As competições finais se aproximavam, e o clima entre os participantes não era dos melhores. O casal Hinata e Naruto encontravam-se nervosos pela chegada das finais e preocupados com os amigos.

Sakura mudou totalmente sua rotina evitando ao Maximo o Uchiha. Quando não estava praticando com Konan, trancava-se em seu quarto.

– Ei se anima, que tal irmos a um karaokê? Vai ser bem legal – disse animado o loiro.

– Obrigada, mas podem ir vocês dois – respondeu desanimada

– Naruto, poderia por favor me deixar a sós com a Sakura? – pediu gentilmente. O Uzumaki sempre se encantava com o jeito meigo e doce da namorada, prontamente acatou o seu pedido – Sakura?

– Hm?

– Ficar assim não vai resolver nada – a rosada continuou a ignorando, perdida em seus pensamentos – Pare de ser tão orgulhosa! – disse conseguindo finalmente chamar a atenção Haruno.

– Esta louca? – arregalou os olhos surpresa

– Estou sendo sincera. Sakura, a Karin somente quis ajudar o Sasuke. Coloque-se no lugar dele, o que você faria se sua família estivesse sendo despejada? - a rosada desviou os olhos pensativa – Tudo o que ele tinha estava sendo arrancado de si, tenho certeza que no instante que aceitou ele não pensou duas vezes, pois era a segurança de sua família que estava em jogo.

– Eu sei – soltou um suspiro

– E então, vai falar com ele? – perguntou esperançosa

– Não – respondeu deitando-se em sua cama

– Mas...

– Nada de mais, Hina, Sasuke escolheu a Karin, então que fique com ela. Agora por favor, me deixe sozinha. – a Hyuuga a observava incrédula.

– Você esta sendo egoísta e infantil Sakura! – protestou não acreditando na atitude que amiga resolvera tomar.

– Se você não sai, saio eu – dizendo assim saiu do quarto seguindo pelos corredores sem destino algum.

– Sakura! Sakura espera eu..

Nem Naruto, o loiro hiperativo. Nem Hinata com toda sua meiguice e delicadeza. Nem mais Sasuke com seu jeito simples e encantador poderia salva-la de suas escolhas.

Flash Black – On

– Aconteceu alguma coisa? – disparou a voz do outro lado demonstrando preocupação.

– Poupe-me de sua falsidade – revirou os olhos entediada com o fingimento - Preciso que venha ate aqui, agora! – suas ultimas palavras saíram mais desesperadas do que queria, logo desligou.

Não demorou muito para que Ryu Haruno chegasse ao prédio. Em poucos minutos o mesmo se encontrava frente a frente com a rosada.

– Estou aqui filh...

– Quero uma quantia em dinheiro, não tenho muito tempo. Preciso agora! – disse tudo rapidamente, estava nervosa e preocupada demais para pensar nas conseqüências.

– Para que? – perguntou tranquilamente.

– Sasuke. Tenho que ajuda-lo. Vai me entregar este dinheiro ou não? – temia pela resposta negativa, mais uma coisa havia aprendido com o Uchiha. Arriscar sempre é a melhor escolha independente do resultado.

– Você mudou filha. Des de que entrou neste programa você cresceu muito - comentou curvando os lábios em um estranho sorriso.

– Nunca se importou comigo, então não banque o papai preocupado.

– Sou seu pai menina, não um de seus amiguinhos. Exijo mais respeito! – ordenou irritado

– Agora o senhor quer respeito? Tsc – revirou os olhos com um sorriso debochado.

– Não darei dinheiro algum – respondeu após alguns minutos de silencio – Não ajudarei essa gentinha, a não ser que...

– Não os chame assim, e a não ser que o que em? Anda diga logo – perguntou impaciente.

– Adie o casamento – declarou sem mais delongas.

– O que? Mas nunca! Já me basta a idéia de que casarei com aquele traste do Daysuke e....

