A Filha De Poseidon escrita por Abbs


Capítulo 36
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Tenho algumas explicações no final, leiam lá, ok?
Esse capitulo ficou grandinho e todos os próximos vão ser assim. Espero que gostem.
Não esqueçam de ver lá em baixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/272669/chapter/36

         Alicia investiu com tudo, a atacando sem parar até Reia ficar totalmente indefesa. A espada de Alie estava em seu queixo e a titânide apenas observava a reação de Alicia.

- Me mate – disse ela.

- Com prazer – respondeu Alicia derrotando Reia.

         Mas assim que minha irmã deu seu ultimo golpe, seu corpo tremeu e ela caiu no chão, com os olhos fechados. Thalia, que estava com seu arco rapidamente jogou uma flecha em cada ciclope que estava nos segurando, nos deixando livre.

         Nós três corremos até onde estava o corpo. Alicia estava mais pálida que o normal e sua mão estava gelada.

- Alicia, não, por favor – pedia Nico.

         Isso só podia significar uma coisa.

- Amor, não me deixa, princesa, não – repetia ele.   

         Jully se aproximou com o rosto sem reação e abraçou o irmão. Senti alguém me abraçando e me permiti chorar como nunca havia feito na vida. No fim, Alicia tinha sido a heroína, mas havia abandonado todos nós.

- Vem, Nico – disse Jully – isso não vai lhe fazer bem.

         Ele não deu ouvidos. Ficou mais próximo, beijou seu rosto e pegou a outra mão.

- Pequena, eu estou aqui. Não vai, não se deixe ir – dizia ele.

- Ela não... – não consegui terminar a frase.

- Ainda não – respondeu Jully – mas a aura da sua vida está desaparecendo aos poucos.

         Segurei mais forte a sua mão e senti outra em meu ombro. Olhei para cima e encontrei meu pai.

- Deixe-me pega-la – ele pediu.

         Levantei com a ajuda de Annabeth e meu pai pegou Alicia no colo e a levou de volta para o prédio.

- Percy – meu pai chamou quando entrou no elevador – venha comigo. Você também Nico.

         Nós assentimos e entramos no elevador. O silêncio era perturbador. Chegamos à cidade eterna e ela estava totalmente destruída. Annabeth não gostaria de ver isso.

         Seguimos até a sala de reunião dos deuses, onde cada um estava reunido. Apolo assim que nos viu correu na direção do meu pai.

- Coloque-a no chão – pediu ele.

         Assim que Poseidon depositou o corpo de Alicia no chão, nos afastamos. Todos estavam olhando para o corpo quase morto. Não me permitir pensar em mais nada, apenas que a minha irmã ficaria bem.

         Demorou algum tempo até que Apolo finalmente terminasse o que estava fazendo. Olhei para Nico e ele parecia aliviado.

- Ela está bem? – perguntei.

- Não muito – respondeu o deus – mas pelo menos não está morta.

- O que aconteceu? Ela estava tão bem e assim que derrotou Reia desmaiou ou sei lá...

- Derrotar Reia quase a matou. Ainda mais que antes que ela fosse derrotada, Reia fez seu ultimo plano – explicou Atena.

- O que?

- Tirou toda e qualquer memoria de Alicia e pelo jeito implantou algumas falsas.

- Então é só contar para ela o que aconteceu de verdade e...

- Ela não iria acreditar. Ia achar que vocês estão loucos e poderia até pensar em fugir.

- Então faremos o que?

- Vocês irão cuidar dela. Fingir uma vida mortal e impedir qualquer monstro de encontra-la.

- Pelo que eu vi – comentou Apolo – Reia não teve força suficiente para que a perda de memoria fosse permanente, uma hora ela vai lembrar e até lá precisa de vocês.

(...)

         Depois de conversar com os deuses e discutirmos sobre a futura proteção de Alicia, Nico a pegou no colo, durante todo o caminho ele foi dando beijos em seu rosto.

- Ei, para de se aproveitar da minha irmã – brinquei.

         Ele riu, mas não parou o que estava fazendo. Os mortais já tinham acordado e estavam todos confusos. Chegamos à portaria do prédio onde encontramos apenas Annabeth, Becca, Jully, Nikki e Drake, com os olhos vermelhos.

