Polícia - O Início escrita por judy harrison


Capítulo 14
Como a Polícia Trabalha


Notas iniciais do capítulo

Trabalho e trabalho. Era tudo que Bruce queria agora.



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Naquela noite, Bruce chegou à sua casa, jogou as chaves no sofá e sentou-se. Deu um forte suspiro e todo aquele sentimento que ficou entalado dentro de sua alma a petrificaram, ele não conseguia mais chorar, não conseguia pensar direito. Só uma coisa lhe passou pela cabeça: trabalhar muito e muito até chegar onde sempre quis.

Ele aproveitou as últimas horas que tinha para descansar até o outro dia pela tarde, e foi naquela mesma hora visitar sua mãe. Sabia que se ficasse ali sem ela, sem sua ilusão e sem a menina que lhe deu tanta alegria em momentos atribulados, certamente desfaleceria.

No apartamento de Laurence, Betsy abraçava seu filho, feliz por vê-lo, mas ele nada sentia, parecia estar anestesiado. Laurence havia ido ao mercado.

_ Sente-se aqui, filho, eu vou preparar o jantar daqui a pouco.

_ Mãe, eu queria que você voltasse para casa. – não era um pedido, ele só queria que ela soubesse.

_ Mas eu liguei a três dias e você disse que estava tudo bem, que aceitava minha decisão de morar aqui! Eu até busquei minhas coisas, Bruce, e você não disse nada! – um apito na cozinha – Só um instante, querido. – foi para lá.

Ele ia dizer que pensava que sua felicidade estava completa, que se esqueceu de que Jamie seria arrancada dele. Ele queria contar a ela tudo que sentiu. Mas antes que o fizesse, Laurence abriu a porta.

_ Oh, olá Bruce? – disse com pacotes nas mãos. - Bruce o encarou com frieza, seus sentimentos por ele também haviam mudado – Como está?

_ Bem. – foi só o que disse e se levantou – Eu já vou, mamãe.

_ Não quer ficar, Bruce? – disse Laurence – Eu trouxe lula e sua mãe vai...

_ Não.

Ao mesmo tempo, Betsy correu para Laurence para pegar os pacotes.

_ Oh, Laurie, você trouxe as lulas? Eu vou preparar! – levou tudo para a cozinha, eufórica.

Vendo que não tinha o que fazer ali ele deu as costas e ia sair.

_ Bruce! – ele parou antes de abrir a porta – Eu soube da menina. Eu sinto muito.

_ Não sinta. – disse com a voz triste e saiu.

_ Bruce, - disse Betsy – Quer um refresco... Onde ele está?

_ Ele se foi, querida.

Bruce, enfim estava em seu quarto, e não podia fazer outra coisa senão aceitar que estava sozinho. Seu rádio já estava quebrado, como suas fitas dos Beatles e de Elvis, tudo que lembrasse o rapaz apaixonado que foi um dia, feito sucata e cacos pelo chão do quarto, e ele jurou nunca mais amar uma mulher, e odiar todas que se parecessem com Grace.

Só tinha uma coisa que ele podia querer delas.

Como fazia ao sair com Laurence, ele tomou um banho, se arrumou e saiu para se encontrar com as mulheres de um certo clube. Lá afogou sua mágoa.

No outro dia, pela tarde, ele estava fardado, e com disposição para trabalhar. Trabalhou por uma semana e também durante a blitz para qual o designaram. Fez tudo que lhe fora pedido, executou tarefas fáceis, difíceis, quase impossíveis. Prendeu bandidos e suspeitos, matou mais um traficante que, segundo ele, ia atirar em seu colega. Ele fazia horas extras e ia para casa apenas para dormir.

Era fim de mês, e ele foi chamado pelo capitão novamente.

_ Sente-se, Bruce. – disse com um sorriso que demonstrava um bom humor. Bruce teve certeza de que não era nada de ruim, pelo menos.

_ O senhor queria me ver desde ontem, mas eu tive que...

