A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 26
Parte I - Capítulo 26 - Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei. Me desculpem. Mas eu avisei que iria demorar dessa vez =/ Espero que gostem do capitulo. Achei que ele ficou muito vago, mas ainda sim amei escrever ele!



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Capitulo 26

Sentimentos

             Já devia estar sentada ao lado de Daryl há uns bons cinco minutos, e ele ainda continuava me ignorando enquanto limpava cuidadosamente cada uma de suas flechas e eu o encarava.

             - Diga logo, ruiva. – ele pediu desistindo de me ignorar.

             - Me desculpe.

             Nem eu mesma sabia o porquê de estar pedindo desculpas. Na verdade, bem no fundo eu sabia. Mas era por algo que ele nunca deveria descobrir. Mas o pedido de desculpas chamou sua atenção, tanto que largou a flecha que limpava e olhou para mim com os olhos cerrados e impenetráveis.

             - Por...?

             - Por tudo. – falei e esperava ter mentido bem.

             - Ok, você já pediu.

             Ele voltou sua atenção para as flechas, e meu coração acelerou, parecendo querer dizer algo que eu mesma não sabia. Era uma sensação estranha, como se eu tivesse várias coisas entaladas na garganta, prontas para sair, mas como colocar tudo isso para fora quando não se sabe o que quer dizer?

             - Hum... É... – tentei falar, mas não consegui. Mas tentando, eu já começava a ter uma ideia do que era.

             - Ok, fale de uma vez. Não temos o dia todo, não é? – ele olhou para mim novamente.

             - Ok, me desculpe por beijá-lo. – falei de uma vez, e senti meu coração acelerar ainda mais dificultando minha respiração - Não era... Bem minha intenção e... Ok, esquece tudo o que eu estou dizendo. Eu queria sim te beijar e... Oh, droga! Eu gosto de você, muito, e me odeio por estar dizendo isso porque, não sei, parece errado. Me sinto uma criança e eu tenho que aprender a me controlar. Droga, eu não devia estar dizendo isso! Eu me odeio!

             - É, você está parecendo louca. – Daryl me olhava de um jeito estranho.

             - Eu sei. – escondi meu rosto entre as mãos definitivamente envergonhada e com vontade de chorar pela vergonha que tinha me forçado a passar.

             - Não faça isso. – ele puxou minhas mãos, me forçando a olhá-lo – Não sou o tipo de pessoa da qual você queira gostar.

             - Me desculpa... – pedi sentindo o lábio inferior tremer em claro sinal de ódio de mim mesma e vontade de chorar.

             - Não peça desculpas por isso.

             - Eu sou tão idiota... – falei para mim mesma, olhando para minhas mãos.

             - Idiota não. – Daryl guardou a ultima flecha – Estranha, talvez, mas de uma forma boa.

             - E como é possível ser estranha de um forma boa? – perguntei, observando-o se levantar.

             - Sendo você. – ele deu um sorriso de lado. – Assim é possível.

             - Então é totalmente aceitável que eu faça coisas impulsivas e loucas que não devia fazer? – perguntei me levantando.

             No momento, tudo na minha mente trabalhava tão rápido que não tive tempo de me conter e nem esperei por resposta. Simplesmente coloquei uma mão em sua nuca e puxei seus lábios para os meus. Mesmo sendo uns bons dez centímetros mais baixa, consegui facilmente encaixar minha boca na sua, tirando o calcanhar no chão. E, dessa vez, não foi um beijo simples, de apenas lábios se tocando. Logo uma de suas mãos estavam em minha cintura e nossas línguas faziam uma dança que fazia meu corpo inteiro se arrepiar. Uma parte de mim, que ainda se entregava á sanidade, estava completamente indignada. Já a outra parte, que era a que prevalecia, pedia por mais. Com certeza estava sendo estúpida e completamente errada por estar fazendo aquilo, talvez depois Daryl até me odiasse por beijá-lo novamente, mas eu simplesmente não me importava com o que aconteceria depois.

             Mas como o que é bom dura pouco, ouvi alguém gritar meu nome. Tentei ignorar, mas logo a voz estava perto demais.

             - Delilah! – Savannah apareceu ofegante na porta, fazendo com que eu e Daryl nos separássemos de imediato. – O Kalem desapareceu. Não está em lugar nenhum.

             - O que? – praticamente gritei.

