Tonight, We Are Young. escrita por Giovanna


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEI! Nossa, depois de tanto tempo, acho que todo mundo me abandonou, não é? Haha. Bem, desculpem. Sério sério sério. Tava chateada com vocês, admito. Mas o que importa é o presente e o agora, e mais importante que isso é que eu voltei. Não? Haha.



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Quebrada. Era assim que Thalia se sentia. Cada parte de seu corpo, quebrada. Quebrada por tudo. Há anos não sentava na janela do quarto e ficava olhando a paisagem. As pessoas passando desesperadas e aflitas para mais um dia de trabalho. Porque em New York era assim. Por mais que vivesse em uma área residencial, New York sempre seria New York. Sempre com todos os problemas. Com as pessoas vazias, correndo pelas ruas.

E se sentia assim. Sentia-se um pouco quebrada. Sentia um vazio muito profundo no próprio coração. Não porque quisesse quer assim, não a entendam mal. Mas fazia parte de si. O que adiantava sair toda noite? O que adiantava sempre encher a cara e não se lembrar de nada da noite anterior? Ah sim, porque ela fazia isso. Sempre fazia. Aquilo era mais fácil do que enfrentar tudo de cara, dando a própria cara a tapas. Se embriagar era a saída. E ela sabia muito bem disso.

Estava com a cabeça doendo muito. Havia chegado há algumas horas. Aos poucos, fortes batidas na porta de seu quarto foram ouvidas e sacodiu a cabeça. Deveria ser o imprestável do primo dela. Como sempre. Porque ele não tinha mais o que fazer. Porque cansara de qualquer coisa que estava fazendo e precisava incomodá-la. Porque não tinha mais o que fazer da própria vida, já que já estava estragada, e decidira importunar ainda mais a vida dela para tentar algum sucesso em destruí-la também.

- O que você quer? – Disse, abrindo a porta com força.

- Oh, Thalia. Não seja tão rancorosa assim, querida!

- Desculpe, tia Sally. Achei que era Percy. Estou cansada. Com dores pelo corpo inteiro. Toda ardida. Preciso descansar.

- Eu tenho certeza, querida.

- E então? Você tem certeza, então...?

- Thalita, precisamos conversar.

- Vai me tirar de casa, tia? Porque se for iss...

- Não é nada disso. Fique tranquila. O que acontece é que... Você e Percy estão indo para um caminho ruim. Certo, hoje são festas. Álcool. O que será amanhã? Quem são vocês? Estão perdidos nesse mundo? Cadê Annabeth, Nico, Katie, Sil... – A expressão de Thalia mudou. Ficou fria. Todos sabiam que aquele era o ponto fraco da menina.

- Quem se importa? – Interrompeu a tia.

- Thalia...

- É sério. Quem se importa? Quem liga? Todos mudaram. Nunca mais ouvi falar de Annabeth. E Katie? Quem é Nico? Não os conheço. Desculpe. Esse é o meu mundo, agora. Essa é a minha realidade. Essas são as pessoas que eu convivo, não eles. Eles? Você tem certeza que está falando das verdadeiras pessoas que estão na minha vida? Porque não tenho esses amigos. Não são mais nada para mim. Meus amigos são os que estão comigo hoje. São os que estarão comigo em todas as minhas dificuldades. Esses que citou? São apenas colegas que fizeram parte do meu dia-a-dia um dia. Agora... Com licença, tia Sally? Preciso tomar banho e arrumar o meu quarto. Esse ainda é meu universo. – Thalia disse, apontando para a porta, fazendo a tia arregalar os olhos surpresa. Aquela não era a sobrinha que havia conhecido e criado com carinho. Não era. Poderia ser qualquer pessoa, menos a sobrinha.

A verdade era que nem Thalia conseguia se reconhecer mais. Em um dia era a garota toda animada e feliz, que conquistava a todos os que por ela passavam. E no outro? Era a menina rancorosa, que não sorria e que vivia presa à festas, bares e qualquer outra coisa que a mantivesse longe do próprio mundo o qual fazia todo esforço possível para esquecer, pois odiava lembrar de cada pessoa que um dia estivera presa nesse mundo.

Mesmo que não ousasse assumir, se perguntava dia e noite onde Annabeth estava. Perguntava por Nico, e por onde ele andava. Perguntava por Katie, por Silena e Charles, que haviam sumido. Perguntava por Percy e Travis, que haviam se perdido pelas vielas da rua. Perguntava por ela, que nunca mais se encontrara.

--

Nico levou o copo à boca. Claro, porque aquela era a sua forma de desabafar. Porque assim se sentia livre para agir. Aquela era a sua forma de liberdade. Levantou a cabeça e tudo girou. Já havia bebido demais. Não estava em si.

Ouviu a porta do bar abrir, fazendo barulho e forçando o olhar de todos para a porta. Porque aquilo era normal. Porque aquela era a rotina. Todos ali estavam perdidos e tinham uma leve esperança, mesmo que leve, que alguém entrasse por aquela porta e os salvasse. Mas isso nunca iria acontecer.

O garoto segurou a cabeça nas mãos, porque não aguentava mais. Seu estado era digno de ajuda, de clínica de reabilitação, de qualquer merda, as pessoas diriam. Mas não. Essa não seria sua saída, seu socorro, sua ajuda. Ele não precisava de nada disso e sabia muito bem. Ele precisava da antiga vida. Ele precisava voltar para New York. Ele precisava voltar para a própria vida.

Bem, ele já estava em New York. Mas ele precisava de sua New York. A que ele havia deixado há alguns anos. A que ele havia trocado por Los Angeles.

De certo, quando havia saído cedo da casa em que morava com a irmã mais velha (claro, Bianca. A linda e perfeita Bianca. A irmã havia dado uma desculpa para os pais que iria estudar em New York, apenas para dar uma chance para o irmão. Claro, ela tinha todas as chances que quisesse em qualquer lugar do mundo. Era a melhor aluna em todas as escolas que já estudara na vida. Fizera aquilo pelo irmão, porque sabia que ele não levava uma vida da forma que havia planejado) planejara ir até a antiga escola e se matricular novamente, porque precisava terminar o último ano do colégio. Não que não houvesse feito isso, ele fez. Mas havia planejado sair apenas para isso. Mas não conseguiu controlar o impulso ao ver a porta do bar abrindo. Entrou. Já havia bebido muito. Não sabia, ao certo, qual era a porcentagem de álcool que seu corpo possuía.

Nico não conseguia assumir o verdadeiro motivo de tudo aquilo para si mesmo. Às vezes, dizia que bebia para se divertir. Outras, para desabafar com sua querida amiga. Outras, para não ter vergonha. Mas, na realidade dos fatos, o verdadeiro motivo para Nico beber exageradamente era para se matar. Aos poucos, inconsciente, Nico entregava seu corpo à sua outra grande amiga, que caminhava com ele dia-a-dia também. Aos poucos, ele deixava de existir.

A porta do bar foi aberta novamente, mas não deu atenção novamente. Mais uma pessoa perdida e vazia para aquela vida. Que diferença? Todos do mundo eram assim, na realidade, se parássemos para pensar. A única diferença era que cada um tinha uma forma diferente de demonstrar. 


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Notas finais do capítulo

REVIEWSSSSSSSSSSSSSSS?



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