A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 25
Parte I - Capítulo 25 - Para a Casa


Notas iniciais do capítulo

Oooi pessoal! Bem, no ultimo capitulo não deu pra colocar muita coisa nas notas porque tinha que sair, então hoje vou encher! Haha' Ok, é mentira. Eu só queria agradecer ás duas recomendações que recebi de Anabela Adams e A demigod. MUITO obrigada, fofas! Amei suas recomendações!
Espero que gostem do capitulo.



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Capitulo 25

 Para a Casa

             A estrada ainda congelada parecia perigosa e disposta a nos jogar para fora do asfalto á todo momento, mas Daryl não se importava. Ele acelerava cada vez mais. Talvez fosse porque estava com raiva por eu ter convencido a todos dos outros irem conosco ou pela pequena “discussão de interesses” que tivemos enquanto andávamos.

             Mas, indo do início, Reed havia dado a ideia de ficarem na casa conosco, mas nenhum de nós concordou. Mas após alguma insistência e tentativas de nos convencer, acabei concordando com que eles ficassem até que passasse o inverno e o gelo já tivesse acabado. O que viesse primeiro. E todos ficaram contra mim – menos Carl, que não deu sua opinião -, fazendo com que tivéssemos que usar um walk-talk do qual eu nem sabia da existência para pedir a opinião de Ethan, que também devia ter sua opinião ouvida por ser um dos donos da casa, que disse que concordava com o que eu decidisse – e amei ele um pouco mais depois disso.

             - Quando você apareceu propondo a mesma coisa eu consegui com que ficassem lá, porque sempre tive esperanças de que tudo poderia melhorar, e que todos, todos, merecem uma chance. – falei para Rick – Retribua o que fiz por vocês fazendo o mesmo por outra pessoa.

             - Eu concordo com ela. Todos merecem um descanso desse mundo. – Savannah concordou.

             E com esse argumento, conseguimos convencer Rick de que era o certo. Daryl continuou impassível em sua opinião, mas ele não disse nada. No final, ficou decidido que Rick iria com eles no jipe – eu até me ofereci para ir, mas ele insistiu – e eu e Daryl iríamos buscar o carro que tínhamos abandonado na cidade. Mas, para chegarmos lá, fomos com o jipe até os arredores da rodovia, bem perto de onde o carro estava, e nós dois pegamos o carro. E foi só quanto estávamos sozinhos, a caminho de uma pequena trilha para pegar Savannah e Carl, que ele resolveu falar.

             - Você só pode estar maluca.

             - Só porque não quero que mais pessoas morram? – perguntei indignada.

             - Não, por confiar em pessoas que não conhece e que parecem... Malucas...

             - Eu fiz a mesma coisa por vocês. E você parece maluco. Então não pode dizer isso.

             - Mas você não me achou maluco quando me beijou.

             Encarei-o por alguns segundos abrindo e fechando a boca varias vezes sem saber o que dizer.

             - Eu... Mas... Não... Você... Não...

             Nada coerente saia da minha boca, então preferi me envergonhar calada. Com certeza se dissesse algo apenas pioraria minha situação. No momento eu só queria que um zumbi aparecesse e me matasse logo para acabar com todo constrangimento, tensão e vontade de atirar em mim mesma.

             Finalmente chegamos onde Carl e Savannah nos esperavam e fiquei feliz por finalmente ter mais alguém no carro. Isso poderia acabar com a tensão que pairava ali. Os dois entraram, mas não houve nenhuma mudança. E alguém parecia ter percebido, pois se remexia no banco á todo momento, encarando a mim e Daryl.

             - Aconteceu alguma coisa? – Savannah finalmente perguntou praticamente se jogando entre nossos assentos.

             - Porque teria acontecido algo? – perguntei em meu melhor tom despreocupado, que saiu extremamente falso. Eu era uma péssima mentirosa.

             - Não sei, talvez por essa negatividade pairando por aqui. – ela abanou a mão entre mim e Daryl.

             Provavelmente eu já estava mais vermelha que um tomate, e se continuasse daquela maneira provavelmente minha cabeça explodiria pela super concentração de sangue naquela região. Respirei fundo tentando afastar todos os pensamentos ligados ao homem ao meu lado e comecei a cantarolar uma cantiga de ninar tamborilando os dedos na janela. E foi uma péssima ideia, em vista que estava usando a mão que estava novamente machucada para fazer isso.

             - Droga. Porque tudo de ruim acontece comigo? – resmunguei, mexendo a mão latejante.

             - Deve ser castigo... – Savannah falou um pouco sonhadora, olhando pela janela.

