The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 26
capítulo vinte e cinco


Notas iniciais do capítulo

Hello, people! How are you? Ok, chega de falar inglês. Obrigada por comentar, AnnelineLamperouge. Isso me faz muito feliz.
Agora, sem mais delongas, vamos ao capítulo!



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— Narrador —

A varinha apareceu nas mãos de Angelina. No mesmo segundo em que ela a tocou, sentiu que sua mão direita fora colocada novamente no lugar, fazendo-a suspirar. E, todos que estavam ali — principalmente a Fada Azul —, puderam sentir a magia emanar de Angelina.

Angelina olhou para a fada.

— Obrigada — disse Angelina e a fada assentiu.

Todas ficaram em silêncio, ainda absorvendo a magia que Angelina fizera. Ela era realmente diferente. Então, para a surpresa de todos, Aurora levantou-se. Olhou para a janela e depois para as outras.

— Bem, já está tarde para vocês voltarem para o seu destino. Suponho que deveríamos jantar — ela andou até a porta, fazendo Angelina e Clara a acompanharem. — Vocês serão bem-vindas aqui.

— Obrigada, Aurora — Angelina sorriu.

Enquanto Clara ia na frente — parecendo conhecer o castelo —, Aurora acompanhava Angelina, que ouvia todas as dúvidas na mente da princesa. Contudo, os pensamentos de Angelina voltavam para Tiago; sentia uma falta imensa dele, seu coração apertava-se contra seu peito. O que será que ele estava fazendo?

Elas, então, chegaram ao um imenso salão que, provavelmente, seria servido o jantar. Instintivamente, Angelina olhou para o teto. Ficou decepcionada ao ver que que ele não era mágico; não havia estrelas imitando o céu ababadado do lado de fora; nem velas flutuantes e nem quatro mesas compridas e extensas, indicando as Casas de Hogwarts. Além de sentir falta de Tiago, sentia também de Lílian, Rosa, Escórpio, Teddy, Jared e Marcus, Alvo e até de Rachel, ela sentia falta. Eles eram a família que a garota nunca tivera.

Viu os anões sentados à uma única mesa grande e comprida no meio do salão, junto ao príncipe Eric — que os observava de um jeito esquisito — e juntou-se a eles com com Clara e Aurora. A Fada Azul já havia desparecido e, para falar a verdade, Angelina não sentia falta dela. Sentia, sim, do pássaro azul em que a fada se transformava, balançou a cabeça e concentrou-se na comida servida a sua frente.

Depois de comerem, Aurora lhe mostrou onde seria seus aposentos. O quarto de Clara ficava em frente ao de Angelina em quando Aurora retirou-se para juntar-se ao marido, saiu do próprio quarto para bater no quarto da frente. Chapeuzinho Vermelho abriu a porta, mas não usava mais o seu costumeiro capuz vermelho.

— Posso entrar? — perguntou Angelina e Clara assentiu, dando passagem para a garota passar. O quarto era igual ao outro em que Angelina estava: uma imensa cama com cobertas douradas e flores, o dossel era vermelho e pendia abobadamente acima da cabeceira ornamentada em ouro puro, assim como as pernas que sustentavam a cama. Havia uma imensa janela, que mostrava a floresta morta, enquanto o quarto de Angelina dava para a vegetação perfeita do jardim de Aurora... Angelina parou de fazer comparações e olhou para Clara, que esperava Angelina falar.

— Eu nunca me imaginei em um palácio — comentou Clara, com os cabelos castanhos até os ombros à mostra. — Eu sempre vivi em aldeia...

— Eu sempre vivi nas ruas — disse Angelina calmamente. Aquilo já não a abalava mais. — E nunca pensei que era herdeira de todo um reino. Nem que eu era capaz de produzir magia.

Clara suspirou e sentou-se na cama. Angelina sentou-se ao lado da outra, sentindo a maciez do colchão e das cobertas.

— Pois é... — disse Clara num tom pensativo. — Você estuda numa escola de magia, não é?

— Sim — respondeu Angelina, saudosa.

— É verdade que seu príncipe está lá?

— É, agora eu sei que ele é daqui também. Esquisito, né? — Angelina olhou para Clara.

— Esquisito mesmo é não envelhecer. — Retrucou Clara ainda num tom pensativo. — É conviver com todos os seus passados e segredos sem poder seguir em frente...

Ambas ficaram em silêncio. Angelina, que até então não sabia desse mundo que precisava dela, pensava em como eles deviam estar sofrendo por causa de Marisa Dare. Quantas vezes Clara revivia o dia em que sua avó morrera? Quantas vezes Aurora teve de relembrar o que o pai fizera? Quantos outros estavam lidando com os fantasmas de seu passado? Pelo o que Angelina vira nas mentes de Aurora e Clara, tinha certeza que ainda havia muitas outras pessoas sofrendo.

