A Filha De Poseidon escrita por Abbs


Capítulo 39
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Desculpa a demora para postar é que sexta foi a minha formatura, sábado eu dormi a noite toda e ontem eu tive um jantar e passei o dia escrevendo o capitulo.
Não gostei muito, mas teve partes importantes que foram colocadas para ser importante no final
Espero que gostem.



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- Você precisa achar um lugar seguro para ela, até lá, posso mantê-la no Hotel Lotus.

- Nem pensar.

- Por que não? É o lugar mais seguro enquanto você não acha onde deixa-la.

- Ok, mas apenas uma semana, disso não passa.

         Acordei com uma dor de cabeça horrível. Olhei para baixo e não encontrei Dex. Levantei-me, decidi que era melhor tomar um banho. Assim que terminei fiz minha higiene matinal e fui escolher uma roupa para vesti.

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         Terminei e fui para a cozinha. Encontrei Dex com sua roupa de ontem e Percy tentando fazer o café da manhã.

- Bom dia – anunciei entrando na cozinha e dando um selinho em Dexter e um beijo na bochecha do meu irmão – o que você está tentando fazer? – pergunta para Percy.

- O café da manhã, mas esqueci de ir ao mercado quando a mamãe pediu – eu ri.

- Tem torradas na segunda prateleira e geleia e manteiga na geladeira.

- É por isso que eu te amo – falou Percy pegando as coisas que eu havia acabado de falar.

         Ele levou tudo até a mesa em que nós sempre tomávamos café. Ri e o ajudei a colocar a mesa e logo fomos comer.

- Vamos correr? – perguntei para Dex depois que eu terminei de lavar a louça.

- Não tenho roupa aqui Alie – disse.

- Percy te empresta – fiz biquinho.

- Se você continuar com esse bico eu não respondo por mim – ameaçou me fazendo rir.

- O que você vai fazer? – o desafiei.

- Isso – disse me prensando na parede e me beijando ferozmente.

- Eu adoraria ficar aqui te beijando, mas eu preciso correr – falei em seus lábios.

- Tudo bem, vou atrás do seu irmão – me deu um ultimo beijo e foi até o quarto de Percy.

         Fui para o meu quarto e coloquei uma roupa para correr. Faltava só colocar o tênis quando eu ouvi uma batida na porta.

- Entra – falei calçando o tênis.

- Vamos? – chamou Dex.

- Calma. Só três coisas – coloquei o outro tênis, peguei o celular e o fone de ouvido – pronta.

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         Dex riu e ofereceu sua mão. Gritei para Percy que estava saindo e fomos para o Central Park de mãos dadas.

- Olha, eu tirei a tala semana passada, por isso, não posso pegar pesado, ok?

- Tala? – perguntou confuso.

- É, eu quebrei o pé.

- Então aquilo que o Drake falou sobre viver tropeçando por ai é verdade?

- Exatamente.

         Ele riu e eu peguei o celular, coloquei o fone e procurei uma música. Levei um tempo até perceber o olhar de Dex para mim.

- O que tanto olha? – perguntei sem tirar os olhos do celular.

- Você devia ter colocado uma blusa que tampasse pelo menos a sua barriga.

- Não, você também não! – reclamei o fazendo rir.

         Dex me abraçou pela cintura e mordeu o lóbulo da minha orelha. O celular dele começou a tocar.

- Oi mãe, estou no parque – ela falou alguma coisa – com a Alicia – uma pausa – vou ver com ela e depois te ligo, tudo bem?

         Ele desligou o telefone e sorriu para mim. Seu sorriso era lindo assim como ele.

- O que foi? – perguntei.

- Você quer ir almoçar comigo e com meus pais?

- Dex, eu...

- Se você não quiser ir tudo bem, foi só que minha mãe nos convidou – disse ele fazendo biquinho e eu o mordi.

- Eu vou, só tenho vergonha – admiti.

- Não precisa ter vergonha – murmurou.

         Estávamos caminhando e conversando há uma hora, não podíamos correr porque eu tinha medo de machucar meu pé e usar aquela tala nojenta de novo. Assustei-me quando Dex me pegou no colo e me colocou no seu ombro.

