A Filha De Poseidon escrita por Abbs


Capítulo 38
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse antes a história está mudando e personagens novos chegando, por isso, não me julguem. No final tudo acaba bem, ou quase.
Espero que aproveitem e quero a opinião de vocês no final.



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Seu cabelo estava molhado e caia em seus olhos, me aproximei lentamente e com uma mão, os tirei dos olhos dele. Ficamos presos no olhar um do outro e quando percebi estávamos com os rostos quase colados. 

         Seu olhar se alternava entre meus olhos e minha boca assim como os meus. Um parecia esperar o outro tomar a inciativa e dei graças quando Nico passou o braço pela minha cintura me colando a ele e unindo nossos lábios.

         O beijo começou calmo, com ternura, mas ao que parece nenhum de nós queria algo assim, pois Nico começou a me beijar ferozmente, como se estivesse com saudades. Passei minhas pernas ao redor da sua cintura colando ainda mais nossos corpos. Segurei seu cabelo o impedindo de se afastar de mim.

         As mãos de Nico ainda estavam em minha cintura, me segurando de forma possessiva e às vezes acariciando onde elas estavam. Ouvi um pigarro que me fez saltar imediatamente vendo que o modo como estávamos era um pouco improprio.

         Para o meu completo azar, quem pigarreou foi meu irmão que intercalava seu olhar de raiva entre eu e Nico. Imediatamente fiquei envergonhada vendo que todos nos observavam. Voltei meu olhar para Nico preparada para pedir desculpas pelo modo como me comportei, mas me surpreendi quando ele sorriu.

Ele lançou um olhar para Percy que assentiu e depois me puxou para um beijo apaixonado. Ri em seus lábios e assim que nos separamos perguntei.

- O que foi isso?

- Eu é que pergunto – ele riu entrelaçando suas mãos nas minhas.

- Eu acabei de beijar o irmão da minha melhor amiga e gostei. Isso soa estranho demais? – perguntei e por um momento pude ver a decepção em seus olhos – o que foi?

- Nada – disse e saiu da piscina sem falar mais nada.

- Fiz algo de errado? – perguntei para Becca que estava ao meu lado.

- Ele apenas está confuso, dê um tempo.

         Dei mais um mergulho e saí da piscina. Estava com sede e não queria esperar até a hora do almoço. Fui até o restaurante e fiquei sentada no balcão esperando alguém vir atender. Um garoto se aproximou sorrindo.

- Seu nome? – perguntou.

- Porque quer saber?

- Sou novo na cidade, preciso fazer novos amigos e achei melhor começar com uma garota linda.

- Alicia – falei.

- O que? – perguntou.

- Meu nome é Alicia e o seu?

- Dexter. Você parece ser nova e é tão pequena – riu.

- É, meus amigos deixam isso bem claro para mim, o tempo todo.

- Eu estou aqui com os meus pais – apontou para um casal bem novo sentado em uma mesa conversando.

- Eles são bem jovens – comentei o fazendo rir.

- Ah, qual é. Não pareço ser tão velho, pareço? – o jeito como ele falou me fez rir.

- Não – eu ri – agora sério, quantos anos você tem?

- Não fuja de mim, ok? Eu tenho dezessete.

- Quantos anos você acha que eu tenho? – ele achava mesmo que eu era tão nova assim?

- Uns quatorze? – perguntou me fazendo rir.

- Ah, não. Você está brincando certo?

- Não, você parece ter mesmo essa idade.

- Estou fudida então. Eu tenho dezesseis, ok?

- Oh, melhor para mim – piscou.

- Está tão desesperado para dar em cima de mim? – perguntei o fazendo me olhar incrédulo.

- Garota, você já se olhou no espelho? – brincou ele me fazendo rir.

         Tinha esquecido porque estava ali. Dexter era engraçado, fofo e meigo. Além de ser lindo com seus cabelos castanhos claros e olhos verdes. Não como os meus e de Percy, mas um verde um pouco puxado para o azul.

- Alie? – chamou Percy.

- Namorado? – Dexter perguntou para mim.

- Irmão – respondi para ele depois olhei para Percy – Fala.

- Você sumiu, fiquei preocupado. Quem é esse? – perguntou olhando para o meu novo amigo.

- Esse aqui é o Dexter, ele é novo na cidade e não tem muitos amigos, estávamos conversando – sabia como Percy era ciumento, então achei melhor explicar logo antes que acontecesse algo acontecesse - Dexter esse é meu irmão, Percy.

         Percy sorriu para meu novo amigo e eles deram um aperto de mão e logo começaram a conversar. O garçom, depois de anos veio nos atender e eu pedi um suco de uva, o meu favorito.

- A Annabeth está te chamando – avisei meu irmão assim que vi Annabeth tentando chamar a atenção dele.

- Estou indo então, Dexter quer se juntar a nós? – meu irmão perguntou a ele.

- Claro – respondeu sorrindo – só vou avisar meus pais e já estou indo.

- Eu espero você – falei.

         Dexter foi até seus pais e falou alguma coisa, dei um gole no meu suco e logo ele estava ao meu lado. Fomos caminhando até a piscina e logo vi que todos estavam nos encarando.

         Drake que estava na piscina saiu dela rapidamente e ficou na nossa frente.

- Quem é esse? – falou ríspido.

- Um garoto que eu conheci no restaurante.

