The World Comes Down escrita por koyuke


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Demorou pra sair porque a faculdade ta me deixando louco em conjunto com o emprego e o chefe meio estressado rsrs



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Ao anoitecer daquele dia, aproximadamente umas 21:00, todos já haviam comido e estavam acomodados em um dos apartamentos do ultimo andar. Alice e Yui encostadas uma na outra, num canto da sala, Richard no outro lado da sala olhando fixamente para o lampião entre eles (ligar a luz poderia atrair mais zumbis, então usando um pouco da lógica e achando um lampião na gaveta resolveram que seria melhor, pois a luz era bem fraca) e por fim Tiago debruçado sobre o para-peito da varanda olhando a escuridão pontilhada por luzes vermelhas dançantes e incrementada pela sinfonia dos gritos gerados pelas vitimas desesperadas da cidade, aquela altura nada mais o assombrava, já havia visto muita coisa para apenas um dia, tudo que havia conhecido e convivido ruiu em menos de 24 horas diante dos seus olhos, nada mais importava no final das contas, sobreviver era o único propósito restante.

- Se eu não me engano você me deve uma historia – disse Alice após se aproximar sorrateiramente puxando a manga da camiseta de Tiago.

- Sabia que tinha esquecido de algo – abriu um sorriso e segurou na mão de Alice, conduzindo-a ao centro da sala – Senhoritas e projeto de alguma coisa – olhou para Richard rindo – se acomodem para a historia.

- Falando assim você lembra os podcast que eu lhe apresentei haha, mas dava pra ser menos formal, e idiota diga-se de passagem haha. – falou Richard.

- E qual seria a graça meu jovem – fez uma pausa estratégica – se bem que você é mais velho que eu haha.

- Vai ficar enrolando por quanto tempo? – disse Alice

- Calma, calma, já vou contar, ou você quer contar as nossas aventuras de infância? – olhou pra Richard.

- Pode contar, se algo estiver errado eu corrijo – ambos riram.

- Então vamos lá...

“Há algum tempo, quando ainda éramos novos, entre uns 7 ou 8 anos, adorávamos coisas haver com o exercito e todo aquele patriotismo louco que as crianças ganham vendo filmes de guerra, e encontramos um panfleto de uma colônia de férias com um tema mais puxado para o lado militar, e enchemos o saco dos nossos pais para nos levar até lá, mas eles falaram:

- Não, é muito perigoso, sem contar que é para pessoas mais velhas

- Mas mãe – disse eu – ta escrito que é pra a partir dos 7 anos.

- Vocês não vão e ponto final, se pedirem de novo vão ficar de castigo.

Como nos éramos ‘travessos’ por assim dizer acabamos por bolar um plano e tanto para conseguirmos ir para lá, pedimos ajuda a uns parente e falamos que iríamos viajar com eles para nossos pais, o que em parte (e até onde ambas partes sabiam) era verdade, pois para nossos pais iríamos passar as férias todas com eles, e para eles nós iríamos ir com eles até a colonia e de lá seguiriam caminho até seu verdadeiro destino, por sorte todo correu ‘bem’, conseguimos chegar até a colônia, só que a parte mais difícil estava pra começar, como entrar sem a permissão dos pais, e como não ser pego caso conseguíssemos? A primeira parte foi fácil, era só entrar por algum buraco da que achássemos, a segunda parte foi mais difícil, e resolvemos nos arriscar mesmo sem ter pensado nela, felizmente não tinha lista de pessoas nem chamadas, só números, o que foi uma sorte tremenda.”

- Sorte nada, foi tudo friamente calculado, até roubamos os uniformes do galpão antes de entrar e se juntar com o resto dos recrutas – interrompeu Ricahrd.

- Sim, mas essa parte pode pular, já que o mérito total dela é seu haha.

- Conte como foi isso, por favor – Disse Yui se aproximando um pouco mais bem entusiasmada com a historia.

- Pois bem...

