The World Comes Down escrita por koyuke


Capítulo 9
Capitulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/272174/chapter/9

Enquanto Tiago dormia Alice ainda parecia não entender a situação, era como se a realidade ao seu redor não passasse de um sonho ruim do qual ela não conseguira acordar, ficou sentada no chão da sala com a cabeça encostada no sofá onde Tiago dormia, olhando fixamente a lua que deslizava lentamente no céu, ficou assim por horas, qualquer um talvez já estaria louco depois de tanta reviravoltas em tão pouco tempo, é difícil não saber o que ira acontecer depois, saber que talvez o amanhã nunca chegue, a ideia de que tudo que amamos, tudo que faz parte de nós talvez não exista mais, apenas uma mancha densa de sangue em meio a uma carnificina sem precedentes, em meio a isso uma lagrima escorreu, delineando o um caminho em seu rosto até cair em direção, foi então que Tiago esticou a mão, a trouxe mais perto e sussurrou em seu ouvido:

– Não chore, estou aqui. Está sem sono?

– Uhum – disse com uma voz rouca e baixa.

– Espera um instante – se levantou e foi andando até Richard que estava na varanda, parado conversando com a Yui, ao menos tentando – desculpa atrapalhar, mas você teria um fone por ai? Tipo, meu ultimo acabou sendo devorado (risos).

– Pega esse aqui – Richard estendeu sua mão com o fone – mas devolve, porque eu uso as vezes.

– Pode deixar – voltou para a sala, pegou seu celular, clicou numa de suas playlist, Alice pode ver o nome, “Anytime”, esticou um dos lados do fone para ela – ponha, você vai gostar.

Alice colocou o fone, que estava tocando Alone Together, sua musica predileta, embora simplesmente gostava da sonoridade sem se importar muito com a letra, pelo menos não ainda.

– Venha cá – Tiago estendeu sua mão num convite a ficar de pé, Alice levantou-se, Tiago abraçou-a bem forte, e ficaram dançando descompassadamente a musica, Tiago passando segurança, e Alice simplesmente aproveitando o momento, e começando a entender o significado da letra da musica, e como se o momento já não fosse apropriado o bastante, a musica seguinte o tornara ainda melhor, “i'm with you”, invariavelmente esse ar romântico, misto da segurança que ela sentia no momento, fez, em algum lugar, aflorar um sentimento amoroso por Tiago, que de certa forma já existia, não como agota, mas com tanta coisa na cabeça, ela mesmo não quis demonstrar, e simplesmente guiou Tiago até o sofá, onde finalmente adormeceu em seus braços com um sorriso visível em seu rosto.



Na varanda o cenário não era muito diferente, embora ambos eram um tanto quanto quietos e silenciosos, dado a situação, começaram a se comunicar um pouco mais.

– É... Bem... Ele sempre foi assim? Mesmo passando tanto tempo com ele nunca cheguei a ver ele assim - perguntou Yui quebrando o silencio.

– Na verdade ele acaba sendo meio bipolar, sempre contrastando essa aparencia solitaria no dia a dia, com aquela que você viu na delegacia, sempre que ele ou alguém que ele se importa esta em perigo, aquela coisa surge e consome ele, é como se fosse uma outra pessoa, mas acho que deve ser resultado do medo que ele passou naquele acampamento infernal.

– Mas e você?

– Bom... Eu?... Acho que não tive nada muito negativo igual ele, tirando esse amor por armas, embora eu partilhe da ideia de proteger, você e a Alice, a todo custo, afinal é tudo que me resta por enquanto. - Yui deu uma risada meio discreta e apoiou a cabeça no ombro de Richard.

– Sabe, fico feliz de ter você aqui – olhou nos olhos de Richard – acabei de me lembrar que não agradeci por ter me salvado hoje mais cedo – se inclinou um pouco mais, e beijou Richard, que acabou sem reação – melhor não se acostumar com isso ok?(risos).

– Pode deixar – levou a mão na cabeça com um sorriso satisfeito – mudando um pouco de assunto, você não esta com sono?

– Estou, mas não consigo dormi, tudo acontecendo tão rápido...

– Pode ficar tranquila, eu garanto que nada vai acontecer com vocês, pode ir dormir – sorriu.

– Se você diz – se levantou caminhou a porta da varanda, olhou para trás e disse em tom baixo e suave – boa noite – Richard sorriu e assentiu com a cabeça, então Yui dirigiu-se ao quarto.

– Você esta indo dormir? - perguntou com um tom baixo de voz Tiago.

– Sim por que?

– Me da uma ajudinha aqui? Abre a porta do quarto para eu levar ela pra cama, ela acabou dormindo aqui.

– Tudo bem – abriu a porta e Tiago levou cuidadosamente Alice do sofa até a cama, onde a colocou deitada e a cobriu.

– Muito obrigado

– De nada, a proposito, boa noite – disse Yui com seu sorriso tipicamente cativante.

