A Filha De Poseidon escrita por Abbs


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oi



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Acordei com Alicia me beijando. Ela sabia como melhorar o meu dia.

- Bom dia Nini – apesar de odiar o apelido ficava feliz só por ouvir a voz dela.

- Bom dia minha pequena, pronta para ter um dia normal com seu namorado?

- Como se fosse possível ter um dia normal – disse ela triste.

- Nós vamos conversar com Sally, iremos a uma joalheria – eu ri da sua cara de susto – vamos ir ao parque, comprar sorvete e andar naqueles pedalinhos chatos e românticos.

- Joalheria? – perguntou confusa.

- Sim, eu espero que com uma aliança de namoro na sua mão, todos parem de olhar para você.

- Isso é um pedido de namoro Nico Di Ângelo?

- Depois eu é que sou o bobo – disse e eu a beijei quando o beijo acabou, continuei – Agora vou chamar Piper e ir pegar o carro.

- Carro?

- Você queria ir até Nova Iorque de que?

- Nada, só achei que você não sabia dirigir – respondeu dando de ombros.

- Eu tenho 16 anos e por mais incrível que possa parecer a você, eu frequento uma escola – brinquei.

         Dei um beijo nela e chamei Piper, depois fui para o Mundo Inferior pedir o carro de meu pai.

Alicia.

         Piper me deixou completamente irreconhecível. Eu devia encontrar Nico no final da colina. Era estranho passar por tantos conhecidos e não poder nem mesmo cumprimentar.

         Travis Stoll estava encostado no pinheiro onde ficava o Velocino. Eu iria passar reto, mas ele disse:

- Oi Alicia.

- Hum? – murmurei me fingindo de tola.

- Relaxa, eu sei – ele sorriu – Quíron pediu para avisar que é para um de vocês levaram o celular.

- Por quê? Ele acha que vai acontecer alguma coisa? – eu estava ficando preocupada.

- Ele acha que vai acontecer. Só não sabe quando.

- Tudo bem, você quer ir comigo até lá em baixo?

- Claro.

         Passamos por Peleu e descemos a colina. Estacionado do outro lado da rua estava a Ferrari de Hades.

- Uau – disse Travis impressionado.

- Meu pai tem bom gosto – respondeu Nico brincando.

- Você não acha que vai chamar atenção demais? – perguntei entrelaçando nossos dedos.

- Acredite, você vai chamar mais atenção que o carro – disse me dando um selinho.

- Vocês tem companhia – disse Travis rindo.

- Eu tenho que aturar você e minha irmã se agarrando, então, cala a boca – ele estava rindo.

- Pois é né cara. Bom, vou voltar para o acampamento – disse Travis se despedindo.

         Entramos no carro e fomos para uma joalheria comprar nossas alianças. Eu briguei com ele quando ele disse que iria mandar escrever na dele: “Alicia, minha pequena” e só depois de muitos beijos ele resolveu colocar: “Alicia, amor eterno”. E a minha ficou: “Nico, meu único amor”.

         Fomos para a casa de Sally, ela estava muito preocupada comigo e me deu vários abraços e nos convidou para almoçar. A comida estava deliciosa e a sobremesa melhor ainda.

- Alicia, queremos te fazer uma proposta – disse Paul sorrindo para Sally.

- Querida – começou ela – eu não sei como dizer isso, mas decidimos adota-la.

- O que? – eu não estava acreditando.

- Conversei com Quíron e ele disse que pode manipular a névoa para dizer que nós fomos ao orfanato e adotamos você. Mas primeiro você tem que aceitar – disse ela sorrindo.

- É claro que eu aceito – falei abraçando os dois – eu não sei nem mesmo o que dizer.

- Não precisa dizer nada – disse Paul com um brilho nos olhos – agora só temos que mudar seu sobrenome, arrumar seu quarto, te matricular na escola... – ele estava orgulhoso e começava a fazer planos.

- Paul, se acalme – riu Sally – nós vamos te matricular na escola onde Paul trabalha, tudo bem?

- Claro, mas vocês acham que eu vou conseguir acompanhar a turma? – eu estava preocupada, afinal, eu já deveria ter voltado à escola e eu nunca fui uma Annabeth da vida.

- Qual era sua média na antiga escola? – perguntou Paul.

- Eu tirava B- por causa da dislexia.

- Você consegue acompanhar – ele sorriu e eu abracei os dois novamente.

         Depois dessa maravilhosa noticia, fui aproveitar meu “dia mortal” como disse Nico, com meu namorado. Ele me levou para um parque onde tinha aqueles pedalinhos engraçados.

- Você sabe andar nisso? – perguntei depois que Nico sentou.

- Sei – ele riu – deixa de ser medrosa e senta aqui do meu lado.

         Desastrada como só eu sou, acabei caindo no lago, esse não foi o maior problema, afinal, eu posso só me molhar quando eu desejar. O grande problema seria explicar para todos os mortais que me viram caindo (e acredite, foram muitos) como eu estava seca. A solução mais simples seria que eu pedisse para me molhar, mas eu teria que ficar assim o dia todo. Voltei para a superfície, Nico estendeu a mão para mim e disse:

- Sobe, eu manipulo a névoa.

         Depois que ele fez isso, eu perguntei:

- Quando você aprendeu a manipular a névoa?

- Meu pai me ensinou há um tempo – ele fez um careta.

- O que foi? – perguntei desconfiada.

- Nada.

- Nico, não mente para mim.

- Não nos conhecemos naquele dia no orfanato.

- Como assim?

- Uma semana antes daquele dia, Alecto me falou que tinha achado “a irmã de Percy”, me disse onde você estudava e que morava em um orfanato. Disse que eu deveria conhecê-la e foi isso que eu fiz.