“Entramos e vimos umas pessoas indo para um galpão levando uns uniformes, eu não dei muita bola, mas Richard um pouco mais perceptivo que eu notou que todas as crianças usavam aqueles uniformes, então teve a brilhante idéia de pegar dois deles para a gente poder se disfarçar, entrar sem ser percebido foi fácil, talvez por ser isolado nimguem nunca tenha pesado em deixar o lugar seguro, nem ao menos vigiado,

Richard entrou e eu fiquei olhando para ver se vinha alguém até que eu vi pessoas se aproximado.

- Anda logo estão vindo pra cá – gritei apressando ele.

- Tem dois tipos aqui, e agora?

- Pega o que parecer mais militar ou mais legalzinho.

- Pronto – ele já tava do meu lado, vestido com o dele e me entregou outro, então o vesti rapidamente e quando íamos saindo fomos pegos. ”

- Até hoje me arrependo de te ouvir aquela hora e pegar o camuflado HAHA

- Mas de certa forma valeu a pena.

- Por que? – perguntou Alice.

- Já estamos chegando lá.

“ – O que vocês estão fazendo aqui? – um cara enorme com uma farda cheia de medalhas estava atrás de nos e antes que pudéssemos correr ele nos segurou e nos levou para os alojamentos.

- Pelo menos conseguimos entrar sem ser expulsos ou percebidos – disse sorrindo.

- Tem coisa errada aqui – disse Richard – o dormitório das crianças que vimos na entrada fica pro outro lado.

- Relaxa, talvez essa seja uma outra acomodação, aquelas devem estar cheias, se bem que agora que você disse notei que o uniforme delas também era diferente do nosso, mas pelo menos não somos os únicos aqui – apontei para um grupo que estava do outro lado do dormitório – e os uniformes deles são como os nossos, o que é um bom sinal.

- Mesmo assim acho que tem coisa errada, mas vou esperar pra ver o que acontece.

Antes de me pronunciar novamente aquele monstro enorme que nos pegou estava a porta com mais uns 10 garotos

- Sejam bem-vindos ao inferno garotos, vocês agora pertencem ao meu regime, vocês saíram daqui homens de verdade – disse o brutamontes.

- Falei que tinha algo errado – sussurrou Richard.

- Pelo menos vamos ser treinados como no exercito – disse sempre tentando bancar o otimista, mal sabia que meu otimismo iria acabar antes das férias, ou melhor antes da semana.

No outro dia, por volta das 4:30 da manhã fomos acordados por aquela maldita corneta infernal, nunca odiei tanto um som quanto aquele... Aquele armário apareceu na porta novamente, virando as camas e acordando na marra as crianças, 10 minutos depois estávamos todos acordados do lado de fora, em fila e sem blusa num frio tamanho que não conseguia mais sentir meus dedos.

- Então, começaremos o nosso treino a partir de hoje, mas não se preocupem, no começo é dificil – fez uma breve pausa – e depois piora HAHAHA...

Aquele provavelmente foi o dia mais traumatico da minha vida, nunca fizemos tanto esforço fisico quanto naquele dia.

Desde corridas loucas pelo campus de cerca de 1 hora a dezenas de flexões e abdominais, para completar o problema ainda tivemos uma aula pratica de sobrevivencia na selva (pratica até demais, nos jogaram no mato e nos deixaram la 2 dias)”

- É ai que surge o pequeno exagero na atenção do nosso amigo aqui – interrompeu Richard apontando para Tiago.

- Na verdade isso foi o começo de tudo, ainda não era no nivel que é hoje, mas continuando...

“ Os problemas dai pra frente só aumentaram, até que duas semanas se passaram, o treino basico de resistencia tinha terminado e começariamos a 'especialização' onde sordidamente escolhemos franco atiradores, por leigamente acreditarmos ser mais facil, erramos de novo a escolha...

Era basicamente o treino mais puxado que tinha no recinto, tanto que de quase 20 pessoas apenas 1 alem de nos se atreveu a fazer essa opção.”

- Qual o problema de escolher franco atirador? Não ficam parado o tempo todo? - perguntou Alice.

