A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 45
Parte III - Capítulo 45 - Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

OI PESSOAAS! Me desculpem pela demora, ok? E eu não respondi nenhum review do ultimo capitulo ainda, mas vou responder!
Espero que gostem!



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Capitulo 45

Pesadelo

             Estava finalmente sozinha naquele quarto, e então consegui realmente liberar tudo o que estava sentindo.

             Durante horas – que acho que na verdade foram minutos -, fiquei apenas parada deixando as lágrimas caírem, enquanto Reed me olhava parecendo sem saber o que fazer e, ás vezes, me abraçava. Quando finalmente tentou parar de me consolar e foi embora, sentei no chão e me encolhi, permitindo-me desabar e ficar sem ar por causa dos soluços.

             Sentia uma culpa tão grande que era difícil de explicar. Por mais que Ethan tivesse me magoado e trago a ex-namorada maluca ele nunca me trairia com ela (apesar de só o ato dele já ter sido um tipo de traição) e não merecia o que eu havia feito com ele. Talvez eu realmente fosse uma vadia, do tipo que pega todos os corações que puder e os quebra. Fiquei ali não sei por quanto tempo repetindo as palavras de Ethan em minha cabeça, vendo a cena de vários ângulos, até que algo me chamou a atenção.

             “Bem que ela avisou” ele havia dito. Mas ela quem?

             Poderia ser Beth, mas ela nunca faria isso, nem teria tido aquela reação quando falara comigo. Não teria rido. Mas quem mais poderia ser? Era ela, mas qual das outras teria contado isso? Acho que elas prezavam demais o bem estar do grupo para contar, mas ainda sim... Quem teria feito isso?

             E então me veio á memória.

             Eu e o Reed nos beijamos duas vezes, uma na sala e a outra... Na cozinha.

             Minhas mãos começaram a tremer e senti uma coisa se apertar em minha garganta, me dando vontade de gritar e quebrar tudo á minha volta – seria ótimo ter zumbis para matar nesse momento.

             Me levantei limpando as lágrimas e com os lábios em uma linha fina e reta. Saí daquele quarto pisando duro. Estava possessa de raiva, o que me fazia não pensar no que estava prestes a fazer. Passei pela sala sem me importar com os olhares que atraia – que eram dirigidos a mim talvez porque já sabia o que acontecera ou porque eu provavelmente não estava com uma cara muito boa.

             Entrei na cozinha sem nem prestar atenção em quem estava ali além da pessoa que eu definitivamente mais odiava no mundo – mais até que os zumbis – e parei á sua frente.

             - Saia. - mandei sem tirar os olhos de Melissa, e ouvi passos se afastando dali.

             Voltei para a porta e a fechei. Ninguém me interromperia, eu sabia. Assim como eu não queria Melissa ali, nenhum dos outros queria. Eu teria um enorme problema nas mãos, mas eu suportaria.

             - Você gosta de jogos sujos, não é? – perguntei me controlando, sem me virar. E não obtive resposta, então continuei – Á menos que eles fiquem sujos do seu sangue. E eu espero de coração que odeie cada segundo desse momento.

             - O que está pensando? – sua voz ecoou pela cozinha, seguida de uma risada – Que é capaz de fazer alguma coisa? Contra mim? Você deve ter dó até mesmo de matar a porcaria de um zumbi, me poupe.

             Respirei fundo.

             Já estava cheia de todas as suas provocações e falatórios, já estava cheia de olhar para a cara da desgraçada e não poder bater nela. Não dormia bem havia dias, se não semanas, minha cabeça latejava, minhas pernas estavam estranhamente bambas, estava estressada, os últimos dias haviam sido o piores de toda a minhas vida, não tomava banho há quase quatro dias. Meu humor não era dos melhores, com toda certeza.

             - Apenas assuma.- pedi tentando parecer tranquila – Foi você quem contou para Ethan sobre mim e Reed, não é?

             - É você quem está dizendo isso.

             Andei até o balcão, ainda de costas para Melissa, e me apoiei nele tentando esfriar a cabeça. Pisquei forte algumas vezes e, sem pensar no que estava fazendo, abri a primeira gaveta do balcão, observando o que havia ali dentro. Peguei a faca de carne de cabo enferrujado e a levantei na altura dos olhos, observando-a. Sabia exatamente o que fazer.

             Com as mãos em punho em volta da faca, fui até Melissa e soltei suas cordas.

             - Vamos lá, loira de araque. – rosnei para ela – Se é tão, me mostre do que é capaz. Se conseguir passar por mim você pode ir embora.

             Ela estreitou os olhos me avaliando e seus lábios formaram uma linha fina. Segundos depois ela levantou esfregando os pulsos que estavam vermelhos pelo aperto da corda.

             - Você não é muito esperta, não é? – ela perguntou com uma careta enojada – Acha mesmo que vai me vencer só porque está com uma faca?

             - Ah, cale a boca! Essa é a terceira chance que temos de resolver isso. E não vai passar da terceira, não importa quem ganhe ou perca.