- Desde quando você começa a conversar com garotos que conhece em restaurante? – perguntou nervoso.

- O que aconteceu com você, Drake? Nunca me tratou assim. Ele é só um amigo. Acabou de chegar à cidade e não conhece ninguém. Nem Percy o tratou assim.

         Dexter olhava para Drake de um jeito engraçado, como se tivesse medo dele. Segurei uma risada.

- Desculpa cara – disse Drake – ela é a minha bonequinha, sabe? – revirei os olhos – ninguém gosta quando um garoto chega perto dela.

- Ela vive sobre muitos cuidados? – brincou Dexter.

- Você nem imagina. Deveria prendê-la uma cela, assim não fica tropeçando por ai.

- Ei, deu de falar de mim como se eu não estivesse aqui - protestei.

- Desculpe baixinha, vou deixar vocês conversarem.

         Ele entrou na piscina de novo. Peguei meus óculos e coloquei no rosto. Sentei na beirada da piscina colocando os pés na água e Dexter fez o mesmo.

- Todos eles são cuidadosos desse jeito com você?

- Você nem imagina – ri –teve um dia em que Percy ameaçou falar para o papai me mandar para um colégio interno só de garotas na Inglaterra.

- Namorar não deve ser fácil – comentou me fazendo rir de novo.

- Olha, se eu tive um namorado, eu não lembro, mas deve ter sido difícil – ele me olhou confuso por um momento e eu resolvi explicar – eu caí, bati a cabeça e perdi a memória então não me lembro de muita coisa.

- Nossa, deve ser estranho.

- Às vezes – fui sincera.

         Começamos a conversar e eu perguntei mais sobre ele. Dexter tinha vindo de Vancouver. Ele não sentia saudades de lá, estranhei esse fato, mas sorri.

- Alie – cantarolou Travis vindo nadando até mim.

- Saí. De. Perto. De. Mim – falei pausadamente fazendo ele o Dexter rirem.

- O que? Assim seu novo admirador vai pensar que eu sou mau, isso magoa, sabia? – disse ele fingindo de inocente.

- Como se você não fosse isso, não é?

- Poxa, é por isso que eu te amo, sabia? Você me conhece melhor do que ninguém.

         Falando isso ele pegou meu pé que estava na água e me puxou para frente, me fazendo cair com tudo na água, assim que caí, não me levantei, fui até onde ele estava e o puxei para baixo e subindo forcei sua cabeça ainda mais para baixo.

         Ele se debatia e todos estavam rindo da cena. Assim que o castiguei bastante (mentira, nem fiz isso, só deixei ele alguns segundos em baixo da água, nada que o prejudique) tirei minha mão de sua cabeça e ele levantando me lançando um olhar divertido.

         Decidi fazer a mesma coisa que ele fez comigo, mas com meu novo amigo. Fui até a beirada da piscina.

- Sabe de uma coisa, Dex? – ele levantou a sobrancelha, provavelmente estranho o apelido.

- O que, Alie? – rebateu rindo.

- Você está seco demais – puxei seu braço o fazendo cair na água e fazendo-o vir diretamente para mim.

         Dexter usou suas mãos para me fazer ficar em baixo da água com ele. Olhou para mim sorrindo e sem nem esperar colou nossos lábios. Fiquei chocada com sua atitude, mas antes que eu pudesse me segurar retribui o beijo.

         Quando me dei conta do que estava fazendo o afastei, fui para a superfície e rapidamente saí da piscina. Olhei para a Becca pedindo sua ajuda a ela assentiu saindo da piscina também. Corri até o restaurante de novo e olhando pelo canto do olho vi Becca vindo atrás de mim.

- Agora me conta – começou Becca – o que aconteceu?

- EubeijeiDexter – falei rapidamente e vi o rosto confuso da minha melhor amiga.

- Fale devagar e com calma – pediu.

- Eu beijei Dexter.

- Deuses, isso é sério? Que fofos Alie! – exclamou Becca quase saltitando de felicidade.

- Você não entende? Hoje mais cedo eu dei o maior amasso em Nico e agora eu estava beijando outro garoto? Sinto-me uma vadia.

- Anjo, você gostou de ter beijado eles?

- Gostei e muito – admiti.

- Teve um que você gostou mais?

- Sim, mas ele muda de humor a cada cinco segundos. Depois do nosso beijo ele sorriu depois ficou bravo, mas eu gostei de ter beijado Dexter, mais do que deveria.

- Alie, você não foi uma vadia por ter beijado os dois, ok? Sendo que foram os dois que te agarraram primeiro.

- Isso não quer dizer nada, eu poderia muito bem ter recusado os dois.

- Pare de tentar se culpar. Deixe as coisas acontecerem e ninguém vai te julgar, ok? – eu a abracei.

         Era bom ter três melhores amigas, cada uma com seu jeito único me ajudava e me aconselhava de maneiras sem igual.  Sorri para Becca e voltamos para a piscina. Logo seria a hora do almoço. Sentei na beirada onde estava sentada antes com Dex. Ele sorriu culpado e veio na minha direção.

- Olha, Alie – começou ele – eu sinto muito. Não posso dizer que não queria aquilo, porque estaria mentindo, me sinto culpado por ter feito isso sem nem ter perguntado ou esperado você falar a alguma coisa e eu adorei ter conhecido você e não quero que fiques brava comigo...

