Simplesmente Elementar escrita por Rakeel


Capítulo 20
Expectativas


Notas iniciais do capítulo

COMENTEM ME ESFORCEI ESPREMENDO MINHA AGENDA PARA CONSEGUIR POSTAR *~*



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Passei a noite em claro e me levantei da cama com os olhos inchados, me olhei no espelho, estava com uma aparência horrível se meus tios me vissem daquele jeito provavelmente se preocupariam tomei um banho lavei meu rosto com agua fria para diminuir o inchaço dos olhos antes de descer para cozinha onde meus tios já estavam tomando café.

___Bom dia querida dormiu bem? Perguntou meu tio, dei lhe apenas um meio sorriso como resposta enquanto me sentava.

___Você vai sair ou vai estar ocupada hoje? Perguntou minha tia sentando se a mesa.

____Não, estou livre Respondi sem animo.

___Vou a cidade fazer umas compras e queria que você fosse comigo. Convidou sorridente

___Claro seria ótimo. Respondi apenas sem humor nenhum para sair.

Tomamos café, e nos arrumamos meu tio nos levou até a cidade depois voltou para cuidar de suas obrigações na fazenda, andamos pela cidade entrando em lojas de roupas e de calçados minha tia se animando com cada vitrine que via, me esforcei ao máximo para parecer animada, mas ela notou que havia algo errado.

___Você não queria vir comigo? Perguntou olhando para meu rosto apático

___Não é isso só não estou com humor para compras. Respondi, ela pensou por alguns segundos.

____ Deve ser chato andar com uma velha como eu devia ter convidado a Lisandra e deixado você aproveitar seu sábado. Concluiu tristonha.

___Eu não acho chato andar com a senhora, e dona Lisandra deve estar ocupada com a mudança para poder sair. Disse sem pensar as palavras apenas saltaram da minha boca

____Como assim mudança? Os Betone vão embora quem te contou isso? Perguntou, com os olhos arregalados.

___Sim vão, Victor me contou. Confirmei afinal já havia contado, e não tinha porque esconder, ela ficou pensativa por um minuto parecia estar processando as informações.

___Então é por isso esse seu desanimo você tinha feito amizade com os filhos da Lisandra, até mesmo eu fique triste com essa noticia. Disse, colocando o braço sobre meu ombro antes de continuar ______... mas já sei oque podemos fazer para nos animar vamos comprar presentes de despedida e entrega-los antes que vão embora assim sempre vão se lembrar da gente. Completou sorrindo, minha tia sempre conseguia se animar rapidamente, como uma criança que num minuto esta chorando e noutro já esta correndo feliz, eu gostaria muito de ser como ela, mas infelizmente as coisas não são tão fáceis para mim.

Minha tia escolheu animada presentes para todos, fones para Hugo, um caderno de receitas para Sra. Betone, e se decidia entre uma gravata verde ou uma cinza para o senhor Betone, a deixei conversando com a vendedora e fui para fora da loja lá havia um idoso vendendo colares, anéis e pulseiras em uma banquinha improvisada.

____A mocinha não quer dar uma olhada. Disse com sua voz rouca fazendo sinal para que fosse ver suas bijuterias, então dei alguns passos até sua banca.

Corri meus olhos vendo os anéis brincos pulseiras quando uma corrente me chamou a atenção, era prata e tinha um pingente na ponta em forma de labaredas, a peguei entre meus dedos.

___A mocinha gostou? Ficaria bem em você ou poderia dar para seu namorado. Disse o senhor tentando ser simpático, e por um momento me peguei sorrindo por considerar a ideia, mas assim como surgiu o sorriso sumiu do meu rosto, mas acabei comprando a corrente. Quando voltei para loja minha tia veio correndo até mim.

___Estava te procurando, já comprei a gravata para o senhor Betone e uma camisa para o seu filho mais velho, você conhece ele acha que ele vai gostar. Disse começando a tirar uma camisa de dentro da sacola, mas antes que tirasse por completo a interrompi.

