Os Arquivos Perdidos - Humanien escrita por Noni


Capítulo 2
Chimaera.


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo e esse ficou bem maior que o primeiro, hehe. Espero que gostem! Boa Leitura ♥



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Neapoli realmente é um lugar incrível, nunca me canso de olhar para as montanhas e de ir para a praia, devo concordar com o meu pai, Grécia é o “lugar” para se morar e também para se “esconder”. Nunca entendi o porquê de se esconder, ele é tão inteligente, Spanner é forte e eu também não fico para trás, estou quase chegando ao nível deles, passei minha vida inteira treinando, com certeza já estava mais que na hora de acabar com esses Mogadorianos.

Hoje o treino será diferente, estamos do lado de fora da casa e meu pai está me passando várias instruções de como analisar gêneses de Chimaeras, como criar, transpor, colocar, clonar cada célula no lugar certo e os miligramas de elementos químicos que devo despejar em cada tubo de ensaio. Nunca fui muito boa nesta parte, sou sempre um desastre, meu primeiro Clone de Chimaera morreu em menos de 5 minutos, não suportou o nosso oxigênio e logo virou cinzas, porém, o do meu pai conseguiu sobreviver por até 72hrs.

Balanço a cabeça sinalizando que entendi tudo o que ele acabou de explicar. Mas acho que acabei sendo pega.

– Eni, preste mais atenção, por favor, isso é importante. Você vai precisar saber de tudo o que lhe estou dizendo.

– Eu sei pai... Mas isso é complicado demais, não sei como o senhor consegue lembrar, decorar e fazer tudo isso. Diga-me, da onde vem tanta inteligência? Porque caramba, meu pai é um gênio, perfeito e bonitão! – Comecei a rir, era necessário, se eu pensasse em dizer sério que não queria fazer parte desta Guerra, iria magoa-lo e isso é a ultima coisa que quero.

– Está bem, chega de teoria e vamos para prática! – Vi um sorriso esboçar de seus lábios carnudos e isso me deixou um pouco aliviada.

Observo ele trazer uma caixa não muito grande em minha direção, ao abri-la me deparo com uma criatura estranha, acho que é uma mistura de lagarto com rinoceronte, sua pele é escamosa com um tom de cinza azulado, sua calda consegui ser maior que o corpo, tendo um chifre na ponta do nariz e dois na cabeça. Naquilo eu não toco, definitivamente não!

– O... Que... É isso?!?

– É uma Chimaera, a única que consegui criar com perfeição! – Agora seu sorriso está mais largo e confiante, esbanjando orgulho de si mesmo.

Sinto orgulho dele também, sempre me dissera que Chimaeras são incríveis e muito poderosas, podendo matar vários Klaus e Pikens de uma vez só, dependendo do seu porte é claro. Mas, um Clone de Chimaera era melhor ainda, conseguindo se adaptar em qualquer ambiente, possuindo mais força que uma Chimaera original, o único problema era não poder mudar sua forma, ele sempre continuaria do mesmo jeito. Mesmo assim, anos de trabalho e meu pai consegue fazer algo tão surreal e perfeito, ele era um gênio e eu, sua fã número um.

– Uma Chimaera! Hoje o dia está sendo surpreendente né não? Você e Spanner criando coisas tão legais, será mesmo que vou consegui alcançar vocês?

– Eni você tem apenas dezessete anos, não acha que está muito nova ainda?

– Eu sei, mas Spanner tem vinte e é um gênio também! – Disse fazendo um bico e mal acreditando no que acabara de fazer, não era uma menina mimada e nunca fui, apenas me deixei levar pelo momento.

– Eni, você é forte, sua mãe era forte, e você é minha filha. Talvez seja um pouco desastrada sim, mas podemos melhorar, por isso que estamos treinando, para que você possa ser uma verdadeira “guerreira” e ajudar quem precisa de ajuda.

– Mas você já parou para pensar que talvez eu não queira isso? Não me leve a mal, só que estou cansada da vida que levamos, queria ir à escola, queria fazer amigos... Não sei se me entendi, mas ir à praia e vê todos aqueles adolescentes brincando e se divertindo me deixa com inveja, inveja de ser “normal” - Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu recusava deixa-las cair. Entretanto, ele me puxou para perto me dando um abraço carinhoso.

– Eni, me desculpe, eu te amo tanto. Prometo que você terá uma vida “normal” em breve. - Ao ouvir aquelas palavras tão doce que meu pai dissera, um aperto surge em meu peito, não podia ter dito aquilo, não queria. Mas apenas o silencio permaneceu entre nós.