_ Não, não se preocupe, eu soube que você foi com seus colegas numa missão! Está treinando para ser um investigador, não é? Vamos sentir sua falta aqui! – Bruce sorriu – Bem, eu queria lhe pedir que efetue uma prisão. – pegou uns documentos e uma fotografia e entregou a ele – Você vai com o investigador Laurence a este endereço, ele tem os detalhes para auxiliá-los, será um grupo de busca.

Bruce ouviu atentamente, com obediência. Trabalhar com Laurence sempre foi seu sonho, e naquela hora ele tinha que separar seu profissionalismo de sua vida pessoal. Para ele, porém, seria fácil, pois ele já não tinha mais vida social, nem mesmo pessoal. Havia depositado todo seu fôlego no trabalho e era a única coisa que queria na vida, já que outras coisas que quis antes lhes foram tiradas.

No estacionamento, ele esperava por Laurence, que não demorou a entrar na viatura.

_ Olá, Bruce! – disse contente – Que prazer eu tive ao saber que trabalharíamos juntos!

_ O prazer foi meu, capitão Barrett. - disse sem olhar pra ele e serio como sempre.

_ Teremos três viaturas para nos apoiar. – disse passando a ele os detalhes escritos.

Os parceiros foram para seu destino, seguidos dos apoios, e encontraram o endereço, Bruce notou pela descrição no documento que se tratava de um dos traficantes que agiam naquele bairro onde Grace foi encontrada, e onde um deles foi baleado por ele, sua primeira morte.

_ Bruce, eu saio e você fica aqui, na porta. Os outros vão ficar em volta da casa.

_ Parece perigoso. Não quer que eu vá primeiro?

_ Me avisaram que ele está aqui e parece estar sozinho. Faça o que eu mandei. Depois venha atrás de mim, os arredores merecem atenção.

Bruce fez o que ele ordenou, e quando Laurence bateu à porta as vezes necessárias ele deu sinal para que Bruce se aproximasse e que deveriam arrombar a porta. Laurence sinalizou para que os outros cercassem a casa toda, deu o sinal para Bruce, ele segurou a arma na direção da porta.

Contando até três com os dedos Laurence chutou a porta e eles entram com tudo.

_ Limpo aqui.

Era uma casa de madeira com vários cômodos. Outros policiais que estavam lá fora quebraram as janelas para verificar. Pelas fontes de Laurence era garantido que o homem estivesse lá. E estava mesmo, mas não estava sozinho.

Bruce entrou com cautela em um dos quartos, o mais pequeno, mas não viu quando o bandido estava atrás dele escondido na parede falsa.

O homem estendeu a arma para a cabeça de Bruce no mesmo momento em que John, um colega deles apareceu na janela.

_ BRUCE! – John gritou, e atirou no bandido, quase acertou o próprio Bruce.

Abaixado, Bruce olhou para o bandido no chão, que parecia morto.

Laurence apareceu rapidamente.

_ Oh, meu Deus, Bruce!

_ Tudo bem, - disse afobado - mais alguém na casa? Era ele, Laurence?

_ Não, - olhou o rosto do homem caído e pegou a arma – não é ele. Vamos!

Eles foram para o último cômodo e acharam o homem.

O meliante ainda sacou a arma, mas Bruce atingiu um golpe com o pé na mão dele, a arma caiu e Laurence o agarrou depois.

Quando eles o imobilizaram, Bruce saiu para abrir caminho, mas antes que chegasse em outro cômodo, Laurence viu o bandido ferido se arrastando no chão e apontando uma arma para as costas de Bruce. Desesperado Laurence deixou o preso e se jogou contra o bandido ferido. Bruce se virou e Laurence estava lutando com ele e a arma disparou contra Laurence, atingindo seu abdômen, abaixo do colete.

Desesperado, Bruce atirou no bandido e o matou enfim, depois gritou.

_ POLICIAL FERIDO! –

Ele se virou para procurar o outro bandido e ele estava em sua frente apontando a arma a três metros dele, mas antes de atirar disse:

_ Grace mandou recado!


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo mostra um pouco do que um policial enfrenta no seu dia-a-dia, correndo risco de vida todos os dias.
Você gosta de filmes policiais? Deixe um review e me diga o que achou desse capítulo!
Obrigada pela leitura.



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