         “Era uma segunda feira eu ia ser um aluno novo no colégio, esperei você chegar e quando isso aconteceu fui falar com você, perguntei onde ficava a secretaria e você disse que me levaria até lá. Passei o resto do dia com você. Quando a aula acabou, a convidei para tomar um café comigo e você não imagina a minha felicidade quando você aceitou. Durante o café comecei a perguntar mais coisas sobre você. Não sei como, mas de algum jeito você me fascinava.”

         “De repente, Alecto se senta na mesa mais próxima de nós. Eu percebi que tínhamos chamado a atenção de alguns monstros. Eu não queria, mas tinha que ir embora. Quando fomos nos despedi, você foi me dar um beijo na bochecha e eu virei meu rosto, aquele foi o nosso primeiro beijo. Os monstros chegaram e você estava assustada, convoquei alguns soldados para poder levar te para o orfanato. Você estava assustada, perguntava quem eu era e eu fui obrigada a contar tudo. Agora era perigoso você saber e eu não podia te levar para o acampamento. Então manipulei a névoa, fiz você esquecer tudo e pedi para Alecto te vigiar noite e dia.”

         Eu não entendia, não conseguia. Como, depois de um mês de namoro ele só me conta isso agora? Estávamos no meio do lago, eu precisava pensar. Eu não estava brava com ele, apenas chateada. Por que ele não me falou antes?

         Com os meus poderes manipulei a água para levar o pedalinho até a beira, Nico ficou em silencio, desci e fui sentei em um banco. Ele se ajoelhou na minha frente se segurou minhas mãos.

- Alicia?

- Que foi Nico? – perguntei sendo um pouco grossa.

- Você está brava comigo, amor? – perguntou afastando meu cabelo do meu rosto.

- Não Nico, mas eu queria poder lembrar do nosso primeiro beijo, sabe.

- Eu sinto muito, não era seguro.

- Tanto faz. Me leva pro acampamento agora.

- Alicia, vamos conversar.

- Nico, eu preciso pensar, ok?

         Ele me levou para o acampamento, me deixou na frente da colina e eu entrei no acampamento. Ele arrancou o carro, acho que iria devolver para Hades, não importa também.

         Quando cheguei perto de Peleu vi que alguém me esperava, era Jully. Ela me abraçou.

- Você sabia? – perguntei assim que atravessei a fronteira.

- Eu o vi te contando.

- Achasse certo ele ter escondido de mim?

- Quando se trata de amor, nem tudo sempre é certo. Vem, preciso te levar para o chalé de Afrodite.

- Por quê?

- Conversei com Atena, ela disse que você pode se passar por outro semideus e do jeito que Piper te deixou, você parece mais filha de Afrodite – às vezes Jully conseguia ser muito engraçada.

         Eu estava sendo apresentada como filha de Afrodite, graças a Poseidon, Piper entendeu o que tinha acontecido e ficou do meu lado. Logo seria o jantar, nos dirigimos ao pavilhão de jantar. Dei uma olhada para a mesa de Hades. Jully estava sentada conversando com Nico, que estava de cabeça baixa.

         O jantar seguiu normalmente, logo fomos para a fogueira, sentei ao lado de Leo que ficou fazendo algumas piadas. De vez em quando sentia alguns olhares em mim e eu sabia que era Nico.

         Eu precisava conversar com ele, só não sabia se devia ser agora. Senti alguém sentar do meu lado. Graças aos Deuses, era Percy. Sorri discretamente para ele que retribuiu.

- Você está ainda mais bonita – sorriu bagunçando meu cabelo.

- Percy bobão.

- Você devia ir conversar com ele – sugeriu.

- Eu não sei se to pronta.

- Não é justo fazer isso com ele – disse ele em uma voz doce.

- Não foi justo o que ele fez comigo.

- Não era seguro.

- Ele deveria ter apenas me contado.

- Alie, eu não quero me meter, mas você está mal e ele também.

         Annabeth logo estava ao nosso lado.

- Você sabe que ficar brava com ele não vai mudar em nada, não é? – disse ela.

- Eu não to brava – só chateada. Ele devia ter me contado!

- Eu te entendo, Alie – falou de um modo compreensivo – mas olha, todas acham que você morreu, não vai demorar muito e alguém vai começar a dar em cima dele.

         Eu tinha que mudar de assunto. Acabei esquecendo de contar para Percy o que Sally queria conversar comigo.

- Você sabia que sua mãe e Paul querem adotar uma menina? – comecei brincando com ele.

- Ah, então era por isso que ela queria falar com você – Annabeth já tinha entendido e estava rindo.

- Uhum – eu tentava segurar meu riso.

- Quando eles vão no orfanato? – aí eu já não aguentei mais, muito menos Annabeth, nós duas soltamos uma gargalhada que fez todos olharem para nós.

         Não conseguimos nos controlar, acabamos chorando de tanto rir.

- Eu não entendi a piada – disse Percy bravo.

- Sua mãe vai adotar a Alicia – disse Annie secando as lágrimas.

- Sério? – disse ele vindo me abraçar, mas Annabeth o parou.

- Vocês se conheceram agora, lembra? Não podem...

         Eu não ouvi o resto das suas palavras. Vi uma das filhas de Afrodite se sentar ao lado de Nico e cochichar algo em seu ouvido, depois passar a mão por seus cabelos. Percebi que meu irmão, Annie, Jully, Becca e os outros que sabiam que eu estava viva, estavam me olhando. Tentando controlar a minha raiva me levantei e fui em direção ao chalé de Poseidon.


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