A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 46
Parte III - Capítulo 46 - Perdida


Notas iniciais do capítulo

Oi lindos e lindas da minha vida! :3
Mais um capitulo para vocês! E só tenho um pedido: LEIAM AS NOTAS FINAAAIS, PLEASE!
Espero que gostem.



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Capitulo 46

Perdida

             Já mencionei como odeio minha vida?

             Ela já estava ruim, depois piorou, conseguiu piorar ainda mais, e agora está prestes a se tornar um verdadeiro inferno.

             No momento em que Beth falou que estávamos cercados, meu primeiro instinto foi o de pegar algo que servisse de arma, mas ali não havia nenhuma e a mais próxima estava em minha mochila. Corri para a sala onde estava uma bagunça – silenciosa, mas uma bagunça – tentando arrumar as coisas.            

             Havia muitos zumbis, mais do que podia contar e mais do que podíamos matar, e estava com medo. Na verdade queria morrer ali mesmo. Pelo menos assim não precisaria pensar nas consequências do que fiz. Aquilo martelava na minha cabeça, apesar de saber que fiz a escolha certa. Isso estava me distraindo tanto que várias vezes tiveram que matar algumas daquelas coisas para que não me pegassem, e não sabia se agradecia ou brigava. Talvez Melissa estivesse certa, afinal; eu não conseguiria conviver com a culpa, e isso acabaria me matando.

             Não seja idiota, me repreendi. Eles precisam de você, não pode se dar ao luxo de ter crise existencial no momento.

             Respirei fundo tentando me concentrar.

             Tentamos não usar armas de fogo, já que nossa situação já estava complicada. Tenho certeza de que todos ali queriam sair inteiros. Eu usava minhas facas - as que restaram – para acertar o maior número de zumbis possível.

             E, apesar de ter sido difícil e exaustivo, conseguimos passar por isso. Numa boa. Até percebermos que alguém estava faltando, quando estávamos no carro uns quilômetros depois.

             - Onde está Beth? – Maggie perguntou olhando para cada rosto no carro, parecendo procurar o da irmã.

             - Deve estar no mesmo carro que seu pai. – Glenn tentou tranquilizá-la (aliás, parecia que ele sempre fazia isso).

             - Não, ela estava comigo. – falou começando a ficar desesperada – Ela foi buscar algo dentro da casa, e... Ah, não, a deixamos para trás. Temos que voltar.

             - Se acalme, tenho certeza que ela está em um dos outros carros. – Carol tentou confortá-la.

             Taty, que dirigia o carro, parou no acostamento e, como era o segundo carro em nossa pequena fila indiana os que estavam atrás de nós pararam, Taty deu uma rápida buzinada para que o que estava á frente parasse.

             - O que houve? – perguntou Rick saindo do primeiro carro.

             Saí do carro, e Maggie já estava do lado de fora quase pulando de ansiedade e olhando para os lados.

             - Beth está no seu carro? – perguntou ela.

             - Não... – Rick respondeu estranhamente.

             E então começou a perguntar para todos, até que um tumulto se formou bem atrás. Cheguei mais perto para ver o que estava acontecendo, apenas para encontrar Daryl tentando conter Ethan e Lola e Delilah falando algo para ele.

             - Eu não quero saber! – praticamente gritou furioso. Seus cabelos negros que haviam crescido até á altura dos olhos caiam por sua testa de modo bagunçado.

             Pigarreei, atraindo seu olhar raivoso. Sabia muito bem que aquela raiva era dirigida a mim.

             - Você é maluca? Porque fez aquilo? – gritou.

             - Cale a porra da boca, idiota! – Lola falou com raiva (a primeira vez que a via assim) – Quer nos matar de vez? Porque se quiser morrer faça isso sozinho, não precisa nos levar junto!

             - Fiz aquilo pra você deixar de ser um cretino que acredita na primeira coisa que inventam, e dane-se o que pensa.

             - Isso saindo de uma traidora não me surpreende. – falou friamente, se soltando de Daryl.

             E foi a gota d’água. Já estava cheia de tudo aquilo. Antes que pudesse tentar me acalmar ou contar, senti meu sangue ferver e minha visão ficou turva. De ódio.

             - A culpa não é minha se você – apontei o dedo para ele - é um ignorante que se deixa levar pela primeira coisa que escuta! Aquela lá não fazia a mínima de onde está sua mãe, você sabe disso, e ainda sim acreditou só pra manter ela viva. Não sou eu a traidora aqui.

             - Quer saber? – gritou – Ela realmente não sabia! E eu sabia disso, só não queria que ela morresse! Feliz agora? Ela me confessou que não sabia merda nenhuma!

             Respirei fundo e dei alguns passos á frente.