(PLAY)_ Demi Lovato - Skyscraper

– Que tal conhecer sua mãe? – a rosada sentiu o ar lhe faltar por alguns segundos, seus olhos arregalaram incrédula.

– O-o q-que d-disse? – não pode evitar gaguejar

– Não quer conhece-la? Ou ao menos saber quem ela é? – questionou aproximando-se.

– V-você... – respirou fundo em uma tentativa falha de acalmar-se – Você mais do que ninguém sabe que eu a odeio, não quero saber quem ela foi ou o que se tornou, onde esta ou se esta viva – lhe direcionou um olhar gélido como jamais o fez – Eu não tenho mãe.

– Não fale assim, não sabe da verdade! – a respondeu serio.

– Que verdade? – franziu o cenho o questionando – Que ela me abandonou? Que ela nunca se importou com nada e nem ninguém alem dela mesma? – exaltou-se

Os céus estão chorando

Eu estou assistindo

Pegando as lágrimas em minhas mãos

Somente silêncio, tem o seu fim

Como se nunca tivéssemos tido uma chance

Você tem que me fazer sentir como se

Não restasse nada de mim?

– Basta Sakura! – ordenou em um grito assustando-a. Nunca havia visto seu pai fora do controle, o mesmo sempre exigia de si mesmo transpassar tranqüilidade. O Haruno respirou fundo tornando sua postura ereta novamente - Acho ate bom que continue assim – finalizou o assunto – Então querida, qual será sua decisão?

Confusa, cheia de duvidas. A frase de seu pai ecoava em sua mente. Que verdade era esta? Por que falar de sua mãe agora? Após tantos anos.

– Já que não vai dizer nada, eu darei a sugestão. Um jantar com a família Hashitaka – sugeriu

A rosada respirou fundo recobrando a consciência, sabia que de seu destino não havia escapatória. Para que continuar lutando? Seu pai sempre venceria. Seu futuro já havia sido traçado, porém, mesmo que fosse pelo menos um pouquinho, gostaria de ajudar seu amado e sua família. Saberia que assim deixaria uma pequena lembrança para trás, pois o que Sasuke fez por ela, em sua vida, nunca haveria um preço.

– Quando? – perguntou em murmuro baixo

– Muito bem querida – sorriu satisfeito – Neste fim de semana, esteja preparada. As 20h o motorista virá buscá-la. Enfim, oficializaremos seu noivado.

Você pode pegar tudo o que eu tenho

Você pode quebrar tudo o que eu sou

Como se eu fosse feita de vidro

Como se eu fosse feita de papel

Vá em frente e tente me derrubar

Eu vou me levantar do chão

Como um arranha-céu

Como um arranha-céu

Flash Black – Off

* *

– Viram como é grande aqui? E não precisam comprar nada, toda essa mobília é sua... – disse olhando para Sasuke, logo percebendo o que havia dito pigarreou corrigindo-se – Quero dizer, de vocês todos – esboçou um sorriso amarelo.

– Obrigado Karin, não sei como agradecê-la – sorriu para a ruiva, grato.

– Muito obrigada, prometo que não ficaremos por muito tem e eu....

– Nada disso senhora Uchiha, essa casa é de vocês. Tudo aqui é de vocês – a morena tentou argumentar, mas no fim acabou aceitando.

Um pouco mais afastadas dos adultos encontravam-se as pequenas gêmeas.

– Yuna?- chamou

– Hã? O que foi Yami? –

– Não gostei dessa ruiva, ela tem um jeito muito estranho de olhar pro Sas – comentou observando a mesma de longe.

– Acho que ela gosta dele – murmurou dando de ombros.

– Mas e a menina do cabelo cor-de rosa? O Sas gosta dela! –

– Ela é legal também – Yami revirou os olhos entediada

– Você é muito bebê ainda, não entende nada – cruzou os braços.

– Não sou um bebê, e eu entendo sim ta – fez um bico manhoso cruzando os braços também.