- Ei – exclamei – o que pensa que está fazendo?

- Estou te levando para tomar um suco.

- Eu sei andar, sabia disso?

- Acredite, assim é mais legal.

         Dex comprou um suco de morango para ele e um de uva para mim, continuamos caminhando enquanto tomávamos suco, mas de repente Dexter praguejou.

- O que foi?

- Eles estão nos seguindo.

- Eles quem?

- Os fotógrafos – disse por fim.

- Como assim?

- Vem cá – chamou enquanto sentava em um banco.

         Fui até ele e me sentei ao seu lado. Ele parecia preocupado com alguma coisa e eu o fitava sem entender nada.

- Dex?

- Você sabe quem é meu pai?

- Sei.

- Não, Alie, eu digo você sabe qual a profissão do meu pai?

- Não.

- Meu pai é senador.

- Você está brincando, não é? – perguntei sem acreditar em suas palavras.

- Não mesmo.

- Sério, Dex, você não pode ser o filho do senador.

- Porque não? – perguntou levantando a sobrancelha.

- Porque, sei lá, os filhos de senadores são caras nerds, de óculos, com aparelhos e que não beijam bem.

- Isso quer dizer que eu beijo bem? – brincou – geralmente eles são assim, pois querem passar uma boa imagem.

- Então quer dizer que eu estou ficando com o filho do senador e que logo todos vão saber disso?

- Exato, tirando a parte do ficar.

- Não entendi.

- Eu não sei o que você fez comigo, garota. Você me enfeitiçou totalmente, me deixou louco por você. Sei que nos conhecemos ontem, mas desde então você não saí da minha cabeça.

         Dexter mal me deixou respirar ou pensar no que ele havia falado. Ele colou nossos lábios me fazendo esquecer tudo. Era diferente, mais intenso, como um novo sentimento.

- Namora comigo? – perguntou em meus lábios.

         Não sabia o que tinha acontecido comigo, quando me dei conta, já havia respondido:

- Sim.

         Ele sorriu de um jeito tão lindo que me fez sorrir também.

- Você ainda quer ir almoçar com meus pais? – perguntou como se eu pudesse ter mudado de ideia.

- Apesar de estar morrendo de vergonha e não saber como me comportar na frente do senador, sim, eu quero.

- Então, são dez e quarenta, é melhor eu te deixar em casa para você se arrumar.

- Tudo bem – sorri enquanto ele entrelaçava nossos dedos.

         Dexter me deixou em casa, pegou sua roupa e depois foi para a sua casa. Entrei e fui direto para o banheiro, onde tomei banho. Depois que saí me arrumei e coloquei o salto e perfume. Só não estava conseguindo fechar o cordão. Saí do quarto e fui para o quarto de Percy.

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- Mano, você pode...

         Não terminei a frase, congelei ao ver Nico sentado na cama de meu irmão.

- O que você... – de novo não consegui terminar a frase.

- Eu e seu irmão somos amigos – disse como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Eu sei, é só que...

- Você não está acostumada a me ver aqui, por isso estranhou – interrompeu-me.

- Sim – falei tímida – você viu Percy?

- Vocês estavam sem comida em casa e ele foi comprar alguma coisa para almoçarmos – explicou.

- Ah, droga – resmunguei.

- Precisa de alguma ajuda? – perguntou.

- Na verdade, preciso – admiti – não consigo colocar esse colar.

- Deixa que eu coloco.

         Fiquei de costas para ele e quando fui tirar meu cabelo para que ele colocasse o colar, ele já tinha feito isso. Nico estava muito próximo de mim, podia sentir sua respiração irregular meu pescoço.

- Pronto – disse assim que conseguiu colocar.

- Obrigada – falei ficando de frente para ele.

- Você está linda – falou enquanto eu arrumava meu cabelo – vai sair com Becca?

- Não, vou ir almoçar com Dexter e os pais dele.

- Você está saindo com ele? – perguntou rude.

- Ele me pediu em namoro hoje de manhã – contei ignorando seu tom de voz.

- Porque você fez isso?

- Eu gosto dele.

- Você não devia ter nem falado com ele.