         Assim que nos viram, vieram em nossa direção um pouco hesitantes. Viram o corpo de Alicia nos braços de Nico e pensaram o pior.

- Calma – falei – ela apenas está desmaiada. Logo vai acordar.

         Expliquei para eles o que deveria ser feito e eles, graças aos deuses, concordaram em nós ajudar. Durante todo esse tempo, Nico ficou com Alicia em seus braços olhando para o rosto dela com tanto amor que quase deu vontade de nunca mais implicar com eles, quase.

- Nico – disse Jully – coloque-a no chão. Ela vai acordar daqui a alguns minutos. E... – ela hesitou.

- Fale – disse Nico.

- Ela não lembrara nada sobre você. Ela vai pensar que somos mortais. Novas memorias foram criadas para ela. Alicia pensa que é filha de Sally e Paul, meia irmã de Percy. Ela lembra que conheceu Drake com 7 anos, mas só isso. Sobre mim, Becca e Nikki ela pensa que nos conhecemos na escola e desde então somos melhores amigas. E claro, sabe que tem uma cunhada chamada Annabeth, apenas isso – murmurou triste.

         Ninguém falou mais nada, Nico colocou Alicia no chão e se afastou, ficando mais longe que o necessário. Logo Alicia abriu os olhos.

Pov Alicia.

         Eu estava deitada em algo duro e desconfortável. Meu braço doía, sem comentar nada sobre a minha perna esquerda. Abri os olhos e demorei um tempo a me acostumar com a claridade do local.

         Levantei-me um pouco apoiando o braço que não doía no chão. Observei os rostos ao meu redor. Alguns eu conhecia, claro. Outros eram desconhecidos, mas um em especial me chamou a atenção.

         Era um garoto de cabelos castanhos e olhos da mesma cor, ele era alto, parecia ser musculoso. Era lindo e algo em seu olhar me hipnotizada e me fazia querer me aproximar.

- Alie? – a voz de meu irmão me fez desviar o olhar.

- Percy – murmurei.

- Você está bem? – ele pareceu pensar um pouco – ok, foi uma pergunta estupida. Onde você está com dor?

- No braço direito e na perna esquerda. Percy, eu não sei o que aconteceu. Não lembro muita coisa.

- Está tudo bem. Você caiu. Bateu a cabeça e perdeu a memoria.

- Quando? – perguntei.

- Semana passada – respondeu Jully – você caiu, quando seu pai te levou no médico ele falou que você ia ter alguns desmaios e como consequência da batida você perdeu a memoria, lembra apenas de algumas coisas – explicou ela.

- Hum. Quem são eles? – apontei para os rostos desconhecidos.

- Esse é o Travis – Jully apontou para o garoto de cabelos loiros e olhos castanhos que tinha um sorriso debochado no rosto – e o Connor, irmão dele – apontou para o garoto que era a copia do anterior – Aquele é Nico, meu irmão – disse mostrando o garoto de cabelos castanhos.

         Assenti e tentei levantar, antes que eu pudesse fazer isso, Drake me parou.

- Você está machucada – falou – não vai conseguir levantar nem caminhar sozinha. Vem, eu te ajudo.

         Drake me ajudou a levantar. Passei meu braço por seu pescoço para ter mais apoio e sua mão segurou minha cintura, mesmo assim a dor era insuportável, mas eu teria que aguentar.

         Meu melhor amigo me ajudou a caminhar durante todo o trajeto até a minha casa. Percy entrou primeiro e a mãe e o pai correram até ele e o abraçaram.

         O olhar de meu pai recaiu sobre mim e ele parecia preocupado, mas aliviado. Drake foi me levou até a sala e me colocou no sofá. Fiquei aliviada assim que coloquei minhas pernas para cima.

- O que aconteceu? – minha mãe perguntou se sentando ao meu lado.

- Ela caiu. Está com dores na perna e no braço – respondeu Drake enquanto se ajoelhava na minha frente.

- Alie, meu pai é médico – disse Becca – me ensinou algumas coisas, posso ver sua perna?

         Eu assenti e ela se aproximou, tocou delicadamente a minha perna. Ela deve ter mexido ou algo do tipo, mas eu não senti nada.

- Está quebrada – falou por mim.

         Nesse momento olhei para meus pais que estavam no canto conversando com Percy, ambos pareciam preocupados. O irmão da Jully pigarreou chamando a atenção deles.

