Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 8
Capítulo 7




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  Ulquiorra encarou sem realmente enxergar o chão. Sentia as pequenas mãos de Orihime apertarem-no contra si, tão inocente e hesitantemente, e seu rosto encostado em suas costas. O que ela estava fazendo? Porque ele se sentia tão imobilizado, mesmo sendo milhões de vezes mais forte que a frágil menina?

  Ulquiorra segurou sua mão, desgrudando seus dedos de sua roupa, abaixando-a, fazendo o mesmo com a outra. Orihime desencostou sua bochecha de suas costas, encarando-o com as sobrancelhas unidas. Por que ele a esnobava tanto? Só estava tentando ajudá-lo. Fazê-lo sentir-se confortável.

-Ulqui-kun...

-Não faça mais isso. E pare de me chamar como se eu fosse um humano.

  Enfiou as mãos nos bolsos, e diferiu tais palavras sem nem ao menos olhar para a ruiva. Orihime apertou os dedos na palma das mãos, entristecida com a grosseria do homem.

  Orihime estufou o peito com uma coragem sabe-se lá vinda de onde, disparando em sua direção:

-Você não é vazio, certo?

  O Espada parou novamente. De onde estava vindo tanta audácia da humana?

-Você tem a opção de não sentir, não é? Mas você sente. Felicidade, dor, tristeza, medo.

-Vá dormir, muito tempo acordada vai fazer-lhe mal.

-Me responda, Ulquiorra! Por que você prefere não sentir?

  Ele virou-se para a jovem, assustando-a com o movimento repentino. Ulquiorra avançou até ela com passos calmos, mas em seus olhos haviam uma certa urgência. Orihime temeu o que ele poderia fazer, por uma fração de segundo.

  Parou na sua frente. Orihime não quis olhá-lo nos olhos, estava estática demais com a adrenalina do momento passado correndo em suas veias. Sabia que ele não iria machucá-la, mas a imagem do confronto dele com Kurosaki-kun vagaram por sua mente.

  Ergueu a mão e tocou sua maçã do rosto, esfregando o polegar ali.

-Uma vez, já Espada, eu resolvi inconscientemente sentir. Não foi planejado, fui só descuidado.

  Declarou em baixo som, como um sussurro, como se fosse para só ela escutar aquilo. Orihime sentia seu coração pulsar parecendo que sairia de sua caixa torácica.

-Depois disso, preferi não sentir nunca mais.

  Inoue sentiu seu toque gélido descer até seu queixo, erguendo seu rosto para cima, fazendo-a encará-lo. Percebeu que ele ainda não estava em seu gigai. Percorreu com os olhos as marcas verdes, avaliando-o cuidadosa e inconscientemente.

-Por quê?

  Orihime conseguiu balbuciar a pergunta, sentindo os joelhos trêmulos.

  Ulquiorra pareceu ter acordado de um transe com a pergunta. Abaixou a mão, tirando o apoio que Orihime tinha.

  Ulquiorra retomou seu trajeto para fora do quarto no total silêncio. Orihime pousou a mão esquerda no coração, suspirando. Por um momento pensou que estava indo tão bem. Por um momento, pensou que conseguiria entendê-lo pelo menos um pouco. Mas só consegui mais uma incógnita com relação ao espada.

  Ele acabou saindo sem me contar nada.

                                                           ...

  Orihime colocou a última caixa no chão. Passaram-se alguns poucos dias, desde então. Ulquiorra às vezes chegava com um machucado ou outro, mas nada que ela não pudesse dar um jeito. Mas, claro, era sempre uma briga para fazê-lo deixar que ela o cure. Dizia sempre que isso não importava.

  Tália parecia ficar mais triste a cada dia que passava. Mas Orihime só conseguia perceber suas feições cinzentas e para baixo quando a pegava desprevenida. Tália conseguia fingir bem quando estava de frente para os outros. Perguntava-se sempre se isso era devido ao fato de que Grimmjow ainda estava por aí.

  E Chie... Bom, Chie ainda adora refrigerante.

  Tinham 3 semanas desde que Ulquiorra chegara. E só começava a piorar a sua preocupação em relação a volta de Kurosaki-kun.

  Ao mesmo tempo em que queria que encontrassem o Sexto Espada logo, queria que ele ficasse.