             Olhei para a garota esperando que ela risse e dissesse que era uma brincadeira, talvez por ter atrapalhado ela e Ethan mais cedo. Mas sua face estava tão assustada e desesperada que sabia que dizia a verdade.

             - Como assim ele não está em lugar nenhum? – perguntei fechando os olhos e comprimindo os lábios.           

             - Eu não sei, Lori falou que ele disse que iria brincar aqui fora com Gael, mas quando Ethan foi procurar ele, Gael estava sozinha e ela não quer dizer nada!

             - Eu vou... Procurar ele lá atrás. Ele pode estar escondido. – Daryl tirou desajeitadamente sua mão da minha cintura e não tive tempo nem de ficar um pouco envergonhada.

             - Onde está Gael? – perguntei entrando em casa e já encontrando a pequena garota no sofá olhando amedrontada para Ethan, que tinha os braços cruzados e uma expressão medonha no rosto.

             - Tudo bem, garotinha, é melhor ir falando. Onde está o Kalem? – me ajoelhei na sua frente.

             Em resposta, Gael balançou a cabeça fazendo suas duas tranças negras balançarem de um lado para o outro. Respirei fundo tentando manter a calma.

             - Sabe aquele dia em que a Sue ficou doente e tentou te morder? Você ficou com medo, não é? – perguntei e seus olhinhos azuis se arregalaram, mas ela assentiu – Pois é. Vai acontecer a mesma coisa com o Kalem se você não me disser agora onde ele está!

             Logo me arrependi por ter dito aquilo. Os olhos da garota se encheram de lágrimas e ela se encolheu. Com certeza aquela era a pior lembrança que ela tinha, e eu não tinha a intenção de deixá-la mal, mas Kalem estava em perigo, e Gael ficar assustada era o menor de nossos problemas.

             - Ele entrou naquele lugar onde guarda bolsa. – ela sussurrou se encolhendo no sofá.

             - Que lugar? – Ethan perguntou antes de mim.

             - Aquele atrás do carro.

             - O porta-malas. – sussurrei para mim mesma – E você viu quem estava no carro?

             - Tinha a Beth.

             - T-Dog ou Maggie levaram um walk-talk? – perguntei – Precisamos avisá-los.

             No momento em que falei, um chiado saiu do bolso de Rick, que estava de pé ao lado da porta.

             - Tem alguém ai? Câmbio. – a voz de T-Dog saiu dali.

             Rick se apressou a tirar o walk-talk dali.

             - T. Estou na escuta. Câmbio.

             - Estamos cercados, cara. Não tem como sair daqui. – pelos chiados do aparelho ainda conseguia ouvir os grunhidos de zumbis. Eles estavam perto.

             - Onde estão?

             - Estamos presos dentro de um porão. O andar de cima está infestado de errantes e não sei quanto tempo mais a porta vai aguentar.

             - Eu vou ajudar vocês. Aguentem firme. – Rick ia guardar o walk-talk, mas com um olhar meu ele o pegou de volta – Onde está o carro que estavam usando?

             - Está na frente da casa. Ele foi tomado por zumbis, cara! E não vai demorar para entrarem aqui também.

             Arfei e senti minhas pernas bambearem. Me apoiei no braço do sofá me esforçando para não surtar ou cair no desespero e firmei os pés no chão indo para a porta, pronta para ir atrás do meu irmão.

             - Ah, não. Você não vai, Delilah! – Ethan me repreendeu – Se você for vai ser ainda mais perigoso.

             - O que? Porque mais perigoso? – perguntei indignada e confusa.

             - Porque você é impulsiva e inconsequente. É melhor só o Rick e mais alguém ir para não chamar a atenção.

             - Quem vem comigo? – Rick perguntou colocando munição em sua arma e guardando uma enorme faca.

             - Eu! – Glenn entrou ofegante na sala.

             Rick apenas assentiu e os dois saíram da casa. Logo ouvi o barulho do carro e então do portão sendo aperto. Me sentei no sofá sentindo a raiva se espalhar por mim.

             - Pensei que você iria. – ouvi Daryl falar para Ethan.

             - Eu até iria, mas acho que precisamos de uma babá aqui.

             Quando disse aquilo, foi só á conta de olhar para ele e vê-lo gesticular em minha direção. Dei um sorriso falso para ele, que agora me encarava, e levantei o dedo médio. Ethan revirou os olhos.

             - Eu não disse?