- Tem razão, eu não deveria ter falado com ele. Isso foi culpa sua, se você não fosse um completo idiota e ter saído da piscina daquele jeito eu não teria conhecido ele.

- Agora está me culpando por ser uma vadia?

         Não acreditei no que ele havia falado. Nico sempre foi um ótimo amigo e me tratava muito bem. Depois do nosso beijo na piscina eu realmente achei que as coisas iriam mudar e fiquei realmente feliz por isso. Segurando o choro olhei para ele e falei:

- Não sei o que aconteceu com você e o que fez mudar tanto, até ontem você era maravilhoso comigo. Eu realmente não acredito que você me chamou de vadia e não vou ficar aqui para ouvir mais nada que venha de você.

         Saí do quarto na mesma hora em que a campainha tocou. Fui correndo atender.

- Oi – falei assim que abri a porta e encontrei Dex.

- Ligarei para o seu celular, mas você não atendia então eu subi – explicou-se.

- Tudo bem – dei um selinho nele – entra. Preciso pegar minha bolsa e dar uma ultima olhada no espelho.

         Ele sorriu e eu voltei para o quarto, escolhi uma bolsa e uma nova capa para o celular. Coloquei minha carteira rapidamente na bolsa junto com o celular.

- Vamos? – perguntei assim que voltei para a sala, ficando surpresa com a cena que presenciei.

         Dexter e Nico se encaravam e o olhar que lançavam um para o outro não era nada agradável.

- O que aconteceu? – perguntei.

- Nada – respondeu Dex se virando para me olhar – vamos?

- Claro.

         Quando estávamos quase na porta virei e encontrei Nico ainda olhando para nós, estava magoada com ele, mas mesmo assim disse:

- Tchau Nico, se cuida.

         Ele apenas assentiu e eu fechei a porta.

- Aonde nós vamos? – perguntei.

- Minha mãe fez uma reserva em um restaurante perto daqui, eles vão se atrasar um pouco, tudo bem?

- Claro – sorri.

         Não demorou muito e estávamos no restaurante. Assim que descemos do carro ele veio para meu lado e logo segurou minha mão.

- Já disse que você está linda hoje? – sussurrou em meu ouvido.

- Obrigada – murmurei corada.

- Hum. Você tem certeza que quer ir almoçar? Tenho planos bem melhores para nós dois.

- Safado – bati em seu ombro – adoraria descobrir seus planos para nós, mas você prometeu aos seus pais.

- Droga, minha namorada é perfeita – falou me dando um selinho.

- Isso é ruim?

- Totalmente. Agora vou ter que cuidar com os idiotas que querem roubar ela de mim – brincou.

- Idiota – falei rindo.

         Chegamos à mesa que a mãe de Dexter tinha reservado, ela era um pouco afastada das outras, acredito que era para dar um pouco mais de privacidade.

- Aqui é lindo – comentei enquanto sentava-me à mesa.

- Eu sei – ele riu – minha mãe ama aqui.

- Sua mãe é adorável – comentei.

- Apesar do cuidado excessivo eu concordo – brincou – quando eu vou conhecer seus pais?

- Quando você quiser – sorri – mas não é nada como conhecer o senador, você sabe – brinquei.

- Boba – disse ele se aproximando para me dar um selinho.

- Quero uma foto com você – falei.

- Sério? – perguntou ele como se não acreditasse.

- Aham – falei me levantando e pegando meu celular na bolsa.

         Sentei em seu colo, o fazendo rir e olhei para a tela do celular para ver como ficaria a foto. Gostando do resultado bati a foto. Quando fui bater a segunda Dex roubou um beijo bem na hora em que a câmera bateu a foto.

- Dexter – ralhei com ele.

- O que? Ficou perfeita, eu quero.

         Saí de seu colo e voltei para a minha cadeira no mesmo momento em que os pais de Dex chegaram.

- Depois você me passa essa foto – piscou para mim enquanto ficava de pé para cumprimentar seus pais.

- Dexter – sorriu a mãe dele o abraçando – fiquei tão preocupada, estava com saudades.

- Mãe, você me viu ontem a noite antes de sair.

