Amor De Infância escrita por Samyy


Capítulo 9
Capítulo Oito - Maníaco do Parque


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem, a culpa não é minha! Fiquei sem internet desde quinta, um sofrimento, mas tiramos boas coisas disto, por exemplo, escrevi uns quatro capítulos, porém não vou postá-los agora! O que seria uma boa fanfic sem a agonia de esperar pelos próximos capítulos?
Duas palavras: Vitor Krum



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Outono chegara tão assustadoramente rápido que deixou alguns em sobressalto. As folhas alaranjadas caem ao chão completando seu ciclo de vida. A temperatura começara a cair e a paisagem adquiria um tom da variação de marrom, antecedendo o inverno.

Hermione encontrava-se em seu quarto, sentada na cama contemplando o céu de sua janela. Faltavam poucos minutos para o pôr-do-sol, e o céu estava tingido de vermelho e laranja vibrantes. Algumas nuvens vagavam sem destino em formatos diferentes. Era uma cena bonita de se ver. O sol ao horizonte, desaparecendo aos poucos e escurecendo a cidade, que logo seria invadida pelas luzes dos postes.

A morena pensava distraidamente. O que a levara a namorar Vitor Krum? Quer dizer, ele era um bom partido. Bonito, de boa família e educado. Ah, lembrou-se claramente, ele fora um perfeito galanteador durante bons tempos, amolecendo seu coração, a conquistando até que ela não resistisse e aceitasse seu pedido de namoro. Eles se conheciam desde o início os últimos anos do ensino fundamental, mas apenas no segundo ano do ensino médio começaram a sair. Foram um ano e meio de relacionamento. Relacionamento que fluiu bem durante o primeiro semestre. Krum se tornara tão grudento, ciumento e previsível que chegava a irritar Hermione. Gostaria de saber como aguento tudo isso por mais vários meses. Vitor já chegou a tratá-la bastante rudemente, de tanto ciúme. Os garotos mal se aproximavam e ele já os ameaçava. Hermione perdeu alguns amigos por essa atitude do ex. Mas um dia, quando ela resolveu dar um basta em tudo, quase fora agredida. O moreno nunca aceitou o fim do namoro, e sempre desconfiou que Harry e ela tivessem algo. Não sabia o quão estava enganado.

Às vezes, Hermione sentia medo de reencontrá-lo por acaso. Não sabia do que ele podia ser capaz. Entretanto, depois do dia em que terminaram, esperava qualquer coisa. Nunca fora tão ofendida na vida.

Estava tão absorta nesse infeliz período de sua vida que levou um baita susto quando seu celular tocou. Sem olhar o identificador o atendeu.

– Alô? - disse ao levar o aparelho ao rosto.

– Ah... Oi, ér... - a voz do outro lado da linha estava visivelmente nervosa.

– Oi. - ela repetiu achando aqui lo um pouco engraçado. Por que alguém ficaria nervoso ao falar com ela?

– Oi...

– Veja, nós iremos ficar nesse joguinho de oi, ou o que?

– Não, é que... Desculpe, apenas não sei o que dizer.

– Que tal, o porquê de estar me ligando?

– Ah é, bem... Não sei se se lembrará, mas... Sabe aquela festa?

– Festa?

– É a festa a fantasia. A gente dançou.

– Dançamos? - Hermione tinha uma memória um pouco fraca às vezes. Ou era simplesmente o fato dela ter se acabado de estudar, não deixando espaço para determinadas lembranças.

– Sim, e você teve que ir embora.

– Embora?

– Aham. Você disse que gosta dos Beatles, e um pouco de Oasis. Lembra não? A Fera e a Bela?

– Ah... - foi quando ela finalmente se lembrou. - Fera, é mesmo... Mas... Como você sabe meu número? Nos conhecemos?

– Não que eu saiba. - respondeu dando uma pequena risada. - Você simplesmente esqueceu seu iPod na festa, e coincidentemente o encontrei.