             - Cale a porcaria da boca, Ethan James Lancaster! – praticamente gritei – Você só diz isso porque não é o seu irmão que está preso num carro que está cheio de zumbis, e pode até dizer que sente muito, que ele também é sua família, mas não foi você que cuidou dele praticamente a vida inteira! Eu não preciso de babá, não sou criança como você, e sim, eu estou revoltada e nervosa! – parei arfante, encarando a expressão implacável do meu primo. Funguei e balancei a cabeça desacreditada – Eu vou... Trocar de roupa. Essa aqui ainda está molhada, não quero pegar um resfriado.

             Respirei fundo mais uma vez e subi as escadas. Tudo o que eu queria era tirar as roupas ainda molhadas e frias, me deitar e ficar sozinha.

             Fui andando pelo corredor até meu quarto, mas algo bateu em minha cabeça, fazendo-me parar. Olhei em volta, mas não havia nada. Franzi as sobrancelhas e voltei a andar, mas novamente algo, com um barulho fino de terra, bateu em minha cabeça. Olhei para cima e sufoquei um grito ao ver uma enorme rachadura se formando no teto, fazendo cair uma poeira fina. E o mais assustador eram os grunhidos que saiam dali.

             - Você está bem? – uma mão prendeu meu ombro, me fazendo pular de susto, mas felizmente era apenas o Daryl – Está com uma cara péssima.

             - Uau, é ótimo ouvir isso! – tentei me acalmar – E é claro que eu estou péssima. Provavelmente meu irmão está morto. Mais um. Mas o que você quer?

             - É só que você saiu meio estranha, e fiquei preocupado que fosse fazer algo imprudentemente idiota.

             - Porque todos acham que sou imprudente? Consegui sobreviver sozinha lá fora por muitas vezes para dizerem isso. – revirei os olhos e bufei – Mas, sinceramente, só queria algo para tirar da minha mente que estamos do meio de um apocalipse zumbi e que meu irmão está lá fora como isca deles.

             - Droga... Não acredito que... – Daryl parecia estar tendo uma discussão interna, mas como sempre, ele sabe disfarçar bem.

             - O que foi?

             - Não acredito que vou fazer isso.

             - O que você... – tentei perguntar, mas fui interrompida por seus lábios urgentes contra os meus.

             Tinha perdido completamente o fôlego pela surpresa, mas não me importava. Adoraria ficar sem fôlego daquela maneira mais vezes. O único problema era que parecia que aquilo era apenas por pena. Era bom, mas ao pensar nisso, tudo pareceu ficar errado. Mas ao sentir minhas costas baterem rudemente na parede, esqueci tudo isso e me entreguei completamente, afinal, eu poderia pelo menos aproveitar.

             - Por quê? – perguntei entre o beijo.

             Daryl separou minimamente nossos lábios.

             - Você disse que precisava de uma distração. – respondeu e voltou a me beijar.

             - Acho que preciso de uma distração maior. – falei maliciosamente afundando uma mão em seus cabelos rebeldes e usando a outra para aproximar meu corpo do seu.

             - É, acho melhor pararmos por aqui. – ele tento se afastar mas não me movi.

             - Está com medo de não aguentar? – falei o analisando de cima abaixo.

             Uma expressão feroz apareceu no rosto de Daryl e ele puxou minha cintura, colando completamente meu corpo ao dele, e logo nossas bocas estavam grudadas novamente. Uma das coisas que eu mais achava engraçada nos homens era o fato de odiarem serem desacreditados sem sua masculinidade.

             - Não mesmo. – Daryl se afastou de mim e saiu andando.

             Sorri enquanto revirava os olhos. Aquilo teria volta.

             Dessa vez fui direto para o meu quarto e, antes de entrar, olhei para o teto conferindo. Ele tinha voltado ao normal; sem rachaduras, sem poeira e sem grunhidos. Balancei a cabeça tentando tirar a imagem da cabeça me lembrando que tudo não havia passado de uma alucinação, mas quanto mais pensava nisso, mais me deixava confusa. Estaria eu ficando louca?

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E eu queria fazer uma pergunta a vocês, leitores da minha vida: são a favor ou contra partes hots... Tipo, MUITO hots? -v-


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Notas finais do capítulo

OK, OK... Eu sei, ficou uma droga! Me desculpeeem! Mas, como sempre, depois melhora! =)
E não esqueçam de responder a perguuuntaaaa!
Beeeeijos e até a próxima!