The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 9
capítulo oito




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— Angelina White —

Rosa e eu caminhávamos por entre vários alunos atrasados. Eu sabia o quanto estar atrasada custava para ela. Nunca havia se atrasado em toda a sua vida e eu a tinha feito fazê-lo. Então, para deixá-la melhor, comecei a correr, pois, nem eu, poderia fazer algo melhor do que aquilo.

Andamos, ou melhor: corremos juntas até chegarmos (depois de passarmos pelas escadas que se moviam sozinhas) a um corredor com quadros de civis correndo com armas penduradas em seus ombros, de três meninas louras penteando os cabelos umas das outras, entre outros. No final desse corredor, havia uma porta.

Seguimos o corredor, chegando a porta em poucos segundos. Assim que paramos ali, algo atrás daquela porta, fez meu estômago embrulhar-se. Eu queria vomitar, como se o perigo iminente me esperasse lá dentro. Rosa não percebeu o meu estado e abriu a porta às pressas. Não havia nada em meu estômago para expelir, então, engoli em seco e segui Rosa.

Sentei-me ao lado de Rosa e esperei. Havia poucas pessoas ali, e minha cabeça já não explodia mais; apenas ouvia algumas vozes me incomodando. Mas, nada que me faça querer ficar isolada de todos.

Onde estava a professora, eu não sabia. Só sabia que Rosa estava feliz por não ter chegado depois da professora. Ela herdara isso da mãe e podia ter herdado algo do pai, como quando ficava com raiva ou quando era sarcástica. Eu odiava saber dos defeitos das pessoas, ainda mais sem a mesma me contar.

De repente, aquela ânsia de vômito me invadiu novamente. Só que, dessa vez, veio acompanhado de medo e angústia e, então, a professora com os olhos cinzentos apareceu.

Marisa Dare entrou lenta e calmamente na sala, com um sorriso falso nos lábios. Eu não gostava dela. Porém, eu aguentaria aquela aula por Rosa. Porque, quando Dare me olhou, seus olhos demonstraram... ódio.

— Bom dia, turma — ela disse indo para frente do quadro negro. — O meu nome é Marisa Dare e eu serei a sua professora de Estudo dos Trouxas. — Enquanto ela falava, seus saltos faziam barulho no chão polido. E, olhando fixamente para mim, continuou: — Este ano, aprenderemos mais sobre a cultura dos trouxas, de como eles têm noção de que nós — e apontou para cada da sala — existimos. E de como eles se tornam um de nós, é claro.

Ao meu lado, Rosa pulava de excitação. Ela queria saber tudo sobre os que não nasceram bruxos. O que era desnecessário. Ela podia perguntar para mim, oras! Tudo bem que eu esteva sempre fugindo, porém, eu convivi bastante com eles para saber seus costumes.

Marisa continuou a explicar o seu plano de aula. Meu estômago contorceu-se novamente. Eu estava tensa demais. O meu maior instinto era o de fugir dali; mas me mantive firme ao lado de Rosa. Ela admirava a professora.

— Para a nossa aula de hoje, preparei um teatrinho — ela deu um sorrisinho. Só eu percebi que aquele pequeno sorriso era diabólico? Olhei em volta. É, parece que apenas eu via aquilo. — Falaremos um pouco sobre a cultura dos trouxas. Quero dizer, uma das culturas. — Dare andou mais para frente, até ficar perto de um garoto loura e uma ruiva. Mas, ao voltar a falar, ela olhou diretamente para mim. — Alguém sabe o que são contos de fadas?

Ela olhou bem nos meus olhos, parecendo me conhecer de algum lugar. Eu tentei ler sua mente, mas, pela primeira vez, eu fui bloqueada. Os pensamentos dela estavam trancados; eram só dela. Foi um alívio e confuso ao mesmo tempo. Eu nunca falhei antes.

Marisa deu um sorriso decepcionado.

— Ninguém sabe? — Ela balançou a cabeça. — Que pena. — E voltou a sua postura normal. — Bem, como ninguém aqui sabe, eu lhes dizer. Contos de fadas, nada mais é do que histórias contadas para crianças. Com finais felizes para as... princesas — ela parecia estar com.. raiva? E por que raios ela olhava só para mim? para mim? — E alguém sabe quais são os contos mais populares?

Uma garota de cabelos castanhos levantou a mão.

— Sim, senhorita...?

— Lana Martins — respondeu a garota.

— Vá em frente — disse a professora. Lana engoliu em seco, com medo de estar errada. Mas ela estava certa.

— Eu... eu ouvi falar de um. — Dare assentiu. — Ele se chama... Cinderela?

Dare fez uma careta quase imperceptível, contudo, conseguiu dar um dos seus sorrisinhos.

— Está certa, senhorita Martins. Cinco pontos para Lufa-Lufa. Quem mais? — Ela olhou para a classe. E, então, eu fiz a asneira de levantar a mão. Dare me olhou com os olhos negros. — Senhorita White? — Como ela sabia o meu nome?