- Venha, filha – disse meu pai – vou te levar no médico.

         Ele me pegou no colo e eu tentei, em vão, não ficar constrangida. Ele me levou até o carro e seguimos até o hospital.

Pov Nico.

- Porque não demos ambrosia ou néctar para ela? – perguntou Sally.

- Ela estranharia, Sally. Para Alicia, ela é uma mortal – respondeu Nikki.

- O que aconteceu com a minha filha?

         Percy contou para ela tudo o que tinha acontecido e Sally xingou Reia de tudo quando era nome quando contou da decisão que Alicia teve que fazer. No final, ela ficou orgulhosa da sua filha, mas ainda estava preocupada com o atual estado de Alicia.

         Enquanto eles conversavam eu imaginava como seriam os próximos meses ao lado dela. Vendo-a sorrir ou chorar sem poder estar ao lado dela, ou pior, vendo outros dando em cima dela sem eu poder fazer nada.

- Nico – disse Jully passando a mão em meus cabelos – não fique assim. Agora mais do que nunca Alicia precisa de você.

- Eu sei – e sabia mesmo – só que é difícil e se ela se interessar por alguém?

- Sinto muito – ela disse simplesmente.

         Não tinha o que fazer, agora seria assim. Eu não passaria do irmão da sua melhor amiga ou conseguiria até ser seu amigo, mas nada além disso.

         Vi a porta sendo aberta e Alicia passando por ela sendo seguida por Paul. O braço dela estava enfaixado e em sua perna havia uma daquelas talas estranhas. Ela veio mancando até o sofá em que eu estava, sentou ao meu lado e sorriu nervosa. Eu conhecia esse sorriso.

- Então, como foi? – perguntou Drake.

- Consegui quebrar o pé e de algum jeito tenho um corte profundo no braço, mas o médico disse que ele está quase cicatrizado, só enfaixou para não pegar nenhuma infecção. Sabe o que isso me lembra, Drake? – ela riu.

- O que? – perguntou ele sorrindo.

- De quando eu pulei nas suas costas enquanto estavas descendo a escada e acabasse caindo e quebrasse a perna – Drake sorriu como se tivesse ouvido isso recentemente – agora é a sua vez de vir passar as tardes comigo assistindo filme.

- Pode deixar pequena, não vou te largar tão cedo – e eu sabia o motivo de suas palavras.

         Enquanto estávamos lá, feitos de refém por Reia, eu imaginava as possíveis escolhas de Alicia e realmente não fiquei surpreso quando ela se ofereceu em nosso lugar. Aquilo foi a cara dela. Fiquei com raiva, admito, eu não conseguiria mais viver sem ela. Imaginei como ficaram Percy e Drake, ainda mais o filho de Apolo, pois ele a conhecia desde pequeno e tinham lembranças, muito mais do que ela tinha com qualquer um.

         Fui tirado de meus pensamentos quando ouvi um bocejo vindo do meu lado. Olhei para Alicia e vi aquela tão conhecida cara de sono. Pensei na ultima vez que ela tinha dormido. Fazia mais de um dia.

- Você está com sono – afirmei.

- Muito – ela sorriu culpada.

- Vá dormir então, acredite todos nós viemos mais para cá do que para a nossa própria casa – e eu não estava mentindo.

- Eu queria poder me lembrar de você – ela falou sincera. Ah, como eu queria que você lembrasse.

- Um dia você vai lembrar, agora é melhor você ir dormir.

         Ela sorriu e eu a ajudei a levantar. Ela se despediu de todos da sala e eu a acompanhei até o quarto.

- Vou chamar Sally te ajudar a tomar banho – ela corou – não fique constrangida.

- Só é estranho minha mãe ter que me dar um banho depois de tanto tempo sem fazer isso – Alicia riu.

         Eu ri também e fui até a sala chamar Sally.

Pov Alicia.

         O médico falou que eu deveria ficar um mês com aquela tala. Seria vergonhoso, ainda mais minha mãe tendo que me dar banho. Só percebi que seria assim quando Nico comentou.

         Minha mãe entrou no quarto e me ajudou no banho. Tive que me vestir sentada na cama. Deitei e adormeci logo.

