The Son Of The Sea escrita por Lilian Smith


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oii, até que eu postei rapido não? Espero que gostem e por favor não me mandem para o Tártaro!



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Ela te amava sabe...

- Ponte para Terabitia-

Parte Percy


Imagine coisas como : Calafrios, Alucinações, Vozes, Vultos, Escuridão. Imaginou? Agora aumente isso mil vezes. Ainda assim não chega perto da sensação que é cair no tártaro.

Por vezes fiquei em duvida entre abrir ou fechar os olhos. Se eu abria via alucinações horripilantes, assisti minha mãe morrer de cinquenta formas deferentes enquanto caia. Se eu fechava os olhos, sentia como se mãos fantasmagóricas e gélidas estivessem percorrendo o meu corpo. Por um minuto pensei que a queda não tinha mais fim. Era isso. Pensei. Vou cair para sempre e nunca conseguir achar um fim, quem sabe com sorte eu acabo saindo da orbita da Terra e acabe caindo em outro planeta do sistema solar. E assim que terminei esse pensamento eu quase fui esmagado em um chão de pedregulhos. Senti que meu braço direito tinha sido rasgado por alguma coisa muito afiada e quente. Minha visão estava coberta de pontos pretos, e minha cabeça latejava como nunca. Fiz um esforço com as pernas para ficar de pé, e assim que fiz isso, alguma coisa me empurrou no chão novamente.

AI – exclamei, apesar de querer dizer mais do isso.

Tentei me levantar, mas o que quer que tenha caído em cima de mim estava me prendendo ao chão. Pisquei atordoado, até que consegui identificar o que era. Thalia estava ali. Em algum momento da nossa queda nossas mãos devem ter se soldado e eu nem tinha percebido. Seu rosto era uma mascara de agonia, e algo me dizia que tinha relação com o que ela tinha visto enquanto caia. Ela se colocou de pé cambaleante. Me levantei também e passei o braço pela cintura dela, que parecia prestes a desmaiar por não conseguir aguentar o próprio peso.

Por onde você acha que devemos ir? – ela perguntou depois de darmos dois passos para frente.

Para qualquer lugar que nos tire daqui. – falei.

Começamos a andar, e constatei que o lugar era pior do que eu poderia ter imaginado. Sempre que se referiam ao tártaro no acampamento eu imagina um lugar cheio de monstros, sangue, e lutas entre demônios. Mas não era nem um pouco dessa forma, um chão de pedras, cinzas, e poeira se encontrava debaixo dos nossos pés, uma nevoa espeça e enjoativa sibilava em cima das nossas cabeças, e um clima seco e quente circundava ao nosso redor. Pode até não parecer mas é pior do que se os monstros estivessem andando por ali. Parecia que a cada passo que dávamos tinha alguém nos observando. Vozes, e sons de passos vinham de todas as direções. Mesmo estando muito quente, aquilo me deu calafrios. A cada cinco segundos eu ouvia pessoas me chamando, e quando perguntei a Thalia se ela escutou o mesmo que eu, ela respondeu que tinha escutado uma coisa diferente. Continuamos a andar, a cada passo a nevoa se tornava mais espeça o que tornava difícil de respirar. Mais uns treze passos depois e eu estava ofegando, não conseguia mais arrastar Thalia nem a mim próprio. Estava suado, e minha mão direita estava ficando estranhamente esverdeada como se estivesse intoxicada. Minhas pernas estavam tremendo, e eu comecei a ver sangue em todos os lugares. Eu estava enlouquecendo.

Vamos – ouvi Thalia dizer – Temos que sair daqui.

Olhei para ela, e meu coração deu uma parada. Thalia não era Thalia. Era um fúria horrenda, com pressas expostas e estava prestes a me fazer em pedaços, eu gritei, e me afastei dela, minha mão voou ao bolso onde estava contra corrente, e eu tirei ela as pressas. No momento em que ia tirar a tampa e fazer a espada surgir, a fúria tinha desaparecido. No lugar estava Annabeth, um sorriso lindo comprimindo seus lábios, os cabelos loiros soltos, os olhos cinzentos com uma ternura linda. Ela tinha um objeto prata nas mãos, e avançou relutante na minha direção.

Nada – ela disse – Não é nada.

Então eu vi o tal objeto, era uma adaga, uma adaga curvada, e com uma ponta perfurante. Eu gritei novamente e me afastei, ela hesitou. Meus olhos foram inundados de pontos pretos, e quando eu pisquei novamente, consegui enxergar Thalia. Sua expressão coberta de pena, e medo. Ela estendeu a mão, eu hesitei por um segundo antes de aceitar a oferta.

Você está bem? – ela perguntou.

Alucinações. – respondi. E ela apenas assentiu. E nos recomeçamos a andar, como ambos estavam exaustos e machucados, andamos sem ajuda. Se tentássemos nos ajudar provavelmente acabaríamos nos atrapalhando. Demos mais alguns passos, e paramos na entrada do que parecia ser uma gruta.

Onde fica a saída daqui? – gemi. E me virei na direção de Thalia. Ela pareceu dar um sorriso debochado, depois seus olhos foram inundados de pavor e pânico. Ela gritou, e quase caiu em cima de um monte de pedras afiadas.

Calma! – falei, tentando soar relaxado o que era impossível – Sou eu Thalia, sou eu. Não é nada.

