One Summers Day escrita por Res Chan


Capítulo 2
Tudo está voltando


Notas iniciais do capítulo

Yooo minna-san!
Quero agradecer aos reviews que recebi,obrigada pela leitura ^^
finalmente consegui terminar o segundo capitulo!
Espero que gostem *-*



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 Depois de alguns minutos tentando ajudar minha mãe com a louça dei conta de quebrar um dos pratos por distração e me cortei... Que belo dia, tudo só melhorava a cada instante que passava.

 Mamãe decidiu que minha ajuda não era mais necessária e pediu que eu descançasse, mais tarde ela iria ao mercado e precisaria de ajuda. Aceitei a oferta de descanso sem hesitação alguma, subindo logo até meu quarto.

 Entrei em meu quarto indo até meu armário pegando uma caixa de primeiros socorros, me senti na cama e fiz um curativo de qualquer forma, não estava ligando para o sangue, mas não queria ele manchando tudo que eu tocasse. Depois de terminado me estiquei um pouco pegando minha mochila, retirando dela alguns livros e cadernos, faria minhas tarefas, tentaria alguma distração no computador e depois sairia com mamãe.

 Enquanto fazia minhas tarefas pude perceber o quão rápido o tempo passava, depois de apenas um exercício já haviam se passado 40 minutos... O que me fazia pensar se sete anos era um tempo realmente muito longo, ou se dependia da forma como eu via isso.

 Incrível como esse assunto me assombra.

 Terminei meus deveres ligando o computador e me jogando na cadeira posta á sua frente, entrei em alguns sites, ouvi músicas, vi vídeos, fotos... Mas nada disso tinha poder suficiente para conseguir me livrar do nome Haku.

 Bufei revoltada puxando o elástico de meus cabelos para prendê-lo de novo, o que fora uma péssima idéia... Em sete anos o elástico que Zeniba me deu não sofreu nem se quer um dano, e agora brilhava como nunca.

-Certo, acho que não tenho como escapar disso - Falei comigo mesma revirando os olhos, tombei a cabeça para trás e puxei os fios castanhos para trás os juntando e depois prendendo.

-Chihiro, estou indo ao mercado agora, você vem?

-Sim mamãe, já estou descendo.

-Tudo bem, te espero no carro.

 Sorri em resposta a sua animação, desliguei o computador voltei a por meus tênis e desci as escadas. Pouco tempo depois minha mãe deu a partida e saímos.

-Tem algo que você queira em especial?-Ela me perguntou enquanto parava no sinal.

-Na verdade não, mas aceito algum tipo de doce.

-Tudo bem então. Alias, seu dedo está melhor?

-Hm?

-Seu dedo filha, o corte...

-Ah sim!Estou melhor mãe.

-Chihiro... Você está bem?Anda tão desatenta, parece triste minha filha...

-Mamãe já disse para não se preocupar, eu to bem, só to cansada com a escola e o monte de tarefas.

Minha mãe torceu o nariz, mas ficou quieta, minhas mentiras estavam ficando em excesso e cedo ou tarde ela me faria perguntas cujas quais eu não conseguiria escapar... o que não era nada...nada bom.

 Depois de poucos metros mamãe parou o carro em uma vaga e nós descemos,coisa que alias,fez-me lembrar do quanto ela demora dentro de um supermercado. Pegamos uma cesta e como já era de se esperar, a cada dois passos mamãe parava de andar para ver alguma oferta ou conversar com alguma amiga em que esbarrava.

-Eu acho que não devia ter vindo... -Pensei comigo quando vi uma das grandes amigas dela se aproximando.

Cruzei meus braços e passei a olhar em volta na tentativa de me distrair. Em dado momento senti um grande aperto no coração, o ar me faltou de repente e então vi algo que nunca mais esperaria ver... Ao longe, na saída do supermercado uma figura conhecida estava parada, me olhando fixamente.

