Amor De Infância escrita por Samyy


Capítulo 31
Capítulo Trinta - A Toca


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora.



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Rony estava nervoso. Alias toda aquela semana fora bastante estranha e conflitante.

Uma semana inteira.

Por mais quanto tempo ele seria capaz de aguentar aquela tortura?

Sim, aquilo era tortura certamente. A não ser os anos em que não se viram desde que começaram a namorar, uma semana era o maior espaço de tempo em que Rony ficara sem ver Hermione.

Nos últimos sete dias ligara no período da manha e no período da noite para o Hospital em busca de notícias, sendo recebidos pelas mesmas palavras da recepcionista após esperar uns bons sete minutos na linha.

“Senhor Weasley, como eu já lhe disse esta manha: a senhorita Granger continua inconsciente, mas está em observação. E por mais que o senhor seja o noivo, no momento os únicos que podem visita-la são o senhor e a senhora Granger. São palavras do médico.”

Por mais desnorteado que o ruivo se sentisse ele aproveitou aqueles dias para pensar no que Harry ele contara e tomar uma posição sobre.

Harry tinha razão. Por mais que lhe doesse aquele pensamento, por mais incomodo que fosse, ele precisava seguir sua vida sem Hermione. Ela estava em coma, não tinham como saber quando ela acordaria. Poderia ser dali a alguns dias, ou dali a alguns anos, ninguém poderia lhe responder. Ele precisava tocar a sua vida, pedindo aos céus todos os dias que ela acordasse logo.

E há quanto tempo não saia com os seus amigos? Há quanto tempo não ia almoçar na casa dos pais? A última vez que o fizera parecia estar há décadas de distância. Afinal, não tinha sido ele próprio que aprendera que a vida é curta?

O que nos leva aquela manhã nublada de Domingo.

Domingo era um dia especial para a família Weasley. Não que fosse a comemoração de uma data inesquecível, ou aniversário de alguém, mas, aos Domingos a família sempre arranjava uma forma de se reunir. Pelo menos desde que Rony se entendia por gente era assim. E, agora que todos os filhos e filha de Arthur e Molly Weasley se tornaram adultos, saindo das “asas” dos pais, tendo suas próprias preocupações e até família para criar, vivendo na correria da semana, aquele dia se fazia ainda mais importante.

Ainda era Novembro, mas as ruas e as casas, principalmente daquele bairro, estavam completamente decoradas para o Natal.

Rony estava na frente de sua antiga casa contemplando a decoração. Os mesmos pisca-piscas rodeavam toda a casa com sua luz colorida, as renas e o Papai Noel em seu trenó, um Presépio onde era representado o nascimento do menino Jesus, boneco de neve e todo o tipo de decoração que o Natal poderia proporcionar. Aquela era a época preferida de Molly Weasley, ela amava decorar a casa com a ajuda dos filhos. Isso foi o que mais espantou Rony.

Ele não tinha ajudado a decoração aquele ano e ninguém se dera ao trabalho de avisá-lo.

Um pouco atordoado o ruivo tocou abriu a porta com a sua chave. Todos eles tinham uma chave, já que, segundo sua mãe, mesmo que não mais ali morasse aquela sempre seria a casa deles.

Logo no Hall de entrada pode notar o interior enfeitado, nem os quadros nas paredes, nem o cabideiro ao lado da porta escaparam.

O primeiro cômodo que checou foi a sala de estar. Lá uma grande e imponente árvore estava junto à parede. Estranhou não ter ninguém na sala, sempre havia pelo menos uma alma ali. Sua preocupação aliviou um pouco pois escutou vozes entusiasmadas vindas do jardim.

Antes de seguir o caminho resolveu checar a cozinha. Tinha esperanças de encontrar sua mãe antes de qualquer, ela passava grande parte da manhã naquele ambiente, colocando, literalmente, seu coração na comida.

Assim que ele abriu a porta da cozinha pode sentir o aroma delicioso da carne assada em cima da bancada. Seu estômago roncou com a possibilidade de degustar aquela delícia. Ninguém perceberia se ele roubasse um naco daquela carne. A faca estava próxima do prato e Rony apenas esticou o braço para pegá-la.

Mas seu movimento foi cortado por um forte tapa em sua mão.

– Ronald! – era a Sra. Weasley. – O que você pensa que está fazendo?

Era a mesma Molly de sempre, com os seus cabelos ruivos presos, usando o avental de cozinha.

– Oi mãe! – Rony sorriu timidamente.

Rony podia ter vinte e quatro anos, ser um jovem adulto, não mais morar com os pais, ser independente financeiramente e ter sua própria casa, mas sempre que Molly olhasse para aqueles olhos azuis veria o seu menininho de quatro anos.

Sem nenhum tipo de aviso a mãe abraçou o filho.

Rony, a princípio, se sentiu sufocado com o gesto, mas depois de alguns segundos entendeu que aquela era a forma da mãe demonstrar o quanto o amava. Ele se sentiu instantaneamente culpado.

– O que faz aqui Rony? – a mulher limpou os olhos (possíveis lágrimas) no avental. – Pensei que estivesse com Hermione no hospital.

– Não... Não, hoje eu vim ver minha família. – a simples menção a Hermione o deixou atônito, ela também era sua família afinal.

– Que bom que você veio querido, todos nós sentimos muito a sua falta. – ela o conduziu para o jardim da casa. – Hoje é um dia especial para nós, Bill e Fleur serão pais!

Estavam todos no jardim.

