Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 23
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Escola.
Pq tão necessária?



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  Ulquiorra quase se deixou levar pela surpresa da declaração da jovem, porém, apenas observou seus olhos.

  Era, de fato, uma oferta tentadora.

  Mas Las Noches não era sua casa. Não era um lugar onde pudesse levá-la para morar com ele, nem que fosse por pequenos dias. E, sem sombra de duvida, era um lugar prejudicial para a mesma.

-Em situações extremas você para de pesar conseqüências?

-Eu não quero ficar aqui.

-Se eu levá-la comigo, ele vai pensar que a seqüestrei. Halibel deixou claro sua imparcialidade quanto a você desde que nada envolva outros.

  Orihime balbuciou um protesto mudo. Abaixou os olhos e deixou a mão cair ao seu lado, deixando o ombro de seu Espada.

  Se ela não fosse com ele, sabe-se lá quando voltariam a se ver. Enquanto Ichigo estivesse aqui, correriam um risco eminente. Talvez, se ela falasse com ele, conversasse...

  Poderia até acreditar nisso se não o conhecesse.

-Pode voltar, então.

  Não iria esconder sua cara aborrecida; queria mesmo é que ele percebesse isso.

-Está triste comigo?

-Pode voltar, eu me viro com o Kurosaki-kun.

  Ulquiorra fitou seus olhos destemidos e teimosos como quem encara olhos de criança. Dentro dela, até aflorado demais, havia uma pequenina Orihime que de vez ou outra resolvia voltar.

  Bem, essa era uma das vezes.

  Ulquiorra se levantou e enfiou as mãos nos bolsos, encarando-a de cima. A ruiva se ergueu da cama e cruzou os braços, apenas fitando o chão.

-Voltarei.

  Ela sentiu uma imensa vontade de gritar em sua face que não precisava, que não precisava se preocupar em sair de Hueco Mundo por que ela não queria mais nem olhar na sua cara. Mas estava com tanta magoa que a impediu de gritar.

  E então, ele sumiu.

  E ela ficou. Ficou ali, amargurada, com palavras entaladas na garganta. Além de palavras, perguntas. ‘Por que você desiste?’, ‘Porque você não tenta?’, ‘Por que você não me deixa amá-lo?’.

  Ficou ali.

  Sentou no chão escuro e abraçou as pernas. Encostou a testa no joelho e escutou sua cabeça latejar.

  Não demorou para Kurosaki-kun chegar.

-Inoue? Inoue?

  Orihime escutou seu nome sendo pronunciado em um tom ridículo de preocupação. De tão atormentada por seus próprios pensamentos, nem ao menos ergueu a cabeça.

  Ichigo chegou no quarto, e ao vê-la sentada no chão, encolhida, se ajoelhou a sua frente, tocando-lhe o braço.

-Ei, Inoue, você está bem?

-Não, eu não estou.

-Ele fez algo a você? Eu sabia que ele iria fazer mal a você...

-Não.

  Sussurrou, como uma pessoa sonolenta. Não iria gastar muitas palavra.s tudo aquilo estava lhe dando uma dor de cabeça terrível, só queria dormir. Ou tentar.

-É você.

  O ruivo uniu as sobrancelhas, não entendendo. De primeira pensou que ele havia batido sua cabeça na parede para ela estar tão atordoada. Depois, pensou que ela estivesse delirando.

-Eu...?

-Você me fez mal. Você me faz mal.

-Não, sou eu, Inoue, o Ichigo.

-Eu sei que é você.

  Uma ruga de preocupação se fincou no rosto do rapaz. Tocou-lhe o braço e na mesma hora a ruiva retirou o braço, lhe dizendo firme:

-Não me toque!

-Inoue, por que está falando essas coisas?

-Ele foi embora de novo! Por causa de você! Por que você não toma conta da sua Soul Society e da Kuchiki-san?

  As palavras lhe acertaram como um tapa. De olhos esbugalhados, Ichigo a assistia desabafar, berrar, criticar e chorar. Tudo o que ela precisava falar não foi expressado com palavras, mas seu olhar já disse tudo ao rapaz. Ela estava machucada.

