O Cavaleiro E O Lobisomem escrita por ge-bnfo


Capítulo 3
O Golem


Notas iniciais do capítulo

É dessa vez, eu vou postar na sexta feira, amanhã irie viajar e não terei tempo para postar então vai hoje mesmo.
Eu estou cada vez mais gostando da historia não sei vocês, sei lá é estranho eu gostar de uma coisa que eu fiz, mas eu meio que to gostando de imaginar e re-ler o que eu escrevi, nem parece que foi eu que fiz. Fico feliz que ainda tem gente lendo.



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A lança atravessou e foi bem no local onde ficaria a bomba de sangue do Golem, mas sangue não saia, aquela coisa não era viva. Pelo menos não do modo normal. Era um amontoado de carne e metal, que por magia ainda se movimentava, indícios de que o mago que criara ele ainda estava vivo.


O Golem retirou a lança por que incomodava. Pelo buraco saiu uma rajada de um óleo bem consistente negro, que como em jato atingiu Snake deixando o mesmo preso ao chão.


–Essa coisa não morre nem com uma lança no coração? Acho que eu devo desistir – Snake já não estava mais apegado a vida, não tinha grandes motivos pra ficar vivo, pois não tinha feito promessas ou dividas – não tenho mais condições pra lutar, espero ter ganho tempo suficiente.


Foi um cavaleiro da ordem sagrada, para ele já era o bastante vestir aquela roupa. Desde pequeno sonhava em entrar para aquele grupo militar que não lembrava em nada o exercito. A guerra dos cavaleiros da ordem sagrada era ajudar os necessitados e eliminar o mal daquele mundo. Nem sempre morriam heróis, mas não existia uma única cidade no reino humano que não tivesse ouvido o nome do grupo.


O Golem se aproximou de Snake e levantou a espada, para dar um golpe carrasco. Para por um fim a vida do cavaleiro da ordem sagrada. Para manchar de sangue a roupa branca e azul sagrada daqueles guerreiros.


A espada veio caindo e Snake acabou por pensar nas coisas que tinha feito na vida. Ajudara pessoas em todo o reino e ainda exterminou alguns monstros do submundo, mas não era o bastante. Ele podia fazer mais, poderia salvar mais. Podia prevenir que outros garotos não fossem como ele. Não fossem órfãs.


Por sorte fora deixado num mosteiro e desde pequeno foi treinado na arte marcial, que pregava a paz, mas abominava o mal. O estilo de luta da cobra não era muito conhecido, mas mesmo assim era muito fatal. Existiam golpes proibidos que matavam sem esforço. Aqueles golpes não traziam a paz, então não deveriam ser usados. Foram proibidos.


Snake pensou nos provérbios que seu mestre adora dizer para seus discípulos “Se o inimigo é inferior a ti, então por que brigar; se o inimigo é superior a ti, então por que brigar; se o inimigo é igual a ti, releves, pois se tu relevas então não haverá luta, honra não é orgulho. È a consciência real de quem a possui” ou “A melhor luta é aquela que não exige batalha”.


Pensou em como o seu mestre era sábio e mesmo assim ele tinha ido por um caminho, que não fora aconselhado, mas ainda assim estava lutando pela paz e seu mestre se orgulhava disso. Gun ajim orgulhava-se de Snake.


Parou de pensar no passado e parou de pensar também no futuro, pois seria lhe tomado. Pensou no presente mesmo e quis sentir a lamina atravessando seu corpo. Para acabar com essa agonia de uma vez.


A espada caiu, mas antes de dividir o corpo do guerreiro no meio ele ouviu um som de dois ferros se chocando.


Era Dante que veio com sua armadura. Snake não percebera antes, pois seus sentidos estavam adormecidos, prontos para a morte.

A armadura negra brilhava na escuridão, era perfeitamente ajustada ao copo de Dante, tinha algumas formas pontiagudas nas ombreiras e na parte das pernas. No peito um triangulo com lados iguais e fora forjado com mais ferro para proteger o coração do guerreiro. Não estava com o helmo de lobo os cabelos de Dante se misturaram perto dos seus olhos, mas aqueles olhos negros estavam tão concentrados no inimigo, que nada impediria a visão.


