Youll Be In My Heart escrita por Akimi chan


Capítulo 5
Capítulo 5




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      O ambiente estava iluminado muito precariamente, os lençóis estavam revirados na cama e deitado em cima deles, com os braços amarrados em cordas na cabeceira da cama, estava Alfred. Seus olhos azuis estavam presos na figura a sua frente:

      Arthur.

      Arthur vestido de pirata.

      O pirata ficou de quatro em cima do americano, um sorriso sádico adornando o rosto pálido.

- Sabe Al, eu gosto dessa posição... - A voz de Arthur rouca e maliciosa foi sussurrada no seu ouvido e causou arrepios que percorreram todo o corpo de Alfred.

- Arthur, você esta me assustando. – disse Alfred temeroso.

      O pirata apenas riu do americano. Aquilo não era nem a metade do que ele era na sua verdadeira época de pirata. Devagar o inglês se sentou sobre o quadril do outro e viu, com prazer, como as bochechas dele se coloriram de um vermelho intenso.

- ... Pelo visto não estou te deixando só assustado, Alfred. Hey, lembre-se do trato você não pode usar sua “super-força’’ para se soltar. – disse ameaçadoramente, e depois completou - Não agora, pelo menos.

      Alfred se lembrava que o inglês dissera para ele nem pensar em usar sua “super-força” para romper aquelas cordas, caso o contrário, sua vingança seria maligna. O quadril do pirata causou uma fricção prazerosa quando ele se inclinou mais sobre a sua presa.

      Alfred sentiu Arthur morder o lóbulo da sua orelha, enquanto as mãos adentravam sua camisa. Se continuasse assim ele não iria conseguir se controlar, eles iriam até o fim e... Mas espera!!

      Alfred não se lembrava da sua relação com o pequeno inglês ter chegado à tanto. Na verdade, a última coisa que ele se lembrava foi ter ido se deitar na cama com Arthur, não esse... Ser vestido de pirata em cima de si. Mas...

      Quando se deu conta do que acontecia, ele estava novamente em seu quarto. Tudo como deveria ser! Sem piratas, sem cordas, só ele e Arthur que dormia pacificamente ao seu lado.

- Foi só um sonho! Só isso!! – exclamou aliviado e se sentou na cama, passando a mão pelo rosto. América deveria saber que se ele dormisse junto com Arthur, algo do tipo acabaria por acontecer!

      O rosto de Alfred se franziu em uma careta, enquanto ele se deitava novamente na cama. Aquela situação toda era culpa do inglês que dormia tranquilo alheio à situação passada ao seu lado. América olhou para a para baixo e... Oh. My. God!

      Inglaterra estava tendo um sonho agradável com fadas e essas coisas, quando foi  bruscamente acordado por um grito de seu “namorado”, e o lençol sendo puxado. A primeira coisa que veio à Arthur era que alguém estava machucando o americano, por isso, ele pegou o  abajur do lado da cama e se colocou de pé pronto para agredir o agressor de América.

- O que foi?! Cadê?!! – gritou esperando alguém aparecer para lutar com ele. Mas tudo o que ele encontrou foi bem diferente do que tinha imaginado:

      América se encontrava colado à parede oposta do quarto segurando o lençol na altura do quadril, as bochechas muito coradas e os olhos azuis abertos em espanto.

      Naquele momento, Alfred só queria ser tragado pela terra e morrer.

- América! Você está bem!? – exclamou Arthur preocupado com o maior, que não lhe deu resposta além de encará-lo receoso e depois sair correndo, com o cobertor cobrindo seu quadril, até o banheiro. Se trancou lá imediatamente..

      Arthur que tinha assistido toda a cena em cima da cama, se levantou um pouco surpreso, lentamente indo até a porta do banheiro. Bateu nela fracamente com os nós dos dedos para tentar chamar a atenção do americano que estava lá dentro. Sem resposta, resolveu falar algo:

- Alfred? Está tudo bem? – em seu tom de voz, dava pra perceber a preocupação. Alfred vinha agindo muito estranho ultimamente...