-Saia daqui!

-Ele é um monstro, Inoue, é um perigo para você e para Karak...

-Saia! Saia! Não quero mais escutar você!

-Ele é um monstro! Não se lembra no que ele se transformou?!

-Você se transformou na mesma coisa!

  Isso foi o suficiente para calá-lo.

-O que a faz esquecer tudo o que ele fez a você?! A todos nós?!

-Eu gosto dele!

-Você está maluca!

  Se levantou, afogada em suas próprias declarações. Ah, era tão difícil assim entender que ele nunca fez mal nenhum a ela? Ela não estava ok até agora, tal como Karakkura? Será que ela não fora mesmo modelada para ter alguma relação sadia com alguém?

  Empurrou o shinigami até a porta do quarto. Ali, Ichigo retomou sua voz.

-Não vou deixá-lo colocar os pés na sua casa novamente!

-Você o fez ir! O fez me deixar! Eu não tenho ninguém de novo, e é claro que você na sabe o que é isso!

  Ali quem falava era seu medo que havia tomado controle.

-Eu me importo com você, Orihime!

-Eu iria ficar sozinha aqui durante esses 2 meses inteiros. Ele ficou comigo. Me fez companhia. Me aqueceu. E onde você estava? Onde estava a sua preocupação comigo?

  Pareciam facas, ele pensou. Cortavam-lhe. Por que estava sendo tão dura com ele? Não via o que eu ele conseguia ver, de fato. Não deveria se recordar do monstro no qual Ulquiorra havia se transformado a sua frente. Não deveria lembrar-se de que ele quase a matou. De que ele era mau. Da dor que causou. Da confusão.

  Não era possível que ela seja capaz de ignorar tudo isso.

-Sai.

  Apontou para a porta.

-Sai e não volta mais.

-Se eu sentir a reiatsu dele...

-Se você voltar, não vai brigar com ele. Vai brigar comigo.

  Gesticulou mais uma vez para a porta. Kurosaki ficou ali, encarando a ruiva cometer, aos seus olhos, a maior de suas tolices. Estava cega de amor? Como poderia amá-lo? Um monstro, uma destruição?

  Sem dizer mais, ele saiu.

  Com raiva e irado, mas saiu.

                                               Hueco Mundo

  Digamos que ele não conseguiu lidar com a decisão que havia tomado. Tinha sido covarde, deixado Orihime lá, lidando com o problema sozinha. Onde estava com a cabeça? Ele poderia pirar, machucá-la, e o que ele faz? Dá meia volta e corre para casa.

  Mas antes de voltar, precisaria descobrir se ela estava chateada ou com raiva.

  Iria entender, claro.

  Mas não ia conseguir ficar longe por muito tempo.  

  Portanto, chamou Tália.

-Me chamou?

  Perguntou de má vontade, cruzando os braços. Ulquiorra girou os olhos até ela, falando, simplória e friamente.

-Fazer...?

  Como se tivesse vergonha de falar, Ulquiorra virou a cadeira de costas para ela ao dizer:

-Preciso que vá vê-la.

  Tália ergueu as sobrancelhas.

  Wow, foi seu único pensamento. Um ‘wow’ muito animado, já que não sabia das circunstâncias.

-E o que devo tomar nota?

-Deixe que ela fale. Quando voltar, me fale.

  Tália não podia conter seus pulinhos. Deu glória ao fato de que ele não podia ver e sorriu o mais amplamente que podia, comemorando. Estaria Ulquiorra dando o braço a torcer?

-Perfeitamente, chefe.

  Bateu continência, saindo do recinto.

                                               Mundo Real, dia seguinte

-Hime-chan, dê um desconto pra ele. Está assustado.

-Ele simplesmente me abandonou!

  Já a par do que acontecera, Tália escutava-a dizer as mesmas coisas de formas diferentes há quase 2 horas.

