A Última Chance escrita por BailarinaDePorcelana


Capítulo 12
Parte I - Capítulo 12 - Apenas o Começo


Notas iniciais do capítulo

OOOI PESSOOOOOOAAAAAAAL!
Quero agradecer a TOOOODOOOOS que me mandaram seus reviews LINDOS! Muuuuito obrigada! Espero que gostem do capitulo!



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Capitulo 12

Apenas o Começo

           Eu lutava contra o nó na garganta enquanto olhava para o colar dourado com pingente de raio, exatamente igual ao que minha mãe usava e que eu era louca para ter. Mas o que me fez ficar realmente emocionada foi o fato de, mesmo com um apocalipse zumbi, Ethan ter se lembrado do meu aniversário, a data mais especial para mim e que eu não comemorava há mais de um ano.

           Olhei mais uma vez do colar para Ethan, que mantinha um sorriso nos lábios. Corri para ele e o abracei apertado.

           - Me desculpe. – ele sussurrou em meu ouvido – Por tudo.

           - Eu também lhe devo um pedido de desculpas. – falei me separando dele – Afinal, a culpa foi minha por todas essas brigas terem começado.

           Ethan franziu as sobrancelhas como se lembrasse de algo desagradável, e para confirmar, olhou para o chão e passou as mãos pelos cabelos, desconfortável. E eu sabia exatamente qual rumo seus pensamentos tomavam.

           - Você sabe o que eu acho de tudo isso, e não vou deixar de achar mesmo assim. – ele falou calmamente – Talvez Sue e Melissa ainda estivessem aqui ainda, conosco. Bom, provavelmente não Melissa, ninguém aqui suportava ela, nem mesmo seu pai, e tenho certeza que ninguém moveria um dedo para ajudá-la.

           - isso é mentira. – falei já com os olhos marejados. Porque ele tinha a mania de relembrar todas as perdas que tivemos? – Você sabe o que aconteceu aquela noite? Eu respondo. Você. Não. Sabe!

           Ethan simplesmente suspirou e me olhou calmamente, como se estivesse ouvindo uma criança reclamar de como sua vida é difícil.

           - Então vai lá, me conta. O que aconteceu? – ele perguntou com a voz embargada pelo tédio.

           - Argh, não tem jeito! Você é um cabeça dura! Nunca vai me escutar de verdade. – cruzei os braços e entrei em casa.

           Ouvi os retinidos de talheres batendo em pratos, mas não fui para a cozinha. Fui para o quarto e me joguei em minha cama, fechando os olhos. Porque era tão difícil meu primo acreditar em mim? Eu tinha tanta cara de assassina assim?

           Levantei-me depressa, a raiva subindo á cabeça. Entrei no banheiro e me despi, ligando o chuveiro sem deixar a água esquentar; eu estava precisando de um banho frio. Demorei bastante, deixando a água gelada bater em minha nuca e molhar bem meus cabelos. Em meus pensamentos, podia ouvir o chiado que se fazia quando a água caia em algo quente, e então uma fina fumaça, como nos desenhos animados de antes.

           Sai hesitante da água e me enrolei na toalha, indo para o quarto, mas numa atitude que não tomava há quase um ano, parei na frente do espelho e fiz uma careta pela visão que tive. Aquela não se parecia comigo. Os cabelos ruivos, que iam até o meio das costas, agora chegavam abaixo da cintura, e os cachos que ficavam nas pontas pareciam deformados ressecados. As sardas que se seguiam pelo nariz e pelas maçãs do rosto pareciam mais escuras que antes e os olhos de um dourado intenso estavam opacos e sem vida. Mordi os lábios ao olhar o resto do corpo. Sempre quisera emagrecer, mas não á esse ponto. Com meus um metro e sessenta e cinco te altura e cinquenta e três quilos, eu achava que precisava urgentemente emagrecer, mas não tanto. Apesar de ter que agradecer por certos lugares não terem mudado, em outros eu perdera tanto peso que chegava a aparecer os ossos. Esse era o resultado da má alimentação que tinha ali. Se há um pouco mais de um ano eu soubesse que ficaria daquele jeito ou eu não acreditaria ou preferiria virar logo um zumbi e acabar logo com isso.

           Suspirei e sai logo do banheiro para tirar tais pensamentos da cabeça. Troquei logo de roupa – colocando uma blusa por baixo de outra larga para o que eu vi no espelho não ficar tão evidente – e sai do quarto sem me dar ao trabalho de arrumar o cabelo.