Com duas espadas Dante conseguiu parar o golpe do golem de ferro.


–Cheguei a tempo? – Dante ofegava por ter corrido muito tempo com aquela armadura pesada – Se ainda estiver vivo, levante cavaleiro – ele não sabia como devia chamar aquele homem.


E Snake fez isso.


–Deixe essa luta comigo, pelo que vi acho que você não tem mais chances de lutar – Dante olhou para o abdômen do homem e viu um osso da costela fugindo do corpo. Fraturas expostas originárias da queda.


–Não eu ainda posso lutar, essa coisa é muito forte – Snake se esforçava para ficar em pé – irei te ajudar no possível.


–Se você for lutar só vai me atrapalhar, vá procurar uma cleriga, um medico, uma bebida forte, uma rapariga ou se preferir assista o show que eu vou dar, mas não tente me ajudar, você só vai ser um estorvo – Dante foi um pouco rude, mas foi para o bem de Snake,


Dante pôs força nas duas espadas empurrando o Golem e conseguiu afastá-lo momentaneamente.


A criatura deu dois passos para trás. Dante era muito forte e não se sabia onde tanta força se escondia naquele pequeno corpo.


–Onde esta a garota? – Snake perguntou.


–Deixei com o pai – Dante falou calmamente nem parecia que iria lutar – agora não me atrapalhe mais, só assista! – deu um rugido.


Deu mais um rugido e correu para cima do Golem. Dante se movia com tanta velocidade que um expectador não conseguiria segui-lo com os olhos.


O Golem era grande, pesado e lento se movimentava para desferir um golpe e acabava sofrendo cinco.


Dante rachava a armadura daquele coisa, com golpes rápidos, precisos e fortes as duas espadas caminhavam pelo corpo de ferro.


A espada enorme veio em sua direção, na altura da sua cabeça estava vindo em horizontal, Dante se abaixou e desviou do golpe um vácuo foi deixado no rastro da espada. O Golem no mínimo queria explodir a cabeça sem helmo de Dante.


Dante desferiu dois golpes onde ficaria a barriga. A espada longa rasgava o ferro e a espada mais curta cortava a carne e com isso o Golem ficava mais lento, alguns pedaços de metal caiam.


Mas isso não duraria muito tempo, por que a espada gigante vinha mais uma vez na direção de Dante cortando o vento, e estava muito rápida, sem poder se esquivar Dante se defendeu com as duas espadas cruzadas.


A espada da frente era a longa claro, por que foi uma espada qualquer que ele arranjou, estava moída só não havia quebrado por pouco. Mas ela ainda havia salvado sua vida. Empurrou a espada gigante e deu alguns pulos para trás se afastando do monstro.


–Não serve mais pra nada – Dante jogou o resto da espada no Golem – pode ficar com ela, recomponha sua armadura com esse pedaço de lixo – Dante riu – afinal de contas o resto do ferro que esta no seu corpo também é lixo.


Em desvantagem Dante não causaria mais nenhum grande dano no adversário. Errado, Dante não era comum, nada era impossível para ele, enquanto ele tivesse coragem.


Viu uma lança no chão e pegou-a.


–Segura essa espada, ela é importante pra mim e dificilmente ela pode ser consertada ou trocada, seu criador já morreu – Dante jogou a espada para Snake.


Dante segurou firme a lança e correu mais uma vez para cima do Golem. Desferiu golpes que furaram e ultrapassavam o ferro. Ele atacava locais estratégicos onde já havia cortado com as espadas.


O Golem estava sentindo os ataques, mas seus golpes continuavam com a mesma força. E mais um golpe acertou Dante. A lança quebrou e ele foi arremessado para longe com impacto, mas a armadura estava intacta.


–Droga – esmurrou o chão – se eu estivesse com minha espada – lamentou, por não estar com sua companheira.


E mais uma vez em fúria correu para cima do Golem.


–Não vou deixar você destruir essa cidade!


X


Muito tempo se passava e a luta não cessava. Dante incansável sempre voltava para receber mais um golpe, sem armas e com os punhos destroçados ainda não parava. Havia socado cada parte do corpanzil do Golem. Vários pedaços de ferro haviam caído daquela coisa. Mas a luta continuara a mesma coisa desde que havia começado. Sem chances para Dante.


