Príncipe... Encantado? escrita por Kuroi Namida


Capítulo 15
Time to wake up




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Acordei totalmente despida, apenas envolta ao lençol branco da minha cama, e sobre o peito de Jimmy que ainda dormia como se fosse um anjo gentil, abraçado a mim. Ergui os olhos, vendo-o dormir e sorri. Acariciei seu rosto, e beijei sua face com cuidado para não acordá-lo. Mas isso aconteceu quando bateram a porta.

-Valerie querida! –era a voz de Maria- Abra, preciso apanhar suas roupas sujas.

Jimmy abriu os olhos devagar, ainda meio sonolentos e então comecei a entrar em desespero. Pedi que ele se levantasse rápido, e se escondesse no meu guarda roupas. Assim ele se levantou completamente nu, e correu pelo quarto cobrindo suas partes com as próprias roupas entrouxadas nas mãos. Abri o guarda roupas e o escondi ali. Depois me enrolei bem no lençol e abri a porta. Maria foi logo a empurrando e entrando:

-Valerie, por que trancou a porta? Sabe que tenho que pegar suas roupas logo pela manha, senão sua madrasta começa a dar chiliques. –ela foi entrando apressada a procura de roupas sujas como fazia sempre-

-Maria, nós precisamos conversar... –eu corri ate a porta e a tranquei-

-Valerie, pelo amor de Deus! Por que está sem roupas menina? –ela me olhou como se nunca tivesse visto minha bunda antes na vida-

-Tava calor de noite! –eu sorri com uma cara bem idiota-

-Vá se vestir, que sua madrasta esta te chamando para o café... –ela franziu a testa feito uma avó zangada, mas Maria não era nada disso-

-Já irei descer, mas preciso te dizer uma coisa antes...

-Diga enquanto apanho suas roupas... Vou ate seu armário, voce tem mania de esconder suas roupas sujas... –ela se preparou para abrir meu guarda roupas-

-NÃO! –Eu corri ate a frente do mesmo- Não tem roupa suja ai, te garanto! Aposto que dessa vez eu deixei tudo no sexto do banheiro!

-Retirei o sexto do banheiro ontem antes da sair, menina sai da frente do guarda roupas... –ela reclamou-

-Não! –insisti- Por que voce não vai conferir! Uma das outras empregadas deve ter colocado lá de volta...

-Nenhuma das empregadas nesta casa é responsável pela bagunça do seu quarto, sabe que elas só estão aqui pra cuidar do resto da casa, e da sua madrasta. Agora sai daí... –ela tentou me tirar da frente do guarda roupas-

-Não Maria, por favor, não antes de eu te dizer o que preciso dizer! –me grudei naquele guarda roupas como se tivesse um homem escondido lá dentro... E o pior é que tinha mesmo-

-Se voce não parar de me enrolar vou te dar umas palmadas nessa bunda branca e pequena menina... –ela perdeu a paciência e conseguiu me tirar da frente das portas-

Meu coração quase saiu pela boca quando Maria abriu as portas do mesmo e deu de cara com Jimmy, cobrindo o corpo com as roupas. A cena foi hilária, mesmo a situação sendo critica. Jimmy estava com os olhos arregalados, quase saindo das cavidades do rosto, e com a maior cara de culpado, como se tivesse soltado um pum em um elevador, e todos os presentes estivessem olhando pra ele. Maria por outro lado, coitada, que não devia ver um homem nu a um bom tempo, deu um pulo para trás, deixando no chão as poucas peças de roupa que já havia catado do meu quarto, e colocando as mãos no rosto, como se estivesse vendo uma assombração.

-Santo Deus! –ela quase gritou no susto-

-Calma Maria! –eu me aproximei e a abracei pelas costas- Não grita, por favor!

-Pelo amor da minha Santa Rita! –ela se virou pra mim- O que um rapaz nu faz no seu guarda roupas menina? –ela estava quase saindo da própria pele, e tava mais pálida que o GasparZinho-

-Eu posso explicar! –olhei-a com uma cara de boba ainda maior que a anterior-

-Eu acho bom voce se explicar mesmo moçinha... –agora ela falou como uma avo bastante zangada- E voce vê se toma vergonha e vista-se rapaz...

Ela se virou e olhou pra mim. Então achei que deveria começar a implorar por misericórdia nesse momento.

-Maria, por favor, eu imploro! –me joguei do jeito que eu tava no chão, e me agarrei nas pernas dela, fazendo um drama daqueles- Minha vida depende de que voce fique quieta, e não fale sobre isso pra ninguém, por favor! –eu não sei se foi o drama ou o desespero real, mas meus olhos se encheram de lagrimas-

-Não me olha com esses olhinhos de gatinho pidão, que não há no mundo uma boa razão para o que estou vendo... –ela disse-

-Se meu pai souber disso, ele me mata. Ou pior, me manda para um colégio interno de freiras pelo resto da vida... Maria, Mariazinha! Voce sempre cuidou de mim, como se fosse minha mãe... Não vai querer ver o meu mal, vai? –eu estava quase beijando seus pés-

-Explique-se... -ela me ergueu do chão e se sentou na beira da minha cama-

Olhei para Jimmy e ele estava já de calças, e vestindo a camisa logo por cima da regata, e de pés descalços... Ele me olhou com o mesmo olhar esbugalhado que olhou para Maria. Enrolei-me mais no lençol e olhei para Maria, que estava agora encarando Jimmy.

-Sabe quem ele é? –perguntei-

-Não pude reconhecer sem roupa... –ela respondeu com o nariz empinado como se fosse uma donzela-

-O nome dele é Jimitry... –me ajoelhei na frente dela segurando suas mãos- Duckovsk Maria!

