http://www.youtube.com/watch?v=zZ_lHxolYV8

– Espero que hoje o dia seja mais tranquilo. – falei.

– Pelo visto, sua vida tem sido um inferno com a chegada daquelas três. – comenta Chiharu.

– Sim, as coisas tem sido um inferno. – falei. –Ahh... Bem que eu queria um dia tranquilo...

Mas... Eu não posso me esquecer daquele dia... Em que dei instintivamente um abraço em Izumi. Merda! O que foi aquilo? Foi para confortá-la por ela ter sofrido bastante? O passado dela...

FLASHBACK

– Sempre gostei dessas coisas por influência dos meus pais... Porém, por causa de certo preconceito que há contra otakus, eu sempre fui rejeitada. Sem falar que, minha vó dizia que mangá/anime é uma maldição, já ela acha que nasci por influências de um...

– Hã?! Me explica direito essa história. – falei.

– Minha mãe e meu pai são amigos de infância... E minha mãe engravidou de mim quando tinha 15 anos. Meu pai tinha 17 na época. Minha avó e os demais familiares não aceitaram o meu nascimento... Principalmente minha avó... Disseram que não passo de uma criança que nunca devia de ter nascido. Me rejeitam. – explica Izumi. – Como meu pai era otaku, minha avó disse que isso aconteceu por ele ter
influências dos mangás, e então queimou a biblioteca de mangás dele.

– Meu deus! E o que houve?

– Quando tinha 6 anos, meus pais foram decidiram ir procurar um lugar para ficarmos, a final, na época morávamos com o meu tio, que foi um dos poucos que aceitou. Até o acidente... Meus pais morreram em um acidente de carro! Para piorar, a família botou a culpa em mim. Minha vó gritou comigo ´´Sua desgraçada! Se você
nunca tivesse nascido, minha filha estaria viva! Você devia morrer!
Morra!´´. Meu tio resolveu me criar, mas ano passado ele faleceu de um tumor no cérebro. Desde então, eu escondo dos outros o meu gosto e minha dor, e tento ser mais forte.

Os olhos de Izumi estavam em lágrimas. Ela ficava linda chorando, mas vê-la assim dói muito. Então eu fiz algo inesperado, que surpreendeu até a mim: Eu a abracei.

– Sua idiota! Pare de se lamentar! Levante a cabeça e siga em frente! Não importa o que aconteça, eu sempre estarei ao seu lado! – Merda! O que eu estava falando?! – Pode confiar em mim! Esqueça as feridas do passado, e siga em frente, para um novo amanhã sem dor!

– Tatsumiya-kun...

Nesse momento, nossos corações pareceram um só...

FIM DO FLASHBACK

– Merda! O que eu fiz naquele dia?

– Hmm... O que você está falando ai? – pergunta Chiharu.

– Hã? Eu? – Merda! Falei alto sem quere. – Nada. Só reclamei porque ainda não tenho namorada.

– Você é solteiro?

– Bom, sou sim.

– Entendo. – Chiharu estava com um sorriso malicioso. – Que tal se eu te beijar agora?

Chiharu começou a se aproximar. Eu fiquei parado esperando. Não sabia se ia embora ou não. E também, que diferença ia fazer se ela me beijasse? Já fui beijado diversas vezes pela Tsumugi e pela Tiemi. Deixa ela me beijar. Porém, quando faltavam alguns centímetros para nossos lábios se encostarem, alguma coisa atingiu minha cabeça e eu caí do banco. Quando olhei, vi que foi a Izumi, que me lançou um estojo.

– Engraçadinho! Quer dizer que agora você quer ficar beijando as meninas? – falou Izumi bem brava. Tentei me explicar:

– Izumi! Quer dizer... Não sou eu que ia beijá-la! Ela que vinha me beijar!

– E você ia deixar! – falou Izumi.

– É... Bom... Quer dizer... De certa forma, acho que eu ia deixar...

– Bom... Sim... – respondi sem graça.

–Awmmm... – Chiharu fungou e secou os olhos. – Aposto que ela fez isso por ser apaixonada por você, Tetsuya.

Izumi ficou vermelha.

– Não sou nada! Só não podia deixar que ele caísse na lábia de uma vaca como você!

– Vaca? Eu? Ora, maldita, pois saiba que sou a beleza perfeita, e sei que posso ser mais ousada que você, vadia!

– Vadia? Ora sua...

– Parem de brigar! – falei. – Não vamos brigar aqui.

As duas ficaram se encarando. Depois, Chiharu se virou e foi embora, deixando-me apenas com a Izumi.

– Izumi, isso não foi legal! Qual é o problema da Chiharu me beijar?

– Ora, se você reparou, ela fica seduzindo os homens, e os usa a seu favor! Ela os torna escravos sexuais. Eu tinha de impedir!

Ritsu se virou e também ia embora. Antes de ir, ela disse:

– Além disso, você nem ama ela. Você a vê só como uma amiga, não é?

– É claro! Mas isso não tem nada a ver!

– Você devia encontrar logo uma pessoa que você ame!

– Até você vai falar disso? Vá se ferrar! Por que vocês não me deixam em paz?!

– Seu... Seu idiota! – Izumi me dá um soco. Eu caio no chão. Me levanto, irritado.

Eu ia falar umas poucas e boas, quando de repente, ela pega no meu rosto, e me beija. E ainda por cima, na boca.

Um estranho clima tomou o ar. Eu via rosas. O mundo deu um giro de 360° enquanto eu tentava processar tudo o que estava acontecendo, e principalmente, tentar entender meus sentimentos em relação à Izumi.

Quando vi, eu estava beijando-a naturalmente. Eu e ela parecíamos um casal de namorados.

– Katsuki... –kun... – disse uma voz feminina atrás de mim. Quando olho, vejo quem era.

– Tsumugi!

Tsumugi nos vi. Ela viu eu e Izumi nos beijando.

CONTINUA...