Polícia - O Início escrita por judy harrison


Capítulo 13
Despedida Dolorosa


Notas iniciais do capítulo

Duas pessoas saem de cena. Mas o futuro as trará de volta.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/273442/chapter/13

Mas Grace não conhecia Bruce também.

Ele, enfim, acordou de algo parecido com transe e a jogou para o chão, lembrando-se de como a viu na rua.

_ Você está louca? Quer que eu mate seu pai?

Ainda no chão, ela continuava com seu choro.

_ Só assim para ele me deixar em paz!

Bruce a pegou do chão e a encarou com insistência sem nada dizer. Viu que ela não tinha o rosto triste, embora seus olhos jorrassem lágrimas. Ele a segurava pelos braços e olhava no fundo de seus olhos.

_ Ficaria feliz em vê-lo morto?

Ela sorriu.

_ Sim! Faça isso por mim!

Então ele pôde ver melhor, Grace estava drogada!

Bruce deu uma rápida olhada para seu quarto, Jamie ainda dormia.

_ Espere um pouco, eu vou buscar minha arma.

Ela riu, achava que já o tinha dominado.

Com um pouco mais de prática e astúcia, talvez Grace conseguisse grandes coisas no mundo do crime com sua beleza e sutileza... Mas não naquele momento, inexperiente e compulsiva, e não com Bruce, um homem da lei de fato.

Bruce voltou do quarto, e num abraço traiçoeiro, ele segurou os braços de Grace para trás e a algemou.

_ Você está presa por invadir a minha casa e me propor assassinato... , desgraçada! – disse bufando com os dentes cerrados.

Ele não conseguiu nem mesmo dar a ordem correta, pois sentia muito ódio de Grace, de novo. Sentia vontade de jogá-la contra a parede

Depois de chamar a polícia, de sua própria divisão, ele a entregou dizendo que ela invadiu sua casa com o intuito de seduzi-lo e depois propôs a ele que matasse seu pai. Pediu que daquela vez fizessem um teste de drogas nela.

Com as mãos para trás, Grace riu e antes de ser levada, o insultou com um aviso.

_ Um idiota acaba de assinar sua sentença de morte! Agente se vê! – era a verdadeira Grace falando, uma criminosa drogada.

Em sua frente ele não reagiu, mas quando seus colegas a levaram, ele quase surtou, chorou de ódio e despeito, sentiu seu orgulho ferido, teria matado Grace se pudesse, para nunca mais ter sua fantasia destruída. Mas era tarde demais. Nada mais fazia sentido.

Ele entrou no quarto e procurou aquela foto com a imagem tão beijada e cobiçada, levou ao banheiro, picou em pedaços e jogou o papel no vaso.

De volta ao quarto, outra vez a visão que tinha de Jamie era doce e pacífica. Ele sentou-se na poltrona e se perdeu no rosto da menina, sua beleza inocente e pura lhe pedia calma, como se dissesse que ainda a tinha , que ela precisava dele, que ela o amava e sim, ele era seu herói.

Os dias se passaram. Bruce manteve-se dentro de sua casa, saia apenas para comprar mantimentos e levava Jamie com ele. Eles passavam o dia todo vendo televisão e brincando, Bruce era uma criança grande e a fazia rir e brincar com ele. De licença do trabalho ele dedicou a ela cada minuto, e cuidou dela como se cuida de um bebezinho indefeso.

Jamie tinha Bruce como um companheiro, um irmão, não tinha ainda a noção de estar sozinha no mundo, pois devido ao trauma que sofreu, sua memória se apagou e ela nem sabia quem era.

Às vezes Bruce a abraçava, no começo ela relutava, mas aos poucos aceitava dele um beijo no rosto. Não era um amor sensual que ele sentia por ela, era fraternal, como de pai para filha. Parecia que só havia sobrado ela em seu mundo também, ele não pensava no dia em que os dois se separariam. Talvez o temesse tanto que se esqueceu de propósito.

Então esse dia temido chegou. Depois de uma semana ele tinha que voltar ao trabalho, mas seria fácil buscar uma licença para continuar ao lado de Jamie, se não fosse pelo fato de terem encontrado um lar adotivo para ela. Afinal, o suposto tio de Jamie nunca existiu.

_ Eu não vou permitir! – ele disse desesperado ao delegado Pontes – Jamie está acostumada comigo, eu quero adotá-la como minha filha!