         Eu estava em um quarto de bebê. Era lindo, todo rosa com bichinhos e bonecas. Tinha uma menina no berço. Ela era linda, seus cabelos eram loiros com alguns cachos e seus olhos eram verdes claros. Ela era pequena e bem branquinha.

- Bom dia meu amor! – exclamou uma mulher entrando no quarto.

         Definitivamente a menina era uma copia da mulher. A única coisa que a menina não tinha puxado a mãe eram os olhos, os da mulher eram de um castanho cor de mel. Ela parecia nova demais para ser mãe.

- Mamãe – resmungou a menina.

         A mulher pegou a menina no colo e durante um tempo ficou brincando com ela. Mas a campainha tocou e a mulher ficou tensa. Colocou o bebê no berço e desceu. Eu a acompanhei.

         Assim que chegou à porta ela abriu, dando de cara com um homem de cabelos castanhos e olhos escuros. Ele tinha uma aparência um pouco arrogante.

- Hades – murmurou surpresa – me desculpe, mas eu não esperava sua visita.

- Eu sei, Melanie, sinto muito, mas aqui não é mais seguro. Ela achou vocês.

- Como? Hades, nós estamos no Canadá, aqui seria o ultimo lugar para qualquer um vir atrás de nós.

- Eu não sei como ela descobriu, mas aqui não é mais seguro, vocês precisam voltar. Onde ela está?

- Lá em cima – respondeu a mulher – o que...?

         Ela não terminou a frase. Apenas correu até o quarto da menina e a viu olhando sorrindo para algo a sua frente. Não consegui ver o que era, pois a mulher gritou horrorizada e logo pegou um arco e atirou contra aquilo.

         “Melanie” correu até o berço e pegou a menina no colo, beijando sua testa logo depois. O homem entrou no quarto e pegou o bebê no colo enquanto a mulher saiu dela sumindo em outra porta. Fiquei observando o homem brincando com a menina.

- Alicia – ele disse sorrindo – você vai ser uma grande heroína pequena, assim que você crescer e aprender a lutar. Prometo cuidar de você e da sua mamãe, esta bem pequena?

- Alicia – chamou meu irmão – acorda você tem aula hoje.

- Sério? – perguntei

- Sim – ele riu.

         Levantei-me e fui para o banheiro. Fiz minha higiene matinal e abri meu guarda roupa a fim de procurar uma coisa para vestir. Tive que chamar minha mãe para me ajudar a colocar a calça jeans e a tala por cima.

http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_61/set?id=65175018

         Peguei minha mochila, deixei no hall e fui para a mesa tomar café. Cheguei lá e encontrei todos sentados.

- Bom dia – falei sorrindo.

- Está melhor? – meu pai perguntou.

- Uhum – murmurei pegando um pouco de suco.

         Continuamos conversando enquanto comíamos até que Percy disse que estávamos estrados. Eles me falaram que geralmente eu ia a pé com meus amigos, mas como eu estava com a tala eu iria no carro com meu pai e Percy.

         Assim que chegamos ao colégio, Percy me ajudou a descer do carro e me levou até a entrada no colégio, onde Drake estava me esperando, segundo a mensagem que ele havia me enviado. Assim que me viu ele abriu um sorriso e veio caminhando na minha direção.

- Deixa que eu te ajudo com isso – disse pegando minha mochila que estava absurdamente pesada.

- Obrigada – sorri para ele.

- Está melhor?

- Sim. Só me incomoda eu ficar mancando. É chato, sabe? – ele riu.

- Imagino. Bem, sua primeira aula é com Percy, então seja feliz – ele brincou.

- Então qual é a sua primeira aula?

- Biologia – ele fez uma careta – aquela professora é insuportável. Pelo menos eu tenho essa aula com Nico.

- Vocês são amigos? – perguntei.

- Acho que às vezes ele não gosta de mim – por algum motivo ele riu – Nico é ciumento demais.

- Não entendi – falei.

- Melhor esquecer – murmurou e mudou de assunto.

         Ele me acompanhou até a primeira aula, que eu teria com Becca e Nikki, as únicas que estavam no mesmo ano que eu. Eu não me lembrava de nenhuma aula de Percy, mas pelo que Drake falou, elas eram bem legais.

- Bom dia turma – anunciou entrando na sala.