      Interrompeu seus próprios pensamentos ao ouvir o barulho do chuveiro sendo ligado, e um grito de América, seguido de uma exclamação sobre a água estar muito fria.

      Então o pequeno inglês começou a entender o que se passava. Se Alfred estava tomando um banho frio à essa hora da manhã, era porque ele...

      Com a realização do fato, o inglês se afastou da porta com as bochechas vermelhas.

- Acho melhor eu descer, ele não vai querer... – parou de murmurar para si mesmo, e aumentou o tom de voz, dizendo: - Vou preparar o café.

      Não esperou resposta do americano, e desceu a escadas com as bochechas coradas de vergonha.

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      Alfred abriu uma pequena frestinha da porta do banheiro, e espiou dentro do quarto.

Ok. Nenhum sinal de Arthur.

      Seguro de que o pequeno inglesinho não estava presente, correu até o guarda-roupa e pegou a primeira roupa que encontrou pela frente. Alfred nunca quis tanto sair de casa como agora. Se fosse preciso para evitar Arthur ele até pularia a janela.

      Mesmo após uns vinte minutos embaixo da água fria, ele ainda se sentia quente, fosse pela vergonha ou pela excitação. Terminando de amarrar os tênis, América pegou a mochila com suas coisas e olhou da janela para a porta, refletindo.

      Por fim, correu até a janela e a abriu. “Segundo andar...” pensou, “fácil para um herói como eu!”. E, convicto disto, passou uma das pernas pela janela. Mas antes que pudesse passar a segunda e pular, a voz indignada de Arthur o trouxe de volta para a realidade.

- O que você pensa que está fazendo, seu grande idiota?! – Arthur, sem dúvidas estava furioso. “O que esse grande idiota está pensando, afinal?!” Sim, ele era um grande idiota, só poderia ser, tentando pular do segundo andar da casa. E ainda por cima, cairia nas suas rosas recém plantadas!!

- América saia dessa janela agora!! – Arthur perdeu a calma ao ver que o maior simplesmente não o escutava. - Alfred, nem ouse!!!! – mas já era tarde.

      Alfred sabia que a situação já estava ridícula demais com ele pendurado na janela e  Arthur brigando com ele só de pijama. Mas ele não conseguiria encarar o ex-tutor agora, não com as imagens de seu deslize ainda tão vividas em sua mente!

      Antes que Arthur pudesse falar algo mais, o americano pulou da janela direta para o chão como um gato. Inglaterra correu para a janela a tempo de ver Alfred correndo em direção à rua. Antes de entrar no carro estacionando, acenou alegremente para si.

      Mas, por que diabos ele fez tudo aquilo?!

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      Arthur estava sentado na sala da casa de Alfred, e o telefone estava na sua frente. Ele realmente precisava conversar com alguém, mas a sua única opção no momento... era péssima.

      Ao seu ver, as coisas pareciam estar melhorando ontem a noite. Mas hoje, depois que Alfred acordou, elas pareciam piores. Ele não sabia mais o que fazer. Já tinha percebido que tinha algo errado a muito tempo, não só com Alfred, mas com todos.

      Quando tentou ligar para Kiku para pedir-lhe as anotações da reunião que ele não pôde participar no dia do seu acidente, o nipônico, assim que ouviu sua voz começou a gaguejar e acabou por desligar na sua cara, assim. Sem mais nem menos.

      Tomando coragem, Arthur discou os números que ele já sabia à anos e esperou ser atendido.

- Alô? – Francis disse do outro lado da linha.

- Francis sou eu, Inglaterra. – assim que disse aquilo, pôde ouvir o francês engasgar e tragar saliva nervosamente. Espere... nervosamente?

- Ahm... Algum problema, Anglaterre? – ao ouvi-lo, Inglaterra tentou sentar mais confortavelmente no sofá.

- Eu... Não sei. Alfred está agindo muito estranho nestes últimos dias comigo. - A linha ficou muda uns instantes, o que começou a deixar Arthur cada vez mais apreensivo. Por que diabos Francis não falava algo?!