Ela continuou me olhando apavorada, o medo estampado nos seus olhos.

Não – ela gritou – Não pode ser.

Calma – falei

E nesse momento uma voz cortante e fria como uma adaga, ecoou pelo ar vindo diretamente da gruta.

Finalmente tenho a chance de conhecer meus netos. Seus pais nunca me deram essa possibilidade. – a voz falou e depois riu.

Isso pareceu acordar Thalia que avançou na minha direção e agarrou meu braço. Eu puxei contracorrente, e destampei. A gruta a nossa frente começou a ser inundada por uma luz dourada.

– Tsc, Tsc, Tsc. Que decepção. Filhos de Zeus e Poseidon precisando de um ao outro para se defender? Ora, o que aqueles estúpidos fizeram no mundo? – ele ralhou.

Cronos. – Thalia rosnou entre os dentes.

Eu tinha quase certeza de que o dono da voz sorria quando voltou a falar.

– Que bom que me conheci querida Thalia. Desculpe se não estive presente no seus aniversários, acho que não fui um bom avó. Mas vou li dar um presente muito maior. O fim da civilização dos deuses. A presente maior?

Saia dai. – gritei – venha para cá.

Pensei que fosse mais esperto, não conhece muito da mitologia né? Não em admira que não saiba, seu pai te ignorou por anos. Só de reclamou agora porque precisava de ajuda para limpar a barra dele com o olimpo. Se não fosse por isso, você provavelmente ainda estaria Encaixotado no chalé de Hermes. – Cronos ou seja lá o que for falou.

Aquilo doeu, mais do que deveria. Thalia apertou a barra da minha camisa com força. E antes que eu pudesse falar ela gritou.

O que você quer? Por que nos trouxe aqui?

Cronos riu, uma risada fria e seca. Que foi capaz de encher meu corpo de gelo.

Não é óbvio? Cada um de vocês foram traídos pelos deuses. Até seus próprios pais os traíram, ignoram vocês por anos e depois só quando precisaram de ajuda é que vieram reivindicar o que era deles. Isso os torna melhor? Isso os torna mais bondosos? Melhor do que nos? Obviamente que não. Se se juntarem a mim, e poderemos dar uma nova chance ao mundo.

Nunca – Thalia berrou, e se lançou para frente como se aquilo pudesse calar a boca do titã. ZARF, uma luz verde e dourada explodiu da gruta. Thalia foi lançada para trás como um boneco de trapos, e bateu com uma rocha que estava ali. Eu gritei, e avancei na sua direção. Ela não parecia nada bem, estava pálida, os olhos azuis girando nas orbitas, seus lábios estavam roxos.

O que fez com ela? – gritei para a direção da gruta.

– Nada que não possa ser curado. – ao dizer isso ele riu, como se fosse uma grande piada. – Viu o que os deuses fizeram a ela? Eles a transformaram em uma pecinha de xadrez. E é isso que ira acontecer a você. Junte-se a mim Percy. E será mais do que um robô dos deuses.

A nevoa agora era ainda mais pesada. Thalia estava imóvel em meus braços. Fhash de cada momento horrível da minha vida pipocaram na minha cabeça, o dia que fui reclamado veio seguido da frase “ só te reclamou porque precisava de ajuda” . Milhares de vozes explodiam na minha cabeça, umas dizendo que eu deveria aceitar, e outras dizendo que eu deveria dar o fora. Até que no meio do caos que se localizava meu cérebro uma voz familiar falou.

Percy – era Artémis – Confie em mim. Faça o que é certo. Eu vou ajuda-los.

Olhei para a gruta, uma luz dourada se expandia para fora pouco a pouco e se arrastava na minha direção. De certa forma eu sabia o que ela queria. E eu nunca deixaria que tivesse aquilo.

Não – Gritei, minha voz saiu forte como eu nunca havia ouvido. – Eu não vou ajudar você.

Nesse momento uma luz prateada desceu como se estivesse vindo do céu. Thalia e eu fomos circundados, e segundos depois eu me encontrava no olimpo. Os doze deuses olimpianos estavam em seus tronos a minha frente. Annabeth e Grover estavam ali também e nos olhavam paralisados. Ambos estavam com lagrimas nos olhos. Mas naquele momento, tudo que eu conseguia me concentrar era em Thalia. Ela ainda estava respirando, os olhos azuis elétricos recuperaram o foco, mas estavam perdendo o brilho.

Não – gritei – Thalia!

Ela tentou sorrir, mas isso não me aliviou em nada.

Sabe o que eu vi... – ela arfou – quando caiamos? E quando tive aquela alucinação? – sua voz estava enfraquecendo.

Em meio ao pânico eu consegui fazer o gesto do não com a cabeça.

Sua morte. – ela disse – Vi você morrer diversas vezes ... COF! – ela tossiu , seus olhos encontraram os meus, eu quase podia ver o que ela tinha visto – Não tem nada... Mais aterrorizante que isso.

Então seus olhos se fecharam, a cabeça pendeu para trás, e sua respiração foi enfraquecendo. Um ultimo suspiro foi dado. E ela se tornou imóvel em meus braços.


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Notas finais do capítulo

Então? ELA MORREU OU NÃO? EIS A QUESTÃO! RSRS, SÓ NO PROXIMO AGORA!