The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 27
capítulo vinte e seis


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Esse capítulo não tem nada de especial - eu acho -, mas o próximo terá muitas emoções!

Well, enjoy it!



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— Angelina White —

Na manhã seguinte, tudo estava pronto para partirmos. Também sabíamos que levaríamos uma semana para chegar até — eu mal podia acreditar — o meu reino. Aurora queria vir conosco, porém eu e Clara insistimos para que ficasse e cuidado de seu próprio reino. Então, para que não sofrêssemos, ela nos deu seus melhores cavalos (cavalos!). Ela ofereceu seus cavalos para os anões também, mas estes preferiram ir a pé mesmo.

Clara e Jason quase não saíam do lado do outro. E aquilo doía. Eu sentia tanta saudade de Tiago, que às vezes ficava difícil respirar. Já pensei tantas vezes naquelas primeiras horas no baile de inverno e em como fora tão mágica. Queria quer aquele momento fosse para sempre. E, de alguma forma, eu sabia que ele se sentia da mesma forma.

Suspirei e terminei de ajustar a sela da minha égua. Aquilo era tão fácil, que eu estranhei. Parecia que eu já havia feito aquilo um milhão de vezes... e talvez eu tivesse mesmo.

— Você está bem, Branca? — perguntou Clara, colocando a mão em meu ombro. Engoli em seco ao ver a vida dela passar em minha mente mais uma vez. Deveriam reescrever aquelas histórias ou deixá-las como são; a verdadeira era aterrorizante e agora eu sabia disso.

— Estou bem, Clara — respondi, ainda com as imagens da vida dela gravadas em minha retina. — Apenas com saudades dos meus amigos.

— Ei, garotas, estão prontas? — perguntou Jason com algo preto nas mãos. Assentimos.

Ele estendeu o pano e vi que era uma capa. Eu franzi a testa.

— É para ninguém reconhecê-la — respondeu Jason a minha pergunta silenciosa. — Vista-a.

Eu peguei a capa e a coloquei. Puxei o capuz até que cobrisse a maior parte do meu rosto; aquilo até que era legal.

Virei-me e vi Aurora e Eric, parados ali perto, nos olhando. Suspirei e fui até eles, tirando o capuz para enxergá-los sem impedimentos. Eles mereciam um agradecimento adequado e eu nem sabia o que dizer.

— Obrigada por nos receberem aqui — disse eu com toda a gratidão que consegui reunir em minha voz.

— De nada, Branca. Eu é que agradeço por ter voltado v Aurora apertou minha mão. — Ah, — falou, tirando um pedaço de um espelho de dentro de uma espécie de bolsa — quero que você fique com isto. Foi um presente, ,as agora você precisa mais do que eu.

— Hã... obrigada — eu olhei para o espelho, lembrando do dia em que Tiago me fizera olhar num espelho. — O que ele faz?

Aurora sorriu.

— Ele mostra a pessoa que você mais quer ver.

Eu olhei, admirada, o espelho novamente e depois para Aurora, que ainda sorria. Abri a boca para agradecer mais uma vez,quando a voz de Jason chegou aos meus ouvidos:

— Branca, estamos prontos. Temos de ir!

Sorri para Aurora e a abracei. Fui para minha égua, cujo o nome eu ainda não sei, e subi em seu dorso. Aquilo era tão fácil! Olhei para Aurora e seu castelo, pensando que eu acabara de conhecer A Bela Adormecida e eu, se eu também não fosse uma personagem de contos de fadas, eu eu não acreditaria se me dissessem que ela existia.

Acenei para eles e logo depois estava cavalgando ao lado de um Caçador e da Chapeuzinho Vermelho. A pé, a nossa frente, estava, os sete anões. Eu ainda estava entorpecida por saber que era a Branca de Neve e ver tudo isso com os meus próprios olhos parecia ainda mais uma loucura... uma loucura que eu agora acreditava.

Balancei a cabeça. Tinha que pensar em como Danica poderia aparecer aqui. Será que aqui não existia fantasmas? Eu não havia visto nenhum até agora e estava começando a achar que, para Danica aparecer, seria difícil. Mas ela tinha prometido que não iria embora, que não me deixaria sozinha por ora. Até porque, de alguma forma, na noite passada, eu havia escutado a voz dela me chamara. Talvez fosse só chamá-la, que Danica aparecia, não é? Quero dizer, eu nunca tinha tentado, mas poderia dar certo.

Jason e Clara iam um pouco mais a frente, junto com os anões. Senti o espelho em meu bolso. Eu tinha uma ligeira impressão de que aquele espelho pertencera à Bela, de A Bela e a Fera! Eu sempre amei esse conto. E eu pertenço a um conto totalmente diferente. Por que ela havia dado para Aurora? Não importava, já que agora eu poderia ver as pessoas que eu amava.

— Ei, Majestade. — Eu olhei para trás e Jason riu. Eu o olhei, franzindo a testa. — Eu estou falando com você, Branca.