–Não adianta – Snake olhava o cavaleiro, que já estava com os cabelos tingidos de vermelho sangue – desista espere reforços.


–Nunca! – Rugiu Dante indo mais uma vez para cima do Golem, alguns ossos já haviam se quebrado com os movimentos bruscos dentro da armadura, mas no calor da batalha ele não sentia dor alguma.


Fora jogado mais uma vez e a armadura começava a quebrar, o triângulo no meio da armadura já estava todo rachado, mais um golpe e Dante estaria desprotegido. A armadura era muito resistente, formidável, mas ainda assim era só uma armadura e a espada do Golem era enorme e vinha numa força incrível.


A espada não era mais do mesmo tamanho já havia quebrado e mesmo com só metade do ferro, os golpes ainda eram fortes da mesma forma e ela ainda era muito grande.


–Vá mais uma vez e você morre! – Snake deu um sermão em Dante, pensou que ele era nada mais que um garoto mimado que não sabia perder.


–Grande coisa morrer, eu já venci a morte inúmeras vezes não vai ser hoje que eu vou perder! – Dante retrucou.


–Então me deixe lutar ao seu lado – Snake tentava se levantar.


–Só se você conseguir se levantar – Dante gargalhou depois de muito tempo só gritando.


E a armadura se partiu, com mais um golpe do Golem, por pouco o corpo de Dante também não se partiu ao meio, mas um corte fundo foi deixado pelo Golem.


Sangue se esvaia do cavaleiro negro.


Dante caiu de joelhos e quase desmaiou, foi ai que ele ouviu uma voz conhecida. Uma voz feminina, que o tirava do serio tanto quando a voz dele fazia com ela.


–Dante! - Lisa gritou – Não morra.


Aproximou-se de Dante.


A espada do Golem vinha pra cima dos dois, mas o anão ferreiro, parou o ataque com um machado do tamanho do seu corpo. A machado tinha marcas vermelhas, símbolos anões e sua madeira era de cor estranha. A barba castanha balançou com o impacto do ataque, mas o anão ficou firme no chão. O Golem já não aguentava mais ter seus golpes parados.


–Morrer? – Dante se deixou cair nos braços da garota – essa coisa humana não acontece comigo – os olhos estavam quase se fechando.


–Espere eu vou usar uma magia de cura – Lisa via o sangue dele escorrer por seu vestido branco – não sou muito boa com magias de cura, mas posso fechar esse ferimento.


Lisa pôs suas mãos na barriga de Dante e ele gritou de dor. Uma luz foi queimando local e fechando o corte.


–Obrigado! – Dante gritou mais uma vez de dor – só esta doendo mais.


–Então morra ai – Lisa deu um tapa na ferida.


–Desgraçada! – Dante gritou mais uma vez de dor.


–Dá para os dois pombinhos pararem de frescura, eu estou com problemas aqui – O anão falou.


–Consegue ficar de pé? – Lisa deu a mão para Dante se levantar.


–Obrigado, você salvou minha vida – Dante aceitou a ajuda.


–Por nada, você salvou a minha também – Lisa e Dante trocaram olhares calorosos.


–A sua espada esta com o meu filho – O anão apontou para trás – se aquela espada não matar esse monstro, nada mais matara.


Dante viu um garoto normal, era um humano comum de altura mediana, com quase a mesma idade que ele, segurando a sua espada, que agora estava com uma cor meio azulada.


Dante segurou no cabo e a movimentou viu que o peso estava na medida e que ela estava bem afiada.


–Grande trabalho – Dante disse olhando para o anão.


–Me agradeça ajudando aqui – O anão mais uma vez pediu ajuda.


–Não sei se aguento muito mais tempo lutando, meu corpo não aguenta mais ataques – Dante viu que o corpo estava quase se anestesiando, quase desabando de cansaço.


Dante se aproximou e tentou atacar o Golem, mas a espada passou como nada pelo corpo da criatura.


–O que você fez com a minha espada? – Dante enfiou a espada no chão e ela entrou como nada.


–Essa é uma espada que não corta – O anão começou a falar – para poder cortar ela necessita de uma parte da vida do seu portador, 20 anos da sua vida e ela vira a espada ideal para você, uma espada só sua.


