Loucura escrita por kune-chan


Capítulo 4
O4 – Esclarecimento


Notas iniciais do capítulo

Eu quero revieeewsss, dá pra ser ou tá difícil? u.u



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Ele abaixou a cabeça.

-Não quero ouvir nada que venha de você. – Disse. Sua voz era imperceptivelmente trêmula. Não queria falar absolutamente nada com a pessoa que havia jogado parte da sua vida fora. Ainda não se lembrava com clareza do tempo que ficou preso no apartamento...

-Mas eu tenho que falar. Não é só porque eu quero, é por que me mandaram.

-E oque é tão importante? – Perguntou com raiva.

-São três coisas.

-Fala logo. – Disse azedo.

-Primeira: Eu vou ser a sua médica. – Parou por um momento para ver a reação dele. Ele não disse nada. Mas pode visualizar os olhos se fechando e ele abrindo a boca.

-Por quê? – Perguntou com a voz trêmula. Lutava pra não tentar fugir daquele lugar. Tudo oque menos queria estava acontecendo lá. Era o verdadeiro inferno...

-Eu quis, e acho que assim vamos poder conversar mais. – Falou. – O Naruto que esta me pagando pra isso.

-NÃO!! – Gritou. – Eu vou matar o Naruto! – A olhou. Sentiu seu estomago se revirar de nojo daquele homem. Trincou os dentes. Iria matá-lo. Falava muito sério. Ele começou tremer, de novo. Dessa vez de raiva.

-Se acalme. Não quero te dar mais uma dose de calmante. – Disse. Céus! Será que ela não tinha noção do que estava fazendo com ele?- Ok. Vou continuar. Eu vou ser sua médica e todo dia vou fazer exame de rotina em você. Se você não sabe, você tem um problema cardíaco.

Ele a olhou mais calmo.

-E qual é?- Perguntou se sentando. Estava preparado para qualquer noticia.

-Seu coração já teve dois quase-enfartes. Na terceira vez eu não sei se você sobreviveria. – Falou calma. Sabia muito bem oque havia causado os quase-enfartes.

Sasuke a olhou sério.

-Então eu quero ter o terceiro logo. – Falou. Ele não estava de brincadeira.

Sakura a olhou. “Ele quer se matar?” Se perguntou incrédula.

-Ora, não fale besteiras! Eu estou falando sério. Seu coração está muito frágil. Qualquer coisa você pode enfartar. Qualquer coisa mesmo, não brinque com a sua saúde. – Falou em tom de repreensão.

-Você não tem nada a ver com a minha saúde.

-Eu sou médica e me preocupo com a saúde dos meus pacientes. Independente de quem ele seja. – Falou segura de si. – Agora pare de falar besteiras e me deixe continuar.

Ele a olhou. Os olhos estreitos.

-Oque está esperando? – Perguntou. Já não estava com paciência.

Ela o olhou indiferente, mas ainda sim chateada por ele ter mencionado que queria morrer logo.

-A segunda coisa é sobre nós.

-“Nós” não existe. – Falou.

-Nós somos mediadores. – Ele fechou os olhos e soltou um suspiro frustrado.

-E daí? Grande diferença. – Falou sarcástico.

-E daí que eu posso te ajudar, eu já estou nesse ramo há certo tempo. Foi por causa disso que eu... Bem... Que e-eu... Anh... – Estava ficando sem jeito. Não conseguia falar em traição, sabia que ele provavelmente iria se estressar, e a essas alturas, ficar estressado não seria muito bom.

-Bem. Deixa eu começar do começo. – Disse se levantando. Andou calma até a janela que tinha ao lado da cama e abriu a cortina. – Eu comecei a ver espíritos quando ainda era muito nova, quatro anos para ser exata. – Se apoiou no parapeito. Ele continou olhando para frente. – Eu cresci convivendo com seres de outro mundo. E você só vê há alguns anos. Não é comparada a minha experiência de anos.

-Acabou? – Perguntou seco. Pelo visto conversar com ele não seria fácil. – E a terceira coisa?

-Eu te traí por que eu queria a sua herança.

-Oque? – Perguntou num fio de voz. – Que herança? Enlouqueceu? – Perguntou incrédulo. – Depois eu que sou louco... – Suspirou zombeteiro sacudindo a cabeça em negação.

Então eles realmente não contaram...” Ela pensou passando a mão no cabelo róseo.

Sakura deu um passo para trás, meio cambaleante. Então... Ela que teria que contar para ele.

-Você tem uma mansão na Austrália, e mais 1OO mil reais na poupança da sua família. – Parou para ver a reação dele.

Então... Ele trabalhava que nem um condenado sendo que na verdade era rico? Por que não haviam te dito nada? Deus! Estava quase sendo despejado de seu minúsculo apartamento pela falta de dinheiro! Como seus pais não falaram sobre isso?

