Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 21
Só uma casa velha.


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi mais da metade do capítulo de madrugada kkkkkk. Ficou enorme. Acho que foi o maior que eu já fiz. Então, aproveitei esse presente de volta às aulas.



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A primeira coisa que eu fiz foi gritar. Pois é. Coisa muito esperta a se fazer. Mas desculpe se eu estava aterrorizada com o anel.


-PUTA QUE PARIU O ANEL TÁ POSSUÍDO! - Só pra esclacerer, eu mal usava palavrões. Só em situações de extremas mudanças de humor.
-O QUE? - Beatrice gritou do quarto.
-EU DISSE QUE MEU ANEL TÁ POSSUÍDO. - Abstrai os palavrões.
-DEIXA EU VER! - Charlie veio correndo ainda vestindo as calças.
-PODEM PARAR DE GRITAR POR FAVOR? - Harry também gritou. Pessoas normais não pedem pra pararem de gritar, gritando. Mas não estávamos ocupando a posição de pessoas normais, felizmente. - OS VIZINHOS VÃO PENSAR QUE SOMOS RETARDADOS.
-Quem se importa, Harry. - Alex falou com um tom estranho que eu nunca havia escutado vindo dele. Talvez nojo, talvez ódio, qualquer coisa era possível.


Alex e Harry ainda estavam em atrito devido a noite anterior. Charlie estava parado ao meu lado, olhando o anel fixamente. E acredite, se olhares fixos e concentrados soltassem raios laser, o anel estaria derretendo e o vidro da mesa estourando pelo calor.


-Porque não tá mexendo? - Ele me perguntou.
-Eu não sei. - Eu estava com medo de tocar o anel? Sim.
-A profecia não se referia à uma marca do amor? - Beatrice falou me assustando e me fazendo virar o corpo pra trás. Ela vestia uma camiseta rosa, com desenhos de donuts um short e um tênis preto. Ela estava com os braços no escosto da minha cadeira e fazendo peso sobre ela. Apenas respondi com um "aham". - Talvez seja isso. Afinal esse é o seu anel se compromisso com Nico.


Os anéis foram presente de Hades, como aceitação de nosso namoro (que na época era apenas um envolvimento). Ele poderia ter dito que o anel era um ímã. Me poderia ser poupadas algumas noites de sono. Mas eu acho que seria encarado como uma interferência do deus, infelizmente.


-Vira ele pro lado contrário. - Charlie sugeriu.


Eu o fiz, e logo o anel tornou a voltar à posição anterior. Charlie levantou ambos os braços, e gritou "WOOOOOO".


-O que eu disse sobre gritar? - Harry falou entrando na sala.
-Foi mal. - Charlie riu.
-Eu to com fome. - Ana reclamou entrando na sala com um pouco de mal humor. Ela também estava de short camiseta e tênis preto, mas sua camiseta era vermelha lisa.
-Eu vou pegar só cereal pra gente comer porque eu tô com preguiça de cozinhar. - Harry falou e eu não me importei. Cereal era o melhor café da manhã na minha opinião.
-Ótimo porque temos que sair daqui logo. - Falei colocando o anel em meu dedo. "Talvez você já esteja morto na hora que ela chegar". A droga da voz de Dylan soou em minha mente assim que disse aquilo.
-Que pressa. - Beatrice comentou.
-Se fosse o seu namorado você estaria do mesmo jeito que eu. - Ou pior, completei em minha mente. Naquele momento eu estava me segurando pra não ter um ataque de nervos.


Alex logo apareceu, e nos nos sentamos na mesa pra comer. O único som no cômodo era de pássaros, e a minha respiração estilo Darth Vader. O clima estava pesado provavelmente pelo atrito Alex/Ana/Harry.


-Porque você tá de vestido? - Ana perguntou puxando um assunto.
-É. - Alex acrescentou sem motivo algum.
-E porque você tá respirando igual ao Darth Vader? - Harry perguntou, e eu esperei outro "é" de Alex. Mas ele não concordaria com Harry tão cedo assim.
-Se quiserem perguntar qual foi a última vez que fui no banheiro eu não vou me importar. - Falei tentando não rir. Porque eu tinha que rir quando não podia? - Eu estou de vestido porque quero. E eu não estou imitando Darth Vader, eu estou com asma.


Eles fizeram um coro de "Ah". Nesse adorável café, eu contei meu sonho à eles e todos ficaram mais tensos. Quando acabamos, colocamos a louça na pia com preguiça de lavar.


-Como vamos ir até onde Nico está? - Perguntei.
-Eu vou pegar o carro do meu vizinho. - Harry falou.
-É possível que ele não seja devolvido. - Beatrice comentou.
-Tudo bem. A gente da um jeito. - Ele respondeu calmo.


Peguei minha capa na mochila. Eu tinha a sensação que iria precisar. Ela estava com cheiro de amaciante de roupas. Seu tecido estava frio, o que eu achei interessante pelo fato de ela estar em uma mochila e ter passado por todo tipo de situação. Coloquei-a, e deixei a mochila pra quem quisesse carregar. Afinal, aquela mochila havia se tornado de todos. Meu braços ficavam por dentro da capa já que não tinha buraco para os braços.


-Morte, esqueceu sua foice. - Ana falou passando por mim, e eu tive um ataque de riso. Rir seria até legal se as minhas vias respiratórias estivessem em bom estado. Ficou parecendo que eu estava rindo e engasgando ao mesmo tempo.
-Você tá bem? - Beatrice perguntou em um tom engraçado, que só piorou minha situação. - Que piada infeliz Ana.