             - Espero que saiba que esse papo de “não importa quem ganhe ou perca” é coisa de perdedor... Perdedora. – ela riu baixo.

             Revirei os olhos. Bem típico dela dizer esse tipo de coisa, fazer graça como se ela já tivesse ganhado tudo, tivesse o mundo nas mãos. Mas estava na hora de alguém mostrar o contrário.

             - Se continuar falando vou começar a achar que está com medo. Anda logo!

             Melissa arqueou uma sobrancelha e desfez o sorriso, parecendo irritada por minha interrupção em sua atuação ridícula. Ou talvez só por ter a chamado de covarde. Provavelmente a ultima opção.

             Antes que eu percebesse, ela se lançava contra mim me jogando no chão e me prendendo ali com o pé, um sobre meu peito e o outro sobre meu pulso com a faca.

             - De primeira! – se vangloriou – E antes de eu te matar, fui eu sim que contei sobre seu romance com o outro bonitão. E só para saber, não precisa ficar culpada por isso. Ethan e eu também nos beijamos. Então sem ressentimentos, ok?

             Com o impulso da raiva, consegui girar meu pulso sobre seu pé e enterrei a faca em seu tornozelo, a tirando logo, encharcada de sangue até a metade. Se não matasse, com o ferrugem que havia nela daria um bom tétano. E ai ela morreria. Pensamentos positivos, ok?

             Melissa gritou alto, fazendo meus tímpanos quase estourarem. Caiu no chão com a mão na ferida e olhei para a porta, pensando que alguém entraria ao ouvir seu grito. Mas nada. Onde está Ethan numa hora dessas? Eu queria que ele visse isso e sofresse pelo menos um pouquinho. Na verdade em minha mente eu ainda tinha a esperança de que ele ficaria contente por se livrar dela, mas se não fosse para ficar feliz, então que sofresse.

             Me levantei com um pouco de dificuldade e chutei Melissa no estômago, fazendo-a cair de costas no chão. Sentei sobre sua barriga, colando a faca ensanguentada em seu pescoço.

             - Você se acha esperta e boa demais, mas vou te contar uma coisa, que nem é segredo. Você. Não é. Nada. É só uma pedra no sapato de todos os sobreviventes existentes do mundo. – falei entredentes, olhando em seus olhos.

             - Você não vai me matar, Savannah. – falou com a voz esganiçada, mas não perdeu o sarcasmo quando falou o meu nome – Não é forte o suficiente. Isso vai te matar aos poucos por dentro, e não vai aguentar ter o ódio do seu namoradinho. Porque é isso que ele vai sentir por você se fizer isso.

             - Eu supero. – falei calmamente e enterrei a faca em sua barriga.

             A boca de Melissa se abriu num grito mudo e seus olhos se arregalaram.

             - Talvez devesse acertar na cabeça, gênio. – falou arfante, uma linha de sangue escorrendo de sua boca – Sabe o que acontece depois.

             Sorri gentilmente e me inclinei, colando meus lábios em sua orelha.

             - Ah, eu sei muito bem. Só quero ter o prazer de te matar mais uma vez. – sussurrei friamente.

             Sai de cima do seu corpo encarando pela ultima vez seu olhar mortal e raivoso.

             Assim que seus olhos se fecharam, voltei ao seu corpo com as mãos tremendo e peguei a faca de volta. O que eu tinha feito? Matara uma pessoa. Uma pessoa insuportável e mortal, mas havia matado de qualquer jeito.

             Poucos segundos depois os ruídos voltaram a sair de seu corpo e o observei se remexer, e seus olhos se abriram novamente.

             Com lágrimas de uma mistura de culpa, raiva e medo, apertei a faca e me agachei para matá-la novamente. Seus olhos brancos já não me davam raiva como antes, porque não tinham aquele brilho louco típico dela. Com um suspiro pesado, enterrei a faca novamente nela, dessa vez no crânio, e seus olhos se fecharam. Dessa vez para sempre.

             Peguei a faca de volta e sai da cozinha, no mesmo momento em que Ethan entrava ali com uma expressão de misto raiva e tristeza. Sem me importar com os olhares para mim ou para a faca e a mão encharcadas de sangue, andei até ele e lhe entreguei a faca. Ethan me olhou confuso, me olhando como se pudesse me matar apenas com aquilo.

             - Aproveite sua namoradinha. – falei o mais fria que pude, e entrei no ultimo cômodo da casa, sem nem saber ou me importar onde ele daria.

             Aquele era o fim de um pesadelo. Ou apenas o início de outro. Um em que quem eu amava me odiava, e com o bônus de zumbis á minha volta.

             Um segundo depois Beth entrou no quarto desesperada.

             - Não ouviu não? Temos que sair, estamos cercados.

             E que o pesadelo comece.


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Notas finais do capítulo

E então? FINALMENTE Melissa morreu! UHU! ~le dança~
E ainda podem mandar personagens pra participar da fic, e o próximo capitulo vai ser um bônus!
Beijos e até a próxima, amores! ♥