Simplesmente Elementar escrita por Rakeel


Capítulo 21
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :D
COMENTEM TÁ *~*



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Já eram mais de duas da tarde do domingo e nem sinal da dona Betone, já estava impaciente, olhando compulsivamente pela janela para ver se ela aparecia cruzando o portão.

___Esta esperando visita? Perguntou meu tio notando minha inquietação

____Mais ou menos isso. Respondi saindo da sala antes que ele fizesse mais perguntas

Sai para o quintal e comecei a andar em paralelo a cerca que dividia as propriedades, olhando pra residência dos Betone, mas não via nenhuma movimentação poderia ate se dizer que não estavam em casa, estava quase desistindo, quando meu celular vibrou em meu bolço.

___Alô. Atendi

___Daqui a dez minutos vá para o ponto de ônibus. Disse a voz do outro lado, logo após desligou, mas reconheci a voz como da Sra. Betone.

Voltei para dentro de casa correndo peguei minha bolça no quarto e desci falar com minha tia.

___Tia a Sara me ligou e me pediu para me encontrar com ela. Menti

___Agora? Pra que? Perguntou, ela andava desconfiada com minhas saídas repentinas.

___A Bianca brigou com o namorado e a gente vai sair entre meninas para ver se animamos ela. Menti de novo tentando ser convincente

___Então tá, só não chegue tarde. Disse me dando um beijo na testa em despedida

Sai pela porta e subi para o ponto antes mesmo que houvessem se completado os dez minutos, mas estava muito ansiosa, quando chaguei ao ponto olhei para os lados procurando a Sra. Betone, mas não a vi, mas depois notei um carro vermelho parado no acostamento um pouco, mas a frente , carro que reconheci de imediato como sendo da senhora Betone, caminhei até ele parando ao seu lado e ela destravou a porta para que eu entrasse, assim que entrei ela saio com o carro, sem dizer nada, mas não consegui me controlar e comecei as perguntas.

____Então senhora pode começar a me contar oque esta acontecendo, porque vocês vão embora porque Victor e Hugo podem fazer oque fazem... As perguntas saíram em torrente da minha boca a senhora Betone tirou os olhos da estrada por um instante para olhar para mim e deu um sorriso de canto antes de dizer

__Vamos achar um lugar então você pode me fazer suas perguntas uma de cada vez e com calma.

Assenti com a cabeça, e segui o restante do caminho em silencio, ela me levou a uma pequena lanchonete numa das partes afastadas da cidade, nos sentamos em uma mesa pequena no canto, o local estava quase vazio exceto por um casal que estava sentado em uma mesa distante da nossa. A senhora Betone pegou calmamente o cardápio correndo rapidamente seus olhos sobre ele e logo em seguida fez sinal chamando a garçonete, uma mocinha loira que veio sorridente até nos.

___Pois não? Perguntou posicionando sua caneta sobre o bloquinho pronta para anotar os pedidos

___Um suco de laranja. Disse a senhora Betone a moça, mas depois voltou o olhar para mim ______... E para você? Perguntou, não estava com vontade de beber ou comer nada, mas disse que queria o mesmo para que a moça nos deixasse logo sozinhas.

Fiquei encarrando a senhora Betone, mas ela não olhava para mim nem dizia nada apenas olhava em redor reparando o ambiente da lanchonete, alguns minutos se passaram, então a garçonete voltou com os dois copos de suco pondo os sobre a mesa, a senhora Betone deu um gole antes de finalmente olhar para mim que a este ponto já estava extremamente impaciente.

___Então por onde quer começar. Perguntou com um sorriso amigável, mas podia ver em seus olhos que não estava tão despreocupada quanto tentava aparentar.

Pensei por um minuto, decidindo minha primeira pergunta então comecei.

____Todos na sua família são como Victor? Perguntei

___De maneiras diferentes, mas pode se dizer que sim. Respondeu bebendo depois mais um gole de suco

___Oque exatamente vocês são? Perguntei olhando a, mas ela não olhava para mim.

___Diferentes culturas, diferentes épocas diferentes nomes acho que o mais recente seria elementar. Respondeu

__A senhora podia ser mais clara. Pedi considerando suas respostas evasivas

Ela olhou para mim, e pensou por alguns segundos antes de começar.

___Rachel oque você me diria se te dissesse que todos os seres de lendas e contos que ouviu durante sua vida, eram reais? Perguntou agora olhando para meu rosto e analisando minha expressão

___Há algum tempo atrás diria que a senhora esta louca, mas diante das circunstancias não há muitas coisas nas quais eu não acredite. Perante minha resposta ela continuou

____A maior parte desses seres criatura ou como você queira chamar se juntou com os humanos gerando filhos de sangue impuro e depois de algumas gerações simplesmente deixaram de existir, mas ouve uma que restou.