— Ah! — felei corando. Ainda não estava acostumada a ser chamada de “Majestade”. — O que foi?

— Vamos parar na aldeia que fica perto do castelo, onde Clara e eu moramos. — Avisou ele e eu fiz minha égua se aproximar mais dele. — Mas você terá de ter cuidado, portanto, coloque seu capuz.

Assenti e fiz o que ele pediu, colocando o capuz. Olhei para trás e vi Jason assentir e voltar a conversar com Clara. Vendo-os assim, ninguém imaginava que ambos eram de um conto de fadas. Um dos contos que estavam interligados à minha vida; será que, se Tiago estivesse aqui, ele acreditaria que também pertencia a esse outro mundo mágico?

Tiago... o que eu daria para tê-lo aqui ou, pelo menos, ouvir sua voz, seja ela me dizendo coisas engraçadas ou implicando com alguém. Tentei respirar, mas não consegui; pensar em Tiago doía. Será que ele estava pensando em mim também? Passei a mão nos meus lábios... podia sentir a maciez dos de Tiago tocando os meus. Nunca beijei ninguém nesses meus quinze anos de vida, mas eu sabia que ninguém, jamais, beijaria igual a ele.

Eu estava tão distraída, que nem havia percebi que já estava anoitecendo. Olhei para Jason e Clara e meu coração deu uma batida dolorosa. Ignorei-a, por enquanto, e pigarreei meio sem graça. Eles me olharam e os anões acompanharam.

— Vamos parar? — perguntei.

Jason olhou para o céu e depois em volta, parecendo avaliar a situação. Eu esperei e esperei, até que Zangado se pronunciou:

— Se vai nos dizer se mavos ou não acampar, sugiro que faça isso ainda hoje. — Jason o olhou.

— Tudo bem... — disse Jason saindo o próprio cavalo ajudando Clara e eu a descermos dos animais. — Mas... — Ele hesitou, olhando em volta mais uma vez.

— Eu posso proteger a érea — falei com timidez. Ainda bem que eu era bruxa. Eles me olharam e esperaram.

Sinceramente, eu não sabia se aquilo daria certo. Mas, nas muitas vezes que eu ficara na presença de Rosa, eu havia ouvido — e lido — sobre como proteger um local; portanto, eu me coloquei em pé e comecei a murmurar os feitiços de proteção, fazendo um círculo considerado à nossa volta. Senti que eu havia conseguido, pois o ar da atmosfera imediatamente mudou, parecendo que estávamos sob uma bolha invisível. Eu teria ganhado cinquenta pontos para Grifinória depois dessa.

— Pode fazer fogo também? — perguntou Feliz.

Assenti e, juntando os gravetos que haviam ali, murmurando o feitiço. Quando as chamas sugiram, todos me olharam assombrados e eu apenas corei. Eu poderia ter tentando fazer o feitiço sem falar, porém tinha medo de não dar certo.

Conversamos por um longo tempo diante da fogueira. Seus pensamentos invadiam a minha mente, mas eu conseguia suportar (mesmo que a minha cabeça latejasse um pouco). Eu havia aprendido a controlar meus poderes quando Tiago estava por perto e era tão bom! Queria tanto que ele — eles — estivesse aqui comigo. Aqui era o lugar de Tiago, também.

Os anões me perguntaram se eu podia fazer comida, mas eu disse que não. Afinal, até a magia tinha seus limites. Então, eu e Jason fomos procurar comida, já que ele era um caçador para todos os efeitos. Sinceramente, eu não sabia o que ele pretendia “caçar” e nem como procuraríamos.

Por fim, voltamos ao nosso acampamento com as mãos cheias de frutas. Eu não deixei que Jason matasse o coelho (ele riu) e sugeri que fôssemos pegar algumas frutas. Acho que ver um animal ser morto não combinava comigo, de modo que agora eu estava fazendo com que as frutas levitasse, enquanto meus novos antigos amigos comiam... eu acho que Jason faria amizade com rapidez com Tiago, Jared e Marcus, pois ele brincou sobre o fato de eu não querer ver um animal inocente morrer.

Conversamos mais um pouco e logo depois, resolvemos ir dormir. Vi Jason e Clara irem para um canto juntos e os anões espalharam-se em círculo e eu apenas me recostei no tronco de uma árvore e observei o céu sem estrelas, sem a mínima vontade de dormir.

Era estranho estar num lugar que eu não conhecia, mas me sentir em casa, como eu me sentia em Hogwarts. Eu tinha feito amizades verdadeiras aqui, contudo, minha família era aqueles que me acolheram quando eu mais precisei. Rosa era aquela menina doce, inteligente, uma boa ouvinte e amiga; Alvo era amigo, quito e observador, mais, ainda assim, leal; Escórpio era aquele que finge que não queria ter amigos e, mesmo tendo ido para Sonserina, tinha um coração nobre; Jared era o garoto que todas queriam, o palhaço da turma e amigo para todas as horas; Marcus era o garoto que fingia ser idiota, mas que era o mais sensatos de todos; tinha Maria e Sam, as pessoas mais bondosas que eu conheci; Rachel, que eu nunca pensei que poderia ser tornar alguém eu quem eu poderia confiar e contar; e, por último, Tiago. Tiago era o garoto que quando ama, amava sem pensar. Fosse amigo, parente. Irmão ou irmã, ele ia amar sem esperar nada em troca.

