A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 11
Parte I - Capítulo 11 - O Des-aparecido


Notas iniciais do capítulo

Oooi! Finalmente mais um capitulo, né? Então, esse capitulo é dedicado á:
Cadu
taty-magnago
San
AmandaD
Albertini
Lucas Brito
E, em especial, para A demigod (♥), a quem eu conto minhas ideias e peço conselhos sobre a fic!
Muito obrigado a todos vocês pelo insentivo!
Espero que gostem do capitulo.



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Capitulo 11

O Des-aparecido

– Não vai falar mesmo? – perguntei pela vigésima vez.

Daryl olhou para mim de um modo que pensei que ele queria bater em alguém (eu) ou alguma coisa. Mas ele simplesmente fez uma expressão indignada e voltou a olhar para o céu.

– Caramba, você é teimosa! – ele reclamou tomando mais do whisky.

Passou por minha cabeça por um momento a possibilidade de que se eu o embebedasse, Daryl responderia minha pergunta – que ficava martelando em minha mente a cada segundo.

– Nem. Pense. Nisso! – ele quase rosnou a resposta, e só então percebi que tinha dito em voz alta. Revirei os olhos e peguei a garrafa de sua mão, tomando o resto e deixei-a cair no chão com raiva, levantando em seguida me virando.

– Para o inferno. – resmunguei alto o bastante para ele ouvir.

– Não sei se percebeu, ruiva, mas nós já estamos nele. – Daryl gritou pela distância em que eu já estava e tinha certeza de ele ter falado mais alguma coisa, mas me obriguei a não escutar o que ele dizia.

Como alguém podia ser tão irritante, idiota e teimoso?

Fui pisando firme e com os ouvidos surdos pela pulsação que deixava o resto do mundo mudo. Meu coração estava acelerado pela irritação, e já me preparava para sentir isso se intensificando enquanto ia para o reservatório de água, onde Ethan provavelmente estava - considerando que agora o consumo de água devia ser mais controlado.

– Ethan? – o chamei quando cheguei perto, mas ninguém respondeu.

Circulei todo o reservatório e nada. Fui até o lugar onde ficavam os painéis de energia solar e nada. Onde ele estava? Mesmo com o fato de a propriedade ser enorme, não seria tão difícil achá-lo ali. Andei até os geradores eólicos (do tipo residencial), mas ainda sim não encontrei Ethan. Comecei a ficar preocupada e minha cabeça parecia girar.

Corri por todo o lugar – pelo menos um quilômetro e meio – e fui a todos os cantos, até mesmo os que eu sabia que ele nunca iria. Passei por todos os lugares onde poderia estar (os geradores, reservatórios, hortas) e até nos mais improváveis e nada. Já exausta e desesperada, voltei para casa. Passei pela cozinha pegando um copo de água e então entrei na sala, e Rick passava por ali bem no momento, com um tipo de espátula igual a que Ethan usava para remexer a terra; provavelmente estava indo para a horta ajudar.

– Rick! – o chamei e só quando minha voz saiu estrangulada percebi que estava á beira do choro. – Você viu o Ethan?

– Vi sim. – ele falou e eu quase gritei de alivio. Quase. – Ele saiu com o carro da Savannah.

Naquele momento cuspi toda a água que estava bebendo e me engasguei, o que desencadeou uma tosse desenfreada, e tive de ser aparada por Rick, que me segurava como se estivesse desconfortável.

– Por favor, diga que está brincando! – falei quando consegui parar de tossir, as faces quentes (provavelmente estava vermelha) e os dedos cruzados para que ele começasse a rir da minha cara e disse algo como “brincadeirinha!” ou “te peguei!”.

– Não, ele saiu, e disse que ia até á cidade.

O calor tórrido que antes estava em minhas bochechas foi imediatamente remediado pelo gelo que parecia correr em minhas veias. Sentei-me no sofá, sem acreditar, e afundei o rosto nas mãos.

– Algum problema? – ouvi a voz doce de Emma, e então sua mão morna e macia pousou em meu ombro, reconfortante.

– Eu não sei dizer... – Rick falou indeciso.

– Ethan foi á cidade. – minha voz saiu abafada entre meus dedos.

– O QUE? – Emma gritou e se sentou ao meu lado, estupefata.

– Quando ele saiu? – perguntei para Rick olhando-o por entre os dedos.

– Logo depois do que aconteceu na sala.

– Esse garoto é louco?! – falei com raiva – É um aparecido mesmo!

– Acho que o certo é desaparecido. – só então percebi que Savannah estava sentada no topo da escada mexendo em algumas facas.

Respirei fundo algumas vezes, e Emma continuava tão parada quanto uma estátua ao meu lado. Passei o braço por seus ombros enquanto tentava me acalmar. Sabia que sair dali para procurá-lo, no momento, não era uma boa opção.

– Eu faço o jantar. – falei vendo que Emma provavelmente não estaria em condições para isso.