  A ruiva andava descalça pela casa, enquanto procurava algo que nem ela mesma se lembrava direito. Tália mantinha seus olhos deitados sobre o sofá cheio de tralhas; a humana não conseguira ficar parada, esperando por sua chegada, e começara uma arrumação sem pé nem cabeça em sua casa.

-Ele não vai voltar, não vai?

-Ele me disse que vem na próxima noite, não se preo...

-Ele mentiu!

  Esbravejou, ficando vermelha, com um jarro de vidro na mão. De tão nervosa, empregou força demais e o vidro cedeu em sua própria mão, virando migalhas e cortando sua pele fina o bastante para fazer uma fina carretilha de sangue brotar de sua mão.

  Murmurou uma palavra que não conseguiu chegar aos ouvidos da fracción e andou até a cozinha, a fim de lavar a mão. Não sentia dor, sentia apenas o coração batendo forte com a inquietude que se abrigava nela, sentia apenas o rosto arder de um vermelho que não era originado de vergonha. Tentou abrir a torneira com a mão esquerda, mas destreza não era seu nome.

  Uma mão alva passou por sobre seu ombro direito, abrindo e fazendo a água jorrar para baixo. Segurou sua mão pelo pulso e colocou debaixo na água, vendo o vermelho dissipar com a transparência.

-Tem que lavar com água abundante.

  Ele sussurrou em seu ouvido, deslizando o polegar sobre os finos cortes quase invisíveis na palma da mão de Orihime, procurando farelos de vidro.

  Como sempre, em seu coração jazia os mesmos sentimentos de sempre depois que ele a tocava.

  Seus ossos pareciam ter virado farelo novamente ao sentir o corpo do Espada encostado no dela.

-Sua falta de crença em mim é triste. Não disse que voltaria?

  Sentia principalmente, medo. Medo de ele desaparecer como sempre fazia. De fato, Orihime sentia-se tão dependente.

-Sabe que não posso retribuir suas palavras, mulher.

  Sua voz foi mais baixa que o usual, Orihime sentia seus lábios quase encostando em seu ouvido. A água já podia ser fechada, mas era apenas um pretexto para não fazê-la sair dali.

-Você só não quer.

  Balbuciou quase sem som, os olhos pregados no nada. Depois de restaurada, fechou a torneira e mesmo com o pouco espaço que se originara entre o Espada e a humana, Orihime se virou para ele e encarou seus olhos.

-Se você já sentiu uma vez, por Deus, por que não sente de novo?

-Sua teimosia é irritante.

  Sussurrou novamente, tocando-lhe a bochecha.

  Deu um leve tapa na mão do arrankar, que a abaixou novamente, achando até graça da marra de Orihime. De fato, ela ficava ainda mais linda quando com raiva. Era uma declaração mental um tanto esquisita, mas era pura verdade.

-Está com raiva de mim?

-Estou com vontade de acertar um ferro na sua cabeça. Basicamente, sim.

-Devo ir embora, então?

  Orihime perguntou-se se aquilo em seu rosto eram resquícios de um sorriso. Os dedos do rapaz em sua nuca, acariciando seus cabelos, a fizeram levar um bom tempo para responder.

-Sim. Vai embora.

-Não senti muita veracidade em seu tom, mulher.

  É porque eu não quero que vá.

  Apenas uma nota mental.

-Não deveria ter deixado-a sozinha.

  Acariciou seus cabelos da nuca, envolvendo-a num abraço.

-Ele a machucou?

-Não.

  Tinha ouvido essa pergunta com uma freqüência ridícula. 

  Ridícula também é a forma a qual ela cede tão fácil a ele.


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Notas finais do capítulo

E AE QUERIDOSSSSSSSSSSSSSSSS
TIME DO MERCHANDISING! http://fanfiction.com.br/historia/334221/A_Song_For_A_Murder/ pra quem não sabe, eu sempre quis escrever coisitas sobre psicopatas obsessivos (?)
enfim, convite dado, capítulo postado ♥
até, queridos, e perdoem ck nhaccccccccccccc
ck.