- Eu entendi Dex – sorri para ele – só estou um pouco confusa com tudo.

         Ele retribuiu o meu sorriso e começamos a conversar de novo. O assunto surgia fácil entre nós e tínhamos algumas coisas em comum. Dex me contou que gostava de correr todas as manhas e eu estava me sentindo gorda, por isso, pedi para ir com ele.

         Passei meu telefone a ele para continuarmos a manter contato. Eu tinha gostado dele, poderia ser um ótimo amigo. Chegou a hora do almoço e eu vesti meu short e camiseta e voltei para o restaurante com ele. Ele iria me apresentar aos seus pais, ri com a ideia do garoto, mas não falei mais nada.

- Mãe, pai - ele chamou a atenção dos dois – essa é Alicia.

         Sorri para eles e fiquei feliz quando eles retribuíram. A mãe de Dexter parecia ser nova, era linda, tinha um corpo escultural que dava inveja a qualquer mulher, um sorriso deslumbrante que combinava perfeitamente com seus cabelos castanhos e olhos azuis. Descobri que ela se chamava Emma.

         O pai dele se chamava Joseph. Ele era extrovertido e lindo, assim como o filho. Ele era loiro e tinha os olhos verdes. Foi dai que percebi a combinação estranha da cor dos olhos do filho deles. Eles me convidaram a almoçar com eles, mas recusei dizendo que tinha combinado de almoçar com meus amigos e convidei Dex, que pareceu feliz com o convite.

         Despedi-me deles prometendo que os veria de novo, Dex veio comigo até onde estavam meus amigos. Nico lançou um olhar nada legal a ele, mas Dexter não percebeu. Sentei ao lado de Drake e Dex ao meu lado.

         O almoço foi tranquilo, almoçamos entre risadas e conversas. Assim que terminamos ficou combinado que iríamos jogar futebol. Na hora da separação de times foi uma briga, mas logo resolvemos como iria ficar e Jully quis ficar de fora porque já sabia quem iria ganhar. Não sei como, mas ela sabia.

         Ficou decidido que nem um time ficaria eu, Percy, Drake, Dex, Becca e Travis contra Thalia, Annabeth, Nikki, Nico e Connor.

         Entramos na quadra entre brincadeiras. O time de Thalia iria começar com a bola. Thalia jogou a bola para Connor, que tocou para Nico, mas ele perdeu a bola para Dex, que jogou para Drake que passou para Percy e ele jogou para mim. Chutei no gol em que estava Nikki e adivinha? Eu fiz um gol!

         Gritei e corri até Percy pulando em seu colo, ele apenas riu da minha animação. Nikki passou a bola para Annabeth, ela jogou para Nico, que tocou para Thalia e chutou para o gol, mas Becca defendeu porem não segurou a bola e Jason pegou o rebote e fez um gol. Sorriu para a namorada e mandou um beijo, Becca sendo meiga como sempre mostrou o dedo do meio.

         Ficamos jogando por mais duas horas, até que todos estavam mortos e nós ganhamos. Percy tinha feito dois gols, eu três, Drake cinco, Travis sete e Dex o mesmo.

- Como você sabia que íamos ganhar? – perguntei para Jully.

- Por dois motivos, eu sabia que vocês iam ganhar e meu namorado estava no time – sorriu para Travis que retribuiu.

         Estávamos todos sentados na quadra onde jogamos bola. Jully tinha comprado água para todos e estávamos descansando. Eu estava com o cotovelo apoiado na grama e observava meus amigos cansados.

         Olhei para Nico e vi que ele olhava para mim, sorri, mas ele não retribuiu. Isso me deixou chateada. O que eu havia feito de errado? Meu celular que estava em meu bolso, tocou, era meu pai.

- Oi pai – atendi fazendo todos olharem para mim.

- Oi filha, onde você está?

- No clube.

- Seu irmão está com você? – ele parecia preocupado.

- Sim, por quê? Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu e sua mãe estávamos pensando em ir Long Island, passar o fim de semana na casa de meus pais, tudo bem para vocês ficaram sozinhos?

- Claro, não se preocupe, eu cuido de Percy – o mesmo mostrou a língua para mim.

- Se cuidem e não cheguem muito tarde. Beijos – me despedi de meu pai.

         Guardei meu celular e percebi o olhar de todos sobre mim.

- Você vem, não é? – perguntou Jully.

- Vou para onde e para que?

- Para a festa que tem hoje à noite – respondeu Becca sorrindo.

- Não sei, meus pais foram para a casa de meus avós.

- Então aproveita – disse Nikki rindo.

- Quando eles estão fora quem deve me dizer se eu posso ou não é meu irmão mais velho lindo e gostoso.

- Poxa Alie, não precisa de tudo isso para me pedir alguma coisa. Sei que sou lindo e gostoso, mas não fica espalhando por ai – piscou para mim – nós vamos sim.

- Obrigada maninho – sorri para ele e mandei um beijo.

         Olhei para Dex e vi que ele me observava de um jeito estranho. Sorri para ele que retribuiu.

- Você vem? – perguntei para ele.

- Não fui convidado – se fez de bobo.

         Dei um tapa em seu braço e ele riu dizendo que se eu viesse com ele, ele viria, concordei e ele sorriu.

- Se vocês querem que eu venha mais tarde, eu preciso ir para casa começar a me arrumar.