- Eu sei amor, mas eu sou mãe – ela justificou-se sorrindo e olhando para mim.

- Alicia! Hoje está ainda mais linda! Fico feliz que você tenha aceitado o nosso convite.

- Obrigada Sra Mason, fiquei realmente feliz com o convite.

- Só Emma, por favor – sorriu e eu retribui.

- Alicia, sinto-me honrado com sua presença – sorriu Joseph.

- Obrigada.

         Todos nos sentamos e Dex segurou minha mão por cima da mesa e isso fez os olhos de Emma brilharem.

- Então, Alicia, qual seu sobrenome? – perguntou o senador.

- Blofis.

- Qual a profissão de seus pais?

- Joseph, por favor! – pediu a mulher.

- Tudo bem Emma – sorri – meu pai é professor e minha mãe escritora.

- Profissões muito honradas.

         Sorri como resposta.

- Onde você estuda, querida? – perguntou Emma.

- Estudo na Goode High School.

- Já ouvi falar, uma escola muito boa. Como são as notas?

- Eu tenho transtorno e déficit de atenção além de dislexia, então levando isso em conta, minhas notas são boas – Joseph arregalou os olhos e pareceu um pouco surpreso.

         Continuamos a conversar e eles perguntavam cada vez mais coisas sobre mim e cada pergunta Dexter sorria, até que Joseph fez uma pergunta que eu não pude responder.

- Como foi sua infância, querida?

- Não lembro – ri um pouco sem graça.

- Como? – perguntou sem entender.

- Há algum tempo atrás eu cai, bati a cabeça e perdi a memoria, não lembro de nada sobre a minha infância.

- Deve ser difícil.

- Às vezes.

         Meu celular começou a tocar, eu pedi licença a atendi enquanto ia para fora do restaurante.

- Oi?

- Alie? – era Nikki.

- Fala anjo.

- Você pode ir hoje à tarde comigo para o salão? Tenho que pintar de novo meu cabelo.

- Que cor dessa vez, Nikki? – brinquei.

- Querida. Você vai ou não?

- Vou sim, me manda uma mensagem com a hora e qual o salão que eu te encontro lá. Beijos.

- Obrigada, beijo.

                Desliguei o celular e voltei para mesa onde eles conversavam animados.

- Há quanto tempo estão na cidade? – perguntei.

- Duas semanas – respondeu Emma – Joseph resolvia as coisas de Vancouver mesmo, mas começou a ficar mais complicado e decidimos nos mudar – sorriu – fiquei realmente feliz que Dexter conheceu uma moça tão adorável quanto você.

- Obrigada – murmurei envergonhada – também adorei conhece-lo e claro conhecer vocês também.

         Não demorou muito e o assunto voltou para o colégio, onde Joseph fez várias perguntas e se mostrou extremamente interessado em saber que meu irmão e meu pai era professor.

- Seu irmão, Percy é o nome dele, não é? – perguntou.

- Na verdade, é Perceu, como o da mitologia.

- Vocês gostam bastante da mitologia grega?

- Eu amo e Percy também, pelo que eu saiba desde antes de se tornar professor. Eu sou praticamente louca pela mitologia, sinto como se eu pertencesse aquele mundo entende? – ri da minha própria idiotice.

- É raro encontrar alguém que sinta isso – murmurou e olhou para a mulher.

         Depois de mais algum tempo conversando, já estava na hora de ir embora. Despedi-me de meus “sogros” e fui com Dex até o carro dele.

- O que vamos fazer agora? – perguntou ele enquanto me abraçava pela cintura.

- Combinei de ir ao shopping com a Nikki, ela quer fazer novas mechas.

- Mas eu não quero te deixar ir – murmurou ele beijando meu pescoço.

- Desculpa, mas eu preciso – fiz biquinho que ele mordeu.

- Então eu vou te deixar lá – sorriu triste.

- Ainda temos tempo – pisquei para ele – Nikki vai me mandar uma mensagem quando for para eu ir. Você pode me levar para casa? – sorri.

- Claro – falou abrindo a porta para mim.

         Durante o curto caminho até a minha casa fomos conversando futilidades. Assim que chegamos Dex saiu do carro e foi comigo até a porta.