  Era dois de dezembro.

  Dia de montar a arvore de Natal. Esperava que Tália ficasse realmente animada, já que esteve esperando esse dia desde que vira a chamada de Natal de uma loja de roupas na TV.

  A árvore em si já estava pronta, ali, perto da janela e do sofá. Restava enfeitá-la.

-Hime-chan, é essa caixa aqui?

  Tália berrou, apontando para a caixa consideravelmente grande de seu lado. A ruiva assentiu enquanto a fracción já a trazia para perto da árvore.

  Chie apenas observava tudo com sua quase imutável expressão de sono.

  Ulquiorra não estava presente. Orihime também não sabia aonde ele tinha ido, estava fora desde que acordara, e nenhuma de suas duas subordinadas tinha visto-o saindo.

  Tália retirou a primeira bola vermelha de dentro da caixa, reluzindo em seus olhos claros, como doce na frente de criança.

  Pendurou-a na árvore, com um sorriso de ponta a ponta do rosto.

-Tenho que montar uma árvore dessa em Las Noches, Halibel-sama vai adorar!

  Comemorou, tirando as outras bolas e enfeites.

-Halibel-sama vai é acertá-la na sua cabeça, Tália-chan.

  Chie resmungou normalmente, ignorando o ‘inútil’ solto por Tália, ainda eufórica. Orihime praticamente ficou observando enquanto Tália pendurava tudo estrategicamente, discutindo de bom humor com Chie. Ainda assim se perguntava onde estaria o Espada.

-Podemos colocar uma dessas no Ulquiorra-sama, o que acham?

  Tália ergueu uma touca de Papai Noel, colocando-a na cabeça, rindo com a imagem de seu mestre usando-a, imagem a qual já tinha passado pela cabeça de Orihime muito antes.

  Orihime conseguiu escutar uma risada conhecida vinda de longe. Com ela, vinham barulhos de espadas colidindo. Barulho o qual deixava Orihime aflita só de escutar, lhe trazia lembranças não muito boas.

  Os olhares das três se cruzaram. Num piscar de olhos, as duas fraccións já estavam fora de seus gigais, mas fora tarde demais.

  Os cabelos alvos de Tália balançaram conforme sua cabeça virou para ver quem estava atrás dela.

  PÁ.

  Grimmjow a acertou com um soco. Tália bateu contra a mesinha de centro da sala.

  Orihime soltou um grito, tapando a boca com a mão.

-Grimmjow, seu filho da mãe!

  Escutou Tália berrar, se levantando e retirando os cacos de vidro fincados em sua pele. Grimmjow tinha um sorriso sádico em sua face, dirigido à fracción. Tália respirava ofegante, mas não parecia sentir dor o suficiente para causar isso. Parecia que respirava com dificuldade de nervosismo.

  A garota avançou até o Espada, mas Grimmjow só fez levantar a mãos e agarrar o pescoço da pobre, erguendo-a no ar.

-Veio atrás de seu Ulquiorra-sama, certo?

-Seu...

  Tália estava prestes a dirigir um xingamento ao homem quando uma voz autoritária ecoou.

-Grimmjow.

  Ulquiorra tinha metade de sua roupa rasgada ou suja de sangue. Mas também não parecia sentir dor. Só então Orihime foi reparar nas vestes do outro Espada; Grimmjow também estava bastante ferido. Eles estavam lutando esse tempo todo?

  Orihime tapou a boca para reprimir outro berro.

  Sentia reiatsus enormes por todo canto.

-Solte-a.

  Grimmjow ergueu uma sobrancelha.

-Me desculpe, Ulquiorra, mas prefiro me divertir com uma garota do que com você.

  Ulquiorra olhou para trás de relance, percebendo o terror nos olhos de Orihime. Por um segundo que pareceu uma hora, seus olhos ficaram nela.

-Chie, leve-a daqui.

-Prefere proteger uma humana a sua própria fracción? Está vendo, Tália, quem você escolheu como seu mestre?

  Grimmjow perguntou, encarando os olhos azuis fracos da garota cansada.

  Escolheu? Tália escolheu Ulquiorra? Mas não são os Espadas quem escolhem suas fraccións?

-Tália não deveria ter ficado.

  Chie se agachou perto de Orihime, pronta para pegá-la no colo e sair dali, interrompendo seu pensamento.