— Você já foi até o meu castelo? — perguntou Angelina, quebrando o silêncio. Clara a olhou e Angelina viu o terror na mente da garota.

— Infelizmente, sim — respondeu Clara, tremendo involuntariamente. — Além de ter os Caçadores à postos, há também os Sugadores.

— Sugadores? — Mesmo já sabendo, Angelina tinha de pronunciar aquelas palavras.

— Ela os colocou lá para “proteger” o seu castelo. São criaturas bizarras e que não pavor; eles são encapuzados, suas mãos são putrificadas e é como se ele sugasse toda a felicidade de todas as pessoas — ela balançou a cabeça enquanto se lembrava do dia terrível. — Como se sugasse todas as nossas esperanças.

— Eu não acredito que ela colocou dementadores lá! — murmurou Angelina, mortificada.

— Demen... o quê? — perguntou Clara confusa.

— O verdadeiro nome dessas coisas medonhas, são dementadores. E são as piores coisas que se pode imaginar. Eles são piores do que a morte — respondeu Angelina, lembrando-se de Rosa lendo (ou melhor, apenas passando os olhos, já que tinha memória fotográfica) um livro sobre Defesa Contra As Artes das Trevas.

— Por que eles são piores do que a morte? — Era evidente que ela estava assustada.

— Quando eles dão o beijo, é assim que chamam no mundo bruxo — explicou Angelina —, eles sugam a alma da pessoa. É como se você ficasse oca. Vazia. Eu corpo continua vivo, mas você não está mais lá.

—Que horror! — exclamou Clara, cobrindo a boca com as mãos. — Não tem como matá-los?

— Não que se saibam. — Disse Angelina pensativa. — Mas há um feitiço, complexo e que exige toda a sua concentração, que os afastam.

— E que feitiço seria esse? — O interesse ardia na voz de Clara.

Expecto Patronum — respondeu Angelina. — Ele assume a forma de um animal, mas, para produzi-lo, precisa que se pense numa lembrança feliz.

— Ora, mas isso é muito fácil.

Mas Angelina balançou a cabeça em negativa.

— Quando você esteve na presença deles, você não sentiu felicidade, esperança ou nada bom... Agora, imagina produzir um Patrono perto de um?

— Ah, entendo — disse Clara. — E você sabe como fazer um?

— Quando chegar a hora, vou torcer para saber — Angelina deu de ombros.

Elas ficaram em silêncio novamente. Angelina se perguntava se seria capaz de conjurar um Patrono, sabendo o que os dementadores faziam. Tentava pensar positivamente quanto a isso.

— Jason vai vir amanhã — informou Clara depois de um tempo. — Me trouxe uma mensagem — ela estendeu um pergaminho para Angelina que o pegou. Angelina respirou aliviada.

— Isso é ótimo! — Angelina exclamou, arrancando um sorriso de Clara.

— Me chame de Angelina — retrucou a garota, feliz. Ali estava sua passagem de volta para Hogwarts. Clara balançou a cabeça e Angelina soube o que ela pensava, mas nada disse.

— Sei que você cresceu ouvindo que seu nome é Angelina White. Mas, na minha opinião, acho que deveria aceitar o seu nome, Branca de Neve. Boa noite, princesa.

— Boa noite, Clara — respondeu Angelina vagamente.

•••

Na manhã seguinte Angelina pensou ter sido acordada por Rosa; mas era apenas Feliz que fora até seu quarto, trazendo uma muda de vestes limpas. Angelina ficou decepcionada ao constatar que não estava Hogwarts. Não que não tivesse amizade verdadeiras ali, porém, Hogwarts era a sua família. E que a estava esperando.

A garota vestiu-se e acompanhou o anão até a imensa sala de jantar de Aurora, encontrando todos os anões e Jason sentados à mesa. Embora fosse irônico, Angelina desejou bom dia a todos que ali estavam. Ao olhar para Clara — junto de seu amado —, lembrou-se do que ela dissera, para Angelina aceitasse seu nome verdadeiro. Mesmo que acreditasse fielmente que pertencia a um conto de fadas, ainda não estava pronta para assumir seu verdadeiro eu. Ela ainda era a Angel.

Jason levantou seu olhar para Angelina, que evitava olhá-lo, e informou que precisariam conversar logo depois do café da manhã. Angelina apenas assentiu e comeu em silêncio. Sentia falta de Tiago mais do que nunca.