- Vai entrar, não é?

- Se você quiser – sorriu torto.

- Eu sempre quero – brinquei.

         Abri a porta e encontrei Nico, Percy e Annabeth, eles pareciam discutir sobre alguma coisa, mas assim que me viram se calaram na hora. Já era acostumada com essas situações e depois da terceira vez que isso aconteceu nem me dei ao trabalho de perguntar o que tinha de errado.

- Oi – falei sem graça.

- Alie – sorriu Annabeth se levantando para vir me abraçar.

- Annie, tudo bem?

- Claro – sorriu – oi Dexter, como vai?

- Bem – murmurou ele lançando um olhar nada agradável para Nico, que apenas retribuiu.

- Percy, a Nikki quer que eu vá com ela no salão fazer mechas, posso?

- Sim – sorriu guardando os papeis que estavam na mesa.

- Você vai fazer mechas também? – perguntou Annie.

- Não sei – ri – acha que ficaria legal?

- Talvez, faça um teste – riu.

- Acho que vou fazer mesmo, alguém vai me condenar? – brinquei.

         Rimos mais um pouco e depois eu puxei Dexter para o meu quarto, quando estava no corredor pude ouvir Percy gritando para mim:

- Porta aberta.

- Tudo bem!

         Entramos no quarto e Dex, como o folgado que é, deitou-se na minha cama. Sorri para ele e coloquei um filme no dvd e depois voltei para a cama me deitando em seus braços.

         Alicia andava ao lado de um advogado. Ele parecia muito sério e ela aparentava estar com medo. Eles se encontravam na frente de um hotel situado em Las Vegas. Quando entraram no hotel o advogado guiou a menina até uma sala de jogos enorme que estava lotado.

         O advogado levou a menina até uma moça que apenas observava todo o local, ela parecia estar pensando em algo e seus olhos estavam um pouco distante, como se ela não estivesse ali no momento.

         Seus cabelos eram castanhos escuros e os olhos da mesma cor, mas eram tão escuros que aparentavam ser pretos. A moça era bonita e parecia ter dezesseis anos.

- Você veio me tirar daqui? – perguntou a jovem.

- Ainda não querida – respondeu o advogado – você sabe o porquê de estar aqui.

- Eu posso me cuidar. Eu sei me cuidar.

- Sinto muito, mas obedeço às ordens de seu pai – a garota bufou.

- Quem é ela? – perguntou se referindo a garota que os olhava sem piscar.

- Sua prima – sorriu.

- Ela é tão nova para estar aqui – murmurou e se abaixou para ficar na altura da menina.

- Qual é o seu nome? – perguntou.

- Alicia e o seu?

- Jully.

- Seu pai pediu que você cuidasse dela – falou o advogado.

- Ela é linda – o ignorou completamente – porque ela está aqui?

- A mãe dela morreu e o seu tio não sabe o que fazer, ela vai ficar aqui só por uma semana.

- É só uma semana mesmo ou vão deixa-la aqui por mais de sessenta anos como fizeram comigo?

- Uma semana – disse o advogado se retirando.

         Jully sorriu para a menina que retribuiu um pouco sem graça. Não era acostumada com a presença de muitas pessoas, só da mãe, do pai, do tio, de Sally e do seu irmão.

         Ela ofereceu sua mão para Alicia que aceitou, logo começou a mostrar para a menina todo o lugar e explicou como funcionava aquele lugar tentando não assustar a menina.

         Alicia levava uma mochila com algumas roupas e um presente que seu pai havia dado e ela não tinha visto ainda. Ela se sentou em um banco enquanto esperava Jully voltar com alguma coisa. Até que se aproximou dela um menino que devia ter uns dez anos e um pouco parecido com Jully e sentou ao seu lado.

         A menina abriu a mochila a fim de ver o que tinha ali dentro. Surpreendeu-se a encontrar um dos seus cavalos peixes e riu lembrando que seu pai nunca iria se esquecer de que a pequena os amava.

- São cavalos marinhos? – perguntou o menino ao seu lado.

- Sim.

- São lindos. Como conseguiu?

