Tonight, We Are Young. escrita por Giovanna


Capítulo 5
V


Notas iniciais do capítulo

Não!!!! Não é uma miragem, eu realmente voltei, eu realmente to aqui ♥ Ei queridos leitores, como estão? Bem, peço que perdoem a minha demora e minha ausência, mas essa história não é fácil para mim e eu estava em uma fase de ausência de criatividade para coisas complicadas! Não afirmo que voltei completamente, mas irei me esforçar para postar ao menos uma vez a cada duas semanas ou uma vez ao mês! Espero que gostem, de verdade! Fiz com carinho. Tá sinistro, muito provável que tá sim, mas vocês vão entender tudo no decorrer da história!



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Annabeth se abraçou ao sentir o vento batendo contra seu rosto ao virar a esquina da escola e seguiu até lá, olhando para o chão. Respirou fundo ao levantar a cabeça e ver um grupo de jovens parados na frente da escola, fumando. Aquela era a rotina da maior parte dos jovens, aparentemente. Pensavam que a adolescência era o álcool, as drogas. Pensavam que o mundo estava dentro de uma garrafa e não o contrário. Pensavam que eram obrigados a beber para fixarem os pés no chão, mas Annabeth sabia que era optativo. Que não era necessário beber para manter os pés no chão. Ela mesma era um exemplo disso.

- Annabeth! ANNABETH! – Annabeth ouviu alguém gritando e virou-se rapidamente, dando de cara com uma Katie vermelha de tanto correr.

- Acordou atrasada mais uma vez, Kay?

- Culpa da minha mãe. Ela ficou até tarde falando sobre o quanto eu sou inútil e eu não consigo dormir quando tem alguém gritando comigo.

- Você fala isso tão naturalmente.

- Já me acostumei. – Katie deu de ombros e foi andando em direção à entrada, sem se importar com Annabeth que havia ficado para trás.

A garota balançou a cabeça e respirou fundo. Sabia que precisava ter paciência com a amiga, mas também sabia que ela era mesquinha e só pensava nela. A garota arrumou a mochila nas costas para não perder o hábito e tentou continuar a andar na mesma direção que Katie havia seguido em alguns poucos minutos, mas estacou ao levantar a cabeça e ver três jovens parados em sua frente.

- A boa e velha Annabeth.

- O estragado e estúpido Percy.

- Nunca superou, hum?

- A sua hipocrisia? Isso é algo para o seu espelho superar, não eu.

- Eu sei que você era muito apegada, mas tudo bem! Casais rompem e...

- Algum problema, Annabeth? – A garota arregalou os olhos e virou para trás no mesmo instante que ouviu a voz, dando de cara com um garoto que não via há muito tempo. Abraçou-o com toda a sua força pelo pescoço e se soltou ao lembrar que três jovens ainda estavam parados atrás dela, na certa com a mesma expressão assustava que ela tinha.

- O que você tá fazendo aqui, Nico? – A garota, Thalia, que estava parada ao lado de Percy disse, encarando o ex-namorado nos olhos.

- Minha vida é em Nova York, Grace. Não que isso seja da sua conta.

- Annabeth, por que você demo... Reunião de ex-alunos? Espera, não saímos do colégio ainda. – Katie disse, olhando com ressentimento para cada um dos jovens ali.

- Chegou a última que faltava pra fechar o bonde dos perdedores? – Travis, o terceiro elemento não revelado dos três amigos, disse para rebater a ex-namorada, que fechou a mão e bateu com força no peito do menino, sem pensar duas vezes.

- Você não dirija a palavra a mim, Stoll. Em nenhum momento eu dirigi a palavra especialmente a você.

- Não perde seu tempo com ele, Kay. Na verdade, com nenhum deles. Vamos nos atrasar para a aula. – Annabeth disse, passando os olhos em cada um deles e demorando em Thalia, que estava olhando para o chão. Puxou Nico levemente pela blusa, que a seguiu e Katie, após encarar Travis por alguns segundos, os seguiu, correndo levemente para parar ao lado da melhor amiga.