- Não tem problema nenhum, mas a resistencia exigida é muito maior, um franco atirador fica em media uns 4 dias escondido antes de dar o primeiro tiro, e tem que se preocupar em poupar munição e ser muito discreto – disse Tiago.

- Hmm

- Pois bem …

“ Nunca pensamos que voltariamos aquele mato, fomos largados lá mais uma vez, dessa vez por 5 dias, sem agua nem comida, onde teriamos que providenciar formas de sobrevivermos, o que não era muito dificil, afinal por ser um espaço controlado só precisavamos saber onde procurar, graças a isso concluimos com exito essa primeira parte, mas nosso parceiro não se deu muito bem, acabou doente e teve que ser retirado por um tempinho (se a gente soubesse que era só ficar doente pra sair teriamos feito o possível para acontecer isso, mas só descobrimos tempos depois).

A segunda parte do treino resultou no excesso de atenção, como teriamos que possuir um scooter (quem localiza o alvo e calcula a trajetoria da bala) e um atirador, acabei por ser o scooter, já que a capacidade de calculo de Richard era um tanto quanto limitada”

- Não era não, pelo que me lembro você que não aguentava o coice do rifle hahaha – Disse Richard.

- Tinha isso tambem haha – acrescentou Tiago.

“Devo ressaltar que a parte mais facil foi aprender as funções, ser scooter era matematica e visão, atirador era calma e precisão, Richard terminou bem antes de mim como executar sua função com precisão, eu fui levado pra uma area onde me fizeram ficar louco praticamente de tanta atenção que requeria, com punições severas como choques e tapas, o que era bem complicado pra uma criança... Depois de uns 2 dias sem dormir consegui ter mais atenção (mais até do que era nescessario), ai fomos enviados para a parte mais dolorosa do treinamento, combate corpo-a-corpo, apanhamos bastante até aprender a se defender, aprendemos a usar as armas de curta distancia como facas, bastões e outras consideradas armas brancas, valeu a pena o esforço, desde essa época nunca mais apanhei na escola... Depois a parte mais 'divertida' de todas, as armadilhas como a que fizemos a pouco, era incrivel como duas ou tres coisas ligadas a uma bomba faziam um estrago tremendo, mas como seria muito longo contar exatamente tudo vou partir pra parte com mais ação: A fuga”

- Vocês fugiram? - perguntou Yui.

- Sim – disse Richard – foi um plano de dar inveja ao nosso instrutor HAHA

- Realmente, devem estar procurando a gente até hoje, fomos provavelmente o melhor resultado deles – Disse Tiago.

“No dia que nos ensinaram a dirigir, depois de muito esforço aprendemos, e ca entre nos não era tão dificil. Naquele dia a noite estava com uma nevoa densa, e uma fina garoa, que cortava a pele de tão frio, fui acordado a noite por Richard se levantando da cama, olhei para ele e perguntei pra onde iria:

- Vamos fugir desse lugar antes que nos matem, durante a aula roubei uma das chaves dos jeeps, você vem?

Antes de responder já estava de pé trocado e seguimos as escondidas em direção ao veiculo, como me foi ensinado, verifiquei o lugar todo para ver se estava limpo, graças a chuva o local estava, traçamos a rota antes de ligar o veiculo.

- Tudo pronto? - perguntei

- Sim – disse Richard.

- Nossas coisas estão todas aqui?

- Sim.

- Alarmes desativados?

- Só um instante – tirou uma caixinha do bolso e apertou – agora está.

- O que era isso?

- Já tinha esperado que você quisesse fugir e preparei algumas coisinhas HAHA

- Bem esperto HAHA

- Agora vamos, quem dirige?

- Melhor eu, já que você tem seus brinquedinhos e truques na manga.

Pegamos o carro e fugimos, graças a chuva demoram muito para conseguir correr atras da gente e escapamos com segurança e aqui estamos quase 10 anos depois enfrentando o fim do mundo iminente”

- Interessante, mas como posso saber se isso aconteceu mesmo? - perguntou Alice.