Os homens: Sr. Weasley, Bill, Charlie, Percy, os gêmeos e até Harry, jogavam Hóquei de grama, um jogo que inventaram ao chegar a Inglaterra e ver que o tempo não era tão frio quanto lá.

As mulheres: Gina, Angelina e Catie (noivas de Fred e George, respectivamente) e outra mulher, da qual Rony desconhecia, estavam ao redor de Fleur, dando risadas.

– Pessoal, deem uma olhada. Chegou quem estava faltando! - todos param o que estão fazendo e olham para Molly e o novo integrante da festa, por assim dizer.

– Ronald, meu filho. – o Sr. Weasley é o primeiro a esboçar reação. Ele larga o seu taco de Hóquei e vai falar com o filho.

Eles se cumprimentam brevemente, embora, ao olhar nos olhos de Arthur fosse possível ver o quão feliz ele estava pelo filho estar ali.

Aos poucos os irmãos o cumprimentaram com tapinhas amigáveis nas costas e o chamaram para jogar Hóquei, o que Rony prontamente aceitou.

Foram dez minutos, mas foi o suficiente para Rony se esquecer do mundo fora daquele jardim, onde a única coisa que importava era marcar o próximo ponto e ganhar do time de Harry.

Enquanto faziam a pausa para o almoço se encaminhando para a sala de jantar, Rony aproveitou e se aproximou de Harry.

– Sem ressentimentos? – ele estava um tanto envergonhado pelo episódio do outro dia quando foram almoçar.

Harry o encarou com a expressão carrancuda e os olhos observados, mas logo a suavizou, sorrindo para o amigo.

– Não havia ressentimentos. – ele apertou a mão do amigo.

Claro que não havia. Eles eram amigos há anos, aquela discussão não seria capaz de abalar sua amizade.

– Ronald! – Gina o chamou, ele não sabia em que pé estava com a irmã, já que sua expressão não era das melhores. Atrás dela vinha a moça que ele desconhecia. – Esta é Audrey, noiva de Percy.

Audrey era uma moça bastante bonita, com os cabelos negros e cacheados, lembrando um pouco os de Hermione.

– Prazer em conhecê-la. – os dois estendem as mãos e as apertam.

Para variar, a comida de Molly estava “melhor impossível”, palavras de Harry que virou alvo de gozação para Fred e George, já que ele era o único homem que “não era da família”.

– Vocês sabem que ele só esta falando isso para que gostemos dele, não é? – George perguntou brincando.

– Claro. – Fred respondeu. – Só lhe aviso que está fazendo um péssimo trabalho perdendo para nós no Hóquei de grama, que é uma especialidade Weasley.

Após o almoço cada um foi, literalmente, para o seu canto a fim de fazer a digestão. O Sr. Weasley chamou o filho mais moço para conversar em seu escritório.

Rony se lembrava, eram poucas as vezes em que ali entrara. O escritório do pai era uma espécie de fortaleza, um lugar que o pai prezava muito.

– Sente-se. – ele mandou e Rony prontamente obedeceu. – Então filho, como você está?

Ele já tinha respondido àquela pergunta diversas vezes, mas ainda não sabia muito bem o que dizer. Como você está é uma questão tão complicada, algo que depende de vários fatores. Você pode estar bem em relação a algo, mas não tão bem em relação à outra coisa. Complicado.

– Eu não sei pai, eu realmente não sei. – achou melhor ser sincero. – No geral eu estou bem, mas eu não estou tão bem assim. Então...

– Eu estou feliz que você tenha vindo, significa muito para a sua mãe e... Para mim também, mesmo com tudo acontecendo.

– É... – ele não queria falar sobre Hermione naquele momento, então mudou de assunto. – Eu vi que vocês montaram a decoração.

– Sim, como todos os anos. Sua mãe e u queríamos que você estivesse presente, mas a data para decoração tinha chegado, então achamos melhor fazê-lo logo.

– Essa deve ser a primeira vez desde que me entendo por gente que não ajudei a decorar.

Conversaram por mais alguns minutos, para depois retornar ao jogo de Hóquei.

O time de Harry, que consistia nele, Percy, Charlie e Bill continuava a perder para o Sr. Weasley, Fred, George e Rony. Jogaram até quase escurecer, e pouco a pouco eles foram indo embora, restando apenas Harry, Gina e Rony.

Gina cochilava com a cabeça apoiada no descanso de braço do sofá, Arthur e Molly cuidavam da cozinha, guardando a louça e Harry e Rony conversavam animadamente na varanda.

– Você precisa mesmo melhorar suas habilidade, nós demos um banho no seu time. – o ruivo comentava e ria. – O que foi aquilo?

– O que eu posso fazer se Hóquei na grama é uma especialidade Weasley? ele disse retomando as palavras de Fred.

Um silencio se estabeleceu entre eles. Silencio no qual Rony só pode pensar em compartilhar algo que rondava a sua cabeça há algumas horas, uma ideia que brotara devido a circunstâncias.

– Cara, o que você acha de eu ir ao presídio conversar com o Victor Krum?

Harry o avaliou por alguns segundos, talvez vendo se ele falava seriamente.

– Sério cara? – Rony assentiu e Harry balançou a cabeça negativamente. – Olha, você é maluco de querer fazer isso, mas... Eu também o faria se fosse com a Gina, sem pensar duas vezes.

E com aquela conversa o dia havia se encerrado para Rony. Após se despedir dos pais o ruivo rumou de volta para o apartamento.


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Notas finais do capítulo

Boas notícias para quem está esperando Hermione acordar: Não vai demorar a acontecer!
Até a próxima.