–Que droga é essa! – Dante se aproximou do anão.


–Meu rapaz, sacrifique um pedaço da sua vida e você terá uma espada inquebrável – O anão continuou – e esta na hora de você matar essa coisa, diga as palavras “apontius glorifique” e a espada sugara sua vida.


–Ta achando que eu sou um idiota é? Por que eu daria uma parte da minha vida? – Dante não conseguiu entender nenhuma lógica nisso.


–Rapaz um grande poder, vem com um grande preço – o anão parou mais um golpe do Golem – se você ativar a espada eu vou te respeitar e te seguir pelo resto da minha vida! O anão ferreiro Gandalfr Odrixi será um guerreiro ao seu serviço!


Um anão não gostava de promessas, mas quando um anão prometia algo ele cumpria sua promessa como se sua vida dependesse disso.


Dante se viu sem alternativas, olhou pra Lisa e sentiu que era a coisa certa a se fazer.


– Apontius glorifique! – Dante rugiu.


A espada começou a sugar algo de Dante, Dante não envelheceu, de alguma forma o dia de sua morte já estava traçado e agora seria outro dia, 20 anos mais cedo. A espada tomou outra forma, foi escurecendo sua lamina ficou negra e uma aura da mesma cor rodeava aquele ferro. Não, não era mais ferro, era um metal desconhecido.


–Corte garoto, ou melhor mestre! – Gandalfr se afastou, mas antes usou o machado para levantar um pouco a espada do Golem deixando ele sem defesa.


Dante correu deu um impulso e pulou, pulou tão alto quanto o Golem, colocou a espada para trás na altura da cabeça do monstro, desferiu um golpe, que começou na cabeça do humanóide e foi descendo cortando o corpanzil no meio até dividir definitivamente a coisa.


A coisa de um rugido de dor. O que sustentava o corpo sumiu e só restou uma montanha de carne e ferro.


Dante olhou a espada e ela tomou um brilho estranho, depois os olhos se fecharam e ele desmaiou.


X

O anão orgulhoso da barba longa castanha tinha os cabelos da mesma cor, olhos decididos de quem sempre estava de olhos na brasa, um bigode também grande estampava seus rosto. Era um anão comum.


Gandalfr Odrixi foi ferreiro durante toda a sua vida, desde criança trabalhava com o pai, mas se apaixonou por uma humana. Logo não poderia viver na cidade dos anões.


Ferreiro e guerreiro fora obrigado a se aposentar e viver junto com os humanos, perdera sua mulher no parto do seu único filho.


Cuidou do filho e lhe ensinou a arte dos anões. Lhe ensinou a melhor forma de forjar uma espada, ensinou ao filho também a língua dos anões, afinal de contas ele era meio-anão.


Quando mais jovem, lutou na guerra contra os trolls, inimigos mortais dos anões. Criaturas não muito grandes com nariz enorme e orelhas grandes, peludos e sem muita inteligência, não falavam uma língua especifica só grunhiam e batiam uns nos outros.


A guerra havia durado dois longos anos e foi devastadora para ambos os lados. Cidades destruídas e uma raça quase extinta. Era raro ver um troll. Os anãos venceram a guerra, mas perderam, perderam heróis. Gandalfr havia sobrevivido, a custo de muitos irmãos e a guerra havia acabado.


O machado ficou na estante só de lembrança.


–Pai você não tem outras espadas para fazer? – o filho achava estranho o empenho do pai – por que fazer a espada daquele homem que acabou de sair?


–Boros, existem guerreiros que não surgem todos os séculos, seu pai já foi para a guerra e sabe o que é ser um guerreiro, mas o meu maior prazer é fazer uma espada que seja usada pelo melhor. Os olhos daquele garoto tinham uma coisa especial, confiança, um guerreiro não vence uma batalha se não acreditar que vai vencer – o anão sabia do que estava falando.


–Mas você de inicio não queria fazer a espada, por que agora está tão empenhado? – Boros mais uma vez perguntou, era a função dele aprender e perguntar.


–Eu estava testando ele, aquele homem parecia ser tão obstinado que poderia acabar machucando as pessoas ao seu redor, mas ao ouvir a historia dele, pude confiar que ele era um homem bom e justo, por que um anão não da um presente pra qualquer um humano! – Gandalfr urrou a ultima frase, tinha orgulho da sua raça.


