Polícia - O Início escrita por judy harrison
Bruce ouviu aquele nome com tanto ódio que atirou primeiro, ele também atirou, mas a bala subiu e ele caiu morto com um tiro na boca.
_ Laurence! Laurence! AMBULÂNCIA! – Bruce gritou.
Laurence estava acordado e disse com a voz baixa.
_ Bruce, sua mãe, cuide dela se eu...
_ Não fale, Laurence! – disse tentando manter a calma, com uma lágrima no olho, ele viu que o tiro só rasgou a pele gordurosa e que não havia muito sangue – Vai ficar tudo bem!
Quando a ambulância chegou, Laurence foi colocado nela e Bruce o acompanhou para o hospital.
Lá, aguardava para saber como ele estava, havia pedido que ninguém avisasse sua mãe.
Laurence estava bem, Bruce previu a julgar pelo ferimento. E quando o doutor lhe deu a notícia ele sorriu, e foi vê-lo.
_ Ei, soldado! – disse Laurence ainda frágil – Não fui dessa vez!
Bruce o encarava com satisfação, e sorriu um pouco.
_ Fico feliz que esteja bem, capitão.
_ Não vou trabalhar por muito tempo.
_ Devia se aposentar, Laurence.- disse sério.
_ E deixar toda a diversão para vocês, novatos? Nem pensar.
Ele quase riu, mas ficou em silêncio por alguns segundos.
_ Vou à sua casa, falarei com minha mãe.
_ Faz bem, filho, mas não a assuste. Ela quer vê-lo há muito tempo.
_ Tenho estado muito ocupado. – ele não via sua mãe desde o dia em que Jamie se foi.
_ Eu sei, tenho ouvido falar. Você está no caminho certo para onde sempre quis chegar, Bruce. Estou orgulhoso de você.
_ Obrigado, Capitão Barrett. Eu estimo melhoras. – disse sério e saiu, mas tinha um nó na garganta, queria dizer tantas coisas.
Parado na porta fechada do quarto ele buscava coragem pra dizer o que Laurence realmente merecia ouvir.
Ele deu meia volta e entrou de novo.
Laurence ainda olhava para ele, parecia saber que ele voltaria.
Em posição ereta, Bruce o encarou, e suspirou nervoso. Sua dureza quase o fez esquecer da sensibilidade que ele tinha antes. Laurence sorriu para ele.
_ Eu sabia que ainda estava na porta. Esqueceu alguma coisa, soldado?
Era só um jeito de incentivá-lo a falar.
_Eu... sei que tenho sido rude, eu não queria que fosse assim.
_ Tudo bem, eu entendo.
_ Você tirou minha mãe de mim. Mas eu entendo que ela tinha que ser feliz, e sabia que você era o homem certo para ela... , e pra mim também.
Laurence sentiu afeto por Bruce como sempre sentiu, como se ele fosse um filho.
_ Que bom ouvir isso. Sorte minha ter levado essa bala, pra ouvir isso de você.
Eles sorriram um para o outro, mas Bruce se conteve depois.
_ Eu quero que saiba que você é e sempre será o meu herói, Laurence. Devo a você o homem que sou hoje. - sua voz falhou, mas ele a afirmou – E eu agradeço por cuidar dela como ela sempre mereceu.
_ Tudo bem se você me der um abraço, filho? Ninguém está olhando!
Laurence não quis segurar suas lágrimas, e Bruce deu a ele o abraço que faltou, e deixou a emoção tomar conta por uns intantes, disse ao ouvido dele.
_ Tive medo que morresse!
_ Eu também! – lembraram-se juntos que aquele tiro era para Bruce.
Após aquele momento, Bruce foi para o apartamento de Laurence, tinha que avisar sua mãe sobre o que houve.
Lá ele ficou com ela por todo o dia, antes que ela fosse ao hospital.
Betsy entendeu que ele só estava com ciúmes, mas que agora estava tudo bem. Bruce também teve a chance de contar sobre Grace e Jamie, e Betsy o acalentou quando ele chorou ao falar delas.
Finalmente ele a deixou na porta do hospital, se despediu dela, e foi para seu destino.
