Olhei surpresa para Thomas e ele parecia bastante animado. Mas que ideia era aquela de fazer uma festa tão em cima da hora?

- Okay...vamos lá acalmar. A tua mãe sabe disso?- perguntei

- De quem achas que foi a ideia?

- Okay e só eu é que não sabia de nada?

- Não leves isso tão a peito...temos amanhã para preparar as coisas...

- Tens noção de que depois de amanhã, ou seja, quando a minha irmã vier ambos estaremos em aulas?

- Claro que tenho, por isso é que ela vai descansar durante toda a tarde e se vai divertir apenas á noite.- ele abraçou-me e levou-me de volta ao carro. - Mas não gostas-te da ideia? Foi isso não foi?

- Tem calma...eu adorei a ideia da festa só acho que foi muito em cima da hora.

- Mas isso não prejudica em nada.- ele respondeu enquanto arrancava para nos levar novamente a casa.

Apenas sorri e liguei o rádio. O resto do caminho foi silêncio á excepção do rádio que insistia em passar música dos anos noventa. 

- Um jipe militar?- perguntei em voz alta assim que chegamos.

- Deve ser Jameson, não?- Tom respondeu

- Não sei...mas vou descobrir. Se quiseres deixa os sacos na mala que eu depois ajudo-te a guardar tudo.- abri a porta e corri até ao hall de entrada.

Abri a porta com jeitinho e quando entrei dei de caras com um Jameson e uma Nicole bastante animados.

- Boa tarde.- sorri e segui para o meu quarto sem ligar com as resposta.

Horas mais tarde Thomas veio bater á porta deste.

- Entra.- respondi assim que reconheci o seu bater tão pessoal

- Como foi ver Jameson depois do beijo?

- Nojento, acho que é aquilo que eu sinto agora...nojo...

- Dele?- Tom ficou surpreso e um pouco assustado.

- Não, nojo de mim. Não devia ter deixado que o beijo acontecesse...

- Mas aconteceu.

- Sim Tom, aconteceu e não vai voltar a acontecer, e sabes porquê?

- Porquê?

- Porque não foi isso que me trouxe aqui. Eu vou soltar a minha mãe, vou encontrar alguém que me ame de verdade e vou ser muito feliz!- respondi decidida

- E se esses planos não forem tal e qual como queres?

- Então aí eu logo vejo o que fazer...

- Sabias que eu adoro a tua determinação?- Thomas aproximou-se até conseguirmos sentir a respiração um do outro.- Eu sei que não é altura mais indicada mas eu queria que tu soubesses que estares aqui em casa me fez muito bem, a todos os aspectos calculáveis, e mesmo que eu sinta um fraquinho pela tua irmã, a nossa amizade nunca se comparará á amizade existente entre mim e ela. Adoro-te pequena..

- Tu és um querido, por isso é que a nossa amizade se encaixa tão bem nos nossos mundos...- sorri e abracei-o. 

- E tu és demasiado perfeita para te preocupares com essas coisas que te preocupas no dia a dia. sê livre...

- Isso mais parece uma despedida..- Nicole entrou no quarto enquanto nos abraçávamos.

- Pois mãe, há umas coisas que não sabes....

- Eu conto. Deixa-me ser eu..- interrompi Tom.

- Como queiras...queres que eu saia? 

- Não precisas...mas se tiveres alguma coisa para fazer.

- Tenho, por isso falamos depois.

Tom deixou o abraço, deu um beijo na testa de Nicole e saiu.

- O que foi querida?

- Eu agradeço este tempo em que me acolheu na sua casa. Foi muito simpático, querido e sei lá mais o quê o modo como a Nicole me acolheu, mas eu vou ter de sair. A minha irmã chega depois de amanhã e eu esperava que ela pudesse ficar aqui e ocupar o meu lugar mas isso depende de si e de Tom...

- Mas vais para onde?- Nicole interrompeu

- Para a escola Naval. Vou dedicar-me mais lá e para isso preciso de lá ficar. 

- Mas vens aqui ás vezes, certo?

- Certo.-sorri.- o Tom fez-me prometer que vinha cá passar os fins-de-semana e que vos deixava irem-me visitar.

- Esse rapaz é mesmo meu filho..- ela sorriu e depois deu-me um pequeno abraço.- Bem, que mais posso eu fazer? Essa é a tua escolha...Thomas deve aceitá-la com certeza e eu não vou ser do contra, espero que este tempo aqui te tenha feito tão bem como fez ao meu filho.

- O que quer dizer com isso? O Tom também já me disse algo parecido.