Pontes riu, mas triste.

_ Filho, ainda é jovem, não pode adotar uma criança, além do que ela é quase uma mocinha. O estado não lhe concederia essa adoção.

_ Me deixaram com ela por sete dias. Eu não a molestei e nem a deixei morrer de fome! Ela está forte, bonita... e me ama!

_ Não seja ignorante perante a lei, Bruce, você sabe como funciona. Jamie Constance vai para New York, morar com um casal de italianos, ele é empresário bem sucedido e ela uma mulher religiosa. Eles são o perfil perfeito para uma garota de 12 anos e com problemas psicológicos, pois a mulher é formada também em pedagogia.

As lágrimas nos olhos de Bruce deixaram Pontes admirado, mas ele mesmo não podia ignorar a lei. Pediu que Bruce se despedisse da menina e que voltasse ao trabalho.

Mesmo com aquela ordem, Bruce não se convenceu.

_ Não posso deixa-la, ela não fica longe de mim. Posso ouví-la chorando daqui! – em seu rosto estava a decepção.

_ Ela se acostumará, Bruce. – ele suspirou, era estranho ver um homem tão sério chorar por causa de uma menina – Sei que se apegou a ela, mas eu não posso fazer nada. Faria se pudesse. - segurou seu ombro e falou como amigo - Volte ao trabalho, soldado, siga em frente.

Era tudo que podia dizer.

Bruce saiu de lá atordoado, Jamie estava com a recepcionista e já chorava a ausência dele. Como se despediria dela?

Quando viu que o carro da assistência social parou em frente a delegacia, Bruce sentiu seu coração disparar. Era como se uma arma estivesse apontada para sua cabeça, e ele certo de que morreria.

Ele correu e abraçou a menina, queria achar palavras que a convencesse daquela separação. Mas como, se nem ele estava convencido?

_ Senhor Bruce? – era a assistente com mais dois ajudantes, uma mulher e um homem de estatura grande.

Ele sabia que não ia adiantar relutar, não resolveria gritar e nem implorar. Jamie ia embora e ele não podia mudar aquilo.

Quase que ordenando, ele disse que se despediria de Jamie ali mesmo. Segurou a menina pela mão e a afastou um pouco.

_ Jamie, - ele a sentou num banco e abaixou para olhar em seus olhos – acharam um lar para você. – sua voz embargou e ele relutou muito para continuar falando, e pior foi ignorar aqueles olhinhos de agonia, quanto aos seus estavam molhados – Não posso mais ficar com você, não por que não quero, são eles que não permitem...

Ouvindo aquilo, a assistente se aproximou.

_ Já chega, senhor. Despeça-se logo, não torne isso mais difícil pra ela.

Vendo que eles a levariam, Jamie jogou-se nos braços de Bruce e o agarrou forte, mas Bruce não podia segurá-la, embora relutasse, apenas a abraçou, em desespero.

_ Vá com eles, Jamie. Eu te amo, não se esqueça! Vá!

Sem tentar afastá-la de si, Bruce deixou que eles a arrancassem de seu corpo. Jamie grivava e se esperneava, virava seu corpo para trás, queria voltar para ele. Mas os braços grandes e fortes da lei a levaram, não teve jeito...

Jamie foi sendo afastada, e seus gritos foram ficando cada vez mais distantes, e Bruce ficou ali, no mesmo lugar, abaixado e com seu corpo encolhido no chão, sentindo a dor da separação. Em sua volta as pessoas que assistiram a cena estavam emocionadas e penalizadas.

Amparado pelas colegas da recepção, Bruce foi para a enfermaria, tinha seus nervos abalados e mal se mantinha em pé. E lá ele ficou por várias horas.

_ Vamos chamar por Laurence. – disse a recepcionista que o internou ali.

_ Eu já liguei. – respondeu Pontes – Laurence não atende. Nem a mãe dele.

_ Que estranho. O que houve com essa gente, Senhor Pontes? Fico pensando naquela cena, a despedida, Bruce sofreu muito. – dizia com pena.

_ Ele vai ter que se conformar. Vai esquecer, foram só sete dias e isso vai passar.

Pontes não sabia o quanto estava errado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Bruce enfrentará bandidos perigosos com Laurence.
Obrigada pela leitura!!!!
Deixe sua opinião, ok?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Polícia - O Início" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.