A Haruno encarava o loiro com uma expressão fria. Seu sangue já fervia por culpa da ruiva e, agora para melhorar sua noite ali estava Daysuke.

- Diga logo o que quer e saia – disse apontando para porta aberta atrás de si.

- Des de quando tornou-se tão arrogante? Não era assim com os seus amigos – falou Daysuke acomodando-se na cama.

- Vou repetir apenas mas uma vez – rosnou irritadiça.

- Será que não vê que esse Uchiha é um idiota? Veja bem, minha flor, ele acabou de trocá-la pela ruivinha – a rosada suspirou com os olhos perdidos direcionados a janela, de onde poderia se ver a imensidão de um céu contemplado por diversas estrelas.

O loiro observava cada movimento da Haruno, um sorriso presunçoso surgiu em seus lábios ao perceber o quanto havia a afetado.

- Daysuke – o chamou com a voz baixa

- Sim? – respondeu imediatamente esperançoso

- Pode me fazer um favor? – ergueu os olhos direcionando-os ao garoto.

- Peça! – levantou-se se aproximando sorrateiro, enlaçou a cintura fina possessivamente levando seus lábios ao pescoço dela.

Sakura aproximou seus lábios de um de seus ouvidos, com uma das mãos agarrou os fios loiros trazendo para mais perto. Um sorriso maldoso brincou em seus lábios, enquanto Daysuke deliciava-se com a sensação de finalmente te-la para si.

O loiro gargalhava internamente imaginando a expressão do Uchiha quando soubesse que agora teria dois pares de chifres como acessórios.

- SAIA DO MEU QUARTO AGORA, OU QUER QUE EU DESENHE! – em um grito suficiente alto e sonoro, a rosada expulsou dali o deixando praticamente surdo.

-Você é louca? Quer me deixar surdo? – em uma distancia considerável, Daysuke a olhava incrédulo ou seria assustado?

- Não vou repetir, se não quiser perder a audição definitivamente, saia – apontou mais uma vez para a porta.

- Tudo bem, você poderia traí-lo primeiro. Mas pelo que vejo o par de chifres serão seus – debochou saindo do quarto e deixando-a finalmente sozinha.

Exausta, Sakura deitou-se em sua cama. Ignorou as palavras do loiro, não deixaria ser afetada. Mesmo cansada não conseguia pregar o os olhos, em um salto levantou-se da cama pegou seu celular e discou rapidamente o numero desejado.

- Aconteceu alguma coisa? – disparou a voz do outro lado demonstrando preocupação.

- Poupe-me de sua falsidade – revirou os olhos entediada com o fingimento - Preciso que venha ate aqui, agora! – suas ultimas palavras saíram mais desesperadas do que queria, logo desligou. Precisava ajudar seu amado suburbano, mesmo que pra isso fosse necessário recorrer a “ele” – Isso é por você Sasuke, por você! – murmurou colocando o celular no bolso e saindo do quarto.

*       *

Sasuke corria pelas ruas desesperadamente, sua casa naquele instante parecia estar cada vez mas distante, pois nunca chegava.

Preocupado e com medo, assim que se sentia. Sua família não poderia ser despejada, aquilo não poderia ser verdade. Onde suas pequenas irmãs, sua mãe e seu irmão iriam viver? Não se importava com Fugaku, daria graças se o mesmo sumisse da face da terra.

- Sasuke espera! – gritou Karin que tentava a todo custo acompanhá-lo. O moreno parou ofegante esperando que ela o alcançasse – Eu disse que poderíamos ir no meu carro, já teríamos chegado. Mas você é impaciente e...

- Vamos logo – a cortou voltando a correr.

A ruiva o seguiu com um sorriso em seus lábios. Após algumas horas chegaram ao subúrbio.

- Que nojo – sussurrou Karin analisando o lugar

- Não pode ser – murmurou o Uchiha finalmente vendo tudo que havia dentro de sua casa jogado na rua.

- Sas! – as gêmeas o avistaram e rapidamente correram em direção ao mesmo o abraçando – Sas, onde a gente vai mora?

