Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 7
Capítulo 6




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Orihime tirou a noite para averiguar se aquele tal sentimento que guarda ocultamente dentro de si ainda estava lá. Um questionamento vão, sabia a resposta a cada dia que acordava. Mesmo assim não tinha certeza absoluta do que poderia ser; ou então apenas mentia para si mesma dizendo que não sabia. Tinha certeza de uma coisa: crescia imensamente a cada dia. Roubava-lhe o sono tentar imaginar uma maneira de controlá-lo, sufocá-lo.

‘Tenho coisas para contar’, a voz de Tália, primeira fracción de Ulquiorra, ecoou novamente em sua cabeça. Orihime sempre foi curiosa, queria saber logo do que se tratava.

Dormiu.

Naquele exato momento, Ulquiorra levantou de sua cama e saiu do quarto, já fora de seu gigai. Procurar por Grimmjow num horário onde Orihime não poderia ser inconveniente era o melhor que se poderia fazer, e esse horário era de noite, quando ela estava impossibilitada de fazer qualquer coisa. Dormindo.

Antes de sair, passou pela sala. Lá, Tália roncava e Chie bebia um líquido escuro numa caneca, vidrada no filme a sua frente. Não desviou os olhos nem quando Ulquiorra aparecera na sala. Olhou para a fracción que dormia mais uma vez, lhe acertando um tapa na cabeça.

–Ai, Ulquiorra!

Tália reclamou, passando a mão no local onde o Espada havia acertado, se sentando, de cara amarrada.

–Acorde. Chie e eu vamos procurar por Grimmjow. Fique de olho na mulher.

Tália imediatamente desfez a expressão carrancuda.

–Vou com você.

–Não. Vamos, Chie.

Chamou, rumando a janela. A garota pousou a caneca no chão, se levantando e indo até Ulquiorra. Tália respirou fundo, franzindo a testa.

–Por favor! O que custa?

–Não reclame, você deveria estar em Hueco Mundo nesse momento.

–Se me deixou ficar, me deixe ajudar também. É melhor Chie ficar com Orihime-chan.

–Fique alerta.

Ulquiorra sumiu pela janela, acompanhado por Chie. Tália permaneceu encarando o nada, raivosa e indignada por não tê-la deixado ir. Fechou as mãos em punhos, rumando o quarto de Orihime. Entrou e se sentou no chão, perto de sua cama, abraçando as pernas.

Ok, tinha que ver o lado de Ulquiorra também. Ele tinha razão, se parasse para analisar. Tália não seria muito útil se ficasse cara a cara com Grimmjow. Iria se distrair, ou os dois começariam a discutir e ela acabaria machucada, como sempre.

Orihime se remexeu na cama, se espreguiçando. Passaram-se pouca mais de uma hora desde que Tália viera para seu quarto.

A ruiva abriu os olhos, percebendo o topo do cabelo alvo. Se apoiou nos antebraços, olhando para ela.

–Tália?

–Acordei você, Hime-chan?

Negou com a cabeça. Tália virou-se para Orihime, levantando e se sentando na cama da humana, declarando:

–Ulquiorra foi atrás de Grimmjow com Chie e me mandou ficar de olho em você.

Ela tinha a expressão triste e preocupada que sempre adquiria quando o assunto era Grimmjow na face. Por mais lenta que seja, até Orihime conseguira captar isso. Seus olhos pareciam mais opacos e distantes.

Orihime umedeceu os lábios, perguntando sem jeito:

–Está triste por Grimmjow, Tália-san?

Tália levantou os olhos para Orihime, erguendo uma sobrancelha, cruzando os braços.

–Mas é claro que não, quem estaria triste por aquele inconseqüente ridículo? Tsc.

Revirou os olhos, mas estava na cara que ela era uma péssima mentirosa. Orihime reprimiu um sorriso, achava-a engraçada, mas ao mesmo tempo lamentou por ela. Deveria ser terrível saber que, se fosse preciso, Ulquiorra, a quem deve total lealdade, mataria Grimmjow sem o mínimo de compaixão. E Tália parecia já ter pensado nisso.

–Mas você não veio por ele?

Tália corou visivelmente, arregalando os olhos, pega de surpresa pela pergunta.

–N-não, e você não deveria acreditar em tudo que Chie diz, ela é pirada.

Tália soltou a desculpa, fazendo Orihime rir. Até ela riu, relaxando, murchando os ombros, aliviada. Ambas ficaram em silêncio, apenas o barulho do vento do lado de fora da casa mexendo com as arvores, ressoando em seus ouvidos.

–Acho que você poderia fazê-lo feliz. Você sabe, fazer Ulquiorra feliz.

A frase de Tália cortou o silêncio, ruborizando Orihime. A jovem levantou o rosto rapidamente, agitando as mãos em um gesto negativo, sorrindo constrangida.

–Do que está falando, Tália-san? Ora, imagine que...

–Só você não percebe que ele muda perto de você? Até a inútil da Chie já percebeu.

Orihime se calou, sem argumentos na hora, o que deram passagem para as especulações da fracción.