– Você é sim – devolveu provocando-a.

– Não sou não – retrucou

– É sim, uma bebêzona – gargalhou

– Não sou, você que é – virou-se de costas emburrada. Por alguns minutos o silencio prevaleceu, mas não durou por muito tempo - Yami?

– Hm?

– Essa casa é mil vezes maior que a outra... Será que o papai vai dar ela pra outra pessoa de novo? – Yuna continha um olhar triste, causando uma terrível vontade de chorar em Yami.

– Acho que não, Ita e Sas não vão deixar – sorriu confortando a irmã.

* *

Todos seus afazeres já haviam sidos terminados, era fim de tarde, como só se encontrava sozinha naquela mansão a algum tempo, dispensou os outros empregados.

Ah! Como sentia saudade de sua pequena, tão linda e encantadora, mas não bastava vê-la somente pela TV. Gostaria de abraçá-la, enche-la de beijos e afagar-lhe os cabelos róseos ate que adormecesse em seu colo.

(PLAY)_ Mandy Moore – Cry

Eu sempre me lembrarei

Era fim de tarde

Durou para sempre

E terminou tão cedo

Você estava sozinho

Encarando um céu cinza escuro

alguma coisa mudou

Soltou um suspiro angustiado enquanto caminhava pelo jardim. O sol estava prestes a se por. Olhou a sua volta procurando por algum lugar para se sentar e continuar refletindo sobre sua vida, quando encontrou alguém ali. Aproximou-se cautelosamente, sorriu ao vê-lo dormir tão serenamente, parecia-se mais como um anjo. Um belo anjo ousou acrescentar.

– Não gosto de ser observado enquanto durmo – comentou assustando a loira – Mas se sempre que abrir meus olhos pela manhã, tu, seres a minha primeira imagem, me sentirei feliz e a admirarei como um submisso.

– O-o q-que f-faz a-aqui Itachi? – o tom de vermelho em suas bochechas poderia ser considerado indefinido, seus olhos direcionavam a qualquer lugar que não fosse o moreno.

Itachi sorriu satisfeito, sentou-se deixando um espaço ao seu lado para que ela se sentasse.

– Terminei meu trabalho, acho que acabei dormindo – deu de ombros.

– Entendo. Esta tarde, melhor ir para casa – em um gesto impulsivo elevou uma de suas mãos ao rosto do Uchiha tocando-lhe suas olheiras – Precisa descansar.

Itachi fechou os olhos aproveitando cada segundo daquele toque das delicadas mãos. Quando ela ousou desfazer do carinho, rapidamente segurou seu pulso.

– Aya eu... – Seus olhos se abriram deparando-se com os azuis que tanto o encantara.

– Melhor ir Itachi esta ficando tar...

– Gosto de você – a interrompeu – Gosto muito de você – acrescentou.

Aya arregalou os olhos surpresa, respirou fundo recobrando a consciência. Deveria agir como uma mulher de sua idade agiria, tinha que ser firme.

– Itachi, eu também gosto de você. Es um bom jardineiro, esforça-te e...

– Não, não! Não é desta forma que gosto de ti – passou suas mãos pelos cabelos, nervoso, agitado, era assim que se encontrava – Aya eu... eu gosto de você, gosto muito de você entende? – repetiu olhando fundo em seus olhos segurando-a pelos ombros.

– Entendo. E logo irá passar – sorriu soltando-se do moreno, levantou-se e deu-lhe as costas.

Ela não havia o entendido, disposto a fazer com que entendesse, mesmo que seja do seu jeito. Itachi segurou um de seus braços a puxando de encontro a si. Olhou em seus olhos, e sem perder mais um milésimo capturou seus lábios.

Aya tentou afastar-se, lutou e relutou. Mas ele era mais forte. Quando sentiu seus braços fortes rodearem sua cintura, perdeu-se em meio as sensações, que não deveria, não poderia sentir de forma alguma. Simplesmente por que...