–Não entendi pai – Boros revirou tudo o que ele falou e não consegui entender nada.


–Um dia você entendera, por que corre em suas veias meu sangue e de meus ancestrais anões – mais uma vez o orgulho dele estava bem claro – e que Gabruda viva para sempre!


–Gabruda o rei dos anões? – fez a ultima pergunta da conversa.


–Claro filho, não existe melhor guerreiro que ele e eu já lutei por ele, se fosse necessário lutaria mais uma vez!


E o anão acabou forjando a espada de Dante.


Lisa correu pela cidade desesperada pedindo ajuda, alertando de que a cidade poderia ser destruída e Gandalfr foi o único que resolveu ajudar e era o único que poderia realmente lutar naquela cidade.


X

Já era dia, Dante dormia na cama, um medico já havia feito os curativos e avaliado o estado dele. Mas Dante ainda não havia acordado.


Snake estava numa cama ao lado, com um estado pior que o de Dante. Os dois não corriam nenhum risco de vida, mas demorariam um tempo para voltar a lutar.


Snake estava de lado para não movimentar o osso que havia fugido do abdômen. Estava enfaixado para que seu corpo volta-se ao normal.


Lisa dormia também, estava numa cadeira ao lado da cama de Dante, passou a noite preocupada com ele.


Dante acordou e viu Lisa.


–Ela é mais bonita dormindo, por que ela esta com a boca fechada – Dante falou achando que estava sozinho no quarto e passou a mão nos cabelos de Lisa.


–Não pense que esta sozinho – Snake repreendeu ele.


–Oh você ta aqui também – Dante não tinha sentido a presença de Snake.


–Sim, não tinha outros quartos – Snake fez sinal de pena.


–Nos nem nos apresentamos, eu sou Dante – Dante olhou para a parte onde estava o ferimento.


–Pode me chamar de Snake, ela parece gostar de você – Snake disse – posso escutar os batimentos do coração das pessoas.


–Pode ser, mas eu respeito muito o pai dela, não faria nada que a machucasse – Dante continuou – e eu não nasci para casar.


–Faça como quiser, não me importo.


A infermeira foi ver como os pacientes estavam.


–Se você quiser eu posso cuidar de você – Dante soltou uma cantada para a infermeira.


E a infermeira deu uma risadinha, Lisa havia acabado de acordar e ouviu o que ele falou, ficou furiosa.


–Deixa que eu cuido dele – Lisa falou para a enfermeira.


Lisa foi trocar as faixas e fez questão de fazer Dante sentir dor.


–Você é uma gorila, não serve para cuidar de ninguém, sua mão é pesada! – Dante protestou. –Gorila!


–Gorila? – uma veia saltou na sobrancelha de Lisa – eu estava tendo ser gentil, mas se você quer sentir dor, eu posso fazer esse favor.


Dante achou melhor ter ficado calado, sentiu dores que poucos guerreiros conseguiram o fazer sentir.


–Vai demorar pra você sair daqui – Lisa ficou seria – não vou deixar você ir embora machucado e sem armadura.


–Não, vai ser rápido – Dante passou a mão nos cabelos dela acariciando – amanhã eu já vou estar curado.


X

Um dia se passou e Dante estava levantando da cama se alongando.


–Se você sair daqui assim, seus ferimentos vão se abrir – Snake escutou os movimentos de Dante.


–Que ferimentos? – Dante olhou para onde ele estava – já estou curado.


Mostrou o abdômen, que não tinha nem rastros de um corte profundo.


–Sei, deve ser por causa dessa sua aura negra – Snake abriu os olhos, mesmo sabendo que não veria nada.


–É, isso é uma maldição, não é necessário que eu conte sobre isso agora – Dante vestiu uma roupa que estava na cama, uma roupa todo remendada.


–Eu não estava interessado mesmo – Snake fichou os olhos de novo. – Pra onde você esta indo?


–Não sei – Dante deu de ombros – não importa, eu vou acabar me encontrando com ele.


–Eu tenho uma divida com você – Snake disse. – E vou pagar.