–Tudo bem, deve ser por que você não conviveu muito com ele. Então acredite em mim.

–Você não está falando coisa com coisa...

–Orihime.

Tália segurou sua mão, fitando os olhos da humana, tão séria que assustou a humana por alguns minutos.

–Ele protege você como se fosse uma parte dele. Primeiro ficando em sua casa. Não foi por ser mais prático; foi pra proteger você de perto. Depois, trazendo Chie para cuidar de você enquanto ele estivesse fora.

Orihime queria que ela parasse de falar essas coisas. Não era seu lado são que escutava essas coisas; todas essas palavras iam diretamente alimentar o sentimento dentro de seu peito.

–Ele só não sabe que sente am...

–Pare de dizer essas coisas, Tália-chan, está perturbando Orihime.

Chie apareceu na porta, os braços rentes ao corpo, parecendo uma assombração. Orihime passou a mão pela testa, suspirando. Agradeceu por Chie ter aparecido. Tudo isso que Tália disse e o que estava prestes a dizer iriam vagar pelo seu corpo sem prazo definido, fazendo-a pensar coisas sem lógica.

–E Ulquiorra-sama já está na casa.

Sussurrou, revirando os olhos. Tália pareceu ter esquecido de tudo o que estava falando para Orihime, porque sua pergunta saiu tão desesperada que parecia que até então só estava pensando nisso.

–Acharam Grimmjow?

Chie assentiu com a cabeça.

Orihime fitou Tália engolir a seco, hesitando em fazer a segunda pergunta.

–E o que aconteceu?

Saiam as duas do quarto.

Ulquiorra apareceu atrás de Chie, fora de seu gigai, sério como sempre. Tália voltou seus olhos para Orihime, lembrando-a em silêncio do que acabara de conversar.

–Só estamos...

–Não lhe perguntei o que estavam a fazer. Ordenei que saíssem.

Chie encolheu os ombros, passando por ele em silêncio. Orihime encarava as duas com os olhos vidrados; Ulquiorra parecia nervoso. Lançou um olhar à Tália, que permanecia em cima da cama.

–Você não me escutou?

–Quero saber o que aconteceu também.

–É uma ordem, Tália. Saia.

Tália levantou da cama de má vontade, saindo do quarto batendo pé. Orihime franziu a testa, desviando os olhos de Ulquiorra quando o mesmo a encarou. Percebeu que a manga da sua roupa estava rasgada, e pingava sangue pelo seu braço.

Orihime levantou, parando do seu lado, erguendo a manga e avistando um corte profundo em seu braço.

–O que aconteceu com você? Souten Ki...

–Não. Isso não é importante, tenho outra coisa para fal...

Souten Kisshun, eu rejeito.

Orihime ignorou o comentário de Ulquiorra, erguendo as mãos perto de seu ferimento. Ulquiorra continuou fitando-a por sua audácia, porém os olhos da ruiva estavam presos propositalmente em seu escudo.

Uma fração de segundo depois e seu braço já estava intacto. O escudo se desfez e Orihime levantou a cabeça, sorrindo para o arrankar.

–Agora pode falar o que queria.

Ulquiorra permaneceu quieto, fitando o rosto simpático da garota. Depois de um tempo, virou-se para trás e declarou, enfiando as mãos nos bolsos.

–Durma. Amanhã conversaremos.

Orihime murchou os ombros, juntando as sobrancelhas. Segurou sua mão, impedindo-o de andar, parando-o.

–Por quê eu só sinto tristeza emanar de você, Ulqui-kun?

Ulquiorra sentiu-se brevemente pego de surpresa com a pergunta, mas depois apenas silenciou-se. Não tinha uma resposta para dar à humana. Não compreendia direito sua pergunta, aliás. Porém ela continuava ali, encarando suas costas, já que ele não tivera coragem de se virar para ela. Sua mão ainda segurava a dele. Iriam ficar assim?

Sentiu, então, os dedos finos de Orihime se entrelaçarem com os seus. O que ela está fazendo?

–Você não precisa ficar triste...

Orihime soltou sua mão, mas Ulquiorra ainda se sentia preso ali. Não se moveu, também, nem conseguiu; os braços da garota envolveram seu peito, abraçando-o. Encostou seu rosto em suas costas, fechando os olhos, apertando-o contra si. Ali, Orihime fez tudo o que queria fazer desde o dia em que o viu virar pó. Ali, naquele abraço, estava tudo o que sentia, mesmo não compreendendo.

Ulquiorra desfez sua expressão surpresa. Abaixou a cabeça, encarando os braços que o abraçava tão carinhosamente.

–Você tem a mim.



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Notas finais do capítulo

Nunca sei o que dizer nas notas, ô vida...
Mas, tentem me entender com relação a capítulos maiores: eu tenho tendinite, meus pulsos já doem quando eu faço desse tamanho, imagina maior? Eu vou me esforçar para escrever maiores algumas vezes, mas não garanto que sejam todos. :3
E, ah!, to pensando em escrever um capítulo explicando a relação da Tália com o Grimmjow, já que algumas ficaram interessadas. hihihihi
até final de semana que vem, nenéns da CK ~