- Cabe a você decidir, mas enfim, já está tarde, melhor vocês duas irem dormir – disse Tiago.

- Já está expulsando a gente?

- Não, só acho que é melhor do que ficar ai sentada no frio, e sem muito o que fazer, e acredito que ficar me olhando não seja muito interessante.

- Eu gosto – sussurrou quase inaudivelmente Alice.

- Hein? Não consegui ouvir – disse Tiago.

- Nada não – pegou Yui pela mão – vamos para o quarto.

Então saíram e foram para o quarto e fecharam a porta.

- Da pra me ajudar aqui? - disse Richard.

- No quê?

- Como você sabe, carregar esses malditos pentes é um saco.

- A única parte boa é atirar.

- Verdade.

- Vamos pra sacada, e desligar essa luz, tá claro lá fora com todo esse caos, e é vantagem que a gente economiza esse treco que eu esqueci o nome.

- Lampião?

- Isso mesmo – desligou o lampião e se dirigiram para a sacada, a lua estava totalmente cheia e meia avermelhada como se estivesse ensanguentada, se acomodaram escorados no parapeito e começaram a por as balas em seus pentes.

- Dizem que a lua costuma ficar nessa cor em períodos de guerra ou antes de grandes catástrofes – disse Tiago quebrando parcialmente o silencio.

- Acho que a lua tá meia atrasada, tipo, isso começou hoje, então ela deveria estar assim ontem.

- Talvez possa piorar, estamos esperando a ajuda de militares, talvez eles nunca venham, ai a gente terá que sobreviver a isso.

- Ai já não sei, mas mudando de assunto, porque você não contou tudo a elas do jeito que aconteceu?

- Achei melhor não, o que ia acrescentar dizendo pela tortura que a gente passou, pelos dias na solitária, pelo cara que eu disse que foi embora sendo que ele morreu na nossa frente porque não viu a armadilha.

Enquanto conversavam Alice e Yui ouviam a conversa, escondidas atras do sofá que ficava próximo a varanda. Aparentemente não haviam percebido elas, então prosseguiram com a conversa.

- Você pegou alguma camiseta extra? - Perguntou Tiago.

- Peguei duas caso fosse nescessario – virou para traz, remexeu na mochila e tirou as duas – tem preferencia?

- Passa essa preta ai.

- Beleza – jogou com toda a força na cara de Tiago, que rapidamente estendeu o braço e segurou a camiseta.

- Acho que iria doer se eu não tivesse pego HAHA.

- Também acho, mas enfim, melhor jogar essa camiseta que você tá usada fora, ela tá cheia de sangue, e ainda não descobrimos exatamente o que contagia nesse virus.

- Tem razão, mas vou guardar um pedaço, nunca se sabe quando vai precisar no final das contas.

Tiago tirou a camiseta toda ensanguentada que escondia diversas cicatrizes em suas costas, Alice olhava pasma ao ver que o garoto que até ontem era apenas mais um isolado e rejeitado poderia já ter sofrido tanto e se manter como se nada tivesse ocorrido, e ainda mais, ter arriscado tanto sua vida para salvá-la. Colocou a nova camiseta, e rasgou um pedaço da camiseta e jogou o resto dela em direção a rua. Tiago estendeu o braço apontando na direção do sofá com um sorriso na cara.

- Acho que vocês já podem sair dai de trás – disse Tiago.

- Eu jurava que você não tinha percebido elas – disse Richard.

- Desde quando vocês perceberam a gente? - perguntou Alice.

- Desde que abriram a porta do quarto – disse Tiago.

- Sério?

- Na verdade não, percebi quando você girou a maçaneta HAHAHA

- Seu besta...

- Que sono – bocejou Tiago – acho que vou dormir já que todo mundo está aqui acordado – levantou-se e foi caminhando até o sofá onde deitou e dormiu instantaneamente como uma pedra.


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Notas finais do capítulo

o final ta meio sem graça, não sabia o q por, as vezes posso acabar mudando no futuro.



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