– Sim. Precisam ter esse corredor sem zumbis.

Antes que respondessem, abri a porta que atirei no zumbi que a arranhava, atraindo a atenção dos outros. Não esperei nem um segundo para sair correndo, mas me distrai por um segundo. Dos alto-falantes começaram a sair sinais que eram tão altos que doíam meus ouvidos. De onde vinha aquilo? Pensei que não tivesse energia na prisão.

Voltei a atenção para os zumbis á minha volta. Não tinha muitas maneiras de escapar dali, e se outro grupo deles viessem da direção oposta estaria completamente ferrada. Não sei quanto tempo fiquei correndo por aquele labirinto de corredores, mas estava exausta e minhas pernas doíam de tanto correr, e infelizmente para mim zumbis não se cansavam.

Consegui finalmente achar uma porta aberta, por onde entrava a luz do sol. Corri para ela e fiquei cega por um momento com a claridade e me esforcei para voltar a ver, antes que aqueles bichos chegassem á mim. Estava novamente no pátio principal onde tudo tinha começado e então parei de correr para matá-los. Não eram tantos quanto pensei que fossem, consegui matar todos sozinha – claro que com um pouco de dificuldade, mas nada que me tivesse me matado.

O barulho que ainda saia dos alto-falantes pararam e os outros apareceram ali no pátio, com expressões exaustas e preocupadas.

– Estão todos bem? – Rick perguntou.

– A Mellany e a Carol sumiram. – Lola falou.

– Não acho que Carol tenha sobrevivido. – Herschel falou.

– O Matt e o Dennis também sumiram. – Ariane passou a mãos pelos cabelos com os olhos marejados.

– Onde está Lori e Carl? – Rick perguntou.

– E Maggie. – acrescentou Herschel.

Estava prestes a responder quando um barulho diferente ecoou por ali. Mas não era qualquer barulho, era um choro.

Choro de bebê.

Do mesmo lugar onde eu tinha saído, Maggie saiu com um bebê choroso nos braços ao lado de Carl. Ela andava estranha, as mãos ensanguentadas e os olhos cheios de lágrimas.

– Onde está a Lori? – Rick perguntou soltando o machado que tinha em mãos no chão.

Com essa pergunta, Maggie começou a debulhar em lágrimas e soluços, enquanto Glenn tentava consolá-la. Carl continuou parado no mesmo lugar olhando para o chão segurando a arma, e todos continuavam em silêncio. Era difícil acreditar que Lori tinha morrido, que não estaria mais ali. Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas as reprimi. Já tinha pessoas demais para se embebedar de tristeza alguém tinha que ficar sóbrio.

Rick deitou no chão num soluço agoniado murmurando “não” e eu fui de encontro ao meu irmão, abraçando-o. Precisava sentir que ele estava bem, que não tinha o perdido também. Era bom sentir o calor do seu corpo, senti-lo vivo; era o que me mantinha acesa, minha alma viva.

– Precisamos encontrar algo para alimentá-la. – Daryl falou – Não vamos perder mais ninguém.

– Eu vou com você. – Maggie falou ainda apertando o pequeno bebê contra si.

Fui até ela e estendi a mão. Estava acostumada a cuidar de crianças, inclusive de bebês. Havia cuidado de Gael desde que tinha nascido, e o mesmo valia para Sue – apesar de não ter conseguido protegê-la quando devia. Peguei o pequeno bebê no colo e o aninhei em meus braços.

– É uma menina. – Maggie sorriu em meio ás lágrimas.

Como se isso tivesse o despertado, Rick se levantou e pegou novamente seu machado, entrando pela porta onde Maggie e Carl haviam saído. Ele estava enfurecido, não parecia ele mesmo. Só precisava de um tempo, para se acostumar com tudo. Só esperava que esse tempo não fosse muito.

Em alguns minutos Daryl e Maggie estavam prontos para sair e se foram pela estrada de terra que ligava a prisão á rodoviária. Continuei com a pequena menina em meus braços, apreciando seu pequeno rostinho, enquanto os outros tentavam procurar os que ainda estavam desaparecidos e Glenn tentava colocar algum juízo na cabeça do Rick.

– Seria uma ótima mãe. – Jamie me abraçou de lado olhando para o bebê.

Aquilo trouxe de volta á minha mente o teste de gravidez que eu havia feito meses atrás. Se tivesse dado positivo, agora estaria desesperada pelo medo de ter o mesmo destino que Lori.

– Encontramos Mellany e Dennis. – Ariane chegou parecendo aliviada.

A conversa ali estava alta, nem parecia que Lori havia morrido. Talvez eles não fossem tão ligados á ela, mas pensei que todas as mortes importassem. Ou talvez eles só preferissem comemorar as pessoas achadas que as perdidas; é mais fácil conviver com isso.

Já estava entardecendo quando finalmente Maggie e Daryl chegaram com a comida do bebê. Ele pegou uma mamadeira, colocou o pó ali dentro e encheu com água, o balançando em seguida. Aquilo parecia leite, mas era estranho. Ele estendeu os braços fuzilando os que me abraçavam pelos ombros e passei a pequenina para seu colo, sorrindo ao ver seus olhos se abrindo minimamente e a boquinha remexendo como se quisesse falar algo.

– Hey, garotinha. – murmurou colocando a mamadeira em sua boca – Está tudo bem... Já escolheram um nome para ela?

– Pensei em Sophia. – Carl respondeu – Ou Andrea. Carol. Jacqui. Amy. Patrícia. Gael. Ou talvez Lori. Ainda não sei.

Todos ficamos em silêncio. Todas ela estavam mortas, e apesar de triste até fiquei emocionada por ter incluído Gael nisso, apesar de que queria que não fosse necessário.

– Bem – Daryl quebrou o silêncio – o que acha de Little Kick ass*? Gostou, não é?

Tinha que admitir que aquele momento, mesmo sendo a continuação de um péssimo dia, cheio de perdas, era realmente agradável, apesar de que eu sabia que em algum lugar por ali Rick enlouquecia e os corpos de três pessoas queridas estavam jogados, esperando por amparo. Mas já diziam os antigos, depois da tempestade o sol aparece, e sempre teríamos a esperança de que o dia seguinte seria melhor.


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Notas finais do capítulo

*Não uso muitos termos em ingles aqui, mas odeio a tradução desse e amo o Daryl falando isso, então não vou traduzir ♥

O que acharam da playlist? *-* Foi feita pela A demigod (sua linda, sabe que eu te amo, né? u_u) e só faltou a música Black, da Kari Kimel, mas não tem ela no site Ç.Ç Mas nunca se esqueçam dela, ok? *-*

AGORA A SURPRESA!
É o seguinte: dia 29, sexta-feira, é meu aniversário. E como sou uma pessoa boa, o presente será de vocês. Quem acertar quantos anos estou fazendo poderá escolher qualquer coisa como prêmio. Pode ser ajudar a escrever o próximo capitulo, perguntar um spoiler (desde que não seja como será o final da história), ou escolher um personagem para morrer, ou criar outro... Qualquer coisa, isso vai da criatividade de vocês.
AVISO: As lindas pessoas que me tem no facebook vou avisar para não confiarem muito na idade que está lá, ok? ~já estou dando dica, que não é aquela idade u_u~ Pode ser mais, menos... Vai saber.

Então BEIJOS e até o próximo capitulo ♥