- Meu pai sempre traz para mim.

- Sou Nico – apresentou-se o garoto.

- Me chamo Alicia – sorriu.

- Você é linda, ainda mais linda que a minha irmã, mas não conte isso a ela – comentou a fazendo rir.

- Obrigada – murmurou tímida.

- Quem é ela, Nico? – perguntou uma garota que tinha acabado de se aproximar deles.

- Alicia, olha Bianca, ela tem cavalos marinhos!

- Alicia, acorda.

- Hum?

- Seu celular estava tocando. Era Nikki.

- Atendesse para mim? – perguntei.

- Eu não sabia se você gostaria disso – riu.

- Não me importo – murmurei me levantando, pegando o celular e me levantando para ligar para Nikki.

- Alô – disse ela atendendo ao telefone.

- Desculpa Nikki, acabei dormindo, você já está indo?

- Estou no caminho, você vem, não é?

- Sim, estou saindo de casa – menti.

- Não minta para mim – disse ela rindo – o meu horário é só daqui a meia hora então você pode arrumar seu cabelo e tirar a cara de sono.

- Eu te amo! – ri – já estou indo.

Pov Percy

         Manter Alicia segura nesse ultimo mês tinha sido realmente um trabalho difícil. Já tínhamos perdido as contas de quantos monstros já tinham ido até o colégio. Nico estava praticamente sendo expulso, pois era ele sempre quem a protegia e derrotava qualquer monstro que se aproximava dela. O lado bom era que conseguíamos mantar tudo isso em segredo.

         Estávamos na sala da minha casa quando a porta se abriu e Alicia e Dexter entraram por ela. Era estranho ter que ver minha irmã com alguém que não era Nico, afinal, todos nós sabíamos de sua benção. Podia ver que Nico estava bem abalado com tudo o que tinha acontecido, mas ainda a amava e faria de tudo para protegê-la.

         Paramos de discutir na hora em que Alicia entrou o que foi uma sorte.

- Oi – falou tímida.

- Alie – sorriu Annabeth se levantando para abraça-la.

- Annie, tudo bem?

- Claro – sorriu – oi Dexter, como vai?

- Bem – murmurou ele lançando um olhar nada agradável para Nico, que apenas retribuiu.

- Percy, a Nikki quer que eu vá com ela no salão fazer mechas, posso?

- Sim – sorri guardando os papeis que estavam na mesa.

- Você vai fazer mechas também? – perguntou Annie.

- Não sei – riu – acha que ficaria legal?

- Talvez, faça um teste – riu.

- Acho que vou fazer mesmo, alguém vai me condenar? – brincou.

         Rimos mais um pouco e depois puxou Dexter para o seu quarto, quando eles estavam no corredor gritei:

- Porta aberta.

- Tudo bem!

         Ficamos mais um tempo discutindo sobre a segurança de Alie quando a mesma voltou segurando a mão de Dex, se despediu e saiu pela porta.

- Você quer que eu vá atrás dela? – perguntou Annabeth.

- Não. Ela disse que iria sair com Nikki e a garota luta bem – ri.

- Quando você acha que a memoria dela vai voltar? – perguntou Nico com uma carranca.

- Não sei, espero que logo.

         Não demorou muito e a campainha tocou. Levantei do sofá bufando e fui atender. Assustei-me quando abri a porta e dei de cara com o senador.

- Senador?

- Me chame de Joseph, sou o pai de Dexter.

- Alicia está namorando o filho do senador?

- Sim – ele riu.

- Entre, por favor.

    Ele entrou e eu indiquei o caminho até a sala onde ele sorriu para Nico e Annabeth, ambos pareciam surpresos com a visita, não mais que eu, acredite.

- Eu vim aqui conversar sobre você e sua irmã – sorriu.

- Algo de errado? – perguntei.

- Não, apenas uma conversa que tive com Alicia.

- Qual? – perguntei sem entender onde ele queria chegar.

- Você e ela são semideuses.

- O que? – perguntei surpreso por ele ter acertado.

- Não adianta negar. Alicia não sabe o que ela é?

- Ela sabia – não tinha como negar – mas ela perdeu a memoria.

