Always A Foxface escrita por msYouKnowWho


Capítulo 6
Cap. 5 - Hawthorne hospedeiros.


Notas iniciais do capítulo

Muuuuuuuuito obrigada por lerem, seus lindjos *u*



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– Mas me conta sobre você, sua família, sua infância, não sei. – Eu disse.

– Ah não tem nada de interessante pra contar, ouvir sobre você seria bem melhor, mas ok... Eu tenho três irmãos mais novos, Rory, Vick e a única menina, Posy. Meu pai morreu na mina junto com o pai de Katniss. Minha mãe se chama Hazelle e faz o possível pra manter meus irmãos bem. Eu caçava com a Katniss, antes dela ir pra arena, e sempre me candidatei as tésseras pra ajudar minha família.

– Eu... Sinto muito, mas você é um grande cara, sabia? – Falei e Gale riu.

– Grande cara? Como assim, Flinch?

– Ué, ajudar sua mãe e tudo mais a cuidar e criar os seus irmãos. Eu queria ter feito isso, quer dizer, fiz o possível, mas nunca precisei passar por coisas perigosas como caçar pra nos manter.

– Ah sim, entendi. É... Pra mim sempre foi assim, então era normal. – Gale dessa vez não sorriu, chutou algumas pedrinhas com o pé e abaixou a cabeça.

– Hey... Me desculpa, eu não te disse isso pra te deixar triste. – Parei de caminhar e olhei pra ele. – Foi um elogio.

– Obrigado, mas...

– Grande cara, lembra? – Eu sorri e ele me acompanhou no sorriso.

– Você ta certa.

Chegamos a uma casa pequena, toda cinza, uma janela pequena e uma porta de ferro, que o homem empurrou quando entrou no lugar, me dando espaço pra passar. Ele acendeu a luz da cozinha, era pequena, mas limpinha e organizada. De repente uma mulher adentrou o cômodo, e parou em sua frente. Ela tinha o cabelo longo até a cintura mais ou menos, acinzentados, os olhos idênticos ao de Gale e era magra, aparentava cansaço.

– Boa noite, filho. – Falou séria.

– Boa noite, mãe. Essa é Flinch, do Distrito 5.

– Eu já soube de tudo, vi o programa do Caesar Flickerman. – A mulher revirou os olhos, não parecia muito feliz comigo ali.

– Ela vai passar uns dias aqui. – Ele disse e puxou duas canecas de um armário. A mulher só resmungou algo e voltou pro seu quarto.

– Olha, Gale, acho melhor eu ir embora, não ta certo isso, sua mãe não ta feliz, ta vendo? Eu vou pra casa da Katniss. – Eu disse, virando e voltando pra porta, quando ele segurou meu braço.

– Não, Flinch, você pode ficar, amanhã converso com ela, relaxa. – Puxou mais algumas coisas do armário e colocou na caneca, e por cima derramou água quente. – Aqui está. Acho que você já passou muito stress por hoje, minha mãe sempre fazia esse chá pra mim quando eu não conseguia dormir, quando era pequeno. – Ele sorriu com a lembrança. – Você vai ficar no meu quarto, viu. Vem comigo, vou te mostrar.

– Ok.

Me levantei e o segui pela casa, depois da cozinha, havia um pequeno corredor que dava em três portas, uma, aberta era o banheiro, a outra, fechada, Gale me explicou que era o quarto de Hazelle, onde dormia com seus irmãos e o ultimo, era o quarto do próprio, quando ele abriu a porta, me assustei, as paredes eram pintadas de azul turquesa e preto, além das coisas perfeitamente organizadas, a cama arrumada, no canto. O local não parecia fazer parte do distrito, de tão lindo que era.

– Você dorme na cama.

– O que? E você?

– Não tem problema, eu posso dormir no chão.

– Nada disso. – Parei na porta. – O quarto é seu.

– Exatamente, você é visita. Você dorme ali e ponto final, Flinch. – Gale sorriu.

Terminamos nossos chás, e ele me deixou me trocar no quarto, vesti um pijama que estava na mala e penteei meu cabelo, enquanto ele bateu e entrou no quarto. Me sentei na cama, cruzando as pernas, guardei tudo de volta na mochila e a empurrei pra debaixo da cama. Gale abriu a primeira gaveta de uma grande cômoda de cor clara, puxou uma calça preta dobrada e a colocou em cima do mesmo. Passou as mãos pela borda da camisa que usava e a puxou pra cima, a descolando do próprio corpo. Aos poucos, paralisei com aquela visão, ele era realmente lindo, só acordei de meus devaneios, quando ouvi uma risada bem perto de meu ouvido, pisquei os olhos e olhei novamente pra frente, estava sentado ao meu lado, e rindo de mim.