–Não me lembro de ter feito nada pra você me dever – Dante calçou as botas.


–Você salvou minha vida – Snake protestou.


–E você ganhou tempo pra mim, estamos quites – Dante abriu a porta.


–Eu vou com você – Snake tentou levantar da cama.


–Não. – Dante negou e não precisou falar mais nada.


Abriu a porta e saiu.


Algum tempo depois Lisa apareceu no quarto.


–Onde Dante esta? – Lisa se perguntou confusa.


–Ele saiu simplesmente, não falou pra onde iria – Snake falou.


–O que? – Lisa se preocupou na hora – com aqueles ferimentos?


–Não, ele já estava totalmente curado, não me pergunte como ele fez isso. – Snake disse.


–Vou atrás dele – Lisa abriu a porta pra sair.


–Nem tente, ele não quer companheiros na sua viagem. – Snake falou e Lisa saiu.


Lisa andou por todos os lugares da cidade e não encontrou Dante.


Já estava perdendo as esperanças quando foi à loja do anão ferreiro. E o filho de Gandalfr estava trabalhando nas espadas.


–Se veio procurar Dante, esta no lugar errado – falou Boros.


–Para onde ele foi? – Lisa perguntou já cansada de tanto correr.


–Não sei, só sei que meu pai foi junto – Boros continuou batendo com um martelo numa espada temperada.


–Obrigado pela ajuda – Lisa agradeceu.


Voltou pra casa.


X


–Onde pensa que vai sem mim? – Gandalfr encontrou Dante na saída da cidade.


–Eu nunca precisei de ninguém, não é agora que eu vou precisar – Dante nem olhou para trás.


–E pra onde você vai, sem armadura, sem ferreiro e sem uma garota – o anão soltou uma gargalhada – não me importa sua opinião garoto, eu já luto por você.


–Você tem um filho para criar e uma loja para cuidar – Dante tentou convencer o anão.


–Eu criei um filho e deixei a loja com ele – Gandalfr levantou o machado que estava na mão – ta vendo esse machado, ele precisa decapitar alguma coisa.


Dante riu o anão também.


–Pra onde você vai garoto? – o anão perguntou.


–Não sei, o destino sempre me leva para lugares onde eu vou lutar – Dante retirou a espada da bainha e levantou ela – Obrigado pela espada.


X


Lisa estava desanimada na guilda.


–Vai ficar ai assim? – Buts perguntou a filha.


–Assim como? Eu estou normal – Lisa estava mesmo triste.


–É por causa de Dante? – Buts sabia, mas queria ouvir da filha.


–Ele foi embora sem dizer nada, depois de tudo que passamos juntos, eu esperava mais uma consideração por parte dele – Lisa bufou na cadeira – aquele idiota.


–Dante é assim filha, ele ajuda as pessoas e não espera nada por isso, mas se uma pessoa ajuda ele – Buts conhecia mesmo Dante – ele foge, tem mais medo de perder uma pessoa que gosta do que de morrer.


–Ele é tão sozinho assim? – Lisa perguntou.


–Não sei bem, mas desde que o conheço, sempre o vi sozinho. – Buts estava folheando alguns papeis.


Lisa ficou calada.


–Vá atrás dele, ganhe o mundo e se apaixone, mas não faça nada de errado filha – Buts continuou – ele foi para o norte.


–Obrigado pai. – Lisa correu.


X

–O que você esta fazendo aqui também? – Dante queria estar sozinho, mas lá estava ele com duas pessoas.


–Meu pai, mandou eu ir atrás de você – Lisa disse.


–Droga! – exclamou Dante – não vou esperar ninguém, não sejam um estorvo pra mim!


–Com quem você pensa que ta falando humano! – O anão gargalhou, adorava rir.


–E você! Não cante todas as mulheres que passar pela gente – Lisa protestou.


–Quem é você, minha mãe! – Dante riu.



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Notas finais do capítulo

Bem é isso, ainda não pensei no que vai acontecer e nem tenho ideia pra onde isso vai, mas tem coisas mais a frente que estão na minha cabeça, dessa vez eu não tive nenhuma ajuda com correção de texto, então se tiver algum erro de português paciência, eu estou sem tempo.
Até semana que vem galera.



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