A semana passou num vôo. Era o dia do Baile. E eu estava sob vigilância na casa que seria reformada para Edward e Bella após seu casamento. Estava pouco cuidada, mas servia. Jasper vigiava todos os meus movimentos, imóvel, no canto da sala. E eu estava parada, esperando, já havia algumas horas.

A festa rolava na casa dos Cullen. Eu ouvia cada detalhe. Também ouvi quando os lobos chegaram. Então, Alice teria a visão. E Bella ficaria assustada, mas era assim mesmo. Ela teria a idéia e Jasper também. Jasper ajudaria os outros, nas semanas seguintes, a combater um recém-nascido.

Eu faria parte desse grupo de luta.

Na semana que se seguiu, Carlisle se desesperava tentando encontrar ajuda. Ligou para os Denali, mas eles se recusaram a vir ajudar. Por um motivo simples, que eu já sabia qual era: Laurent fora morto pelos lobos. Eles só ajudariam se tivessem carta branca para destruir os quileute. Claro que Carlisle recusou.

Apenas Jacob ofereceu ajuda. Tudo por Bella.

Ele me olhava às vezes, e era constrangedor. Ele olhava do canto dos olhos, e eu fingia não perceber. Ele se sentia constrangido, mas não falava nada. E eu percebia que nada havia mudado.

Eu não entendia porque ele não tivera uma impressão comigo aquela vez. Eu demorei tanto a vê-lo com medo que isso acontecesse novamente! Mas não aconteceu.

Foi quando a ficha caiu. Eu estava diferente. Eu era uma vampira agora. Até meu semblante mudara. Eu não era mais aquela garota que ele havia visto. Ele não via em mim a mesma pessoa. Não havia nada de parecido comigo quando eu estive no casamento de Edward.

Era isso então.

Mas esse reconhecimento não melhorou meu humor, que estava péssimo por aqueles dias.

Foi durante umas aulas de Jasper, pela madrugada, que eu tive um insight. Eu tinha agora um plano se formando em minha mente.

Eu agora precisava colocá-lo em prática. Antes dos recém-nascidos chegarem. Assim que nevasse, eles estariam naquela clareira, lutando com a família Cullen.

Eu não poderia impedir a mim mesma de ir a Seattle. Além do colapso, teria sérias chances de eu matar a mim mesma. Uma parte de mim humana diante de meu eu vampiro. Isso seria de arrepiar.

Mary Poppins poderia fazer isso. Era tão simples!

Voltar ao passado.

Mas eu não queria. Não daquela forma. Seria muita interferência. De um modo ou de outro eu iria para Seattle para me divertir.

A menos que eu fosse, casualmente, lembrada do curso da história. Então, por própria vontade, eu resolvesse mudar meus planos, ou ao menos, minha direção.

Isso seria o bastante.

Olhei para Jake por aqueles dias. Eu sabia o que aconteceria. Ele e Bella. Ele estava lutando por ela.

Eu tinha que voltar para Londres logo após a mudança do passado. Eles veriam minha mudança a olhos nus, quando eu deixasse de ser vampira para voltar a ser humana. Isso seria terrível para todo mundo.

Todos se sentiriam mal, pois não teriam esta oportunidade. E Jake, bem, havia a possibilidade da impressão, se meus cálculos estivessem corretos.

Então, estaria decidido. Mary Poppins voltaria ao passado para interferir em minha viagem. Depois, quando eu sentisse tudo mudar, eu teria que voltar a Londres imediatamente. Sumir das vistas dos Cullen.

E teria que me impedir de aparecer para eles. Eles não poderiam me ver, ou a interferência continuaria.

Pensei em Rilley e no beijo na floresta. Será que ele gostou um pouco de mim?

Não, eu não queria pensar nessa possibilidade. Eu não queria ser um monstro. Eu queria voltar a ser eu.

Lentamente, percebi minha depressão retroceder.

Eu estava sendo dona de mim novamente.