             Apesar de saber que ela nem devia estar percebendo o que dizia, aquilo ecoou em minha mente. Castigo. Mas pelo que? Eu tentava sempre fazer o meu melhor, ajudar os outros... O que será que eu poderia ter feito para receber um castigo? Ou talvez não fosse só a mim. Talvez isso tudo, os zumbis, todas as mortes, fosse um castigo divino, ou da própria natureza, por tudo o que as pessoas fizeram ao mundo.

             Nós pedimos demais, temos o bastante, agradecemos e retribuímos pouco, era o que vovó Tamra sempre nos dizia. E ela estava completamente certa. E talvez todo esse... problema... fosse por causa disso, uma forma de mostrar nossa insignificância.

             - Hey, vai ficar ai até amanhã? – Daryl chamou e percebi que já estávamos em casa. Como o tempo tinha passado tão rápido?

             O ignorei e sai do carro. Assim que o fiz, o portão abriu novamente e o carro que o grupo de Ethan estava usando. Á porta da casa, Rick e os novos moradores – temporários – observavam tudo atentamente.  Ethan foi o primeiro a sair do carro e saiu parecendo nervoso e seu rosto naturalmente pálido estava afogueado. Algo tinha acontecido.

             - Quem morreu? – perguntei de uma vez, já esperando uma notícia péssima.

             - Ninguém. – ele chegou mais perto, para não precisar falar tão alto – Nós trouxemos a... Coisa. Para continuarem os estudos.

             Olhei para o carro, mas não havia sinal de zumbi nele.

             - Onde está? – Daryl perguntou antes que eu pudesse fazê-lo.

             - Está no porta-malas. – Glenn chegou perto – Maggie já voltou?

             - Não sei, também acabamos de voltar. – respondi, e ele praticamente correu para a casa, dando apenas uma parada ao ver os desconhecidos.

             - Tem mais alguma coisa? – perguntei observando a inquietação de Ethan, e ele desviou seus olhos dos meus.

             - Preciso falar com Rick.

             Ethan praticamente correu para onde ele estava e sussurrou algo para Rick, que deixou escapar uma olhadela para mim. Os dois assentiram ao mesmo tempo e vieram em direção a ela.

             - Delilah, por favor, prometa para mim que não vai pirar. – Ethan falou logo.

             - Fala logo quem morreu! – pedi já irritada com todas aquelas voltas.

             - Eu encontrei a mini van do seu pai em Saint Clarion.

             Meu coração parecia ter falhado e tudo á minha volta pareceu se apagar por um momento.

             - E...? – pedi com a voz instável.

             - Não tinha nada. Mas parece ter sido abandonado ás pressas. Todas as portas foram deixadas abertas e... Encontramos coisas recentes. Bem recentes. Como restos de comida, e tudo mais.

             Uma faísca de esperança se acendeu em meu peito e eu queria pular de alegria. Mas logo a realidade me reclamou de volta para si.

             - Mas... Independente de quando foi, eles já deveria ter chegado, não é? – perguntei, cabisbaixa.

             - Ainda temos esperança. – Ethan falou, mas olhando em seus olhos podia perceber que ele mesmo não tinha – Minha mãe está por ai, e eu vou achá-la. Assim como sua mãe e Damen.

             Assenti e fui em direção aos novos moradores – novamente, temporários -, com o plano de ocupar minha mente mostrando a casa a eles e falando as regras. Talvez fosse inútil num mundo cheio de zumbis, mas não queria meus pequenos irmãos na presença de pessoas armadas –com coisas além de facas que ficassem bem escondidas – e não queria mal exemplo para eles. E, dali em diante, seria proibido o terceiro andar. Não que antes já não fosse para mim, mas naquele momento era oficial.

             Enquanto mostrava tudo para eles, mecanicamente, minha mente viajava com a imagem de minha mãe, Damen e tia Connie passando pelo portão completamente vivos e tirando de mim grande parte de todos os meus medos. Me deixando mais segura. Odiava admitir aquilo, mas eu era o bebê da família, apesar de ser a segunda filha mais velha e ter uma irmã de quatro anos.

             Quando acabei de mostrar tudo, fui para a varanda e ia me sentar na escada, se Daryl já não estivesse ali. Mas não poderia evitá-lo pelo resto da vida.

             - Vamos acabar com isso. – sussurrei para mim mesma, indo em direção á escada.


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Notas finais do capítulo

Huuuum... Será o que vai acontecer entre esses dois? -v- hehe'
Ah, só pra avisar, provavelmente só vou postar de novo na sexta porque não ficarei em casa amanhã e depois de amanhã. ~só avisando~
Beijoooos e até a próxima!♥