-Como é? –ela arregalou os olhos de novo-

-Não pode dizer nada disso ao meu pai, ou ele vai matá-lo. Ele surtaria só de pensar que eu falei com Jimmy, quanto mais que eu...

-Chega... Já entendi.. –ela tapou minha boca antes que eu dissesse algo que ela não queria ouvir, acho que ela ainda achava que eu era virgem-

-Maria, eu te imploro! Por todos os anos de amizade que existem entre voce e minha mãe... Não me entregue... –dessa vez eu quase chorei de verdade-

-Voce é maluca criança... –ela me olhou docemente e tocou meu rosto- Não deveria ter trazido esse rapaz pra cá. Se queria se encontrar com ele, por que não foi a outro lugar?

-Culpa dele! Ele que veio pra cá... –fiz maior cara de garotinha dedo duro- Eu disse que era loucura, mas ele é completamente pirado...

-Mas que titica... –esse era o Maximo que ela chegava de falar um palavrão, pois era muito religiosa- Como pretende tirar ele daqui?

-Preciso da sua ajuda! –me lembro de ter visto o mesmo olhar que fiz pra ela, no cinema quando assisti Shrek e o gato de botas- Vai me ajudar?

-Ou eu faço isso, ou posso pedir demissão, por que não vou admitir ver seu pai encostar um dedo em voce depois de crescida...

-Isso é um sim?! –eu sorri-

-Coloque os sapatos e espere aqui, ate que eu volte. –ela se levantou e ordenou Jimmy- Voce vista-se e desça para distrair sua madrasta. –ela disse pra mim- Vou tentar tira-lo daqui pela área de serviço, já que seus pais nem sabem que aquele lugar existe, pois nunca vão lá.

-Obrigado , obrigado! –me atirei em cima dela, beijando suas bochechas fofas de senhora- Eu amo voce Maria!

-Tá, tá! –ela resmungou- Anda logo! Vou tirar as outras empregadas de lá...

Maria então saiu do quarto deixando-nos ali. Inevitavelmente Jimmy e eu caímos na risada. Estávamos mesmo loucos, rindo na cara da morte. Maria voltou logo em seguida, quando já estávamos prontos. Abri a porta e ela chamou Jimmy. Fomos pelo corredor rapidamente, ate estar em um lugar mais seguro. Maria me mandou voltar para junto de Anette, antes que ela decidisse subir.

Abracei Jimmy, e o beijei. Ele colocou as mãos na minha cintura, e retribuiu. Não conseguia parar de beijar ele. Mas Maria conseguiu nos desgrudar.

-Pára com isso, preciso de um balde de água fria pra vocês dois? –ela franziu a testa- Anda logo... –ela deu uns puxões em Jimmy-

-Cuida dele! –eu disse vendo Jimmy andando de costas, sendo levado por ela-

Jimmy correu de volta ate mim, e me beijou mais uma vez. Maria veio possuída atrás dele, e o puxou pela cintura da calça.

-Anda logo ou vou te dar umas palmadas... –ela disse olhando pra ele-

Então eles desceram pelas escadas que eram usadas pelos empregados. Enquanto eu me dirigi ate a sala de jantar, onde o café estava servido. Dei bom dia a Anette, coisa que nunca fazia. Nem me dei por conta...

-Esta de bom humor hoje? –disse ela sem erguer os olhos tomando uma xícara de café e lendo jornal-

-Tive bons sonhos! –respondi-

-E sonhou com o que?

-Algodão doce! Um grande e delicioso algodão doce! –estava sendo sarcástica, e não comparando Jimmy a um, apesar de que a palavra: delicioso descrevia bem ele- Quanto mais eu comia, mais queria comer! Foi doce, e feliz!

-Que bom que anda sonhando com algodoes doce enquanto seu pai esta a beira de um ataque de nervos por causa do cretino do Duckovsk... –disse ela toda azeda-

-Ele ainda não se acalmou?

-Nem vai... Aquele moleque petulante teve coragem de falar com ele... Fico me perguntando o que ele tinha de tão importante para dizer, a ponto de fazer aquela cena na igreja... –ela me encarou profundamente-

-Eu não faço idéia... –desviei o olhar- Me passa a manteiga, por favor?

-Voce e aquele rapaz por acaso são amigos?

-O que? –fingi indignação- Do que tá falando? Eu sequer conhecia aquele sujeitinho ate então... –aquele sujeitinho gostoso pra caramba: pensei-

-Estranho ele ter dito ao seu pai, que tinha algo pra falar sobre a filha dele...

-Ele deve ter me visto em algum lugar e quis dar uma de intrometido fazendo fofoca ao papai!

-É deve ser isso... –ela me pareceu estar suspeitando bastante de minhas respostas, mas não insistiu mais-

Continuamos tomando café. Ate que vi Maria em pé na porta me fazendo sinal.

-O que quer Maria? –disse a bruxa sem erguer os olhos-

-Nada senhora. Apenas vim avisar que vou apanhar as roupas de Valerie...

-Então faça isso logo, o que esta esperando...

-Ah espera! –levantei e corri ate ela- Leva essa jaqueta, eu acho que coloquei na roupa limpa por engano, e ela esta cheirando meio mal!

So usei a desculpa da jaqueta pra saber se estava tudo bem. Cochichei com ela perguntando:

-Conseguiu?

-Sim, ele já foi... Agora me deixa voltar pro meu serviço...

-Obrigado Maria! –disse em voz alta depois de entregar a jaqueta limpa a ela-

Depois voltei a me sentar a mesa e terminei meu café, descansada!


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