- Eu não quero ir pra de baixo da ponte, é frio – disse Yuna fungando.

Sasuke não sabia o que dizer, estava em choque. Tudo que pode fazer foi envolve-las em um abraço confortante.

- Meninas, graças a Deus estão ai. Sasuke? – Mikoto estacou no lugar, por tudo que passou em sua vida ver seus filhos sofrendo doía em si, doía mais ainda quando sabia que nada poderia fazer – Sasuke nos...

O moreno aproximou-se da mãe a envolvendo em um abraço, as gêmeas fizeram o mesmo, sem perceberem Itachi já estava ali abraçando sua família.

Karin observava tudo com lagrimas nos olhos, era muito triste a situação e mesmo assim eles se mantinham unidos.

(PLAY)_ Jason Mraz – 93 Million Miles acustic

Baixinho quase sussurrando Sasuke deu inicio a uma musica, sua voz saia um pouco embargada mas não o impedia de cantar.

A 93 milhões de milhas do Sol

As pessoas preparam-se, preparam-se

Porque lá vem, é uma luz

Uma linda luz, além do horizonte

Para dentro de nossos olhos

Oh, minha nossa, que linda

Oh, minha bela mãe

Ela me disse, filho, você irá longe na vida

Se fizer tudo direito, amará o lugar onde estiver

Apenas tenha certeza de que onde quer que vá

Você sempre poderá voltar para casa

- Meus pequenos – sussurrou Mikoto apertando ainda o quanto podia seus filhos.

Itachi prosseguiu com a musica, mudou-a em parte o que fez seus irmãos e sua mãe sorrirem.

A 240 mil milhas da Lua

Percorremos uma longa distância para pertencer a esse lugar

Para compartilhar essa vista da noite

Uma noite gloriosa

Além do horizonte há outro céu brilhante

Oh, minha nossa, que lindo

Oh, meu irmão irrefutável

Ele me disse, pequeno, às vezes, pode parecer escuro

Mas a ausência da luz é uma parte necessária

Apenas tenha certeza de que você nunca está sozinho

Você sempre poderá voltar para casa

Casa

Casa

Você sempre pode voltar

Agora com todos unidos a situação pareceu se amenizar, somente pareceu.

- Ai esta você e os pirralhos – dizia Fugaku visivelmente embriagado.

- Fugaku fomos despejados e...

- Cala boca mulher, argh, sua voz me irrita – colocou suas mãos sobre a cabeça apertando os olhos.

- Não fale assim com a minha mãe – gritou Sasuke irritado só pela presença do pai.

- Sasuke-kun, este é o seu pai? – perguntou Karin inocentemente

- Eu não tenho pai – respondeu ríspido

- Sasuke não fale assim, apesar de tudo Fugaku é o seu pai! – defendeu o marido.

- Deixa de ser idiota mãe voc...

- Sasuke – Itachi o repreendeu – Vamos nos acalmar.

- Mas ela esta defendo esse verme, Itachi – apontou para o patriarca incrédulo pela atitude da mãe.

- Garoto insolente – Fugaku caminhava cambaleando deum lado para o outro – Vou lhe ensinar a me respeitar – seus olhos faiscavam ódio.

- Fugaku... –

- Fique quieta mulher, já disse que sua voz me irrita – gritou virando-se para a esposa.

- Você não vai fazer nada, não enquanto eu estiver aqui – interveio Itachi defendendo sua família – Já temos problemas demais – De repente o patriarca desatou a gargalhar, chegando sentar-se no chão segurando o próprio abdômen – Do que esta rindo?

- Apostei essa porcaria caindo aos pedaços em um jogo, acho que perdi – gargalhou ainda mais deitando-se sobre a sarjeta.

- Você o que? – Sasuke saiu de trás da proteção do irmão correndo em direção ao homem responsável pela desgraça de sua família – Eu vou acabar com você – murmurou entre dentes possesso pelo ódio.

- Filho não! – Mikoto entrou em sua frente – Você não vai fazer nada Sasuke, nada esta me ouvindo!