___Deve ser linda confio no seu gosto, mas já compramos tudo que precisávamos então podemos ir para casa estou com um pouco de dor de cabeça. Pedi

___Claro se não esta se sentindo bem vamos voltar. Respondeu

Pegamos um ônibus e seguimos em silencio até em casa, depois de deixar as sacolas sobre o sofá subi para meu quarto, e me deitei na minha cama, alguns minutos se passaram quando minha tia entrou com um copo d’água em mãos.

___Rachel, trouce uma aspirina para você. Disse me entregando o copo de agua e sentando se ao meu lado na cama

____Obrigada. Disse tomando o remédio enquanto ela me observava.

___Se precisar de alguma coisa me chama ok. Disse depois me deu um beijo na testa e saiu, fiquei deitada olhando para o teto branco com os pensamentos longe e perdidos, dei um suspiro cansada, antes que o sono tomasse conta de mim. Acordei algumas horas depois com minha tia me chamando

___Rachel acorde, tem visita para você. Disse tentando me acordar

___Visita, para mim? Perguntei levantando em um pulo, sentindo meu coração bater mais rápido, desci as escadas e fui até a sala quase correndo, mas ao chegar lá meu coração se decepcionou.

___Sra. Betone oque faz aqui? Perguntei surpresa por sua presença.

____Rachel eu vim até aqui para perguntar se você viu o Victor, fomos ao quarto dele hoje cedo, mas ele não estava e não apareceu até agora então se sabe onde ele esta e de suma importância que me diga. Disse olhando para mim como se seus olhos tentassem me contar algo e segurando minhas mãos, pisquei três vezes tentando processar oque ela disse, será que Victor não tinha voltado para casa depois que falou comigo, será que ele tinha feito alguma besteira devido ao que lhe disse.

___Rachel se você sabe onde ele pode estar então diga. Interveio minha tia perante minha falta de resposta.

____Desculpa, mas eu não faço ideia de onde ele possa estar. Respondi dizendo a verdade, pois realmente não sabia, e pude ver que o olhar da Sra. Betone se tornou decepcionado, e ainda mais preocupado.

___Obrigada então. Disse antes de sair apressada.

___Se acha-lo ou precisar de ajuda não deixe de nos avisar. Gritou minha tia da soleira da porta para Sra. Betone.

Sentei-me no sofá pensando onde Victor poderia estar, enquanto minha tia fechava a porta e logo depois se sentou ao meu lado.

___Onde será que esse menino esta? Pobre Lisandra fica preocupada, enquanto ele deve estar com alguns amigos por ai e se esqueceu de avisa-la. Supôs minha tia

____Victor não tem amigos... Senti meu coração apertasse, imaginando oque poderia acontecer com ele sozinho__... vou para meu quarto. Disse por fim saindo da sala.

Fechei-me no quarto e deitei em minha cama sentindo vontade de chorar, meus pensamentos confusos, Victor podia se defender com certeza, mas se ele machucasse alguém sem querer, estava preocupada e não conseguia parar de pensar, porque tinha que gostar tanto dele? Minha aflição só aumentava com o passar das horas olhei para o relógio que marcava cinco da tarde, senti uma pequena pontada no estomago só tinha tomado café e dado umas mordiscadas sem vontade em um lanche que minha tia me comprou na cidade, desci ate a cozinha para pegar algo para comer enquanto mexia no armário algo me ocorreu.

___Tia preciso sair um pouco, mas volto logo não precisa se preocupar. Disse pegando minha bolça e sai correndo porta a fora antes que minha tia pudesse dizer algo.

Peguei o primeiro ônibus que passou e quando desci o sol começava a se por, corri pelas ruas e esquinas pouco movimentadas até chegar ao antigo teatro, pulei uma das janelas dos fundos para entrar, e como suspeitava lá estava Victor sentado com a cabeça baixa no centro do palco, caminhai até ele, me sentei ao seu lado que me olhou surpreso.

___Então oque faz aqui? Perguntei sem olhar para ele.

____Acho que tentando ser outra pessoa. Respondeu dando um sorriso tristonho.

___E, então teve sorte? Perguntei tentando parecer despreocupada, mas agora olhando para ele que suspirou.

___Não funciona sem você comigo Respondeu desviando seus olhos de mim, era incrível que com simples palavras ele conseguia derrubar qualquer parede que colocasse em frente ao meu coração, acho que a mais fraca e covarde nessa historia talvez fosse eu e não ele.