             - E logo depois vocês se beijaram. – sorri friamente – Realmente eu sou a traidora aqui. Ah, espera, você conseguiu me superar.

             - Hey, hey! – Rick finalmente interveio, quando Ethan foi responder (muito obrigado Rick!) – Já chega vocês dois! Temos problemas maiores.

             - O que aconteceu dessa vez? – Daryl perguntou parecendo irritado – Não vai me dizer que alguém levou um tiro?!

             Ao seu lado Delilah bufou e cruzou os braços, saindo dali e entrando no carro.

             Seguindo – mais ou menos – seu exemplo, saí dali e entrei no meio das árvores e cercavam a estrada.

             Pensando nos últimos dias, tudo tem mudado tanto. Mais do que esperava para minha vida toda – não que eu tenha muitas expectativas num mundo como esses, mas ainda sim... É estranho pensar que o cara que eu amava passou a me odiar de um dia para o outro por causa de uma ex-namorada que acabou com sua vida. Esse é um dos momentos em que gostaria de ler mentes, para saber o que se passava naquela mente insana que ultimamente tenho odiado mais que tudo.

             Afinal, o que leva uma pessoa a não querer matar a outra sendo que esta já fez o mesmo a você, não querendo nada em troca? Isso poderia ser considerado amor? Porque se não for não sei de mais nada. Não que eu soubesse antes, mas pioraria a situação.

             Meu coração batia muito rápido e lágrimas encheram meus olhos. Lágrimas de raiva que eu precisava desesperadamente deixar cair. Mas não o faria. Não por Ethan. Ele não deu valor quando as merecia, e nem mesmo agora.

             Num ataque de fúria soquei a árvore mais próxima – que estava ao meu lado – e quase gritei quando senti meus ossos estalarem. Falei todos os palavrões existentes e inventei mais alguns, pulando de um pé para o outro como uma criancinha.

             Me virei para voltar, mas só via árvores na  pequena subida, tudo verde, e nada de estrada ou carros ou mesmo algo que indicasse. Olhei em volta e, quando me virei novamente, já não sabia para que lado ficava a estrada.

             Comecei a anda para qualquer lado, nervosa.            

             - Eu acho que devia ir pro norte? – falei comigo mesma, olhando em volta - Norte? Porque? Nos filmes quando uma pessoa se perde sempre vai pro norte. Isso não é um filme, sua idiota. Vão ter coisas querendo te comer. Essa é a parte ruim sobre florestas. Agora, se você olhar a parte boa, é que não tem nenhum animal selvagem pra te pegar. Talvez eu vire um animal selvagem. Já pensou em tentar ser normal? Hey, a gente já passou por essa arvore antes. Não passamos não. E quem fez essas pegadas? O animal selvagem? Talvez... Alguém que passou aqui antes. É, eu. Anda, pro norte. MAS EU NÃO SEI ONDE É O NORTE! É o oposto do sul. E eu estou falando sozinha. Droga, já comecei a enlouquecer. Mas onde é sul? Deus, como você pode ser tão burra? O sol se põe no oeste, então sua sombra provavelmente se inclina pra leste. E daí o norte é à frente. Eu acabei de me chamar de burra? Sim, e eu estou falando sozinha. Deus, cinco minutos sozinha e eu já comecei a enlouquecer! Para de falar, para de falar, para de falar...

             Me joguei no meio do mato alto e fiquei ali, pensando no que faria para sobreviver numa floresta. Minutos depois me levantei novamente e voltei a andar querendo desesperadamente encontrar o caminho de volta.

             Fui caminhando até encontrar uma movimentação á frente e saí correndo com meu coração disparado pelo alívio por encontrar a estrada. Mas não foi bem isso que encontrei ao chegar no que na verdade era uma campina.

             Uma multidão de zumbis de amontoava um sobre o outro, com as mãos sujas de sangue e colocavam algo na boca. Senti meu estômago se revirar e um gosto estranho na boca me dando a sensação de que vomitaria a qualquer segundo. Respirando fundo, voltei para entre as árvores andando de costas. Estava tão distraída que só percebi que tinha companhia quando senti uma mão em minha boca bem no momento em que iria gritar.

             Agora sim, posso dizer que realmente odeio minha vida.


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Notas finais do capítulo

Uuui, será quem é? -v-
Ok, agora é o seguinte. Estou super dividida. Porque a história deve ter no máximo mais 20 capitulos (o que ao mesmo tempo que é muito, é pouco), e já tenho um final planejado. Maaaas... Se quiserem, posso fazer uma história, digamos, "sem fim". Ou seja, vou continuar escrevendo e postando até disserem que já cansou kkkkk' e se for assim, tenho mais coisas planejadas além de mais personagens novos. E entãããooo?
Beijos, até a próxima e please respondam ♥