___Vocês? Por quê? Perguntei tentando obrigar meu celebro a aceitar suas explicações como verdade

____Em nossa raça quanto mais velhos ficamos mais forte nos tornamos, filhos de elementares com humanos também, sua força aumenta com a idade, mas é poder demais para um meio humano conseguir controlar, eles perdiam o controle e com suas habilidades só traziam destruição por onde passavam então os mais antigos se juntaram e mataram os portadores de sangue impuro, e foi proibido que voltássemos a nos unir a humanos, união esta que só trouxe mal. Disse ainda me encarrando, eu não entendia muito bem afinal ela me pedia para acreditar em uma coisa que parecia ser impossível, mas que outra melhor explicação para tudo aquilo? Processava oque ela dissera quando algo me ocorreu

___Mas a mãe do Victor e normal não é? Perguntei ainda confusa

___É, e essa é a grande questão, mesmo que não saiba disso Victor e um sangue impuro por isso sempre temos que esconde-lo.

___Mas vocês são fortes e Victor também, vocês podem se defender. Disse ainda sem entender muito bem o medo deles.

____Victor não sabe que somos como ele, e nem pode saber.

___Porque não?

A senhora Betone suspirou antes de me responder, acho que pensando como me explicar.

____Nos temos uma espécie de conexão entre nos, por exemplo, se eu pensar, no meu marido posso saber onde ele esta assim como ele sabe sobre mim, a não ser que um de nos, bloqueie, com Victor é igual só que ele não pode se bloquear, se ele começar a considerar e pensar em outros como ele com certeza vão o achar, esse é também um dos motivos pelo qual ele não pode perder o controle.

___Como assim? Perguntei.

___Quando usamos nossas habilidades também podemos ser sentidos por outros como nós, passamos anos escondendo Victor, mas conforme ele fica mais velho suas habilidades ficam mais fortes e mais difíceis de controlar.

____Oque fariam com Victor se o achassem? Perguntei temendo a resposta

___Como mandam nossas leis o matariam, eles já vieram atrás de Victor outras vezes e sinto que estão novamente por perto, se Victor ficar totalmente fora de controle de novo com certeza serão guiados direto até ele.

Minha respiração falhou me sentia zonza tentando assimilar tanta informação.

___Já esta ficando tarde preciso voltar para casa, mas queria te pedir um favor. Disse olhando para mim que assenti indicando que podia pedir

____ Como já deve saber Victor perde o controle quando fica nervoso, meu marido não gosta de você ele acha que a culpa dos rompantes que Victor teve dês de que chegamos foi sua, culpa, mas acho que você tem uma capacidade estranha de acalma-lo, então peço, por favor, que ajude a protegê-lo, não posso prometer que não vamos embora, pois meu marido já esta decidido, mas enquanto estivermos por aqui se mantenha perto se Victor e tente evitar que ele perca o controle eu sei que e pedir demais e que é perigoso para você, mas peço pelo amor de mão que tenho por Victor mesmo não sendo sua mãe de verdade, e sei que você também gosta muito dele por isso tenho coragem de pedir isso. Pediu segurando minhas mãos que estavam sobre a mesa

___Eu prometo fazer tudo que estiver ao meu alcance, para ajudar. Disse, e ela deu um pequeno sorriso em resposta.

____É melhor eu te levar para casa agora. Disse, depois chamou a garçonete pedindo a conta.

Ela me levou de carro me deixando no inicio da rua de terra, para que não fosse vista descendo de seu carro, percorri o resto do caminho a pé, entrei em minha casa ao me ver minha tia gritou para mim ainda sentada no sofá da sala.

____Então tudo bem com a Bia?

___Tudo sim, mas estou meio cansada por isso vou pro meu quarto agora. Disse quase sem parar, indo em direção as escadas, entrei no meu quarto e fui até o banheiro, olhei meu rosto no espelho tentando entender em que ponto minha vida se tornou tão complicada, lavei meu rosto, usando a agua fria que saia da torneira, para me acalmar.

Fui até minha cama e me sentei, repassando em minha mente a conversa que tive com a senhora Betone, todas as descobertas que fiz por mais estranhas e surpreendentes que seriam para qualquer pessoa todas estavam em segundo plano para mim, a única coisa com a qual eu conseguia me preocupar era com a possibilidade de alguém machucar Victor, talvez tivesse mesmo sido indiretamente responsável por muitos dos rompantes dele, mas ia cumprir a promessa que fiz à senhora Betone, meus pensamentos e convicções podiam estar confusos, mas meus sentimentos não, então prometi a mim mesma, iria fazer tudo que estivesse ao meu alcance para que nada de mal acontecesse a Victor.



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Notas finais do capítulo

Se gostarem comentem se não gostarem comentem também não me importo em mudar e re postar o capitulo



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