- Estranho como, cher? – ...Como responderia àquilo? Cruzou e descruzou as pernas, isso era um assunto delicado.

- Well, ele me evita. Mesmo fingindo que não, eu sei que ele está me evitando.

      A risada de Francis fez com que Inglaterra afastasse o telefone da orelha. Arthur sabia que não podia contar com Francis...

      Antes que o francês pudesse rir ainda mais da sua desgraça, Inglaterra encerrou a ligação. As coisas já estavam ruins por si mesmas sem Francis para acabar ainda mais com o seu bom humor.

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      América estava feliz comendo seu quarto hambúrguer como café da manhã e seu terceiro copo de coca-cola. Ah, era o café da manhã perfeito! Agora era só ir trabalhar e tentar esquecer que quando ele voltasse para casa, à espera dele estaria um inglês possesso de raiva.

      Sem dúvidas, era o dia perfeito.

      Antes que Alfred pudesse dar mais uma mordida no seu maravilhoso hambúrguer, o hino nacional dos Estados Unidos se fez ouvir pela lanchonete.

      O silencio no lugar foi absoluto, as pessoas checando seus celulares, e só depois  Alfred se deu conta de que era o seu que estava tocando. Alfred checou o visor só por precaução, e sorriu aliviado quando viu que não era o seu furioso inglês o chamando.

- Good morning France, the hero is talking. – atendeu animadamente o americano.

      Mas antes que Alfred pudesse perguntar o que o Francês queria com ele à essa hora da manhã, foi bombardeado com palavras e acusações infindáveis que não entendeu.

- Son imbécile grande, en Angleterre tout ce méfiant Que faites-vous cela n'agit pas comme un petit ami? S'il découvre la vérité me tue.

- Francis, traduza por favor. O herói não fala francês, ou seja lá o que você está falando. – Alfred tentou dizer em meio à tantas palavras francesas jogadas sobre si. Foram necessários mais alguns minutos até Francis se acalmar e consegui falar.

- Arthur me ligou, Alfred. Eu não sei o que esta acontecendo aí, mas ele está desconfiado. – Ao ouvir aquilo, a mente de Alfred começou a trabalhar, eles tinham que achar um meio de reverter aquela situação.

- O que eu faço? – Alfred perguntou, seu tom de voz demonstrava o quão perdido estava diante de todos aqueles acontecimentos que se seguiam. Aquela pergunta parecia ter virado rotina, todo dia desde que aquele teatro havía começado que ele se perguntava a verdade.

      Não conseguia contar a verdade para Arthur com medo de machucá-lo. Só de pensar na idéia de ver Arthur olhar mais uma vez com dor e dizer que ele o havia traído fazia seu coração doer tanto.

      Mas a voz de Francis o tirou de seus devaneios. Ao que parecia, Francis tinha tido uma idéia.

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      Arthur nunca tinha achado Orgulho & Preconceito tão chato em toda a sua vida.

      Sentado no sofá e com o livro aberto na página 45 à uns bons dez minutos, Arthur lia e relia a mesma frase. Tudo por causa dele! Por causa daquele americano gordo e estúpido que ele não conseguia fazer nada direito, só ficava pensado no que havia acontecido anteriormente naquele dia.

      Sim, a situação de hoje de manhã fora um pouco constrangedora, mas não era como se os dois nunca tivessem feito sexo antes. De acordo com as suas lembranças, ele e América já haviam passado daquela etapa fazia tempo.

      Então por quê aquilo tudo estava acontecendo?

      Suspirou e resolveu fechar o livro, hoje não conseguiria ler mesmo. Iria fazer um  chá e veria alguns filmes. Melhor! Cuidaria do jardim.

      É, ele tentaria salvar algumas das flores que América tinha matado naquela manhã. Mas antes que pudesse chegar à cozinha a companhia tocou. Arthur só esperava que não fosse o idiota do Alfred arrependido, por que se fosse...

      Abriu porta pronto para o sermão que daria no idiota, quando viu ali uma senhora de meia idade com um buquê de belas rosas inglesas.

- Entrega para o senhor Arthur Kirkland, do senhor Alfred F. Jones. – ouvindo aquilo,  mecanicamente Arthur pegou o buquê.