E eram essas as qualidades que os faziam serem especiais para mim; a melhor parte da minha vida. E que faria de tudo para vê-los de novo.

Eu sabia que eu tinha um reino para salvar e governar, eu estava ciente disso. Por incrível que pareça, eu me sentia em casa, em paz. Eu tinha aquela sensação de deveria fazer alguma coisa, que devia algo àquelas pessoas que eu nem sabia que existam de verdade.

Virei para o lado e senti o espelho de Aurora me dera em meu bolso. Eu nem podia acreditar que aquele espelho pertencera à Bela! Eu o peguei e o olhei, pensando em Tiago. Eu não sabia o que fazer para que o espelho mostrasse Hogwarts. Será que eu tinha que falar?

— Tiago Sirius Potter — sussurrei e vi algo no espelho mudar: ao invés de eu encarar meus olhos cor de mel, eu olhava para Tiago com a cabeça no colo de Rosa enquanto fitava o nada.

Sua expressão era tão triste, que eu senti meu coração doer contra o meu peito. Ele era tão lindo!, mesmo que estivesse arrasado por minha causa. Como eu queria estar lá para confortá-lo, passar as mãos em seus cabelos rebeldes e compridos, beijar-lhe os lábios macios e dizer que estava tudo bem. Que tudo ia ficar bem... afinal, por quanto tempo eu estava desaparecida por lá?

Olhei novamente para seus olhos amendoados. Tão diferentes, tão familiares, tão... tristes. Tiago parecia ser outras pessoa. Uma pessoa mais velha e mais madura. Uma pessoa que sofria.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Abracei o espelho, apertando-o contra meu peito, como se pudesse sentir, como se eu pudesse fazê-lo sentir que eu estava por perto e que voltaria para casa. E, então, adormeci, pensando no dia em que veria Tiago Potter de novo.

•••

Clara me acordou na manhã seguinte, agitada. Rapidamente, limpei os vestígios das lágrimas em meus olhos e guardei o espelho (agora normal) de volta em minhas vestes.

Olhei em volta e vi que Jason e os anões tentavam não deixar pistas na grama lamacenta. Passando as mãos nos cabelos, levantei-me e apontei a varinha para o chão.

Reparo.

E tudo voltou ao que era antes.

Depois de retirar todos os feitiços de proteção, subimos em nossos cavalos e partimos para a aldeia que ficava em frente ao meu castelo. O ruim é que — além de não ter idade e nem saber como — eu não podia aparatar, senão nós não precisaríamos acampar outra vez na floresta escura.

E, outra, vez,eu dormi abraçada ao espelho, esperando a hora de ver Tiago outra vez.

•••

No último dia, começamos a ver a estradinha que nos levava a aldeia e, portanto, o castelo. Eu e Clara trocamos olhares, mas seguimos aquele caminho tortuoso que poderia não ter volta. Eu esperava que nosso plano desse certo.

Nossos cavalos, então, nos levaram para a estrada da aldeia. E, sinceramente, a raiva que eu sentia de Marisa Dare, transformou-se eu ódio. Aquela aldeia, outrora bonita, estava na miséria e tudo parecia... cinza. Eu podia sentir a magia negra impregnada em cada pedaço de terra, em casa casa. Havia pessoas do lado de fora das casas; todas pareciam perdidas, sujas e infelizes. E senti meu coração afundar.

Desci de minha égua para olhar melhor e, assim que meus pés tocaram o chão, algo estranho aconteceu. Eu senti que, a magia que havia em meu coração, que passava para meu corpo e ia para as pontas dos meus dedos, curava aquele lugar. Eu podia sentir que tudo aquilo ali estava esperando por minha vinda, como se soubesse que eu viria. E, conforme eu avançava para a aldeia, eu curava o que estava doente.

Eu tinha consciência que os anões, Clara e Jason me seguiam. E sabia que todos estavam tão surpresos quanto eu. Não me importava; desde que tudo aquilo ali voltasse ao normal, de que aquelas terras voltassem a serem férteis.

Meus pés tocaram a aldeia.

Todos me olharam.

E, como se tudo estivesse em câmera lenta, se ajoelharam, me deixando sem reação. Vi meus amigos passarem a minha frente. Jason e os anões se curvaram. Eu olhei para Clara.

Chapeuzinho Vermelho sorriu e olhou nos meus olhos, como se me enxergasse de verdade. E, então, como todos os outros...

… se ajoelhou.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!