– O que foi? – Ele perguntou.

– E-eu estava pensando na arena.

E de repente Gale mudou sua expressão, e ficou serio. Num pulo, levantou, pegou a calça que deixara em cima da cômoda e saiu do quarto. Me deitei na cama e encarei o teto, haviam pequenas estrelas desenhadas lá, lindas, me faziam esquecer de onde e da situação que eu estava. Alguns minutos depois, Gale voltou ao local, vestindo só a calça preta, jogou um colchão no chão e colocou um edredom ao meu lado, na cama.

– Faz muito frio de madrugada.

– Aquelas estrelas... – Comentei.

– Eu as desenhei. Era um jeito de me levar pra longe daqui. - Estendi o edredom aos meus pés e virei de lado, encarando dessa vez a parede. Passaram-se alguns minutos, até que me atrevi a falar novamente. – Você nunca fugiu daqui, Gale?

– Uma única vez.

– Me conte. – Pedi.

– Eu tinha pouco mais de 13 anos, ainda não conhecia Katniss, estava apenas andando pela floresta, quando a idéia me veio a cabeça, quer dizer, eu conhecia o lugar como a palma de minha mão, não existem pacificadores naquela área, nada me impedia, por que não? Mas quase três quilômetros depois, pensei em minha mãe, meus irmãos, não tive coragem. Mas e você?

– Não, não teria coragem. Sou uma fraca. – Sussurrei a ultima parte.

– O que? Fraca? Você foi escolhida como tributo, foi pra arena, e ainda por cima, sobreviveu. Você é um gênio. Posso te contar um segredo?

– É claro.

– É obvio que eu estava torcendo por Katniss, ela é minha amiga, mas eu tinha certeza que era você que ia ganhar. – Gale falou.

– Como assim? Eu? – Eu ri e virei pra ele, que havia sentado nos pés da cama.

– É isso mesmo. Eu até... Hm, nada.

– O que? Me conta! – Pedi.

– Eu apostei em você, sabe, lá no Prego, apesar de não apoiar os Jogos, às vezes fazemos apostas, e você foi a minha escolha.

– Obrigada, Gale. – Pulei em seu pescoço e lhe dei um abraço. – Só por dizer isso, me fez sentir melhor. – Sorri.

– É só a verdade. – Ele falou e eu desfiz o abraço.

– Desculpa, eu... - Ele me interrompeu e me abraçou forte.

– Não tem que se desculpar. Agora é melhor você dormir, descanse, boa noite.

– Boa noite, Gale.

Me virei e dormi, enquanto ele se deitou no chão. A noite foi tranquila e silenciosa. Meu sono era leve, mas pleno, e não acordei em nenhum momento. Devo ter passado mais de nove horas na cama, porque quando acordei, apenas ouvi vozes vindas da cozinha, onde estava o colchão no chão, agora não havia nada, pelo barulho, eram Gale e Hazelle conversando, ou melhor, discutindo, me aproximei da porta e ouvi alguns pedaços...

– Essa menina não pode ficar aqui, Gale, não tem espaço, nenhum luxo.

– Mãe, você não entende, ela precisa de nossa ajuda, alem do que ela não precisa de luxo, Flinch sabe como a vida não é fácil, tenho certeza que também vai nos ajudar.

– Tudo bem, mas espero mesmo que ela saiba da realidade, não somos ricos.

– Ela sabe.

Ouvi passos vindo na direção do quarto, e me afastei novamente da porta, puxei minha mochila de debaixo da cama e tirei uma blusa azul royal com decote médio, calça clara até o joelho, uma sandália média rosa bem clara e um casaqueto verde-agua, de dentro da mala. Fiz um rabo alto com meu cabelo. Assim que terminei de me arrumar, ele entrou no quarto.

– Bom dia, Flinch. – Gale disse sorrindo.

– Bom dia.

– Conseguiu descansar?

– É, consegui sim, muito obrigada por me deixar ficar aqui, viu.

– Que isso, relaxa. Fique o quanto precisar, agora venha, preparei seu café-da-manhã.

– Serio? Não precisava, Gale. Obrigada.