- Alie, você é feia se arrumando ou não, ir algumas horas mais tarde não vai fazer diferença – disse Drake, o piadista.

- Vai se fuder – mostrei o dedo do meio para ele, que riu e disse que me amava.

- Percy você me leva para casa? – pedi.

         Antes que ele pudesse responder, Nico disse:

- Eu levo você.

- Alie, posso me arrumar na sua casa? Eu ia fazer isso na Nikki, mas... – “eu preciso conversar com você” ela sibilou para mim.

- Claro, tudo bem.

         Nico se despediu de todos, eu e Becca fizemos o mesmo. Passei na piscina e peguei minhas coisas depois seguimos para onde estava o carro de Nico, fomos o caminho inteiro em silencio, estava desconfortável desse jeito. Assim que chegamos em casa, me preparei para descer, mas Nico me parou.

         Becca, percebendo que ele queria conversar comigo saiu do carro e me esperou na calçada.

- Olha Alicia – começou ele – o que aconteceu na piscina foi um erro, não deveria ter acontecido.

Aquilo me pegou de surpresa e me fez ter vontade de chorar. Segurei as lágrimas e disse:

- Tudo bem, isso não vai se repetir.

         Sai do carro e entrei em casa com Becca logo atrás de mim. Eu não havia chorado e fiquei feliz por isso.

- Agora me conte o que ele falou.

         Estava vendo o que ia vestir enquanto ela estava sentada na minha cama me observando.

- Ele disse que foi um erro e que não deveria ter acontecido.

- E você?

- Disse que estava tudo bem e que aquilo não iria se repetir.

         Becca não falou nada e eu achei o vestido perfeito. Procurei coisas para completar o look e eu só fui tomar banho quando achei que tudo ficaria perfeito.

- Você pode tomar banho aqui que eu vou para o do corredor.

         Ela sorriu e eu peguei toalhas para ela e para mim. Peguei meu celular. Tinha a mania de tomar banho escutando musica. Assim que fui colocar a musica percebi que tinha recebido uma mensagem.

“É errado imaginar você de vestido curto dançando? Haha.

Beijos,
Dex.”

         Sorrindo respondi sua mensagem.

“Um pouco pervertido, não? Haha.
A.”

“Não poxa. Eu seria pervertido te imaginando nua. Melhor parar de falar merda. Que horas no clube?
Dex.”

         Olhei no relógio eram seis horas da tarde e a festa começava as oito.

“Oito e meia. Espere-me na entrada? Hehe.”

“Claro, até mais gata.”

         Ri de Dex e fui tomar banho, não demorou muito e eu já tinha terminando. Coloquei meu roupão e fui para o quarto. Encontrei Becca sentada na minha cama começando a pintar as unhas. Peguei minhas roupas intimas e fui até o banheiro. Assim que voltei escolhi o esmalte que eu queria.

         Depois de quase duas horas nos arrumando, finalmente estávamos pronta. Percy iria direto com Annabeth, por isso, deveríamos pegar um taxi. Assim que chegamos no clube pude ver Dex me esperando na entrada. Ele sorriu assim que me viu. Becca disse que iria encontrar Jason lá dentro e eu fiquei ali na frente com Dex.

- Você está linda – disse ele assim que me aproximei.

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- Obrigada – falei corando.

         Ele ofereceu sua mão para mim e eu a segurei. Era estranho, mas ao mesmo tempo bom. Entramos e vimos o lugar lotado. Musica alta tocava e podíamos ver que algumas pessoas estavam muito bêbadas.

         Decidi que devia tentar fazer uma coisa. Puxei Dex até o meio da pista e ele riu quando o fiz dançar comigo. Ficamos alguns minutos apenas dançando até que eu tomasse coragem para fazer algo mais.

         Aproximei-me lentamente dele e colei nossos lábios. Ele sorriu em meus lábios e retribuiu o beijo em uma intensidade que me fez ofegar. Separamos nossos lábios em busca de ar. Virei de costas para ele e Dex começou a beijar meu pescoço. Sorri e continuei dançando.

         Não sei por quanto tempo ficamos dançando, mas logo estava com cede. Virei-me de frente para ele e falei em seu ouvido:

- Estou com sede, preciso de uma bebida.

- Tudo bem, vou com você.

         Entrelaçamos nossos dedos e fomos até o bar. Pedi uma água e ele uma vodka. Roubei um pouco da sua bebida o fazendo rir.

- Ei, o que é isso? – brincou.

- É bom – comentei.

- Se for para ficar pela primeira vez bêbada, não faça isso perto de mim – disse ele rindo.

- Porque?

- Posso me aproveitar de você – piscou para mim me fazendo gargalhar.

- Pede um para mim? – pedi.

- Só não exagera ok? – pediu e eu assenti.

         Abri minha bolsa para ver se tinha alguma chamada perdida no celular. Tinha três mensagens.

“Posso quebrar a cara dele?

D.”

“Porra, Alicia, para de beijar o garoto!

D.”

“Vocês são tão fofos juntos! Está todo mundo olhando e eu aqui rindo demais

B.”

- Harry Potter? – perguntou.

- Sim, eu amo.

- Mais uma coisa em comum então – piscou para mim.

- Isso é sério? – perguntei não acreditando.

- Sim, li todos os livros e assisti aos filmes e tenho até alguns itens que eu comprei.

