Loucura escrita por kune-chan


Capítulo 5
O5 – Perdão


Notas iniciais do capítulo

Oi genteo/ Esse capítulo é Sakura POV's, blz? Boa leitura!



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Ele havia ficado estático. Não acreditou, mas oque eu disse foi verdade. Foi verdade, eu juro... Eu me sentia péssima em ver as lágrimas brotando de seus olhos negros... De o ver passando a mão no cabelo, tentando quase inutilmente de acalmar...

Eu tentei acalma-lo, mas ele não me deu ouvidos. Ficou somente se perguntando qual era afinal, a culpa dele. Oque ele havia feito a Deus pra ter uma vida assim...

-Nada, meu amor... Você não tem culpa... – Sussurro me olhando no espelho. Estou acabada... Sasuke não me deixa ter noites de sono tranqüilas... Desde que ele foi parar lá, eu só tenho sonhos com o nosso término. Isso me faz sentir mal...

Passo a mão pelo meu cabelo e solto um suspiro baixo. Já está tarde, é melhor eu tentar dormir. Amanhã eu tenho um longo dia de trabalho.

X

Acordei cedo, hoje o dia está nublado. Peguei um pouco de trânsito ao ir para o Hospital. Parece que hoje vai ser um dia agitado.

Cheguei ao hospital e botei meu jaleco, vi a Tenten, uma das enfermeiras, olhando preocupada para uma folha em mãos.

-Houve alguma coisa, Tenten? – Pergunto me aproximando dela. Ela me olhou com os orbes castanhos cheios de um sentimento estranho... Não muito comum nas pessoas daqui...

-O paciente da cela 2O6 não comeu nada desde aquele dia que ele teve febre. – Falou olhando para a folha.

-Não? – Perguntei pegando a folha das mãos dela. – Você tentou faze-lo comer algo? – Perguntei passando os olhos pela folha.

- Tentei, mas ele não falou nada. Na verdade, ele nem se moveu. – Disse olhando para um lugar vago... Isso está me preocupando... Será que ele não aceita o fato de seus parentes terem que ir ajudar outras pessoas? Será que... Será que ele quer sua família só para ele?

-Eu tenho que vê-lo. – Falo me afastando de Tenten, andando em direção contrária que ela estava indo. Se... Fosse isso, então... Eu tinha que ajuda-lo. Com certeza ele não estava nada bem.

Cheguei em frente onde ele fica. Ainda são sete horas da manhã, ele provavelmente deve estar dormindo.

Abri a porta com certo esforço. Passei os olhos pela cela e não vi nada... Entrei. Vi no canto mais escondido (o da parede da porta) ele jogado no chão de lado, com os olhos opacos olhando para o nada. A face inexpressiva. Eu podia ver a respiração lenta e pesada dele... Uma das mãos dele estava na lateral de seu rosto, como se estivesse se acariciando.

Sasuke não me olhava nos olhos, olhava para algum lugar inexistente. Cheguei mais perto dele, ficando a alguns centímetros de distancia.

-Entenda Sasuke. Aquelas pessoas que eles foram ajudar precisam mais deles do que você. – “Se é que possível...” Completei em pensamentos. Ele estava arrasado, mesmo a pessoa mais burra do mundo via isso.

Ele não falou nada em resposta ao que eu disse. Ergui minha mão para acariciá-lo. Talvez, ele precise de um pouco de carinho. Mas eu não sei se ele aceitaria o meu...

-Por quê...? – Sussurrou debilmente quando eu estava com minha mão no meio do caminho. Sua voz saiu embargada, pesada e arrastada... Como se ele estivesse chorando há certo tempo. –Eu não... – Não conseguiu terminar. Sua voz se perdeu no vazio... Eu queria fazê-lo esquecer de tudo, ter um momento de paz.

-Não fique assim... – Sussurrei para ele, me deitando ao seu lado, para poder olha-lo melhor.

Ele continou perdido em um mundo negro e quase sem volta. Infelizmente, ele não tinha escolha.

Era aterrorizador vê-lo tão... Cinza...

Isso, ele estava cinza.

Seus olhos estavam opacos, cinza. Seu cabelo havia perdido o brilho, cinza. Ele estava mais pálido e mortificado, cinza...

Era como se... Era como se ele estivesse dentro de uma bolha, impedindo dele se comunicar com o outro mundo. Uma bolha que o impedisse de ver a realidade, de ver tudo a sua volta, que fizesse que ele ficasse numa prisão eterna de pesadelos.

Cheguei mais perto dele, agora podia ver mais de perto seus olhos. Estavam completamente opacos e distantes.

Era completamente horrível vê-lo assim.