– Meu iPod? Não, impossível! Ele está bem aqui... - ela levantou-se de súbito e saiu a procura do objeto. - Eu sei que ele está aqui! - exclamou.

– Por acaso na sua playlist tem Wonderwall em primeiro, depois I am the Walrus, Revolution, All around the world, Strawberry fields forever, Lullaby, Untitled, Across the universe, Come Together e Because?

– Como se atreveu a olhar meu aparelho de uso pessoal? - perguntou indignada. Nem sua mãe mexia em suas coisas, quem dirá um estranho.

– Como você acha que eu conseguiria te contatar para devolvê-lo? E devido a sua falta de atenção, se eu fosse algum malandro, e fique claro que não sou, nem me importaria com o dono e talvez vendesse este objeto de desejo.

– Tá legal, ok. Eu quero meu iPod de volta, então que tal marcarmos um dia para me devolver?

– Sábado no parque, em frente ao lago às 15 horas. Pode ser?

Hermione hesitou. E se ele fosse um maníaco? Maníaco quando é maníaco não diz que é maníaco, se não a pessoa vai saber que ele é um maníaco e fugirá.

– Se você tentar alguma coisa eu tenho spray de pimenta na minha bolsa e meus pais são advogados!

– E dai, o meu pai é juiz!

– Sério?

– Não, ele é dono de uma empresa de administração.

– Aff. - Hermione bufou e rolou os olhos.

– Ah, mais uma coisa: Bem bonita você. Até sábado. - e desligou.

– Filho da mãe! - ela arquejou.

"Maníaco, Maníaco, Maníaco, Maníaco!" Estava em total duvida se iria sábado. Um iPod não valia sua vida e sanidade. Ele devia ser um doido que fugiu do hospício. Sua mãe sempre lhe dizia: "Não se deve confiar em todo mundo, por mais amigo que pareça!”.

– Não, eu não vou! - mas parando para pensar, se ele fosse um maníaco teria divulgado suas informações na internet, a não ser que fosse um maníaco burro, embora não aparentasse ser... E ele ainda ficara nervoso... Talvez fosse seu primeiro delito. - Você está ficando maluca Hermione! - disse a si mesma.

Ouviu algumas batidas na porta e logo seu rangido.

– Oi! - Gina entrou. - Queria saber se quer ir jantar com Harry e eu.

– Com os dois? - perguntou ao que Gina assentiu. - Ficar segurando tocha olímpica não é minha função. Meu braço dói. - disse ironicamente.

– Haha! É só um jantar, nada de mais. Além do mais, nós iremos comer tacos com bastante queijo! - a ruiva sabia muito bem que era um dos pratos preferidos da amiga.

– Isso não vale! Chantagista! Só espera eu me recuperar da ligação que recebi agorinha.

– Que ligação? - perguntou sentando-se ao lado da amiga na cama.

– Um maluco! Acredita que eu perdi meu iPod e nem me dei conta?

– Não? - Gina fez uma expressão inacreditável. Tinha que fazer o seu melhor, já que sabia de algumas coisas.

Hermione contou toda a pequena conversa que tivera com o estranho. Gina teve de se segurar para não rir de determinadas coisas.

– Deve ser um psicopata! Eu não vou!

– O que? - a ruiva quase gritara. - Claro que vai. Imagina se o cara não é nada disso que você disse? Vai que ele é um gato, solteiro e vocês podem se dar bem? - não que gostasse de elogiar o irmão, mas às vezes alguns esforços são precisos. - E você mesma disse que ele gosta dos Beatles.

– Sim, eu disse, mas imagine a confusão: os dois querem escutar Beatles, mas são canções diferentes. Vamos brigar por isso, coisas bestas. E eu já tive um relacionamento nada bom, você sabe. Só não quero passar por tudo isso de novo. - sua voz se tornara embargada. Quando pensava em voz alta nas coisas que Vitor fizera e dissera algo apertava seu coração. Como se a realidade a tomasse dizendo "Foi tudo real." Pensar e dizer são coisas tão diferentes, mas tão iguais.