— Branca de Neve e os sete anões — respondi com calma. Ela me olhou com mais ódio? Por quê ela não gostava de mim? Não que eu me importasse, mas gostaria de saber o motivo. — Bela e a Fera, Bela Adormecida... hã... Rapunzel, Pinóquio e... e outros.

— Está certa, senhorita White. Dez pontos para a Grifinória por saber mais de um conto — Dare pareceu relutante em dar pontos para minha Casa. — Existem outros contos de fadas, mas, estes, são os mais populares. E, bem — ela deu outro sorriso diabólico que fez os pelos da minha nuca se arrepiarem —, agora eu mostrarei a vocês o Príncipe Encantado!

E aparecendo de trás da porta, com uma expressão nada amistosa, Tiago Potter, o Príncipe Encantado. Todos riram da cena. Inclusive eu. Ele vestia uma meia calça azul e uma camisa da mesma cor, com botões dourados e ombreiras bufantes. Seus cabelos compridos e rebeldes estavam com uma coroa de ouro falso, seus braços estavam cruzados diante do peito. E, eu, ainda ria.

Dare sorria com satisfação. Tiago pensava no erro que cometera em esbarrar — de propósito — e pregar peças na professora. Por algum motivo, eu gostei que ele a odiasse.

Um garoto atrás de mim assobiou.

— Príncipe Encantado, me salve! — imitou a voz de uma garota. — Você está tão lindo! — E todos riram mais uma vez. Os olhos amendoados de Tiago fuzilaram o garoto atrás de mim, que ria.

— Escuta aqui, seu engraçadinho, se não calar essa sua boca, eu vou... — Começou Tiago.

— Fazer nada — interrompeu Dare. — Senhor Potter, o senhor está aqui para cumprir uma detenção por me importunar. Nada de reclamações.

Tiago fez uma careta e seu olhar caiu sobre mim. Seus olhos amendoados brilharam em minha direção e suas bochechas tomaram um leve tom de rosa por me ver ali. Meus lábios se puxaram em um sorriso e ele não pensou em mais nada. Apenas ficou ame admirando, até que Dare o chama atenção.

— Os Príncipes Encantados são os heróis das histórias — continuou Marisa. — Eles ficam tão... encantados pela beleza das princesas, por elas, e por darem apenas um beijo do amor... verdadeiro. Os trouxas resumem as histórias e é por isso que chamam de "contos", pois são pequenas, resumidas demais, na minha opinião, onde contém somente um clímax...

O sinal tocou.

Graças a Deus.

Marisa deu um sorrisinho falso de decepção e falou:

— Para a aula que vem, quero um pergaminho de dez centímetros, com a sua opinião sobre um conto de fadas de sua escolha. Você também, Potter. Só no quinto tempo precisarei de você — e o dispensou com um aceno de mãos.

Eu e Rosa o esperamos do lado de fora, com sorrisos nos cantos dos lábios. Tiago apareceu com a cara fechada, não achando nada daquilo engraçado.

— Vocês acreditam que a megera não quis devolver as minhas roupas? — bufou ele, de braços cruzados. — Agora eu vou pagar o maior mico na frente todos os meus amigos. — E da garota que eu gosto, pensou ele. Que garota é essa? Será que era a Rachel? Ou... será que era eu? Balancei a cabeça. Eu não podia estar gostando dele. Ele não era para mim. Nunca seria.

A gargalhada de Rosa tirou-me de meus devaneios. Olhei para ambos e vi que Tiago me olhava.

— Você está um gato, Tiago — disse Rosa. Tiago a olhou, sério.

— Cale a boca, Rosa. Não tem graça.

— Cl-claro que... não — disse a prima, segurando o riso.

— Mas o que é isso, Ti? — A voz estridente de Rachel surgiu atrás de Tiago. Ele fez uma careta para mim; definitivamente, era dela que aquele pensamento se referia. Olhei para o outro lado. Doía ver os dois se... beijando. Sinceramente, eu tinha inveja de Rachel por estar com ele.

Os dois saíram juntos pelos corredores apinhados de Hogwarts. Suspirei, derrotada. Rosa me olhou com curiosidade.

— O que houve, Angelina? Aposto que não viu como ficou seu rosto. Principalmente agora. — Rosa era bem perceptiva. Ela parou para pensar e depois estreitou os olhos. — Você... Eu não acredito... Você gosta do Tiago? Do Tiago Sirius?! Meu Deus! — E tampou a boca.

— Eu não gosto dele! — exclamei, me xingando por dentro. Rosa percebeu que eu havia negado rápido demais.

— Ah, com certeza você gosta dele! — Rosa riu. — Como eu preferiria você como parte da minha família do que aquela chata — disse ela em um suspiro.

Eu olhei para o outro lado. Fiquei contente por Rosa me querer em sua família; e ela não foi a primeira a querer isso. Mas eu não podia ter família... Não quando eu não sabia do meu próprio futuro.


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Notas finais do capítulo

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