Levantei-me indo em direção á cozinha. Precisava me manter ocupada para não enlouquecer e ir atrás de Ethan. Peguei todos os legumes necessários para fazer uma sopa, os lavei e comecei a picá-los, enquanto pensava em como meu primo era burro. Quando percebi, as lágrimas já rolavam por minhas bochechas. A última vez que Ethan saíra de casa, ele havia ido até a cidade para encontrar Melissa e teria morrido se não fosse por Emma e Erwin.

“Deixe ele, querida. Ele precisa fazer isso!” meu pai falou pela milésima vez e eu andava de uma lado para o outro da sala com os olhos marejados, as mãos trêmulas e os olhos de Kalem em mim, quanto abraçava Gael, que perguntava por Ethan a cada minuto.

“Mas a culpa é minha, pai. Eu que deixei ela para trás.” Falei com a voz falha e um pouco rouca.

“E ela havia sido mordida.” Argumentou ele, tentando fazer com que eu me sentisse melhor.

“O que também foi minha culpa.” Falei suspirando e me sentando ao seu lado. “Apesar de que a culpa foi mais dela, por ter parado para brigar comigo.” Funguei me sentindo um pouco melhor. Melissa era a namorada de Ethan e a pessoa que eu mais odiava no mundo inteiro, odiava até mais que os zumbis. Ela podia parecer uma Barbie, mas sempre que abria a boca toda a sua beleza acabava. Por mim podíamos tê-la deixado para trás, mas Ethan como sempre sendo superprotetor teve que salvá-la.

Algumas horas depois, o portão se abriu e Ethan entrou sendo ajudado por uma mulher que parecia frágil demais para estar quase carregando um garoto de dezenove anos. Seu rosto pálido e em forma de coração com os olhos amendoados e arregalados de criança assustada emoldurados por cabelos acobreados e com lindos cachos lhe davam um ar inocente e delicado, que me fizeram querer ir lá e ajudá-la o máximo que eu podia; e foi exatamente o que fiz. Ajudei-a a carregar meu primo para casa e ela parecia bem impressionada com tudo ali.

Ethan não estava desmaiado, estava apenas em choque e não conseguia se mover sozinho. Colocamos ele sentado no sofá, e seus olhos continuavam vidrados num ponto fixo.

“Meu nome é Emma Gauthier” ela falou respondendo á pergunta de meu pai que eu não havia escutado.

“Meu nome é Zachary Valentine, esses são meus filhos Delilah, Kalem e Gael, e o que você trouxe é meu sobrinho Ethan.” Meu pai nos apresentou e fez sinal para Emma se sentar. “Muito obrigado por trazê-lo de volta.”

“Não há o que agradecer. Mas deveriam ter uma conversa séria com ele. Estava prestes a se matar, se não fosse por Erwin puxá-lo da beirada do terraço.”

Meu sangue congelou e analisei a face de Ethan, que ainda estava vidrada.

“Pensei que estivesse sozinha”, meu pai perguntou mudando seu olhar de afável para clínico, com seu familiar jeito militar.

“Erwin tinha acabado de ser mordido.” Emma explicou com os olhos lacrimejando. “Não nos conhecíamos há mais de um mês, mas mesmo assim... Bem, ele ficou por lá.”.

Naquele momento tudo estava dando errado e certo. Errado porque eu sabia que Ethan nunca superaria totalmente e me culparia eternamente pela morte de Melissa. E certo porque foi ali que eu conheci uma das minhas melhores amigas.

– O jantar está pronto! – gritei chegando á porta da cozinha, onde todos já estavam. – E lavem as mãos antes.

Eu não estava com fome, então fui para a varanda. Sentei-me na cadeira que havia ali no canto e fiquei olhando as estrelas, até que um barulho me chamou a atenção.

O portão se abriu e o carro de Savannah entrou rápido, e parou cantando pneus próximo

á varanda.

Ethan desceu do carro como se não tivesse feito nada de mais, e eu não sabia se sorria ou se gritava com ele. Mas a dúvida sumiu quando ele subiu as escadas da varanda com aquele sorriso de criança que aprontou, vindo em minha direção. Ele parou na mina frente, como se esperasse que eu desse o primeiro passo, então fui até ele e provavelmente estava com uma expressão mortal, porque seu sorriso tremeu e começou a se desfazer.

– O que você estava fazendo lá fora? – perguntei e minha voz saiu como um rosnado.

– Meu Deus, Delilah. Você devia relaxar. – ele falou brincalhão. – E só pra saber, espero que tenha ficado desesperada, porque foi assim que eu fiquei quando você saiu no meio da noite. Mas pelo menos fui fazer algo mais produtivo que você.

Rangi os dentes com raiva e lhe encarei com um ar de desdém.

– Ah, é? E o que é que você foi fazer de tão produtivo?

Ele colocou a mão no bolso interno da jaqueta e retirou um pacotinho de papel roxo com linhas prateadas e o estendeu para mim com um sorriso vitorioso.

– Feliz aniversário!


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram do capitulo? Espero que sim!
Aproveitando, algumas pessoas já comentaram comigo sobres os shipps e eu queria perguntar qual deles vocês preferem:
Delilah e Daryl
Delilah e Ethan
Ethan e Beth
Daryl e Carol
Ethan e Savannah
Se quiserem podem colocar outros personagens, ok?
Beijos, e até o próximo capitulo!



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