– Não chore Mione. Não vale a pena. Não deixe a lembrança de aquele desgraçado te assombrar. É passado.

– Pode até ser passado, mas fez parte do meu passado. Não posso esquecer.

– Amiga, homem é tudo igual, menos o Harry e os meus irmãos.

– Seus irmãos! - Hermione riu. - Falando nele, quando os conhecerei? Nós somos amigas a tipo... Muito tempo!

– Logo minha cara Hermione. Logo mesmo!

[...]

A semana passara voando, pegando carona em um trem bala. Já era sábado e faltava mais de meia hora para as 15. Hermione ainda estava decidida a não ir ao parque, mas lá no seu interior deseja fortemente que a hora chegasse.

Estava nervosa. Era como se voltasse a adolescência e esse fosse seu primeiro encontro com um garoto. Não sabia o que, mas tinha o pressentimento de que algo não sairia certo. Como o parque era perto de sua residência, saiu faltando quinze minutos para as três, ainda chegando ao local combinado adiantada. Se tinha uma coisa não que suportava era que a deixassem esperando.

Três horas em ponto. Nada. E ela nem sabia como ele era. Podiam raptá-la...

– Hermione para de ficar pensando besteira! - repreendeu-se.

Três e cinco e ela começava a pensar que fora enganada.

– Eu não devo ter procurado direito. E, qual é, qualquer um poderia ter acertado minhas músicas preferidas! Deve ter sido um amigo fazendo piada de mau gosto! - mesmo assim resolveu esperar mais um pouco.

Três e dez.

– Eu vou para a minha casa e fingirei que nada aconteceu! - a essa altura ela já caminhava de um lado para o outro, e as pessoas começaram a achar que estava louca falando sozinha. - É, eu vou! - ela virou-se bruscamente, esbarrando em alguém. - Me desculpe, eu... - ao encará-lo sua respiração se tornou pesada.

Já deveria ter superado esse pesadelo. Andou de costas a passos lentos, tentando ficar o mais longe possível dele.

Herm-on-nini. – disse Vitor Krum com seu sotaque búlgaro. Hermione gostaria de poder correr, mas suas pernas pareciam ser feitas de chumbo. - Nõ vai falarr nada amorrzinha.

– Me deixe sozinha! - reunindo forças sabe-se lá de onde.

Porr que eu farria issa? Eu gostar de estar com você. Lembrro de quand estávamos juntos... Seu cheirro, seus beijos...

– Dissimulado! - sussurrou. Quanto mais ele se aproximava, mais ela se afastava. - Fique longe de mim, se não... Vai ter problemas!

Prroblemas é? - desdenhou. - Vai me enfrrentarr? Você e mais quantas?

Sem pensar - ou pensando rapidamente - Hermione pegou seu spray de pimenta na bolsa, e espirrou no rosto de Vitor, que se contorceu de dor. Ela correu apressada, o mais rápido possível para casa.

Ao chegar e fechar a porta, se encostou-se à mesma e deslizou até sentar no chão. Vitor, ele sim era o maníaco, o doido, maluco, psicopata. Não sabia do que ele era capaz e nem queria saber. Quanto mais longe melhor. Além de perder seu tempo esperando alguém que aparentemente não foi, teve que reencontrar seu ex. Belo dia para uma bela semana, só que não...

Como alguém não podia entender o que é terminar um relacionamento?


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Notas finais do capítulo

Vitor, esse sim é o verdadeiro maníaco que ainda aprontará lá para a metade da fanfic, eu creio. Sejam boazinhas e me deixem alegre, sim? Obrigada a todas que sempre comentam, deixando suas opiniões. É importante!