Montamos na moto.

- Essa aqui tá velha, vou precisar de uma nova.

Bufei.

- Claro, porque dinheiro não falta para você né, espertinho.

- Ah Nina, não fala assim, vai. Eu aposto qeu você vai amar a moto.

- Hunf. Eu gosto de motos, mas quero ver você me surpreender.

- Quer apostar?

- Sim.

- Valendo um pedido, pode ser?

Parei por um momento. Era bom eu impor um limite.

- Certo. Mas não vale nada sexual.

- Poxa Nina, justo porque eu ia pedir para você fazer um pool dance para mim –ele gargalhou, muito alto. Babaca. Tinha que ser meu amigo.

Enquanto a moto corria pela rodovia, as roupas iam secando. Abri um pouco a blusa, para secar meu sutiã.

E James estava pondo os olhos no retrovisor.

Dei um tapa em sua cabeça.

- Vê se presta atenção na estrada, idiota.

- Ok, fraquinha.

Virei os olhos e fui olhando para a estrada. Pensei em que tipo de fantasia Maggie tinha preparado para mim. E estremeci. Da última vez, ela me vestira de princesa. E por um acaso muito bizarro, James estava de príncipe. Foi constrangedor.

                Paramos na rua da minha casa.

Desci da moto e já estava indo rumo ao quintal, quando ele me segurou e me puxou bruscamente.

Meu corpo arqueou contra o dele, e nossos olhos estavam próximos demais. Senti a tensão no ar, quase como se pudesse segurá-la. Minha respiração acelerou.

E ele disse, devagar: Venho busar minha blusa mais tarde, ok?!

Concordei com a cabeça. Ele me soltou, acelerou e sumiu.

Caminhei até a porta, e entrei. Meio tonta, sem saber o que diabos tinha acontecido agora.

De repente, a campainha tocou.

Era Maggie. E chegou com caixas de maquigem e roupas. E um sorriso perverso nos lábios.

- Vamos lá?? –ela não conseguia esconder sua excitação por fazer de mim a sua boneca.

Resolvi me animar, e levei-a ao meu quarto.

Ela tomou banho, e começou a se arrumar, enquanto eu tomava o meu banho. Ela cantava de tão feliz que estava.

- Que felicidade toda é essa, hein Mag?

- Ah... sair com o Joey é tudo que eu sempre quis. Você sabe, Helena. Sempre estive de olho nele. E depois que ele comprou um carro, fica tudo mais legal.

- Muito aproveitadora você hein?! –ri com vontade. Adorava provocá-la desse jeito.

- Você é uma vadiazinha chata, sabia?! Hum.- ela deveria estar fazendo biquinho. Ri mais ainda.

- E aí, do que você vai?

- Tô fazendo um cosplay de uma personagem de um anime que eu amo.

-Ah, quem é? – perguntei, mesmo sabendo que não ia conhecer.

-Julia, de um anime chamado Cowboy Bebop.

- Uhm, deixa eu adivinhar...o Joey vai ser o seu par de cosplay?!

- Ahm? É, é mais ou menos isso. Como ele odeia fantasia, eu propous para ele ser o Spike, que é bem simples. – ela falava como se eu conhecesse. Fofa.

Saí do banheiro. Ela estava vestido uma roupa preta colante, bota,  com uma decote imenso , seu cabelo loiro comprido estava com cachos enormes nas pontas, e um óculos escuro sobre a cabeça. Seus lábios estavam claros, e ela carregava um ramalhete de rosas vermelhas.

Meu queixo caiu. Ela estava incrível. E riu da minha expressão, muito contente com o resultado.

- Bom, se você ficou assim, imagino como o Joey vai ficar. – ela dava pulos de alegria.

Comecei a me vestir de acordo com as ordens de Mag. Mas de olhos fechados.

Senti algo como um vestido passar pelo meu corpo, e minha amiga apertar as costas, e amarrar algo atrás da minha cintura. Ela pôs uma meia fina em minhas pernas e um sapato de salto preto, que consegui espiar.

E começou a mexer no meu cabelo.

- Helena, vou ter que pôr uma peruca em você, tudo bem?

-Ok. Não me zoando muito. Pode ser.

-Não vai te zoar. Você vai ter uma surpresa quando abrir os olhos.

Senti algo apertar minha coxa esquerda. E Maggie começou a me maquiar.

- Quase lá, últimos toques.

Senti um cordão fino sendo amarrado através do meu pescoço, meus lábios sendo coloridos de uma forma estranha, e uma névoa de perfume.

- Perfeita. Mereço um Nobel por isso.

- Posso ver?

Mas não deu tempo. Joey buzinava loucamente do lado de fora, e  Maggie me puxou pela mão, me fazendo correr escadaria abaixo.

Tranquei a porta, e corri para o carro.

Joey estava com o cabelo verde, desalinhado,  seu habitual cigarro, sapato social, uma arma (que, embora eu não tivesse reparado, Maggie também estava com uma), e um tipo de terno azul, com uma camisa amarela por baixo e uma gravata frouxa (que eu não sabia dizer se era preta, ou azul escuro).

Ele beijou Maggie, e a elogiou muito. Ela enrubesceu. Então ele olhou para mim e disse:

- É a Helena? –com uma cara de dúvida.

- Sim. – Mag riu. – Mereço um Nobel pela obra de arte, não acha?

- Bom... concerteza não parece ela.

Não disse nada. Apenas entrei no carro, e fomos rumo à festa.