- Você precisa me mostrar isso! – pedi empolgada.

- Sempre que quiser – sorriu tomando mais um gole da bebida.

         Continuamos conversando e bebendo. Já me sentia mais animada e estava fácil ignorar os assobios dos homens bêbados, porém eu estava cansada de ficar ali dentro e estava um calor insuportável.

- Vamos lá fora? – pedi para Dex que assentiu.

         Seguimos pela calçada que estava iluminada com algumas tochas que seguiam como um caminho até um jardim. Sentamos em um banco e quando eu olhei para Dexter comecei a rir.

- Ei, o que foi? – perguntou.

- Você está com a boca vermelha e tem uma marca de beijo aqui – apontei para o seu pescoço.

- Droga! – eu ri da reação dele – agora como vou explicar para a mamãe o que seu menino fez?

         Eu gargalhei e Dexter me acompanhou. Ele foi se aproximando lentamente, com medo de alguma reação minha e roçou seus lábios nos meus. Segurei seus cabelos da nuca e o puxei mais para mim. Mordi seus lábios e os puxei. Terminamos o beijo com alguns selinhos.

- Você é linda demais, sabia? – disse ele com o rosto ainda próximo do meu.

- Você também – dei um ultimo selinho e me levantei oferecendo minha mão a ele.

- Vamos? – o chamei.

         Ele segurou minha mão entrelaçando nossos dedos e voltamos para a festa. Dancei mais um pouco com ele e fomos procurar meu irmão e meus amigos. Os achei sentados em volta de uma mesa que estava cheia de copos e algumas garrafas de bebida.

- Olha quem chegou! – disse Travis feliz, pela sua voz pude perceber que ele estava muito bêbado – Alie, você está gostosa com essa roupa! E porque ele está com seu batom? Andaram fazendo safadezas é?

- Quem deixou o beber? – perguntei fazendo todos rirem.

- Ele simplesmente comprou uma garrafa e bebeu quase tudo sozinho – respondeu Jully.

- Eu não tomei tudo sozinho. Fiz que nem mamãe ensinou e ofereci. Vocês que não aceitaram – deu de ombros.

- Pelo visto vai valer a pena ter vindo hoje.

- Como se fosse só para me ver animado, né? Eu sei que tu andaste aprontando, safadinha. Eu te conheço, Alie, você é das minhas, não deixa ninguém passar – todos gargalharam com seu comentário.

         Olhei meus amigos na mesa. Aquilo estava lotado. Ali estavam Percy, Annabeth, Becca, Jason, Drake, Thalia, Connor, Nikki, Jully e Travis. Tinha um lugar vago na mesa, empurrei Dexter para o banco e me sentei em seu colo fazendo levantar a sobrancelha para mim.

- Vai dizer que não gostou – sussurrei o fazendo rir.

- Não tenho nem como descrever.

- Olha ali Jully, eles copiaram a minha ideia de falar safadeza em seu ouvido – Travis fez uma cara triste.

- E eu o achava engraçado enquanto estava sóbrio – comentou Becca.

- Eu sempre sou engraçado, gata – ele piscou para Becca.

- Preciso ir ao toalete – falei me levantado.

- Vou junto – anunciou Becca.

- Eu também – disse Jully.

- Me esperem – falou Nikki.

- Um dia vocês vão precisar me contar o que três mulheres fazem juntas em um banheiro – Travis gritou fazendo várias pessoas olharem para nós.

         Rindo fomos até o banheiro, onde assim que entramos Jully trancou a porta. Franzi o cenho e ela deu de ombros.

- Não duvido nada que Travis venha tentar abrir a porta. Agora me fala o que aconteceu.

- Como assim?

- Ah, por favor. Seu batom está todo borrado e por acaso Dexter está com a boca vermelha eu com uma marca no pescoço e você sentou no colo dele! – exclamou Jully.

- Olha Jully, você deve estar puta comigo pelo que aconteceu mais cedo. Eu me sinto uma vadia pelo que fiz...

- Do que você está falando? – ela me interrompeu.

- Ela se sente culpada por ter beijado Nico e depois Dexter – explicou Becca.

- Ah, não me importo. Meu irmão é um idiota cabeça dura. Não vai acontecer nada mais sério entre vocês – de algum modo eu tinha certeza que Jully estava certa e quando ela diz algo é porque está certa – Dexter é lindo e ele vai fazer você feliz.

         Assenti e retoquei meu batom tentando esquecer o que ela havia acabado de falar.

Mini-Pov Jully

         Era estranho ter que conviver com essa Alicia. Era estranho não poder contar a verdade para ela e nem o futuro. Não vai acontecer nada sério entre ela e Nico, isso porque ele vai ser um completo idiota e magoar ela de diversas maneiras até ela realmente lembrar-se dele.

         Dexter faz parte da benção de Alicia. Foi Afrodite que o colocou na vida dela, assim ela não ira sofrer tanto e se isso acontecer terá ao seu lado alguém que a ame e mostra as coisas boas da vida.

         Ele vai fazê-la feliz.

Pov Alicia.

        

         Saímos do banheiro e voltamos para a mesa, onde podíamos ver mais algumas garrafas.

- Olha! As mais gatas voltaram – disse Travis ainda mais animado.

- Amor, você pode parar de chama-las de “gatas”, “gostosas”, “lindas” ou qualquer coisa do tipo na minha frente? – pediu Jully.