***

Após a minha demonstração de fraqueza, meu pai pediu que eu sozinha analisasse Lydron, o seu Chimaera perfeito. Não estávamos nos dando muito bem, eu o mandava fingir-se de morto, correr atrás de mim, pegar a bola, graveto, dar a patinha, entre outras coisas, porém acho que tentei de tudo que quando notei que não havia mais jeito, apenas sentei na grama, encarando-o.

– Qual é o seu problema? Por quê não faz o que eu mando? – Olhei com a cara mais feia que poderia fazer naquele momento e ele apenas me olhou com seus olhos azuis enormes, pedindo clemência.

– Será que estou fazendo algo errado com você? Olhe, não estou a fim de usar magia negra para hipnotizar você e não quero ter que partir para a violência, entende o que eu digo? - Ele não dissera nada, e eu não sabia se compreendia o que estava lhe dizendo.

Cansada preferi ir direto para o quarto, tomar banho e jantar. Passar horas e horas tentando fazer com que seu “Bichinho de Estimação” seja adestrado não é nada fácil.

Quando estou prestes a subir as escadas que leva para o andar de cima, ouço alguém me chamar, olhando para trás vejo que é Spanner, apenas dou-lhe um sorrisinho forçado.

– Podemos conversar?

– Agora? – Digo suavemente.

– Sim, preciso te mostrar uma coisa.

Seu rosto parecia preocupado, não que eu seja ruim ou egoísta, mas acho que qualquer coisa poderia esperar, eu que precisava tomar um banho e descansar. Mesmo assim, decidi ir ver o que era.

Seguindo Spanner até o porão, vamos à sala Três, que é toda computadorizada e muito pequena também. Nas imagens dos diversos monitores apareci um rosto de um menino, que não conheço e nunca o vi em lugar nenhum. Finjo estar interessada, perguntando-o:

– Quem é ele? Já que eu o vi, posso ir? Por favor? – Agora eu que o estava olhando, pedindo clemência, mas Spanner apenas fez um gesto com a cabeça, pedindo que eu sentasse na cadeira ao lado. Ao sentar, olhei para Spanner e ele parecia muito mais sério, nunca o vi assim.

– O que foi? Não estava feliz com seu novo projeto, como é mesmo? Humanoide?!? – Sorri carinhosamente. Mas Spanner continuou sério.

–Eni, lembra que seu pai disse que alguns Humanos ajudaram a Garde e seus Cêpans na transição para Terra, que eles ajudaram Lorienos a se reestabelecer conosco aqui. O que eu quero dizer é que esse garoto é filho de um desses Humanos e ele corre perigo. Mogadorianos são espertos, eles estão caçando todos esses Humanos que ajudaram Lorien antes e se esse garoto souber de algo, pode ser isca fácil. Tenho certeza que alguns desses humanos ensinaram aos seus filhos a como se defender, contaram tudo o que aconteceu e tudo que era necessário saber, assim como Machaon fez, consegue entender?

Não sabia o que responder, senti um medo percorrer todo o meu corpo ao ouvir aquilo. Se isso for verdade, então os Mogadorianos com certeza viram atrás de nós e eu posso ser morta por saber de demais, por não ser forte o suficiente, dúvidas começavam a surgir. Spanner pareceu notar meu medo, pois digitou algo no teclado que rapidamente os monitores foram desligados, mostrando apenas escuridão. Vi ele olhar para mim, esperando que eu dissesse algo, mas as palavras simplesmente fugiam de mim naquele momento, quando notou que eu não dissera nada, ouvi suspirar.

– Eni não tenha medo, somos fortes não somos? E somos uma Equipe. Que tal se a gente reunir todos os que poderem ajudar e treinássemos cada um deles para lutar ao nosso lado nesta Guerra? Você já é muito boa com computadores, criações de armas, robôs, e combate corpo-a-corpo, acho até que seria uma ótima professora. – Spanner finalmente sorriu, mostrando seus dentes brancos e alinhados. Não sei o que ele tinha, mas olhar aqueles olhos verdes e aquele sorriso fazia meu coração bater a mil, só ele conseguia fazer tantas dúvidas desaparecerem de mim, fazer com que o medo fosse embora e que permanecesse apenas “Esperança”, sim, Spanner fazia com que eu continuasse a seguir em frente, me motivava, assim como meu pai. Eles eram os dois Homens que eu amara nesta vida.





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Notas finais do capítulo

Logo mais Terceiro Capítulo! *-*



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