- Em uma batalha, suponho.

- Como você sabe de tudo isso?

- Eu também sou um semideus, Perceu.

- Filho de quem?

- Atena – olhei para Annabeth que sorriu.

- Então seu filho é um descendente – disse Nico já de pé.

- Sim, não só de Atena como de Afrodite.

- Sua mulher é filha de Afrodite? Sabe o risco que Alicia corre ao lado de Dexter? A aura dela já chama a atenção mais que o normal, junto com um descendente completo... – Nico falava, mas Joseph o interrompeu.

- Alicia não corre tanto perigo ao lado de Dexter como corre ao seu lado.

- Como sabe? – perguntou Annabeth entendo as palavras do senador.

- Tenho minhas fontes – disse apenas.

- Tem razão, ao meu lado ela corre mais perigo, pelo menos eu posso protegê-la.

- Dexter sabe o que é e se não me engano depois do almoço que tivemos hoje entendeu perfeitamente o que Alicia é, mas eu ainda tenho minhas duvidas, posso tira-las? – perguntou para mim.

- Pergunte.

- Me conte tudo, desde o começo, ou seja, desde a sua historia e depois a da Alicia.

- Com doze anos coisas estranhas começaram a acontecer comigo, fui atacado com uma fúria e depois um Minotauro perseguiu eu, minha mãe e o sátiro que foi mandando para me proteger, até a Colina Meio-Sangue. Eu poderia passar pela fronteira e estaria seguro, mas minha mãe não. O Minotauro a capturou e a mandou para o Mundo Inferior antes que eu pudesse destruí-lo. Depois disso conheci o acampamento, alguns amigos e Annabeth, logo depois saí para a primeira missão. Naquela época o Raio Mestre de Zeus foi roubado e todos estavam em culpando pelo que tinha acontecido, me acusando. Passamos por muitos lugares até chegar ao Mundo Inferior onde encontrei o Raio Mestre dentro da mochila que eu tinha ganhado de Ares. Depois enfrentei o deus da guerra e venci – ri me lembrando do momento – devolvi o Raio para Zeus e voltei para casa. Desde aquele verão eu sempre voltei para o acampamento e em todos eu saia em missões, as vezes as escondidas, mas sempre voltava. Até que fiquei sabendo da “Grande Profecia”, você já deve ter ouvido falar dela – ele assentiu – então há alguns anos atrás houve uma Batalha pelo Olimpo, onde Cronos liderava o lado inimigo enquanto eu liderava um grupo de semideuses dispostos a morrer para salvar o Olimpo. Entenda, os deuses estavam ocupados com Tifão e não ouviram sua mãe quando ela disse que era apenas uma armadilha, então lutavam contra ele. Menos Hades – sorri para Nico – ele foi o único deus que veio nos ajudar.

     Contei para ele o resto da “minha” historia e quando terminei ele já perguntou:

- E Alicia?