- Ah, dai qual é a graça de olhar para os namorados delas e ver aquela cara de tipo “eu vou te matar, você está dando em cima da minha namorada, vou socar a tua cara filho de uma...”

- Eu já entendi amor – o interrompeu Jully – só pare, ok? 

- Ele é sempre assim? – perguntou Drake quando eu me sentei em seu colo de novo.

- Sim, piorou ainda mais porque está bêbado – falei o fazendo rir.

         Dexter pegou um copo e quando ia leva-lo a sua boca o peguei e tomei quase todo o liquido.

- Percy sua irmã esta tentando ficar mais animada que eu! Manda parar, anda Percy! – gritava Travis fazendo todo mundo rir.

         Continuamos conversando e bebendo, ficamos ali alguns minutos até que eu perguntei a Dexter.

- Estou pesada?

- Claro que não! – disse ele segurando me puxando mais para cima – eu só estou com uma puta vontade de te beijar, só tenho medo que seu melhor amigo e seu irmão me bata.

- Hum – murmurei mordendo sua orelha – você precisa parar de ser medroso, assim eu não gosto.

         Ele grunhiu virando meu rosto e atacando minha boca ferozmente. Suas mãos para a minha cintura me segurando fortemente. Puxei sua boca mais para perto da minha.

- Hey, se comam em outro lugar! Não preciso dessa cena na minha cabeça – Travis como sempre inconveniente.

         Sem interromper o nosso beijo levantei minha mão e mostrei o dedo do meio.

- Mal criada – ele falou me fazendo rir nos lábios de Dex.

         Parei o beijo e o puxei para perto do banheiro, de longe pude ouvir Travis gritar:

- Usem proteção!

         Eu ri e continuei o caminho. Perto do banheiro tinha um canto escuro que mesmo quem passava para ir ao banheiro não poderia ver.

         Empurrei Dex para a parede e ataquei sua boca. Ele me beijou com a mesma intensidade e nos virou, me prensando na parede sem interromper o beijo. Suas mãos passeavam livremente pelo meu corpo. O conhecendo, já minhas mãos estavam dentro na camisa dele o arranhando e apertando.

         Sua boca foi para o meu pescoço onde distribuiu vários beijos, chupões e mordidas. O virei de novo e ele sorriu quando o empurrei para a parede. Mordi seu pescoço e ele gemeu. Sorri e o beijei de novo.

- Vou marcar você para todas aquelas vadias pararem de olhar para o que é meu – sussurrei em seu ouvido.

- À vontade – disse ele com a voz rouca.

         Deixei vários chupões e sorrindo abri a bolsa e peguei meu batom. O passei nos lábios e depositei um beijo em seu pescoço e no canto da boca. Ele sorriu malicioso, mas não falou nada.

- Possesiva – acusou-me.

         Sorri e ele me virou de costas me abraçando por traz.

- O que houve?

- Você me deixa louco – disse ele mordendo minha orelha.

         Eu gargalhei e ele me deu mais um beijo no pescoço enquanto caminhávamos estranhamente de volta para a mesa. Ele sentou e rapidamente me puxou para o seu colo me fazendo rir.

- Aproveitaram, foi? – perguntou Travis sorrindo que nem um idiota.

- Você nem imagina – pisquei para ele.

- Cara, você tem que beber com frequência – disse ele.

- Não mesmo – disse Drake me dando um olhar mortal.

         Fiz uma coisa adulta e mostrei a língua para ele.

- Quero dançar – falei quando terminei de beber mais um copo.

- Acho melhor você ficar sentada – disse Dex me segurando para que eu não levantasse.

- Por quê? – perguntei fazendo biquinho.

- Você está bêbada – afirmou ele.

- Não estou não! Vem – falei me levantando e o puxando.

         Cambaleei, mas ele me segurou e me ajudou a ficar de pé me lançando um olhar “eu te avisei”, mostrei a língua para ele e olhei para os meus amigos.

- Você não vem?

- Eu vou – disse Travis se levantando animado.

- Uhul! – gritei fazendo todos rirem.

         Logo os outros estavam dançando. Eu tinha ido ao bar mais duas vezes para pegar bebida e Travis sempre me acompanhava. Eu e ele éramos os mais animados daquele lugar. Logo comecei a ficar cansada de apenas mover os pés de acordo com a musica.

         Olhei para Dex mordendo os lábios e retribuiu sorrindo de forma sedutora, dançando me aproximei ainda mais dele e rebolei até o chão, fazendo ele me olhar surpreso por algum tempo. Sorri e virei de costas fazendo os mesmos movimentos.

         Não demorou muito eu sentir duas mãos segurando minha cintura de forma possessiva e ele falar em meu ouvido:

- Quer deixar todos daqui loucos, é isso?

- Do que você está falando? – perguntei tentando continuar os movimentos, mas suas mãos me pararam.

- Todos os homens daqui estão olhando para você praticamente babando e se não me engano algumas mulheres também – ri alto e rebolei nele.

- Prova que eu tenho dono.

         Ele me virou de frente e me beijou. Passei meus braços por seu pescoço e ele continuava com as mãos na minha cintura. Afastei-me dele sorrindo travessa e corri para o bar. Pedi mais uma bebida e quando ia voltar alguém segurou meu braço.

- Fica ai gatinha – disse um homem – podemos nos conhecer melhor.