Assim que terminaram, Aurora os acompanhou até a sala de visitas, que era tão grande quanto a sala onde se fazia as refeições angelina sentia um peso em seu coração e a saudade aumentava cada vez mais. Por duas vezes, ela jurou ter visto Danica aparecer e desaparecer. Mas podia ser sua imaginação lhe pregando peças.

O grupo sentou-se em uma das grandes poltronas. Tudo ali tinha tons de rosa claro e dourado; as cortinas, os sofás extremamente grandes e confortáveis, tapetes com bordados de rosas feitos com fios de ouro, havia quadros (só que eles não eram encantados para se moverem) de Aurora sozinha, com a família, com o marido; um imenso lustre de cristal e uma lareira com uma grande tapeçaria acima. Angelina estava admirada e, ao mesmo tempo, nervosa. Ela sabia que teria de falar.

Jason olhou para Angelina e ela sabia o que estava por vir. Por incrível que pareça, ainda tinha a capacidade de ler os pensamentos dos outros e agora via que poderia ter uma chance de salvar esse mundo e voltar para o mundo bruxo. Afinal, sua vida toda estava lá. Com os Caçadores ou não. Ela esperou que Jason dissesse alguma coisa.

— Temos uma chance — ele olhou para Angelina. — Marisa ainda está no mundo bruxo. Ela tem aquele espelho que mostra tudo o que ela quer... Não se preocupem, ela não pode me ver aqui; faz parte do próprio feitiço que colocou em todos os Caçadores — Jason falou mais para Clara do que para os outros. — Daqui a uma semana, Marisa vai trocar de guarda. Ou seja, os Caçadores que estão em Hogwarts vão voltar para cá e os que estão aqui vão para lá. E eu fui um dos Caçadores designados para ir a Hogwarts e esta será a oportunidade perfeita.

O coração de Angelina já estava a mil por hora. Era tão real ouvir da boca de Jason do que nos pensamentos dele! Ela ia voltar para Tiago, Lily, Rosa, Alvo Escórpio, Hugo, Jared, Marcus, Rachel, Roxanne e até mesmo a diretora McGonagall entrava nessa lista.

— Mas vamos precisar de ajuda interna... sabe, para vigiar. — Explicou Jason, mas ainda havia pessoas confusas. — Eu não posso ir com vocês, Majestade. Tenho de fazer o meu papel e impedir que os outros Caçadores de seguirem vocês. Ou de desconfiarem de algo...

— Como você pretende que nós expulsemos eles de lá? — perguntou Zangado da outra ponta do aposento. Obviamente, ele estava irritado.

— Creio que Vossa Majestade irá conseguir expulsá-los — garantiu Jason sem se abalar com a rispidez do anão. Muitos anos como Caçador lhe deu frieza o bastante para ignorar um anão de temperamento estourado. — Todos podemos sentir o poder que Branca emana em dobro. Pois ela pertence a dois mundos mágicos. Isso a fortalece e como o castelo é de Vossa Majestade por direitos, ele a reconhecerá. Por isso, também, que Marisa deixa outro em seu lugar... a magia é muito poderosa e ela não aguentaria.

— Que tipo de ajudar interna poderíamos ter? — Clara perguntou após um tempo de silêncio, enquanto todos absorviam o que Jason havia dito. — Tipo, as fadas? Nunca daria certo.

Todos mergulharam em silêncio novamente para pensar. Angelina ouvia os pensamentos deles e sua cabeça latejava, impedindo assim, que ela pensasse também. Por isso se afastou e foi até a imensa janela, que dava para a floresta morta. Uma ajuda interna... Angelina conseguia cogitar uma possibilidade de alguém a ajudar. Mas seria impossível. Ou será que não?

Será que ela ficara maluca, mais do que já estava, ou tinha alguém sussurrando seu nome? Angelina olhou para os demais ainda pensando em como conseguir ajudar e não haviam nem pensado em seu nome. Quem mais a teria chamado?

Então, sua ficha caiu. Ela conhecia aquela voz. Era impossível esquecer e, não, não era a voz de Tiago — embora Angelina quisesse muito a voz dele. Era a voz de uma pessoa — ou não tão pessoa assim — que também pertencia à sua família. E, de repente, Angelina sabia o que fazer.

Angelina voltou para o meio da sala e todos a olharam, com indagações tanto em pensamentos quanto nos olhos.

— É a maior loucura o que eu vou dizer — começou ela, hesitante. — Mas eu sei quem vai nos ajudar. Danica.

Os olhares ficaram intensos nela, mas não era nisso que Angelina se concentrava. Era em como e Danica iria se materializar em um mundo no qual ela nunca pertencera. Mas tinha certeza de que a fantasma a ajudaria.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!