-Sasuke... – Sussurrei. Lembrei-me que ele não comia nada a quatro dias. – Você está com fome? – Perguntei somente para ele ouvir. Não respondeu nada.

Eu me sentei, e me encostei na parede. Observei a mão dele despencar a encontro do chão acolchoado. Ficamos algum tempo em silêncio. Até que ele se pronunciou primeiro.

- Tudo... Perdi... Eles... Sozinho... – Sussurrou ainda olhando para o nada. Sua voz ainda era embargada pelo choro que não existia. Ele chorava sem lágrimas.

Então... Ele estava assim por ter perdido seus familiares de novo...

Era como se todos eles tivessem sido mortos pela segunda vez.

E Sasuke não agüentaria... Ele precisa de alguma ajuda, alguma coisa.

Me aproximei mais dele, e o virei, para ficar de barriga para cima.

Passei a mão por debaixo da sua cabeça, na intenção de bota-la no meu colo. E consegui. Ele não reagiu diante o meu ato. Passei a mão de leve pela sua franja bagunçada... Pelo nariz fino... Pela lateral do rosto...

-Você é lindo. – Falei para ele. – Você é lindo, Sasuke-kun. – Disse passando a mão pelo seu queixo perfeito. Ele era realmente lindo. Pena que toda essa sua beleza estava ofuscada pelo cinza que teimava permanecer em suas feições.

Observei ele fechar os olhos.

Queria me aproximar dele, de qualquer jeito. Nem que seja uma amizade...

Mas a única forma de fazer isso era o perdão.

Mas será que seria uma hora boa para tocar em um ponto da sua ferida tão aberta e exposta? Talvez fosse melhor eu esperar um pouco mais, ele está muito mal, e conversar sobre isso com ele agora não funcionaria muito.

O olhei com ternura. Ele merecia um pouco de paz. E Eu iria dar um pouco para ele.

- Eu estou disposta a te fazer feliz. Nem que seja só um pouco. – Sussurrei sorrindo. Ele abriu os olhos e me fitou. Seu olhar não tinha o tão costumeiro ódio e rancor que ele sempre dirigia pra mim. Ao contrário, tinha um pouco de alegria.

-Sakura... – Me chamou. Sua voz já não era embargada, e sim rouca.

-Sim? – Respondi.

-Eu... Eu... – Ele parecia confuso. – E-eu senti... A sua... – Ele fechou os olhos e terminou num sussurro. – Falta... –Disse por fim.

Opa, ele tava me perdoando?

Abri um imenso sorriso em resposta.

-Eu também, Sasuke-kun. Eu também. – Aproveitei a deixa pra falar logo oque tanto me pertubava. – Hum... Sasuke-kun...

Ele me olhou ainda com aqueles mesmos olhos opacos.

-Vamos esquecer aquele papo todo de traição? Vamos ser amigos? – Perguntei esperançosa.

Ele ainda me olhava, sério. Observei ele se levantar meio mole e sentar no canto próximo a gente. Ele abaixou o olhar e passou ambas as mãos no cabelo.

-Perdoar? – Perguntou agora mais seco. Ué... Ele tinha dito que sentia a minha falta. – Com uma condição. – Falou.

Ah, eu ainda tinha esperanças. E eu faria qualquer coisa para ele me perdoar.

-Qualquer coisa eu topo. – Falei.

Ele me olhou. Os olhos tristes... Feridos...

-Você promete... Nunca mais me abandonar? – Falou por fim. Então ele só não queria ser abandonado mais uma vez? Talvez a situação estivesse tão crítica a ponto de me fazer prometer nunca mais abandona-lo. Ele queria ter certeza de que nunca mais estaria só. – Promete? – Falou mais baixo agora.

Ele estava tão arrasado, tão só, que ele estava disposto a ter alguém do seu lado, não importava quem seja. Aposto que foi por isso que ele me perdoou.

-Claro, Sasuke-kun. Eu te garanto que você nunca mais ficará só. – Falei estendendo a mão para ele. – Amigos?

Ele me olhou e abriu um meio sorriso. Ah... A quanto tempo eu não o via sorrir...

Ele apertou a minha mão.

-Amigos.

O sorriso dele se alargou, formando covinhas. Covinhas! Eu nem sabia que ele tinha.

Talvez por que eu nunca o tenha visto sorrir tão abertamente.

Me senti completamente e infinitamente feliz.

Finalmente o serzinho que eu amo e amei tanto havia me perdoado.


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Notas finais do capítulo

N/A: Eu não sei se tem muita gente que lê, porque no capítulo anterior eu só recebi DUAS reviews. DUAS. Eu quase deletei essa fic ~.~ Só não deletei por que eu to gostando de escreve-la. Poxa, eu até desenhei a capa! T.T



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