- Eles voltaram, Percy. – Travis disse para o amigo.

- Eles nunca saíram daqui. – Thalia disse, balançando a cabeça.

Todos entenderam o que a garota quis dizer. Eles podiam estar longe, bem longe, mas a marca de cada um continuava ali para sempre. As memórias do lugar. Aquela escola havia sido construída com a história de cada um deles. Se o lugar permanecia intacto, pelo menos no sentido mental, era porque havia uma história por trás de cada uma daquelas paredes. Thalia e Nico haviam saído de Nova York, mas seus corações sempre pertenceram ao lugar. Travis e Percy haviam seguido por caminhos apertados e errados, mas sempre sabiam que um dia suas ações os trariam de volta àquele lugar da maneira que haviam conhecido. Annabeth e Katie estavam com problemas, mas sabiam que apenas aquele lugar salvá-las-ia. E mesmo com tanta derrota, estavam ali mais uma vez. De volta ao começo. De volta ao início com a chave para mudar tudo mais uma vez e transformar naquilo que deveria ter sido e nunca interrompido.

-

- O que faremos agora? – Katie disse e Annabeth a olhou estranho, sem entender.

- Faremos o que fazemos todos os dias. Ignorá-los.

- Temo que não será mais possível, Annabeth. – Nico disse e Katie concordou com ele. – Todos voltamos de verdade. Todos estamos aqui de novo. Eles já nos notaram e nós já os notamos. Não podemos mais fugir, ou adiar o inevitável. O problema é geral agora. Nós somos amigos e chegamos aqui uns pelos outros.

- Nós éramos amigos, Nico. Éramos.

- Somos, Chase. Estamos distantes, mas ainda conhecemos cada fraqueza que cada um é capaz de guardar.

- Odeio a forma que vocês têm razão.

- Isso porque você é a inteligente aqui?

- Obviamente, Nico! Annabeth odeia perder. Parece uma menininha mimada quando alguém discute com ela sobre algo que ela deveria estar certa. – Katie disse, olhando para a amiga, que arqueou as sobrancelhas.

- Isso tudo é inveja, Gardner?

- Inveja de você, queridinha? Ah claro. Inveja do que você não é, só se for, né?

- Não sei por que eu continuo sendo sua amiga, Katie. Você sempre estraga tudo. Você vai ficar sozinha e no dia que você perceber isso, não venha tentar falar comigo. Pode ser tarde demais. – Annabeth empurrou a cadeira que estava sentada para trás com toda a força do mundo, atraindo os olhares de todos no refeitório, inclusive dos três jovens que estavam entrando ali.

A garota saiu andando sem se importar com qualquer pessoa que estivesse ali por perto ou com qualquer ressentimento da parte de Katie naquele momento. Ao parar na frente de seu armário, aproveitou que ninguém estava ali e deferiu um soco com toda a força que tinha no seu braço. Odiava sempre ser a equilibrada. Odiava engolir a raiva que sentia de Katie para não magoá-la, só porque ela tinha problemas em casa. Odiava fingir que estava tudo bem com ela, mesmo que seu interior estivesse acabado. Odiava fingir que amava sua vida, amava sua escola, amava suas escolhas. Odiava.

Abriu o armário com toda a força e raiva, pegou o iPad que havia ganhado de Natal de seus pais no ano passado e o bateu com a mesma intensidade que abriu. Jogou o eletrônico no bolso da frente da mochila e puxou o iPod Classic do bolso de trás da calça e o conectou. Annabeth tinha a grande parte dos aparelhos eletrônicos da Apple pelo simples fato de que seus pais acreditavam que poderiam substituir sua presença com luxo. Com dinheiro, com presentes. Com tudo do bom e do melhor. E aquilo matava Annabeth. Ela desejava apenas atenção. Trocaria todo o luxo presente em sua vida por uma tarde em família, mas sabia que nunca teria aquilo porque a vida de seus pais girava em torno do trabalho.

