Abri a porta do quarto e deixei Nathan entrar, depois fechei a porta com cuidado para não imcomodar Thomas, embora ele não merecesse esse cuidado todo.

Quando me virei dei de caras com um Nathan que olhava triste pela janela.

- É assim tão mau aquilo que me vais dizer?- perguntei triste também.

- Não...não é nada mau. Mas falar de algo que nos entristece nunca é bom. Faz-nos reviver momentos a que voltariamos de voltar, momentos que gostariamos de esquecer ou simplesmente apagar da nossa vida..tu sabes, essas coisas assim...

- Eu sei. Mas o que se passou no teu passado que te deixe nesse estado?

- jà alguma vez amas-te uma pessoa? Mas muito mesmo, e essa pessoa foi-se embora?

- Não...- falei revivendo alguns namoros antigos de modo a me certificar de que estava certa.

- Pois é, eu já tive uma relação meio assim. Chamava-se Filipa e era a luz dos meus olhos e talvez o oxigénio da minha vida. Chegamos a morar juntos, claro que era contra a vontade dos nossos pais, mas amavamo-nos, pelo menos eu amava-a, mas aí ela deixou-me porque a irmã dela, assim como tu, mudou de pais. Quando tu me tocaste no peito, lembraste-me dela. Ela tocava-me muitas vezes de um modo carinhoso, assim como tu fizeste...

- E tens saudades dela?- interrompi-o docemente

- Não sei se isto são saudades. Acho que tu me fizeste relembrar um sonho que terminou...acho que foi isso. Desculpa ter sido tão violento, não era a minha intenção magoar-te no bar, eu só queria mesmo parar de sentir aquilo...- falou ele virando-se para mim.

- Esquece isso, já passou e eu já esqueci. Mas e quanto á Filipa, nunca mais soubeste nada dela? Não te deu noticias, telefonou ou escreveu?

- Eu acho que sim. Mas os meus pais sempre evitaram que nos voltassemos a encontrar. Mas eu entendo, os pais dela eram ricos e eu era um pobreta que cá andava, se a relação fosse para a frente eu ficaria mal falado. Diriam que eu era um interesseiro. Eu sei que eles apenas me queriam proteger mas...tu entendes...

- Sim...- falei ainda triste.

- Kath. eu já falei, agora é a tua vez. Passa-se alguma coisa?

- Nada, esquece. Isto já passa...

- Nem penses que me vou embora sem saber o que se passa contigo.

Nathan tinha-me conhecido na noite anterior e já estava a ser um grande amigo. Seria um trauma demasiado grande dizer-lhe que tinha a minha mãe presa por um crime que não cometera, o meu pai demasiado ocupado com o trabalho, o  que certamente lhe estava a fazer mal á saúde e se ainda lhe acrescentace que estava preocupada...acho que ele fugia antes de nos tornarmos realmente amigos.

- Nathan, espero que me compreendas...a minha vida não está a ser fácil, mas eu não sou uma pessoa que fale muito sobre ela. Eu odeio falar sobre mim...- falei virando-me de costas.

- Estás cansada de tudo, não estás?

- Sim, é melhor eu descansar...

Despedi-me de Nathan e deitei-me na cama. Estava cansada, sozinha, triste e não tinha nenhuma Cloe para me ajudar a resolver os infurtunios da vida.

Decidi ir até a secretária e ligar o computador. Entrei no facebook, talvez a "minha" Cloe lá estivesse. Seria um dia ganho caso desse para falarmos. Mas deparei-me com uma fotografia de Cloe agarrada a outra, com uma legenda de melhores amigas. Aí as lágrimas reconheceram os meus olhos e a tristeza apuderou-se de todo o meu corpo. Como era possivel? Tantos anos de amizade tinham sido trocados por apenas uns dias...fiquei realmente triste, apenas fechei o computador e chorei.