- Ninguém sabe sobre sua infância, nem ela mesma, apenas não lembra – quem respondeu foi Nico, ele a conhecia melhor que ninguém – Poseidon avisou a Percy que ele tinha uma irmã, mas no começo ele não aceitou muito bem então eu com a ajuda de uma fúria encontramos Alicia. Na época ela morava em um orfanato, sua mãe havia morrido quando ela tinha cinco anos e ela simplesmente não se lembrava de como chegou lá, nem as inspetoras do orfanato. Contei a Percy onde ela estava seu nome e suas características para que fosse possível encontra-la. Ele e Quíron foram no dia de visitas busca-la, mas antes que pudesse contar o que ela era, monstros atacaram. Eram três e eles três, eles conseguiriam derrota-los fácil, mas eu não estava aguentando e fui ver como estavam indo. Levei alguns soldados mortos, que fez os monstros se afastarem. Depois de conversar um pouco, Alicia concordou em ir para o acampamento e no caminho contamos tudo para ela. Alie adorou o acampamento e não demorou muito já era natal, ela viria para casa de Sally com Percy e eu deveria ir ao Mundo Inferior com meu pai, mas antes que pudesse ir fui “sequestrado” e preso no antigo lar da Medusa. Alicia saiu junto com Percy, Annabeth e outros semideuses a minha procura, passou por muita coisa até saber onde eu estava. Chegou lá e me salvou na mesma noite ela enfrentou Nix e a derrotou, mas Alicia havia se banhado no Rio Estige e durante a batalha a deusa a acertou em seu calcanhar de Áquiles, ela não morreu, mas ficou dias inconsciente. Houve uma nova profecia e oito meses depois outra guerra pelo Olimpo, dessa vez os Deuses nos ajudaram. Alicia quase morreu de novo, mas uma filha de Atena e outra de Apolo cuidaram do seu ferimento e ela voltou para a batalha, no final como dizia a profecia ela teria que fazer uma escolha. Escolher entre o namorado, o irmão ou o melhor amigo. Ela escolheu dar a vida em troca da deles – seu olhar estava desfocado, parecia estar se lembrando daquele dia – mas ela enganou a titânide – sorri – quando Alicia ainda estava no acampamento ela recebeu um anel e esse anel se transformava em uma espada – pegou o anel de Alicia que estava com ele – ele sempre volta em forma de anel para ela, a titânide não sabia disso. Os três que seriam “a escolha dela” estavam desesperados achando que iam perdê-la, Percy sabia o que iria acontecer, pois tinha percebido, o melhor amigo e o namorado não. Alicia pediu para entregar algo ao namorado, tirou a aliança do dedo e colocou no bolso dele, acariciou seu rosto e foi quando ele percebeu o plano dela, o anel estava de volta em seu dedo. Quando ela foi voltar para onde estava Alicia girou o anel e correu atacando a titânide, que ficou surpresa com o ataque. Elas duelaram por minutos, Reia matou outra campista que atreveu a se meter. No fim, Alicia estava com a perna quebrada e o braço ferido, mas derrotou a titã e caiu. Todos correram para ficar ao redor dela, ela estava morrendo, foi quando Poseidon a tirou dali e levou para Apolo, que cuidou dela. Atena avisou que ela tinha perdido a memoria e não se lembraria de muita coisa e foi isso que aconteceu. Ela acordou reconheceu alguns amigos, o irmão e os pais adotivos.  

- E você era o namorado – afirmou ele olhando para Nico, que apenas assentiu.

- Eu sinto muito que ela não se lembre de você, mas espero que não culpe meu filho por isso.

- Eu não o culpo – disse Nico olhando para Joseph – mas saiba apenas que se eu ver Alicia derramar uma lágrima por causa dele eu o mato.

- É o que veremos – disse em tom ameaçador.

- Espero que entenda e desculpe Nico – disse Annabeth – ele a ama mais que tudo. Antes dela, ele não tinha ninguém e quando soubemos da benção, imaginávamos que ela não conseguiria ficar com mais ninguém a não ser ele.

- Benção? – perguntou.

- Alicia é filha de Poseidon e tem a benção de Afrodite – respondi – e como toda  benção tem uma maldição a dela é que ela só vai amar uma pessoa em toda a sua vida, não importa o que aconteça.

- Então se ela o amava...

- É só a mim que ela vai amar – completou Nico.

- Ela está enganando meu filho.

- Não – respondeu Annabeth – ela não faz ideia disso, ela pode até gostar ou sentir uma atração por Dexter, mas é Nico quem ela ama e sempre vai amar.

Pov Nico.

“... mas é Nico quem ela ama e sempre vai amar.”

    É possível? Hoje faria um ano de namoro e ela esta namorando outro. Como a vida é linda, não? É irônico imaginar que hoje faz um ano desde o nosso primeiro beijo. E agora? Ela está beijando outro.

- Sabe que nem eu mais acredito nisso? – murmurei para Annabeth.

- Sabe que nem eu mais acredito nisso? – murmurei para Annabeth.

- Nico! Já conversamos sobre isso, ela vai se lembrar de tudo.

- E quando isso acontecer? – perguntou Joseph.

- É simples. Alicia vai escolher com quem ela vai ficar e o outro vai ter que deixa-la ir, por mais difícil que seja – afirmei.


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Notas finais do capítulo

Então? Qual foi a opinião de vocês? uahhua