– Itachi, não! – afastou-se ofegante – Sou mais velha que você, tenho idade para ser sua mãe. Céus, tenho idade para sua mãe!

– Eu não me importo. Eu quero você e sei que também me quer – rebateu aproximando-se novamente.

– São 16 anos de diferença. Já pensou na dimensão disso? – deu passo para trás, estava assustada com seus próprios sentimentos.

– E daí? Eu não ligo. Aya, eu gosto muito de ti – tornou a repetir.

– Viu só, você é apenas um menino de 19 anos. Não sabe ainda definir esse tipo de sentimento, es inexperiente e esta em uma fase de sua vida que só quer se divertir – declarou firme.

O Uchiha respirou fundo. Não se abalaria tão fácil. Direcionou-lhe um olhar serio, como nunca havia feito em sua vida.

– Eu não vou desistir, um dia ainda vou te provar – logo virou-lhe as costas seguindo para fora da mansão.

Eu quis abraça - lo

Eu quis fazer isso ir embora

Eu quis conhecê - lo

Eu quis ser seu tudo, com certeza

* *

Com as mãos enfiadas nos bolsos caminhava a passos curtos e despreocupados. Ao passar pela entrada da sacada avistou uma silhueta bastante conhecida por si. Aproximou-se lentamente abraçando-a por trás.

– Olá pequena – sussurrou causando-lhe arrepios.

– Sasuke? – murmurou virando-se de encontro ao seu rosto.

– Senti sua falta – abraço-a embriagando-se com seu perfume.

Arregalou os olhos surpresa, logo sorriu retribuindo o abraço.

– Tambem senti muito a sua falta – sussurrou

– Sakura, eu não vou lhe pedir desculpas. Não vejo motivos pa...

– Tudo bem – ela lhe sorriu novamente o abraçando forte – Tudo bem Sas – sussurrou.

– O que houve? – franziu o cenho confuso.

Ela não o respondeu, não como ele queria. Suavemente e tão doce quanto poderia ser, a rosada iniciou uma canção.

(PLAY)_ Mandy Moore – Only Hope

Há uma música que está dentro da minha alma

É a que eu tentei escrever mais e mais

novamente

eu vou acordar no frio infinito

Mas você canta para mim mais e mais e outra vez

A Haruno afastou-se, caminhando ate o outro lado da sacada. Seus olhos fitavam as estrelas e a lua que tornava a noite ainda mais linda.

O moreno a observava sem entender, porém , encantado. Perfeita ainda não era a palavra certa. Admirou-a minuciosamente. Um sorriso brincou em seus lábios e uma vontade insana de capturar-lhe os lábios o dominou. Assim que a rosada virou-se para si a beijou, devorou-a e vasculhou a boca pequena.

Mesmo ofegantes, faltando-lhe o ar. Ambos não pararam, não queriam parar.

Então eu coloco minha cabeça de volta para baixo

E eu levanto minhas mãos e rezo

Para ser somente sua eu rezo

Para ser somente sua eu sei agora

Você é minha única esperança

– Sasu...ke – sussurrou seu nome.

– Desculpe – pediu colando sua testa a da menor – Me desculpe, é que eu te amo tanto.

– Eu também te amo, amo muito – beijou-lhe novamente com suavidade e delicadeza. O Uchiha esboçou um sorriso, talvez o mais lindo que já havia visto – Mas acabou – desprendeu-se dos braços do amado com suas ultimas forças. Obrigou-se a segurar as lagrimas teimosas – Acabou Sasuke – Sentindo que logo choraria pois já sentia a garganta arder. Correu. Sem ouvir uma resposta, sem esperar uma reação. Simplesmente saiu dali o deixando para trás.

Cante para mim a canção das estrelas

Da sua galáxia dançando e rindo e rindo

novamente

Quando sentir que meus sonhos estão tão longe

Cante para mim todos os planos que você tem para mim acabou

Novamente.