A estratégia estava montada. No dia seguinte, Bella e Edward fariam a trilha falsa pela floresta, para atrair os recém-nascidos. Depois, Edward seguiria por um caminho e Jacob, com Bella em seus braços (ai!), seguiria por outro. E os três ficariam seguros longe da batalha.

Eu estaria segura em Londres. E tudo voltaria ao normal. Para isso, eu precisava por o plano em prática, antes deles saírem.

Os Cullen estavam na sala de estar. Mary Poppins e Bella também estava lá, o que significa que eu não estava respirando e Jasper estava bem ao meu lado. Claro. Todos os cuidados necessários.

"Vá, Sra. Poppins. Faça como eu disse. Deixe todos os jornais que a senhora puder encontrar sobre o caso das gangues de Seattle em cima da mesa da casa, antes que eu viaje para lá. Eu, quando vir as manchetes, irei me lembrar do que está acontecendo e, ou mudo meu curso para Port Angeles, ou ficarei em casa. Claro, mais deprimida ainda."

Ela me olhou com olhos tristes.

"Sim, querida. Farei isso, não se preocupe."

Ela me olhou longamente. Parecia querer se aproximar, mas sem poder. Emmett e Edward estavam bem ao seu lado. Era para seu próprio bem. Eu ainda não tinha controle. E toda aquela frase que eu dissera havia consumido todo o meu fôlego. Eu não poderia respirar até que ela tivesse ido.

"Não vai demorar mais que um minuto, querida. Eu irei, voltarei ao passado no livro, deixarei a interferência e voltarei para cá, para tudo se arranjar."

"Obrigada" eu disse rapidamente. O cheiro de Mary Poppins queimou minha garganta. Edward sabia o que estava acontecendo. Jasper sentira nossas emoções.

"Acho melhor ela ir agora." disse Jasper.

Edward fez sinal para Mary Poppins. E ela desapareceu.

Esperamos. Mas nada dela voltar. Bella nos olhava indagadora. Edward não tinha respostas para ela.

"Estranho." eu disse, tomando um ar fresco que entrara pela janela, para não sentir o cheiro de Bella. "Isso não deveria levar mais que um minuto. Talvez até menos. Ela poderia escolher o momento da saída para voltar. Simples, seria como se não tivesse saído daqui."

"Você não está sentindo alguma mudança?" perguntou Jasper.

"Nada."

Nos olhamos.

"Alguma coisa está acontecendo." eu disse a Edward.

"Eu vou verificar." ele falou. Ele ainda usava meu camafeu. Então, ele disse a palavra pirécolis tão baixo que somente os vampiros ouviriam. E voltou imediatamente. Um humano não notaria sua saída. Mas eu não era humana ainda.

"O que aconteceu?" eu perguntei.

"Ela ainda não fez." Edward falou. "Ela está esperando você se decidir."

"Esperando eu me decidir? Não entendo!"

"Ela leu o que acontecerá no livro. Ela ainda não fez a interferência porque quer que você especifique sua decisão para um determinado acontecimento."

Então, como que respondendo à nossa pergunta, Alice ficou pálida e seus olhos ficaram fora de foco. Todos perceberam. Ela estava tendo outra visão.

"O que você está vendo, Alice?" Jasper perguntou.

"Ele... ele está vindo para cá..."

"Ele quem?"

"O loiro, o vampiro que transformou Lisa."

"Rilley" eu sussurrei. O que ele estaria vindo fazer aqui? Os recém-nascidos anteciparam a chegada? Ou será que eu perdi o curso da história novamente?

"Ele não tomara a decisão até chegar aqui, na estrada que dá para a mansão."

"O quê?" eu disse. "Ele já está aqui?"

"Tocará a campainha em um minuto." Alice respondeu.

O que ele quer, meu Deus?

Como Alice previra, o vampiro tocou a campainha, algo bem esquisito para um vampiro. Edward já estava à porta, pois ouvira seus pensamentos se aproximarem.