-Não, Chie, espere, temos que ajudar Tália-chan e Ulquiorra-kun, eles estão machucados e...

-Não vamos ser muito úteis, Orihime-chan.

  Chie saltou pela janela, deixando a casa para trás.

  Orihime sentia o terror e o pavor subirem por suas pernas, deixando-as bambas. Grimmjow ia machucá-los. Havia reiatsu por todo lado, Ishida poderia perceber. Sua casa, iriam detonar sua casa.

  Sentia novamente a sensação de ser fraca. Sentia-se um lixo novamente, impossibilitada de ajudar seus próprios amigos. Sem poder ajudar Ulquiorra. Sempre atrapalhando. Sempre sendo inútil.

  Chie balbuciou um xingamento desajeitado, e em seguida Orihime não estava mais em seus braços. Percebeu que Chie havia sido puxada pelo pé, e agora servia de saco de pancadas para Grimmjow.

  Medo estampava sua face, conforme caia.

  Alguém segurou sua mão.

  Olhou para cima, Tália, estava parada no ar, segurando-a. esboçou um sorriso.

-Vamos para um lugar seguro.

-Não...

-Ulquiorra-sama mandou, Hime-chan... Obedeça...

-TEMOS QUE AJUDAR!

  Tália a encarava com uma expressão piedosa.

-Ele vai machucar Chie, e Ulquiorra também.

-Se ficar, só vai deixá-lo mais preocupado.

-Vão, rápido. E volte pra buscar Chie.

  Ulquiorra apareceu perto das duas, segurando Orihime e Tália pelo braço. Parecia nervoso.

-Não...

-Sim. Vão.

-EI, ULQUIORRA, DEIXE PARA BATER PAPO COM AS SUAS VADIAS DEPOIS!

  Grimmjow gritou, eufórico.

-Não posso deixá-lo aqui!

-E o que você vai fazer?

  Um feixe de luz azul apareceu inundando os olhos de Orihime. Sem outra reação, fechou-os, esperando pelo pior. Tentou se desligar, iria ser atingida por um Cero. Iria morrer.

  Segundos depois, ainda estava respirando.

  Deveria estar morta.

  Sentia seus ossos sendo esmagados, dor. Abriu só olhos. Seu rosto estava comprimido contra algo que também a machucava.

  Se situou.

  Ulquiorra a abraçava contra si, seus dois braços envolta do corpo da ruiva, seu rosto encostava em seus cabelos,  empregando força demais. Um de seus braços estava queimado.

  Usara seu corpo como barreira para protegê-la.

  Não sabia mais falar nada, não sabia o que pensar. Apenas o encarava com uma expressão misturada com dor, terror e desespero.

-Ul...qui... kun...

  Sussurrou, vendo-o respirar com dificuldade. Parecia sofrer. Olhou para Orihime, soltando-a ao perceber que a apertava demais.

-Orihime-chan! Ulquiorra-sama!

  Tália berrou, longe. Deu graças por ela ter conseguido desviar. Corria ate os dois. Ulquiorra aproveitou enquanto ela estava longe para falar com extrema rigidez para a mulher.

-Não hesite, vá com Tália. Obedeça, mulh...

  Mas antes que Ulquiorra pudesse terminar sua frase, outro feixe de luz azulada vinha na direção de ambos. Ulquiorra estava despreparado demais para evitar e fugir, e estava fraco demais para servir de novo como barreira.

  Tália arregalou os olhos. Estava fora da linha de alcance do Cero. Sentiu o coração parar e gelar-se. Do jeito que Ulquiorra estava fraco, poderia morrer. Já Orihime... Era certo.

  Uma voz banhada em bravura ecoou.

-Santen Kesshun!


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Notas finais do capítulo

wow
eu sei
muito barraco. RIARIARIARIA
ULQUIORRA LINDO, AF, CASA COMIGO, RIARIARIARIARIARIA ~ então, o que será que aconteceu pra Tália ter escolhido o Ulqui-kun? O que acontecerá depois? Ulquiorra vai parar de ser frio e cruel? Confira nos próximo capítulos de Ulquiorra Feels -sqn
Especulações são bem vindas :3
BJKS DA CK, ATÉ OS REVIEWS, LINDAS ♥