Havia aumentado o som de seu fone no último volume e não estava se importando se ficaria sem escutar algum momento por isso. Precisava ficar longe daquele mundo, mesmo que estivesse ainda dentro dele.

Sentiu alguém puxar seu braço com força e olhou assustada para trás, dando de cara com Percy. Por alguns segundos, viu o semblante do garoto que se apaixonou no rosto dele e sentiu uma imensa vontade de abraça-lo para mandar embora toda a dor e aperto que estava sentindo. Sim, porque ela sabia que Percy era capaz disso. Sabia muito bem e já provara isso várias e várias vezes.

- O que você quer, Percy?

- Queria olhar pra você pra ver o quanto você havia mudado.

- E isso é problema de quem mesmo?

- Dá pra você parar de ser tão defensiva, garota? Dá pra parar de ser tão desprezível?

- Desprezível? Que eu me lembre, eu decepcionei minha mãe, eu nunca bebi até não lembrar meu nome e ir parar na frente da casa do meu ex-namorado, eu nunca decaí, eu nunca levei as pessoas mais importantes pra mim pra um caminho horrível.

- Você não precisa fazer nada pra decepcionar sua mãe. Você já é uma decepção. – Annabeth ficou pasma com a fala de Percy. Na verdade, o próprio garoto ficou. Ele não acreditava que era capaz de dizer coisas são cruéis à garota que um dia havia planejado o futuro.

- Você não me conhece, não tem intimidade comigo o suficiente pra dizer o que quer que seja. Você não sabe pelo o que eu passo, você não sabe como anda um inferno a minha casa. Você não sabe se sou uma decepção ou se deixo de ser. Você pode ter sido meu namorado há muito tempo, Percy Jackson, mas você provou que hoje é um desconhecido. Você não sabe e nem saberá algo sobre mim. Eu odeio você. Odeio o que você é, o que você se tornou. Quer fazer um favor? Suma da minha vida, suma com a sua história, suma com o que você é. Espero nunca mais te ver na minha frente. Tenha um bom dia, Jackson. Continue com a estúpida vida que você leva. Não me procure mais.

Annabeth se soltou de Percy e seguiu andando até sua casa, recolocando os fones que havia tirado para escutar o garoto. Sentia cada parte de seu corpo doendo e se despedaçando, mas tentava continuar em pé e afastar qualquer sentimento e pensamento que a fizessem sair correndo como uma menininha e chorar. Ela não era aquela garotinha. Ela não saia correndo e chorava. Annabeth havia aprendido a ser forte por Percy e por todas as outras pessoas do mundo. Ela não se daria ao luxo de chorar.

Abriu a porta de casa, chutou todas as coisas que havia no caminho, ignorou qualquer coisa que estava em cima da mesa para ela e subiu as escadas correndo. Abriu o guarda-roupa e pegou o porta-retratos todo de vidro, que ainda guardava depois de tanto tempo. Ali tinha uma foto dela há alguns anos, abraçada com Percy. Ele a olhava com amor e admiração e ela havia guardado aquilo por um único motivo: ela não acreditava que tudo aquilo havia se esvaio tão rápido e do nada, mas ela havia presenciado e escutado com todas as letras o que ela significava para o ex-namorado. Lembrou-se de cada uma das palavras dele e jogou o porta-retratos na parede, vendo o vidro se estilhaçar completamente no chão.

Ao ver toda a memória que guardara por todos aqueles anos, suspirou. Era o fim. Ela precisaria aceitar de uma vez por todas que o fim havia chegado depois de tanto tempo.


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Notas finais do capítulo

Perguntas? Críticas? Elogios? Sugestões? Review, please! Thkssss, Gio.



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