O carro era grande e espaçoso por dentro, não era uma limusine, mas era muito melhor que muitos carros por aí. Não era mais do que o melhor detetive do mundo merecia.

A garota apoiou a cabeça na janela, estava cansada, não sabe porquê, mas estava cansada. Ela estava observando o mundo fora do carro, observava tudo, mas nada passava pela sua cabeça, ela não pensava em nada. Quando foi a última vez que isso aconteceu? Karol sempre tinha algo para pensar, alguma coisa sempre ocupava seus pensamentos, mas desta vez sua mente estava silenciosa. A garota sentiu que realmente descansava em anos.

—Está tudo bem?— perguntou L.

Ela virou a cabeça na direção do garoto. Ele a encarava sem tentar disfarçar, com os olhos arregalados, como se tentasse enxergar até a alma da garota.

—Sim— voltou a sua atenção para a janela— Eu estou bem.

—Tem certeza?

—Escuta, eu sei como eu me sinto, okei? — Ela percebeu que foi um pouco rude— Desculpa.

—Desculpa o que?

—Desculpa por eu ter sido grossa contigo

O rosto de L mostrava que ele ainda não entendia direito.

—Não é educado ser rude, sabe?...

—Ann...

“Será possível que esse garoto não faça ideia de nenhuma regra social?”, pensou Karol olhando intrigada para o garoto.

—Perguntei se você estava bem porque faz tempo que não sorri. — disse L indiferente— Antes você estava sempre sorridente e alegre, agora está séria e pensativa. Dito isso, pergunto novamente: Está tudo bem?

O silêncio tomou conta do carro. “É verdade”, pensou Karol olhando para baixo “Eu nem percebi o quão séria eu estou”

—Talvez...eu... — a voz da garota saía baixa e meio enrolada, como se cada palavra sofresse para sair— talvez seja porque quando eu estou feliz, eu não esteja pensando sobre isso que eu tenho... — o que havia dito parecia que ela estava pensando alto, não falando com L.

Antes que o garoto pudesse falar alguma coisa, ou simplesmente ocorresse mais um momento de silêncio constrangedor, o carro fora freado e Watari apareceu abrindo a porta do carro.