No caminho pensou em Grace, como a odiava ainda! Estava feliz que ela aguardaria julgamento na prisão por trafico. Mas ainda ficava muito triste ao se lembrar de Jamie, a menina que transformou seu coração.
Bruce achava que nunca mais as veria e que elas não fariam parte de sua vida outra vez, ignorava o fato de que o mundo dava voltas trazendo o passado à tona de um jeito ou de outro.
*****
Os meses se passaram e os anos. Cinco anos.
Bruce agora era investigador, era capitão da Divisão de Homicídios, policial implacável e bem requisitado para grandes casos, sua fama ficou conhecida por toda a Califórnia e pelos arredores dos Estados Unidos. Com 3 anos de trabalho, ele já fora convidado pelo Comissário da Polícia de New York para trabalhar na capital, e com menos de um ano já havia trabalhado com toda a divisão de operações especiais do estado e contado como responsável pelas prisões de um dos grandes chefes de tráfico do país, além de contribuir para a diminuição dos homicídios em bairros nobres das grandes cidades. Mas a especialidade de Bruce era o tráfico de drogas.
Era inverno em New York City, mês de dezembro de 1990, e Bruce estava em frente as câmeras, dando uma entrevista a respeito da morte de um magnata.
_ ... A família dele está recebendo todo apoio necessário, e estamos ao fim da investigação. Como sabem não podemos dar detalhes ainda.
Em sua frente uma multidão entre repórteres, câmeras e fotógrafos disputavam uma melhor posição.
_ Senhor Warwick! – chamou uma repórter do jornal local com a ponta dos pés, era mais alta e fazia injusta a competição com suas colegas, pois conseguiu uma resposta dele pela terceira vez – O senhor acha que a morte dele tem a ver com o envolvimento com o tráfico? – ela colocou o microfone diante dele junto a mais três, um de cada emissora.
Bruce olhou para ela, seu jeito sério com que sempre aparecia diante das câmeras de televisão nos últimos dias o transformou em um símbolo de sensualidade e poder entre as mulheres, e ele era como um artista nas rodas de bate-papo e programas de Talk Show. Mas ele não ligava para nada daquilo, em todos os sentidos de sua vida o trabalho estava sempre em primeiro lugar. Recusava com aspereza os convites de entrevista ou de fotografias, pois achava tudo muito insultuoso. Ele não brincava em serviço.
_ Qual seu nome? – perguntou para a repórter, que sorria com certa felicidade para ele.
_ Diana.
_ Diana, como você sabe que ele estava envolvido com o tráfico? –ela nada respondeu – É isso que eu acho. A entrevista acabou. Obrigado.
Ele saiu do palco improvisado pelo pessoal das emissoras e entrou para dentro do escritório da polícia.
Lá dentro seus colegas, vários policiais, o abordavam com piadas e brincadeiras, mas já estavam acostumados com ele e seu temperamento. Eles diziam qualquer coisa, mas Bruce apenas ouvia e sorria um pouco.
_ Minha filha disse que Bruce era o assunto na escola. A amiga dela fez uma redação sobre ele e leu na frente para todos. – Bruce apenas olhava por baixo com certo orgulho, mas dando pouca importância. – Ela disse que seu sonho é conhecer o homem ao vivo!
_ Ah, se fosse comigo, eu ia cobrar para me tocarem! Um cabelinho loiro, dez dólares por fio! Um olhar, cinco dólares!
Eles riam, mas Bruce permanecia alheio à brincadeira. Olhava os jornais em sua mesa improvisada.
_ Minha esposa disse que as meninas o vê como um herói.
“Heroi”. Bruce se lembrava de querer ser herói de alguém. Aquela lembrança o irritou.
_ Já chega, gente. Vocês deviam tirar essas bobagens da cabeça de todas essas crianças. Elas deviam era entender sobre as drogas, roubos... E não essa besteira toda.
_ Você sabe o que fazer, Bruce, se é assim. O convite para fazer o discurso na escola de minha filha está em pé.
Ele se levantou, e juntava as folhas de jornal quando viu uma informação que o deixou chocado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Havia uma notícia que mudaria a rotina dele. O que seria?