-Q-quem te d-disse i-isso?- Estava com a voz muito trêmula.

-Bem... Você conhece muito bem. Ahnn...

-Quem é? – Perguntou apertando o fino lençol branco com força.

-Sua mãe. – Disse por fim.

Ele foi abaixando a cabeça... E mais... E mais...

-Sasuke...?- Perguntou. –Eu não terminei... - Disse preocupada. Ele não estava bem, isso era certo.

Andou até o parapeito da janela de novo, se apoiou nela e ficou olhando para o jardim lá fora. – Ela disse que você estava muito sozinho e pediu para eu me aproximar de você, para virar uma amiga e contar sobre a herança,já que não havia dado tempo de te contar enquanto ela estava viva, e sobre o nosso “talento”... Mas você me pediu em namoro e eu não pude recusar, eu sabia que você gostava muito de mim.

Ela não ouviu nada dele. Nem um “pare”, nem nada. Então, continuou.

-Então... Sua mãe não queria que eu me aproximasse demais de você, eu estava me envolvendo com pessoas perigosas... Ela queria somente te proteger. Eu na verdade não te amava como você me amava. Eu era apaixonada por outro.

Parou. Ele tinha que ter respondido.

-Eu só aceitei ser sua namorada por... Pena... Pena de ter que te ver sozinho... Entenda, você era meu amigo, nada mais. – Disse quase num sussurro. Ainda olhava pra fora. – Mas logo quando eu achei aquele buquê no chão daquela praça, eu vi que oque eu tinha por você não era uma simples amizade, era algo especial. Eu te procurei, mas você se trancou naquele apartamento. Eu não vi um jeito de eu falar com você sobre a sua herança. – Soltou um suspiro. – Logo depois, o cara com quem eu tava terminou comigo. Eu descobri que era por interesse que ele estava comigo... Por interesse na sua herança. Depois eu abandonei tudo e todos, e comecei a trabalhar no hospital desse hospício.

Sua mãe se viu desesperada, você estava sem dinheiro nenhum e queria te falar sobre a sua herança, mas seu pai simplesmente não deixava. Ele falava que se você quisesse ter dinheiro, iria trabalhar, e trabalhando, sairia daquele apartamento. Por favor Sasuke, entenda, seu pai só queria...-

Foi interrompida pelo barulho de um soluço. Olhou para Sasuke. Logo ouviu outro soluço, e nesse viu que os ombros dele foram para cima e para baixo. Pode ver as lágrimas pingando no lençol...

-J-já chega... – Falou com a voz completamente embargada.

A vista se Sakura começou a ficar embaçada pelas lagrimas que estavam brotando. Sentou-se na frente dele, e viu que ele tentava secar inutilmente as grossas lágrimas que brotavam dos olhos negros na sua frente.

-Eu te fiz chorar de novo, né? – Falou se aproximando dele. –Eu não achei que você iria...-

-Você namorou comigo por pena... – Falou rápido de mais entre o intervalo de um soluço e outro. – Por... Pena... – Falou entre soluços. A dor que carregava no peito era enorme, nem as lágrimas desesperadas pareciam aliviar. –Você não entende... Você não...

-Calma... – Falou com um enorme pesar na voz. - Eu ainda tenho uma coisa para te falar. Bem, seus pais e seu irmão...

- VOCÊ NÃO PERCEBE OQUE VOCÊ FEZ COMIGO? – Gritou. –Você era o meu porto seguro! Você era o meu mundo! Antes de te conhecer eu não era nada! Eu já tinha decidido definhar dentro daquele apartamento... Mas eu te conheci! E você vem agora me dizer que ficou comigo por... Pena...? – Disse sentindo um breve ardor no peito.

Sakura abaixou a cabeça, estava se sentindo horrível por isso.

-Mas eu percebi que o que tinha por você não era somente amizade...

-Somente depois de eu ter visto você com o outro. – Falou secando as lágrimas. – Grande diferença. – Sentiu uma pontada no coração. Levou a mão imediatamente no peito, agarrando com força.

-Sasuke, se acalme. Quer que eu te dê um calmante? – Disse se aproximando dele.

Sasuke respirou fundo, sentindo a pontada se enfraquecer. Abriu os olhos se lembrando de que ela tinha mais alguma coisa para falar sobre os seus pais.

-Continue... Os meus pais... Oque tem eles? – Disse mais controlado.

-Eles não vão mais poder te ver.

...

Shock foi a palavra certa para descrever a reação dele. Os olhos ficaram estáticos, a boca semi-aberta... Estava completamente parado.

...

-Você quis dizer que eles não vão mais poder me ver somente por um tempo, não é?- Perguntou num fio de voz.

-Não, eles não vão nunca mais poder te ver.

...


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Notas finais do capítulo

Reviews, tra lá lá! 8D



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