-Kamaji... -Não era possível... Aquele homem... Era ele mesmo!-Kamaji!!-Gritei indo em sua direção, mas ele havia sumido.

-Chihiro, o que houve?Ficou maluca?-Ouvi a voz de minha mãe e só então notei que todos em volta me encaravam com uma expressão de dúvida e surpresa.

-M-Me desculpe mamãe. -Disse baixo a vendo suspirar profundamente, se tinha algo que irritava minha mãe, era chamar a atenção dos outros. -Eu posso voltar para o carro?

-Deve. Espere-me lá.

Assenti com a cabeça pegando as chaves de suas mãos e corri para o carro,desativei o alarme abri a porta e me sentei no banco traseiro.

-Era ele... Eu sei que era!!-Gritei comigo mesma abraçando meus joelhos encostando a cabeça cobre eles. -Mas não pode ser...

 Eu só podia estar vendo coisas!!Por que ele voltaria?O que raios estava acontecendo agora?!

-Ora Chihiro, como se já não bastasse se martirizar ainda precisa ter alucinações?!

 A mente humana é falha, nos atemos a coisas que na verdade não passam de nossas próprias descrenças e medos... Mas às vezes a mente reage de tal forma que parece que um grande pesadelo voltou à realidade.

 Essa era a única explicação plausível naquele momento.

 Deite-me no banco fechando os olhos com força... Por mais que eu quisesse me enganar e dizer não, aquele era Kamaji, as mesmas roupas, a mesma fisionomia, até mesmo a expressão facial... Mas por quê?Por que ele reapareceria do nada?Por que o mestre das caldeiras sairia daquele mundo e iria até mim?

 Eram perguntas de mais e respostas de menos...Minha cabeça começava a latejar e tudo que eu conseguia sentir era a incerteza e a descrença em meus próprios olhos.

 Depois de longos minutos, ouvi a porta do carro ser aberta e eu já até poderia imaginar qual seria a primeira coisa que ouviria...

-Chihiro, o que foi aquilo lá dentro?-Bingo...

-Mamãe não foi nada, pensei ter visto alguém conhecido.

-Quem é Kamaji Chihiro?

-Um colega meu mamãe, não foi nada de mais.

-Mas todos ficaram olhando, e você não tem costume de gritar em publico.

-Bem... Desculpe-me por isso, achei que quando o chamasse ele ouviria.

-Eu sinceramente não sei o que deu em você, você nunca foi assim...

A partir do “você nunca foi assim” eu parei de ouvir o que ela dizia, eu via suas expressões, mas sua voz parecia ter sumido. Se ela não entendia, eu muito menos e quanto mais pensava... Mais confusa eu ficava.

 -Você entende o que quero dizer, Chihiro?

-Sim mamãe... -Respondi baixo rezado para que ela não me perguntasse mais nada.

 Talvez por sorte ou azar, mamãe suspirou pesadamente e deu a partida no carro. O caminho a partir dali seria um completo silencio... E eu sabia muito bem disso, mas sinceramente nada mais conseguia ocupar a minha mente... Além daquela imagem...

____ Dias depois.

Como previsto, no momento estávamos arrumando o carro para ir até o parque... Por mais que eu quisesse deixar um clima bom naquele dia eu não conseguia, ainda me sentia abalada e confusa... E quanto a minha mãe, pela forma de falar não estava muito feliz.

 Dentro de meia hora já estávamos pegando a pequena estradinha até o parque central, e enquanto minha mãe e meu pai conversavam animados, eu apenas olhava pela janela notando coisas diferentes... Que me intrigavam e preocupavam.

 Talvez fosse minha imaginação, mas... Acredito que não, ao menos não desta vez, afinal pessoas paravam para observas as mesmas coisas que eu. Em áreas antes descampadas, enormes árvores estavam postas ali... Havia também muita fumaça no céu... Haviam áreas em que pequenos laguinhos estavam se formando e essas águas...eram ferventes...evaporavam como se passassem por um processo de fervura ou coisa do tipo.