- Não mesmo, porque eu vou matá-lo – Itachi saltou sobre Fugaku dando-lhe vários socos. Mikoto gritava tentando o impedir enquanto era segurada por Sasuke, as gêmeas choravam um pouco afastadas abraçadas uma a outra. Karin olhava desesperada para aquela bagunça sem saber o que fazer.

-PAREM COM ISSO AGORA! – Sakura que havia acabado de chegar assustou-se com o que estava havendo, tentou para-los mas era impossível. Inconseqüentemente, a rosada pulou sobre as costas de Itachi surpreendendo o mesmo que por impulso levantou-se jogando-a com brutalidade sobre o asfalto – Ai, não foi como planejei – resmungou tentando se levantar.

- Sakura? – Sasuke soltou a mãe direcionando sua atenção a rosada – O que veio fazer aqui?

- Oi pra vocês também – sorriu sem humor tentando conter a dor que sentia em seus cotovelos.

Itachi suspirou pesadamente vendo o próprio pai banhado de sangue desmaiado no chão, apertou os punhos achando que o mesmo merecia muito mais.

- Ceus, minhas pequenas venham aqui – as meninas correram ate a mãe abraçando a mesma – Já passou, shiii, já passou – dizia tentando acalmá-las.

- Você esta bem? – perguntou ajudando a Haruno se levantar.

- Estou sim, alias, vim te ajudar não poderia ficar sentada esperando por um milagre – Sakura direcionou seus olhos ao carro parado ao outro lado da rua. Tranquilamente um homem desceu elegantemente, sua face demonstrava superioridade e desprezo por estar ali.

Pela primeira vez todos olharam em direção ao mesmo.

- O que uma estrela como você faz aqui em um subúrbio, Karin? – perguntou o homem

Sakura não deixo que a ruiva responde-se aproximou-se sendo amparada pelo namorado.

- Deixe de conversa fiada e faça o que lhe pedi – disse autoritária, todos a olhavam curiosos.

O homem colocou sua mão em um dos bolsos do terno, olhou friamente para a rosada, retirando dali um envelope, estendeu o mesmo para Mikoto que pegou sem entender o que havia ali.

- O que é isso?- perguntou o que todos queriam saber.

- Meu pai esta doando uma pequena quantia em dinheiro, o suficiente para que vocês consigam uma boa moradia e alimentação. No pouco tempo que tive foi tudo que pude fazer – explicou.

Sem que esperassem, Sasuke pegou o envelope das mãos de sua mãe entregando-o de volta a Sakura.

- Não era necessário Sakura– estendeu para ela

- Não Sasuke, eu quero ajuda-lo, Pode ficar e não precisa agradecer – sorriu empurrando de volta para ele.

(PLAY)_ Bruno Mars – It Will Rain

Karin interveio abraçando o moreno pelos ombros.

- Pegue de volta Sakura querida, e não se preocupe o que Sasuke-kun quis dizer é que...– sorriu presunçosa – Eu já o ajudei, comprei uma casa muito confortante e toda mobiliada para ele e sua familia. – a ruiva aproximou-se da rosada, o suficiente para que somente ela ouvisse – Guarde suas esmolas.

A Haruno estava chocada, ao olhar para seu namorado o viu abaixar a cabeça o que só a fez confirmar que era verdade e que o mesmo já havia aceitado.

- Sakura obrig...

- Calado Uchiha, eu não quero te ouvir! – a rosada lhe deu as costas, com um pouco de dificuldade por culpa de seus machucados.

- Sakura espera – tocou seus ombros virando-a para si

- Não me toque Uchiha – soltou um suspiro tentando acalmar-se – Vá ficar com a sua família... com Karin - logo adentrou ao carro – Vamos embora – disse para o motorista

Antes do carro dar partida Sasuke viu algumas lagrimas banharem uma a uma o belo rosto de sua amada, e pior, viu a decepção que a mesma sentia e sentiu-se culpado.

              Porque não haverá luz do sol

Se eu te perder, querida

Não haverá céu claro

Se eu te perder, querida

Assim como as nuvens

Meus olhos farão o mesmo

Se você se afastar, todos os dias irá chover

Chover, chover.