___Sua família esta preocupada e melhor você voltar. Disse sentindo vontade de chorar, mas me contive.

____Você acha que essa é a melhor das escolhas? Perguntou, olhando para mim, e apesar da pergunta ao olhar para seus olhos sabia que ele não estava só se referindo a voltar para casa. Apos um suspiro me levantei

___No momento sim, mas a gente sempre pode pensar junto e encontrar uma melhor. Respondi sorrindo lhe e estendendo a mão para que ele se levantasse, ele me deu um sorriso segurou minha mão e se levantou, saímos do teatro e caminhamos pelas ruas agora já escuras, mas ele ainda segurava minha mão.

Pegamos o ônibus junto e seguimos em silencio, mas podia sentir que ele estava tão feliz quanto eu.

Chegamos à frente do portão da fazenda Pinhal, e Victor apertou mais minha mão em sinal que queria que eu entrasse com ele.

Assim que cruzamos a porta a senhora Betone veio correndo a te Victor abraçando o

___Meu Deus você esta bem eu pensei que... pensei. Dizia pausando se incapaz de terminar suas frases.

____Você estava louco, e de novo com essa garota. Disse o senhor Betone agarrando meu braço, mas segurou bem na altura em que eu tinha a queimadura oque me fez gritar e me encolher de dor.

___Solta ela. Gritou Victor empurrando seu pai, fazendo com que me soltasse, ele se pôs a minha frente e olhava fixamente para o senhor Betone.

___Droga, se acalma Victor. Disse o senhor Betone vendo que o filho não estava bem, mas ele falar era inútil. Segurei o braço de Victor que olhou para mim, seus olhos estranhos, mas não totalmente sem foco.

___Esta tudo bem, eu estou bem. Disse olhando para ele e agarrando minha outra mão em seu braço, e quase que imediatamente seu olhar ficou normal.

___ Como é possível Disse a senhora Betone me olhando confusa

___Eu não vou ir embora. Disse Victor se dirigindo ao s.r. e a Sra. Betone

____Do que esta falando desde que chegamos isso é culpa dela, ela causou isso e encheu sua cabeça de ideias idiotas. Disse o senhor Betone frustrado apontando para mim.

___Ela não fez nada de errado. Retrucou Victor alterando novamente o tom de voz.

___Cala a boca Fernando já chega. Disse a senhora Betone a seu marido, e continuou, mas agora se dirigindo a Victor___... você se acalme, vamos esquecer essa historia por hoje e amanhã mais calmos a gente conversa, agora e melhor você ir para seu quarto. Pediu, Victor olhou para mim que fiz sinal para que obedecesse ele me deu um beijo na testa subiu para seu quarto, me deixando sozinha e sem jeito, o senhor Betone me lançou um olhar feio depois se virou e saiu da sala.

____Olha Rachel acho que é melhor você ir. Disse a S.r. Betone me guiando gentilmente até a porta.

____A senhora não pode me explicar o porquê de tudo isso. Perguntei já a soleira da porta, Sr Betone deu um suspiro e olhou instintivamente para traz creio que conferindo se Hugo ou o Sr Betone a ouviam

___Amanhã, dou um jeito de falar com você agora vai. Falou antes de entrar e fechar a porta.

Fui para casa confusa, e ainda um pouco assustada devido à discussão.

___A onde você estava? Perguntou minha tia nervosa ao me ver entrar pela porta

___E que me lembrei de um lugar onde Victor podia estar e fui conferir. Disse tentando me explicar

___E encontrou ele? Perguntou

___Sim ele esta em casa agora. Respondi, e minha tia deu um suspiro se acalmando.

___Sorte sua que foi por uma boa causa, mas se me preocupar assim de novo vou te deixar de castigo... Avisou___...agora vai jantar. Terminou pondo a mão sobre meu ombro e me guiando até a cozinha.

Naquela noite fui para minha cama ansiosa, torcendo para que o dia amanhecesse depressa, o dia em que iria responder todas as perguntas, que até então permaneciam sem resposta em minha mente.



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