-Mamãe, sou só eu ou a cidade parece estranha?-Perguntei levando as mãos ao banco e a olhando.

-Não Chihiro, você está certa, estão aparecendo coisas por aqui que nunca existiram. O que acha querido?

-Já pensaram que pode ser o clima?

-Sim concordo, mas veja bem, lagos em ebulição e árvores gigantes não aparecem do dia para a noite.

O silencio mais uma vez reinou naquele carro, voltei a me recostar nos bancos e por algum motivo me sentia em um momento nostálgico... Por que tudo aquilo estava acontecendo?

 Perdida em meus devaneios só percebi que havíamos chegado quando o carro parou. Depois de descermos mamãe estendeu uma toalha na grama e ali sentamos, enquanto conversávamos e olhávamos a paisagem.

 Estava sendo divertido, mamãe parecia mais animada e nós estávamos aproveitando bem.

-Essa não!-A ouvi reclamar enquanto vasculhava a cesta de piquenique. Desviei minha atenção um pouco, olhando em volta. O vento estava diferente... Tinha um cheiro de chá... Como se fossem ervas aromáticas.

-O que houve querida?-Papai perguntou enquanto eu observava algumas crianças apontando para algo no chão.

-Eu esqueci a sobremesa. -Ela dizia inconformada. -Chihiro pode me fazer um favor filha?-A ouvi me chamar e custei um pouco para desviar meus olhos da grande roda de pessoas que se formava em volta dos pequenos meninos.

-Sim mamãe, o que?-Perguntei sem olhá-la.

-Eu esqueci a sobremesa, pode ir até a venda ali naquela esquina e comprar alguns sorvetes?

-Sim... Posso-Falei me pondo de pé tentando visualizar melhor o que estava acontecendo mais a frente.

-Tome o dinheiro, vá com cuidado-Ela disse e eu apenas estendi uma das mãos para pega-lo.

-Tudo bem mamãe, estou indo. -Falei baixo finalmente desviando os olhos daquela cena que tanto me deixava curiosa.

Por alguns momentos parei virando-me para ver o que estava havendo naquele lugar, cada vez mais pessoas se juntavam á volta do que antes era uma roda de crianças.Algumas mães puxavam seus filhos dali,outros abaixavam no chão e pareciam expressar nojo,ou surpresa.

 Ignorei aquele fato por alguns instantes e entrei na mercearia,indo até um grande freezer pegar os sorvetes,depois disso fui para o caixa pagar e enquanto uma senhora pegava o troco corri meus olhos pela vitrine da loja.

-Aqui está moça-A ouvi falar, mas algo parecia me cutucar e pedir para que eu não desviasse minha atenção naquele momento. -Moça?

-Hm?Ah, Desculpe senhora-Sorri pegando a sacolinha com os sorvetes e o troco das mãos daquela senhora. -Obrigada.

 Eu já não estava sentindo mais aquela pressão para manter-me olhando para aquele mesmo lugar de antes, só não esperava ter aquela surpresa.

 Quando abri a porta da mercearia e virei-me para fechá-la, pude ver no reflexo do vidro uma imagem de alguém que eu conhecia... Uma mascara grande e branca com poucos desenhos sobre ela... O corpo totalmente negro e um pouco transparente perto do chão... O chamado Sem rosto.

 Fechei meus olhos com força e quando voltei a abri-los ele já não estava mais lá.

-É um sonho... É delírio... TEM QUE SER!-Falei alto comigo mesma e me pus a andar até onde meus pais estavam.

 A cada passo eu aumentava a velocidade... Até chegar ao ponto de correr. Eu só podia estar sonhando!Pessoas daquele lugar estavam aparecendo pra mim, e agora que parei para pensar melhor traços daquele mundo estavam chegando ao meu... O vento com aroma de ervas, os lagos quentes, as árvores... Se ainda sim fosse só eu que visse estas mudanças faria questão de ir a um manicômio naquele mesmo instante, mas não era isso que ocorria!Todos viam, todos comentavam!