"Rilley." disse Edward de forma brusca e seca.

"Bem, você deve ser Edward."

Edward simplesmente assentiu com a cabeça.

"Não, até que você diga o que veio fazer aqui." Edward falou, provavelmente a algum pensamento de Rilley, querendo entrar em casa.

"Eu vim por Lisa." Rilley falou. O som do meu nome na voz dele me colocou de pé rapidamente. Jasper deu um salto e ficou ao meu lado de novo.

"O que quer com Lisa?" perguntou Edward.

"Eu vim avisá-la sobre o que acontecerá. Ela não pode ficar aqui."

O quê? Rilley viera por mim? Veio me avisar sobre os recém-nascidos?

"Deixe ele entrar, Edward." disse Emmett. "Se ele tentar qualquer coisa..." e fez um movimento com as mãos, estalando todos os ossos das juntas dos dedos, um som arrepiante.

Rilley entrou, de queixo erguido. Me viu lá, com Jasper ao meu lado.

"Lisa..." ele disse. E depois calou-se.

"Eu sei o que irá acontecer, Rilley. Os recém-nascidos. Eles virão aqui. Por ela." Eu falei, apontando para Bella. Emmett e Edward já se colocavam daquele lado.

"Vocês sabem, então."

"Sim." eu disse. "Só não entendo o que você veio fazer aqui."

"Eu não quero, não quero mais participar disso, Lisa. E também não quero que se envolva. Não quero deixar você aqui, no meio dessa batalha. É muito perigoso."

Olhei para ele. Ele parecia preocupado? Acho que sim. Seria genuíno? Não sei dizer.

"Nós saberemos o que fazer." Eu disse por fim. Não falei de minha partida. Isso requeriria maiores explicações, as quais eu não poderia dar a ninguém além dos Cullen. Eles mesmos esqueceriam logo depois.

"Então eu ficarei também." Ele falou.

"O quê? E... e quanto a... e quanto a Victoria?"

"Não me importa ela. Me importa você. E se você ficará aqui, eu vou ficar com você. Eu preferiria que você fugisse. Eu não entendo essa sua dieta diferente, mas se você me disser para eu segui-la, eu seguirei."

O quê? Eu estava delirando, só podia ser. Rilley... estava ali por mim? Estava pronto a desistir de tudo, inclusive de Victoria? Lutaria contra ela por minha causa? Seguiria a dieta "vegetariana" dos Cullen?

Eu não podia acreditar.

Então me ocorreu o que estava acontecendo e sobre o quê Mary Poppins falara. Ela estava esperando minha decisão. Esta decisão. Voltar ao normal, e sumir da vida dos Cullen mais uma vez, ou continuar uma vampira, lutar ao lado de Rilley pela família Cullen na proteção de Bella, e viver uma vida ao lado dele.

Eu não podia pensar nisso. Não havia uma escolha a ser feita, havia?

Eu não poderia mudar o curso da história. E se eu não ligasse para isso, e resolvesse mudar tudo e ficar ao lado de Rilley, nós não poderíamos andar em círculos. Dali a seis meses, os muros invisíveis me arrastariam com Edward e Bella. Se eu fosse ao Brasil, não poderia ficar longe deles, o que seria muito ruim para a privacidade do casal. Se eu ficasse, não haveria como sobreviver. E não havia mais maneiras de voltar a Eclipse, pois eu estava lá, em todo o livro. O risco de um colapso era muito grande.

Era tudo tão confuso! Pois, apesar de tantas coisas contra, eu queria ficar.

E olhar para Jacob ali, sem me querer, me fazia ainda mais com vontade de ficar com Rilley.

Estaria eu o usando para esquecer Jake?

Isso seria monstruoso de minha parte. Mas, quantas pessoas já não fizeram isso? Eu não seria a primeira nem a última.

Eu tinha que fazer uma escolha difícil.

Olhei para Edward. Ele abanou a cabeça. Ninguém poderia me ajudar a escolher. Eu tinha que fazer isso sozinha.