- Me solta! – falei.

- Ah, por quê? Você é tão linda.

- Me solta! – repeti.

- Não mesmo.

         Ele tentou acariciar meu rosto, mas chutei sua canela.

- Você não fez isso – disse intensificando o aperto em meu braço.

- Solta ela – Dex falou.

- E quem vai me impedir? – disse o homem.

- Eu.

- Um mauricinho de merda? – riu.

- Ela não está sozinha, otário – de repente Drake, Jason, Connor, Travis e Percy estavam atrás de Dexter.

- Então a vadiazinha está acompanhada – finalmente ele me soltou e Drake me puxou, me fazendo ficar na frente dele.

- Olha como fala dela! – gritou Percy.

- Eu estou com uma vontade de quebrar a sua cara – comentou Travis como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

- Você está bêbado, não sabe do fala.

- Consigo bater em você até de olhos fechados, inútil – retrucou.

         O homem se levantou do banco em que estava sentado e encarou Dexter com um olhar de raiva. Dexter era muito alto e o homem batia em sua testa o que deixava a cena um pouco cômica, mas no momento fiquei sem nenhuma vontade de rir.

- Dex – o chamei.

         Ele olhou de relance para mim. Supliquei com o olhar e ele negou. Porque estragar a noite com uma briga?

- Vamos – os chamei.

- Ouçam a putinha de vocês e vão embora.

         Nesse momento vi tudo vermelho. Sai de perto de Drake ficando na frente de Dexter e dando um tapa na cara do homem fazendo todos rirem. O homem me olhou com ódio e tentou segurar meu braço, mas Dex foi mais rápido e me colocou atrás dele.

- Se você insulta-la de novo ou tocar nela eu quebro a sua cara – ameaçou.

         O homem lançou seu ultimo olhar de raiva e saiu.

- Uou – comentou Travis assim que ele saiu – estava difícil ficar sério com aquela cara de mal comido dele. Alie, sou seu fã sabia disso né gata? – piscou para mim.

- Aquele tapa doeu em mim – disse Connor.

- Em mim também – murmurei sentindo minha mão dormente e fazendo todos rirem.

- Você está bem? – perguntou Dexter me olhando e dobrando os joelhos para que ficasse na minha altura.

         Neguei com a cabeça e fiz um biquinho ele riu me puxou para seu peito e beijou minha testa.

- Quer que eu te leve para casa? – Percy se ofereceu.

- Pode ser.

- Eu posso leva-la – disse Dex olhando para Percy.

- Tudo bem – concordou meu irmão – depois dessa não quero deixar Annie sozinha.

         Despedi-me de todos e mandei um beijo para as meninas. Queria tanto a minha cama. Dex foi me ajudando a caminhar até o carro e ria cada vez que eu tropeçava. Poxa, eu estava um pouquinho tonta e meu equilíbrio nunca foi dos melhores.

- Onde é a sua casa? – perguntou.

- Não lembro – sorri.

- Você é uma graça bêbada, sabia? – disse ele.

- Eu não estou bêbada.

- Claro que não.

- Vou ligar para o meu maninho lindo e ver onde eu moro.

         Dexter riu e eu peguei meu celular e liguei para Percy, chamou algumas vezes até que ele atendeu.

- Coisa linda da mana, onde eu moro mesmo?

- Você não lembra?

- Nope.

- Me deixa falar com Dexter – pediu e eu entreguei o celular para ele.

- Oi? – falou Dex assim que eu entreguei o celular a ele, Percy falou alguma coisa – ok, ela tem a chave? – outra pausa – tudo bem, não eu só tenho que ligar para os meus pais avisando. Tchau.

         Ele me entregou o celular sorrindo com alguma piada que eu não entendi. Continuei tamborilando os dedos na minha coxa enquanto ele dirigia. Chegamos em casa e eu sai do carro e tirei os saltos ficando na minha altura normal.

- Tão baixinha – comentou Dex me fazendo mostrar a língua para ele.

         Abri a porta e fui para a cozinha, estava com fome.

- Alie, você sabe que está indo para a cozinha né?

- Sei.

- Ah, que bom.

         Senti Dex me olhando enquanto eu procurava alguma coisa para comer até que achei dois pacotes de cookies. Peguei refrigerante na geladeira e dois copos e fui para o quarto com Dexter me seguindo.

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         Sentei na cama e liguei a tv a procura de alguma coisa interessante para assistir. Não tinha nada. Procurei alguns dvd’s e sorri quando encontrei o filme perfeito. O coloquei no dvd e voltei para a cama e Dex ainda me observava na porta do quarto.

- Vai ficar ai parado? – perguntei enquanto abria o pacote de cookies.

- Estou esperando ser cordialmente convidado a entrar no seu quarto – brincou.

- Entra logo porra, o filme vai começar.

- Que filme?

- Harry Potter 6 – sorri.

- O meu favorito – disse ele sorrindo.

- O meu também, mas é difícil escolher um sabe? Acho que esse é meu favorito porque é bem diferente do livro.

- Exato – disse ele sorrindo puxando uma cadeira para sentar.

- Essa cadeira é desconfortável, faz doer a bunda – fiz uma careta e ele riu – senta aqui, não sou tão gorda assim, sabe?

- Tem razão, você é perfeita – murmurou mordendo minha bochecha.