 -Acorde Chihiro!!-Falei comigo mesma enquanto diminuía o ritmo da corrida chegando até onde meus pais estavam, mas ali apenas encontrei a toalha e nossas coisas. -Mamãe?-A chamei olhando em volta e só então pude vê-la junto de meu pai perto daquele grande aglomerado de pessoas.

 Respirei fundo e voltei a caminhar na direção deles, mas... Algo estava errado, meu coração acelerava a cada passo que eu dava, meu peito parecia apertar e eu começava a ficar apreensiva sobre o que encontraria naquele lugar.

-Mamãe?-Chamei vendo-a me olhar. -Eu comprei o sorvete, ta aqu-

-Chihiro deixa isso pra lá venha ver!-Ela falou me puxando de uma vez só.

Aos poucos fui passando por entre as pessoas e pude ver o que tanto olhavam, forcei um pouco a visão e quando finalmente consegui ver o que era o que eu tinha em mãos foi ao chão de uma vez só, meu coração apertou e um forte vento atingiu a todos fazendo as folhas secas no chão voarem.

 Eram pequenos pontos pretos... Pareciam bolinhas felpudas... Possuíam dois olhos grandes e brancos... Pequenas estrelinhas coloridas nas mãos... Levei uma de minhas mãos á boca a cobrindo.

“-Não pode ser”-Pensei comigo mesma dando um passo para trás

-Vê? Estão achando que é uma nova espécie de ani- Ei Chihiro!Filha o que foi?!

Não esperei que minha mãe terminasse de falar,corri dali o mais rápido que pude,fechei meus olhos com toda força que consegui... Eu só podia estar tendo um pesadelo... Um pesadelo cujo todos os que conheci naquele mundo apareciam inclusive as fuligens que trabalharam naquele lugar carregando pedras para a caldeira...Como???Por que raios depois de tantos anos?!E por que pareciam estar invadindo o mundo real?!

Eu corria o mais rápido que minhas pernas agüentavam, de olhos fechados, não vi por onde estava indo, nem onde havia chegado. Parei por conta do cansaço desabando de joelhos no chão, gritei... Gritei o mais alto que consegui soluçando sofregamente... Por que tudo aquilo estava acontecendo?!

-Acorda... Acorda... CHEGA EU NÃO AGUENTO ISSO!!!-Gritei colocando minhas mãos na cabeça.

 O lugar onde eu estava causava um grande eco... Aos poucos fui abrindo meus olhos e vendo que abaixo de mim ainda havia grama, Ao levantar a cabeça para finalmente ver o que estava a minha frente um forte vento atingiu o lugar... Era como um uivo... Parecia conter dor.

 Assim que aquele vendo parou o mesmo cheiro de ervas invadiu o local e eu tomei coragem para abrir os olhos de uma vez só.

 Para minha surpresa não existia nada ali... Apenas uma grande árvore e em volta dela muitas pedras... Um pequeno lago e muito vapor.

Fiquei um pouco mais aliviada,abaixei minhas mãos que ainda cobriam meus ouvidos e olhei em volta,apoiando agora minhas mãos na grama.

“Sei que é assustador, mas tente não entrar em pânico”-Por algum motivo aquela frase veio em minha mente... Mas eu não havia formulado ela com meus pensamentos, bem, pelo menos não parecia que eu havia feito isso, para mim era como se eu tivesse sido induzida a pensar nessa frase como se outra pessoa houvesse me dito ela.

-Chihiro-Ouvi meu nome ser chamado por uma voz conhecida e gelei dos pés a cabeça me virando bruscamente. -Nos ajude Chihiro.

-Ka-Kamaji?...


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Notas finais do capítulo

E então?
reviews?recomendações?
gostaram?XD
espero que sim!
Até o proximo cap o/



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