         Ouve algumas respostas desanimadas de sempre. Era segunda feira de manhã, ninguém estaria animado para ir para aula. Olhei para Becca e vi que ela quase dormia na carteira e Nikki não estava muito melhor.

- Ah, qual é. O que? Vocês não dormiram bastante nesses dois dias? – era impressão minha ou a voz dele tinha assumido um tom debochado, quase irônico.

- O final de semana passou tão rápido que eu nem me lembro dele começando – murmurou um menino do meu lado.

- Vida difícil, John – respondeu meu irmão sorrindo – Enfim, na ultima aula estudamos sobre os deuses olimpianos, hoje vamos estudar sobre os outros deuses... – Percy começou a explicar sobre eles.

- Mamãe – chamou a menina de olhos verdes. Ela estava maior, devia ter uns quatro anos.

- Fala anjo – respondeu a mulher entregando um biscoito à menina.

- O papai? – perguntou ela com um biquinho.

- Ele já vem meu amor, você sabe disso.

- Papai vai tlaze mais peixe cavalo?

- É cavalo-marinho, filha – ela respondeu rindo – eu não sei. Ele sempre traz, não?

- Tlaz, mas quando eles ficam gandi ele leva embola – resmungou triste.

- É que ele tem que voltar para o mar. Tudo que pertence ao mar volta para ele – ela sorriu.

         A campainha tocou e a menina levantou animada e foi correndo para a porta e sem esperar a mãe que vinha logo atrás a abriu. Nela estava um homem de short, sandália e camisa de pescador. Seus cabelos eram castanhos e seus olhos verdes claros.

         A menina sorriu e levantou os braços. Pedindo colo para o homem. Ele retribuiu o sorriso e pegou a menina. Beijou sua testa e sorriu para a mulher.

- Como vai? – perguntou.

- Bem – ela sorriu – problemas?

- Não. Só vim ver minha baixinha e trazer um presente.

- Cavalo peixe! – gritou a menina animada.

- É cavalo... – mas a mulher interrompeu.

- Eu já a corrigi milhares de vezes, ela simplesmente não me escuta – eles riram e ele colocou a menina no chão e entregou a ela um saquinho onde estava um cavalo-marinho minúsculo.

         Ela sorriu e correu para a sala, onde depositou seu novo presente em um aquário.

- Alicia? – chamou meu irmão.

- Sim? – perguntei tentando fingir que não tinha caído no sono no meio da aula.

- Ouviu a pergunta?

- Desculpe Percy, mas não.

- Vou repetir então. Você pode, por favor, citar o nome de alguns heróis da mitologia e seus grandes feitos?

- Claro – sorri, sempre gostei de mitologia – Aquiles que foi um herói da Grécia, um dos participantes da Guerra de Troia, o personagem principal e o maior guerreiro da Ilíada, de Homero.

- Certo. Algum outro?

- Perseu, que decapitou a medusa e com a cabeça dela transformou em pedra o titã Atlas. E Teseu que entrou no Labirinto e matou o Minotauro.

- Perfeito. Alguém sabe outros exemplos de heróis?

         E a aula continuou desse jeito. Logo se passaram as duas aulas seguintes e fomos para o refeitório. Peguei um sanduiche e um suco e voltei para a mesa, onde estava apenas Nico.

- Onde estão os outros? – perguntei.

- O professor de inglês errou na nota de Drake e ele foi ver se consegue conversar com ele. Jully, Becca e Nikki sorriram uma para outra, e acredite, eu fiquei com medo e saíram da mesa.

- Hum, estranho – murmurei sentando na sua frente – não vai comer nada? – falei observando sua comida intocada.

- Não estou com fome – sorriu.

         Meu celular, que estava no meu bolso, vibrou e eu me assustei, fazendo Nico rir. O peguei rapidamente e vi que tinha recebido uma mensagem.

“Próximo período é livre. Palestra no auditório, ninguém vai. E você e Nico?

D.”

- Drake mandou uma mensagem dizendo que no próximo período vai ter uma palestra. Eles não vão e querem saber se você vai.

- Claro que não – sorriu debochado.

- Que feio – retribui o sorriso – sorte a de vocês.

- Por quê? É vir com a gente!

- Ah, claro. Meu irmão e meu pai são professores daqui, lembra?

- Eu os conheço, não vão se importar, eu garanto.

         Dei de ombros e comi meu sanduiche. Estava horrível.