- Aqui está o cartão, senhor.

      Havia ainda um cartão! Aquele idiota estava tentado fazer com que ele esquecesse o que havia acontecido hoje mais cedo!

- Obrigada. – disse simplesmente, e fechou a porta.

      Arthur devagar se encaminhou a o sofá, agora mais do que nunca ele estava desconfiado. Nunca, em mais de dois anos de namoro, Alfred havia mandado para si um buquê de flores.

      Abriu o cartão, e constatou um pouco mais aliviado que pelo menos não tinha música.

“Arthur, desculpe-me por hoje de manhã

Não sei o que deu em mim...

Que tal almoçarmos juntos? =)

Te amo,

Alfred”

E um endereço anotado no verso. As flores eram as suas favoritas, mas tudo aquilo era demais! Mas Arthur iria assim mesmo, porque nesse almoço ele tiraria suas dúvidas sobre o que estava acontecendo.

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      Alfred estava nervoso, ele tinha ensaiado a manhã inteira o que dizer quando Arthur chegasse. De acordo com Francis, Arthur adoraria as flores e o cartão, e que depois era só convidá-lo para almoçar e não ser o idiota de costume. Ele tinha que agir como um namorado apaixonado, e não como alguém que estava sendo perseguido por um demônio.

      Era fácil para França falar, não era ele que se sentia péssimo cada vez que fingia algo desse tipo com Arthur. Respirou fundo e tratou de se acalmar. “Vai dar tudo certo” tentou se convencer. Sem sucesso, ao ver quem entrava na lanchonete.

- Você chegou antes de mim. Que milagre. – Arthur comentou seco, enquanto se sentava à sua frente. O menor não parecia tão feliz como Francis tinha lhe dito que ele ficaria. Na verdade, o inglês parecia estar prestes a matar alguém só com o olhar.

      Esse era Arthur, era fazer os outros se encolheram na cadeira só de olhar-los com aqueles seus olhos verdes ácidos.

- Então por que me chamou aqui, Estados Unidos? – continuou o britânico em seu tom indiferente.

      É, a coisa tava feia. Arthur só lhe chamava de Estados Unidos quando ele estava realmente bravo. Olhando bem para o inglês sentado à sua frente não era difícil descobrir que ele estava furioso.

- Eu queria me desculpar por hoje de manhã... É que eu fiquei constrangido. – balbuciou o americano, encabulado.

      Em resposta, o inglês somente levantou uma sobrancelha. Ele não estava nem aí para as desculpas do outro.

- Você entende né, Arthur? – perguntou receoso o americano, pela falta de resposta do menor à sua frente.

      O inglês apenas se inclinou sobre a mesa, o rosto uma mascara de mármore branco, sem reação nenhuma.

- Entendo o quê, América? - A voz rouca e maliciosa dele... Será que Arthur sabia que fora assim que ele tinha falado consigo no seu sonho?

- Sabe Alfred eu estou desconfiado de algo, mas vou dar uma chance de você me provar o contrário do que eu estou pensando.

      O americano, devido à sua curiosidade, se inclinou sobre a mesa também. O que Inglaterra iria lhe propor?

- Quero um beijo Al. Não um roçar de lábios, quero um beijo de verdade. – disse enfaticamente.

      Na mesma hora e que ouviu, o americano colou-se no encosto da cadeira, Inglaterra não podia estar lhe pedindo isso!! Era demais para o seu já frágil autocontrole.

      Inglaterra sorriu malicioso, ele sabia que o americano agiria assim. Alfred às vezes era tão previsível...

- Então? O que me diz, América? E só um beijo, e eu esqueço o que aconteceu esta manhã. – Alfred tinha os olhos arregalados, ainda se mantendo o mais distante possível de Arthur na mesa. Arthur por fim completou:

- Nossa reconciliação está em suas mãos.


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Notas finais do capítulo

dobrem os joelhos perante a knha incrivel beta:Jojo!!
obrigada linda,ficou maravilhos,em tempo recorde eim gata?!