           Todos estavam na sala e pareciam se divertir com algo que Glenn falava.

           - ...e foram presos. – ele terminou entre risos, que foram morrendo até a tristeza atingir sua face. Obviamente era uma ótima lembrança, que o fazia sentir falta do mundo de antes.

           - De onde você é mesmo, Ethan? – perguntou Savannah, ainda com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos – o que deixava claro que rira bastante. 

           - Somos de Toledo, Ohio. – falou meu primo, sorrindo – Exatamente ao lado de Detroit, são separadas apenas pelo Lago Saint Clair.

           - Eu também sou de lá. – falou Savannah, o rosto de repente iluminado parecendo o de uma criança, o que me fez imaginar quantos anos tinha (dezesseis, dezessete, talvez?).

           - Sério? – Ethan pareceu muito animado... Animado demais... – Onde você estudava?

           Eles continuaram numa conversa animada enquanto os outros voltavam a falar. Sentei-me ao lado de Lori, observando a facilidade com que a conversa fluía por ali, como se todos se conhecessem há anos e o mundo não estivesse desmoronando. E nessa observação, percebi que estava faltando alguém, só não sabia quem. Olhei para o rosto de cada um murmurando seus nomes, mas nada. Recontei todos ali, e um nome me veio á cabeça. Daryl. Fui obrigada a revirar os olhos. Como ele podia ser tão antissocial? Seria mais fácil conseguir ficar sozinho se virasse um zumbi logo, não?

           Estremeci com o pensamento, mas fui tirada de meus devaneios por Lori, que se levantou apressada com as mãos na boca e saiu correndo para o andar de cima.

           - Esse enjoos estão acabando com ela. – falou Rick, arredando para mais perto de mim.

           - Fico pensando como será criar um bebê nesse mundo. Não vai ser nada fácil. – falei suspirando.

           - Não acho que será tão diferente. – ele murmurou animado – Estou mais esperançoso, desde que chegamos aqui.

           Sorri sentindo uma enorme onda de satisfação por estar ajudando aquelas pessoas. Eu imaginava o que elas estavam passando. Se por poucos dias fora eu praticamente me desesperava, não ter esperança de encontrar um lugar seguro no mundo deveria ser mil vezes pior.

           - Por falar nisso, temos que conversar sobre algo. – falei, me lembrando de algo que havia pensando há poucos dias.

           - O que é? – o sorriso de Rick morreu, e ele me olhava preocupado, como se esperasse que a qualquer momento eu dissesse que eles teriam que ir embora.

           - Bem, faltam dois meses para o inverno, e aqui começa a nevar até antes disso, mais ou menos no final de novembro. Então acho que deveríamos nos preparar e pegar suprimentos o bastante para passarmos o inverno sem precisar sair. Porque, covenhamos, não acharemos pneus para neve.

           Rick pensou por algum tempo – que para mim foi uma eternidade – e balançou a cabeça afirmativamente.

           - Quando você acha que devemos ir?

           - No máximo duas semanas, antes de esfriar completamente.

           Ele abriu a boca para falar algo, mas um grito – muito fino e infantil – foi ouvido e todos nós nos levantamos e corremos para o lado de fora, alguns já com as armas em punho. Na varanda, Gael e Carl estavam assustados olhando para o jardim mal cuidado, onde um zumbi sem as pernas e ensanguentado se arrastava pela grama alta.

           Rick levantou sua arma para atirar, mas antes que o fizesse uma flecha atingiu sua cabeça – uma atitude sensata, já que por onde aquele havia entrado poderia vir mais. Daryl apareceu olhando em volta, como se procurasse mais algum. Foi até a criatura e pegou sua flecha de volta.

           Gael correu até mim assustada, chorando compulsivamente; compreensível, já que ela era apenas uma criança de oito anos, que nunca havia visto um zumbi em sua  vida, muito menos um sendo “morto”. Peguei-a no colo, olhando em volta, a visão turva pelas lágrimas que se juntavam ali e que eu me recusava a deixar cair.

           Todos pareciam mortificados, e a mesma pergunta passava pelos olhos de todos: como ele conseguira entrar?


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Notas finais do capítulo

Será como o zumbi conseguiu entrar? (emoções fortíssimas para o próximo capitulo!)
Queria aproveitar esse momento para anunciar minha fic nova, Good Charlotte. Mas ela não é de zumbis, ok? rsrs' Quem se interessar, aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/278070/Good_Charlotte/
Beijooos ♥



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