- Nico me ajuda – pedi.

Rapidamente ele levantou e veio para o meu lado. Apoiei-me nele e “corri” do meu jeito até uma lixeira que tinha no corredor onde eu coloquei tudo para fora. Nico ficou segurando meu cabelo e depois me pegou no colo.

- O que você esta fazendo? – perguntei assustada.

- Seu equilíbrio nunca foi bom, não vou te deixar andar agora.

         Ele entrou no banheiro feminino e me colocou sentada na pia. Abriu uma torneira, molhou sua mão e passou na minha testa.

- Porra, Alicia, você está mais branca que o normal!

- Desculpa? – resmunguei enjoada.

         Coloquei a mão na boca para evitar que eu vomitasse nele. Ele pegou uma lixeira que tinha do lado na pia para que eu pudesse vomitar ali.

- Empresta seu celular? – pediu ele.

         Entreguei meu celular a ele enquanto fechava os olhos e encostava na parede.

- Percy? – falou Nico – não, ela não está bem – uma pausa – ela passou mal, está mais branca que o normal – outra pausa, uma pouco mais longa – tudo bem, você sabe que eu não me importo. Sim. Até mais.

- O que aconteceu? – perguntei abrindo os olhos e pegando meu celular.

- Vou te levar para casa, vem – falou me tirando da pia.

- Você tem aula – afirmei.

- O próximo vai ser a palestra e a ultima é com seu irmão. Depois eu pego o conteúdo.

         Agora já estávamos no estacionamento e Nico abriu a porta de uma Ferrari vermelha perfeita, estava enjoada demais para elogiar o carro. Lembrei que devia responder a mensagem de Drake e pedir para alguém pegar minhas coisas.

“Passei mal. Nico esta me levando para casa. Deixei minhas coisas na sala, alguém pega para mim? Beijos,

A.”

- Percy falou que sua mãe não está em casa e pediu para ficar com você até ela voltar, você se importa? – perguntou ele.

- Não. Só não deve ser legal para você – murmurei.

         Ele falou alguma coisa baixo demais para que eu ouvisse. Quando abri os olhos de novo já estávamos na frente de casa. Por sorte, eu tinha a chave no bolso da calça jeans.

         Abri a porta e assim que Nico passou por ela, eu fechei. Entrei em casa e tirei meu tênis indo para meu quarto. Deitei na cama e ouvi um barulho vindo do banheiro, depois senti uma toalha molhada sendo depositada em minha testa.

- Você está um quente – murmurou Nico.

- Eu preciso dormir – resmunguei.

- Durma pequena, não vou sair do seu lado.

Pov Nico.

        

         Fiquei ao seu lado sempre medindo sua temperatura, estava cada vez mais alta. Peguei o celular de Alicia e busquei o contato de Sally. Assim que achei saí do quarto e fui para a sala, não queria acorda-la.

- Alô? – ouvi a voz de Sally do outro lado da linha.

- Sally, sou eu, Nico.

- Oi querido. Aconteceu alguma coisa com a Alicia? – perguntou preocupada.

- Na verdade, Alicia está mal. Esta enjoada e a temperatura está muito alta. Tem algum remédio que eu possa dar a ela?

         Sally falou o nome e onde eu poderia achar remédio para Alicia. Fui na cozinha e peguei um copo e o enchi de água. Voltei para o quarto da pequena e a chamei.

- Alie, acorda.

- Que foi? – perguntou sonolenta.

- Tome este remédio. Vai melhorar – falei e ela pegou o remédio e bebeu a agua – agora você pode voltar a dormir.

- Acho que não vou conseguir tão cedo – falou de olhos fechados.

- Você está exausta – afirmei.

- Eu sei – ela riu – só que eu não vou conseguir dormir com você me olhando.

- Você já fez isso – sem contar que até dormiu comigo...

- Mas é diferente.

- Dorme pequena, você precisa descansar.

         Ela assentiu, virou para o lado e murmurou:

- Só não vá embora. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alicia agora sempre terá sonhos, que serão suas lembranças, vocês vão descobrir que desde o começo era para ser assim e vão fazer outras novas descobertas.
Sinto muito se quase matei alguém do coração no ultimo capitulo, só que a história não pode ser só coisas boas, certo? Assim não fica legal.
Beijos, até outro dia.