– Boa noite – Tiago saiu do quarto e se dirigiu ate a varanda novamente onde estava Richard, fechou a porta da varanda – Sabe, as vezes eu acho que por pior que as coisas estejam aqui, é como se eu me sentisse mais vivo a cada instante, não sei bem como descrever isso, mas é um sentimento do tipo “é pra isso que eu nasci”

– Olha, se eu fosse uma pessoal qualquer diria que você esta louco, mas tambem tenho sentido isso, em apenas um dia, dois indivíduos comuns, com vidas pateticas, sem proposito algum, finalmente encontram o seu proposito, ou algo que os faça sentir uteis, parece até algo tirado de um filme ou um livro haha.

– De fato meu caro, mas mudando um pouco mais de assunto, que eles reagem ao som nos já sabemos, sera que reagem a mais alguma coisa?

– Ainda não tive a oportunidade de testar, mas eu acho que isso você vai achar deveras interessante – pegou uma garrafa de agua vazia, e um rifle .22 que tinham pego na delegacia – pelo que eu entendi, com base em algumas observações, um golpe na cabeça mata eles na hora, entretanto um golpe com força suficiente pra desligar o cerebro nem sempre acontece, logo lembrando um pouco do que a gente aprendeu – colocou a garrafa no cano da arma improvisando um silenciador – se acertamos no ponto T iremos matá-los de novo, se bem que não sei se são ou não vivos, ou, caso não morram iremos desativar o sistema nervoso...

– Em outras palavras, só teremos uma cabeça presa a um corpo inerte, genial – pegou a m4 para usar a mira como binóculos, colocou no parapeito – tem um ali perto daquele poste ali na frente.

– Afirmativo – posicionou a arma, calculou a distancia, cerca de 100 metros, ajustou a mira de acordo com o vento – na mira.

– Em 3, 2 ,1, fogo

A bala pegou em cheio na cabeça, entrando um pouco abaixo do nariz, para poder comprovar a teoria de que, mesmo sem danificar o cérebro é possível desligar o resto do corpo.

– Cara, você realmente é um genio – disse Tiago dando um tapa no ombro de Richard – ele ainda esta vivo, o maxilar ainda mexe, mas não consegue mais se mover, a coluna dele já era, com um .22 precisa de mira, mas com um 762 só acertar na cabeça já basta.

– Sim, porque mesmo que não acerte o cérebro, a bala do 762 tem tendencia a girar de lado quando entra, de modo tal que se não dilacerar o cérebro, ira dilacerar a espinha, cortando o ligamento com o corpo.

– É incrível – não conseguiam conter a empolgação do que descobriram – o coração não é efetivo?

– Em filmes não, mas não custa tentar – puxou o ferrolho, jogando a capsula vazia no ar e colocando a segunda na câmara – onde tem outro?

– Tem um – olhou na mira – aproximadamente uns 45 graus a esquerda daquele, distancia é a mesma, pode atirar.

– Ok – mirou novamente, dessa vez no coração e atirou, no momento o zumbi caiu – acho que matamos ele.

– Interessante, então ainda estão “vivos” (gesticulou aspas com os dedos) isso é mui....

– Esquece, já levantou de novo

– Nem tudo é perfeito, agora mata esse desgraçado logo haha.

– Com toda certeza.

– O que fazemos agora, temos que achar os pais da Alice, e saber se os nossos estão bem – fez uma pausa – se bem que se os nossos estiverem bem os da Yui também estão.

– Mas se os pais dela não estão aqui em casa, onde eles poderiam estar?

– Quando ela acordar eu pergunto, a proposito, já tentou ligar pro pai ou pra mãe?

– Acabei esquecendo que tínhamos telefones em meio a essa confusão, me passa seu celular.

– O meu? Por que o meu?

– To sem credito, passa logo.

– Ta bom, mas espera um instante – Richard pegou o celular antes de Tiago poder fazer algo.

– Ahá, agora entendi o porque você estava exitante em me dar ele, quem diria, meu irmãozinho tem a foto da Alice como papel de parede haha, quem diria hahahahaha

– É uma longa historia, mas liga ai.

– Ta chamando, espera – o pai de Richard atendeu com uma voz de preocupação visível

– Você e seu irmão estão bem – perguntou.

– Sim, fizemos um abrigo aqui no prédio, estamos bem, pegamos a Yui também pra deixá-la em segurança.

– Que ótimo, eu, sua mãe e os pais da Yui estamos em segurança também, estamos em uma ilha aeroporto que ainda não foi atingida pelo vírus, estamos presos aqui, já que ao que parece é o único lugar no mundo que ainda não foi infectado pelo vírus que foi desenvol...elo gover.... shhh......os.....lógica.....

– Alô, Alô? Pai? Alô? - olhou para o celular que estava sem sinal – Merda, a ligação caiu.

– Mas e ai? Como eles estão? - perguntou Tiago.

– Eles estão bem, estão em um aeroporto que fica numa ilha, que ao que parece foi o único lugar em terra que ainda não foi atingido, e parece que ele tinha algo importante pra dizer, mas a ligação caiu antes disso, que droga.

– O importante que eles estão bem, só falta agora achar os pais da Alice e então só precisamos focar em sobreviver.

– Exatamente, mas ainda acho que o pai sabia de algo. Acho que é uma arma biologica do governo, que deve ter tido algum vazamento.

– Se bem que pelas proporções do acidente, chega a ser suspeito de mais ser um acidente. Ainda mais em escala global.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The World Comes Down" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.