         O filme começou e continuamos comendo e assistindo filme. De vez em quando olhava para ele e o pegava me olhando, era engraçado e até fofo. Eram quase cinco da manhã quando ouvi alguém abrindo a porta e quando fui ver encontrei Percy.

- Ainda acordada? – perguntou.

- Sem sono. Como foi?

- Travis deu um show – riu.

- Imagino. Achei que você iria passar a noite com Annabeth.

- Eu ia, mas Thalia foi embora com ela – deu de ombros – Dexter ainda está ai?

- Sim, estamos terminando de ver um filme, tudo bem?

- Claro – riu – está mais sóbria.

- Eu nunca estive bêbada.

- Mana, você é tão engraçada bêbada, nem imagina. Enfim, estou cansado vou ir dormir. Se comporta.

         Observei Percy indo para o quarto. Eu não tinha entendido, Percy sempre foi ciumento demais e por mais estranho que se pareça ele não comentou nada sobre Dex, parecia até feliz isso.

         Balancei a cabeça e voltei para o quarto, onde encontrei Dex terminando de beber seu refrigerante.

- Percy? – perguntou e eu assenti.

- Você, por acaso, vai dormir aqui?

- Sim, ele disse que era para eu ficar aqui desde que eu não durma na mesma cama que você.

- Hum. Então vá lá ao quarto dele pegar uma roupa para dormir e depois passe no banheiro e tira as marcas de batom – mandei o fazendo rir.

         Assim que ele saiu do quarto. Puxei a cama auxiliar que ficava em baixo da minha e a arrumei para Dex. Depois peguei os copos e o resto da sujeira que havíamos feito e levei para a cozinha. Lavaria aquilo tudo amanhã.

         Voltei para o quarto vendo um Dexter muito folgado deitado na cama que eu havia arrumado para ele com um short do Percy. Ofeguei quando eu vi seu corpo, mas balancei a cabeça para evitar os pensamentos.

- Já volto – falei pegando meu pijama e indo para o banheiro.

         Coloquei o pijama, prendi o cabelo e escovei os dentes, depois abri a porta e passei somente a minha cabeça por ela.

- Fecha os olhos – mandei.

- Por quê? – ele perguntou.

- Meu pijama é curto demais e eu não tenho outro.

- E...?

- E que eu não quero você vendo o quanto eu sou gorda.

- Gorda é o caralho. Para de idiotice e sai dai logo.

         Revirando os olhos abri a porta e corri até a minha cama, puxando o cobertor na mesma hora.

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- Gostosa – comentou-o me fazendo dar um tapa.

         Ele segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos e disse:

- Boa noite.

- Durma bem – respondi.

         Minutos depois caí na inconsciência.

- Você não encosta um dedo nela – cuspiu Melanie.

- Você quer tirar o direito de uma avó ver a criança? Isso é muito feio. Não se faz uma coisa dessas.

- Saia da minha casa antes que eu chame...

- Quem? – interrompeu Reia – meus filhos? Só porque a visitam não quer dizer que a amam, você sabe disso.

- Não importa. Você não vai conseguir me distrair.

- Eu não vim aqui para distrai-la e sim para mata-la.

         Assim que a titânide disse isso o piso que as sustentava cedeu, fazendo Melanie cair com tudo no primeiro andar. E como se não bastasse o teto também veio abaixo, soterrando a mulher completamente.

- Outro dia eu cuidarei de você, pequena Alicia – disse Reia antes de sumir.

         A menina estava horrorizada com os barulhos que conseguia escutar, apesar da enorme vontade de ver como sua mãe estava ela fez o que sempre era combinado caso algo desse errado. Se esconder e esperar alguém tira-la dali.

         Alicia passou algumas horas ali sozinha, chorou um pouco e até conseguiu dormir. Se assustou quando ouviu alguém se aproximando e se escondeu atrás de algumas caixas e segundos depois a porta foi aberta.

- Tio Hades! – gritou a menina chorando e abraçando o deus.

- Calma, baixinha, tudo vai ficar bem – ele a tranquilizava.

- A mamãe? – era a ultima pergunta que Hades queria responder.

- Sua mãe teve que ir para o Mundo Inferior.

         Ele sentiu a morta de sua amada e sabia que deveria vir cuidar da menina até que o seu pai decidisse o que iria fazer. Sabia por experiência própria que não poderia trazer Melanie de volta, era contra as leis. Era a segunda vez que o tiravam o seu amor mortal. Sentia que Melanie estava sendo julgada para decidir para onde ela iria, mas ele tinha certeza. Era merecia o Elísio.

         Hades estava tão absorto em seus próprios pensamentos que não ouviu o irmão chegando. Somente quando a menina pulou do seu colo e foi para o colo do pai que teve soube da presença de Poseidon.

- Ela não fez isso! – gritou quando viu o que tinha acontecido na casa.

- Infelizmente, fez.

- Eu a mandarei para o tártaro – rugiu Poseidon assustando a menina.

- Antes de bancar o herói, o que acontecerá com Alicia? A mandará para o acampamento?

- Ela é muito nova – lamentou o deus.

- Você precisa achar um lugar seguro para ela, até lá, posso mantê-la no Hotel Lotus.

- Nem pensar.

- Por que não? É o lugar mais seguro enquanto você não acha onde deixa-la.

- Ok, mas apenas uma semana, disso não passa.


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