Fomos pra cozinha e sentamos na pequena mesa que havia lá, sua mãe estava lavando a louça e seus irmãos estavam sentados na mesa também.

– Bom dia, Flinch. – Hazelle disse e sorriu, muito diferente do dia anterior, agora tinha uma trança longa no cabelo e vestia roupas escuras.

– Gale, quem é ela? – Uma garotinha, que devia ser Posy, pulou nos ombros de Gale e sussurrou.

– Posy! Não é assim que se fala. – Sua mãe a repreendeu.

– Desculpe, mamãe. Olá. – Dessa vez a garotinha pulou pro meu lado, em pé na cadeira. Era baixinha, tinha o cabelo bem preto, a pele clara, bochechas rosadas e olhos cinza.

– Olá, então você é a Posy? – A respondi, sorrindo.

– Sou sim, como você sabia?

– Gale me falou de você, me disse que é uma ótima garota.

– Sério? – Ela falou, enquanto seu irmão a desceu da cadeira, nos sentamos a mesa e ela pulou em meu colo. – Você é bonita. – Riu baixinho. – Muito bonita.

– Posy, para de encher o saco dela, deixe-a tomar seu café-da-manhã. – Hazelle reclamou.

– Que isso, Hazelle, ela é uma gracinha. – Eu sorri e segurei a menina em meu colo.

– Flinch. – A pequena me chamou. – Você é namorada do meu irmão? – Perguntou, mexendo no meu cabelo.

– O que? – Eu ri.

– É que... Sabe, ele nunca trouxe nenhuma menina aqui.

– Ué, e a Katniss? – Perguntei.

– Ah, ela é namorada do Peeta, né. E ela também nunca vem aqui. – A menina falou.

– POSY! QUIETA! – Gale foi quem a repreendeu dessa vez.

– Ta tudo bem, Gale. – Sorri e apertei leve e rapidamente sua mão.

– E então, é ou não é namorada do meu irmão?

– Não, Posy, não sou. – A expliquei e ri.

– Gostaria que fosse. – Ela sussurrou, mas não baixo o bastante, porque todos ouviram.

– Já chega, vamos, Posy, vem comigo. – Hazelle segurou a mão da pequena e a levou pro quarto.

Assim que sumiram no corredor, empurrei minha xícara de café na mesa, me levantei e caminhei pra fora da casa. Encostei na parede, já do lado de fora, e lagrimas vieram a minha face, levei as mãos ao rosto, o tapando, enquanto eu escorregava, até sentar no chão. Senti que alguém parou ao meu lado, mas não levantei o rosto pra ver, continuei com as mãos o segurando.

– O que houve, Flinch? – Era uma voz macia, mas forte, masculina... Gale.

– Foi minha culpa, eu dei corda pra Posy, ela não fez nada. – Falei com a voz abafada, pelas minhas mãos e o choro.

– Está tudo bem. – Ele agachou ao meu lado e acariciou meu rosto, abaixei as mãos. – Ela é assim mesmo, estamos acostumados, mas Posy tem que ter algum limite.

– Mas, não foi de propósito, ela não pode receber uma punição, por eu tê-la deixado falar... – Ele me interrompeu.

– Flinch, fica calma, nada foi culpa tua, nem dela, além do que Posy não vai ser punida, só não queríamos que o clima tenso continuasse.

– Ela me lembrou minha irmã, assim como Prim. – Assim que falei, Gale novamente acariciou meu queixo com seus dedos. Seus olhos penetravam os meus com intensidade, me prendiam, paralisavam. Sua mão pousou em meu queixo e as minhas, em sua nuca. Alguns segundos que pareciam eternos, se passaram. Seus lábios tocaram os meus e houve uma pequena fusão ali, ele me empurrou suavemente, até que deitei no chão, Gale parou, seus olhos me encararam, seu sorriso abriu e voltou a me beijar.

– GALE! – Ouvimos uma voz gritando, não tão perto, nem longe. Nos viramos pra olhar, ainda deitados na terra, com os lábios avermelhados e respiração falha, e vimos Katniss. A garota saiu correndo pela colina. Rapidamente nos levantamos.

– KATNISS, NÃO! – Gale gritou.

– Vai atrás dela. - Fechei os olhos e encostei na parede novamente. – Pode ir. – Falei.

– Mas...

– EU SEI QUE VOCÊ QUER IR, GALE!


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Notas finais do capítulo

Raaawr *w* , continuem comentando, por favor.. Espero que gostem!
Beeijs ;**



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