Tudo que pude fazer foi acenar com a cabeça. Meu pulmão estava doendo. Daquele jeito eu iria parar na lista de "hilaridade fatal". Controlei minha respiração, e a risada parou. Mas era impossível não lembrar da piada sem soltar ao menos um risinho.


-Essa piada vai ficar pelo resto na vida. - Charlie comentou, e tivemos que concordar.


Harry tinha saído pra pegar o carro do vizinho e nós ficamos na sala apenas o esperando. Sentei no braço do sofá, porque eu gostava mais de sentar ali do que no próprio sofá. Logo o clima tornou a ser tenso. Logo estaríamos desafiando monstros, e a pior pessoa de todas. Dylan Aaron.


- Lost the battle, win the war. Ringing my sinking ship back to the shore. Starting over with head back in. There's a time and place to die, but this ain't it. - Comecei a cantarolar Now tomada pelo puro tédio. A TV estava ligada, mas eu não entendia uma palavra do que as pessoas diziam e parecia estar passando alguma novela mexicana algo assim. Porque as vezes eles davam aquele zoom dramático, e tocava uma música estranha.
-Que coisa mórbida pra se cantar. - Beatrice observou, e eu a olhei curiosa. - Você percebeu que essa música cita futuro, morte e presente. Isso não é legal de se cantar justo agora.
-Verdade. - Falei admirada pela minha falta de atenção com o que eu cantava.


Finalmente Harry chegou, e soltamos um "aleluia" coletivo.

Beatrice pegou a minha mochila/de todo mundo e fomos. Passaríamos novamente na casa de Harry na volta pra ficar mais fácil. Eu não conhecia a marca do carro, e tinha mais o que fazer do que ficar lendo o modelo do carro. Contanto que andasse, eu ficaria feliz.

Harry foi dirigindo, eu no passageiro (já que estava com o 'GPS'), e os outros abarrotados atrás. O anel funcionava como um GPS normal (não, felizmente ele não falava), apontava para as ruas certas a serem seguidas e não o destino.

Depois de um tempo andando por ruas, fomos parar em uma rodovia. Rodovia 45, era como informava a placa no início da mesma.


-Só espero que não seja muito longe daqui. - Falei com um pouco de medo de que o local fosse muito longe.


Depois de cerca de 30 quilômetros de pura agonia, o anel parou de apontar para o norte, e começou a virar para o Leste. Quando parou de virar, estávamos de frente para uma estrada de terra.


-Vocês tem certeza de que não querem... Sei lá... Chamar a polícia? - Harry perguntou com um pouco de medo. Era a sua primeira vez entrando no meio do nada como um semideus. Eu também senti um pouco de medo na primeira missão.
-Não podemos, Harry. - Beatrice falou usando seu tom mais calmo possível. Quase fiquei com sono. - Fugimos do hospital. Se nos reconhecerem estamos ferrados.


Harry bufou, e partiu pra sinuosa estrada de terra.


(...)


Quando chegamos ao nosso suposto destino, não era aonde deveríamos estar. Era uma casa velha de fazenda.


-Não é aqui. - Falei decidida. - O anel deve ter se confundido, sei lá.
-Vamos pelo menos dar uma olhada. - Ana falou já abrindo a porta do carro.


Todos saímos depois dela. Coloquei o anel de volta no dedo, e puxei meu colar fazendo-o virar a espada. Todos se armaram, mas tinha um problema. Harry não tinha nada. Beatrice resolveu tirando uma adaga que estava no bolso. Que tipo de pessoa carrega uma adaga no bolso de trás da calça? Ela. À propósito, ela estava armada com um arco e flecha prateados. Ana estava com a minha mochila e a espada sem se incomodar nem um pouco.

Caminhamos silenciosamente até a casa, nos posicionamos em frente a porta. Estava trancada, então arrombamos... Não tinha nada nem ninguém. Apenas uma mesa velha no centro do cômodo, uma lâmpada colocada de modo precário, e alguns armários pequenos. O cheiro era particularmente diferente. Um perfume masculino doce e forte que me era familiar.

Entramos com cuidado, e nos colocamos para inspecionar o cômodo. Não achamos nada de interessante e relevante.


-Esse cheiro me assusta. - Ana falou.
-Parece que quem quer que tenha passado por aqui, ficou por muito tempo. - Charlie fez a esperta observação.


Em um momento de desespero tentando ter alguma idéia, tirei meu anel e o coloquei na palma da minha mão. Ele apontava para um corredor escuro que me assustava. Mas naquele momento eu deveria ignorá-lo. Ele poderia estar lá. Caminhei pelo corredor até o fim, com o coração batendo forte. Pisei em um ponto no qual pude ouvir cacos de vidro se partindo com o meu peso, e alguns pequenos apenas rasparem no chão. Estranho. Quando cheguei lá, havia uma porta. Abri-a com apenas um empurrão. A porta rangeu e ouvi os passos dos outros atrás de mim.

Era um quarto comum porém sujo, e um pouco destruído. O cheiro já se tornara mais forte naquele pequeno quarto. Havia uma cama de casal com um colchão velho encostada na parede. Uma mesinha de cabeceira estava em pedaços, uma porta do guarda-roupa estava no chão. Até que um grande objeto no chão tomou completamente a minha atenção. Uma espada preta, mais precisamente de ferro Estígio, estava jogado no meio do quarto sem explicação alguma. Meus olhos se encheram de água. Caminhei até lá, e peguei tal espada. Ao fazer isso, a imagem tremulou.

Eu ainda estava naquele quarto, mas o sol estava mais baixo. Me desesperei assim que notei. Mas então, percebi que o quarto estava inteiro. Eu havia voltado na tarde em que eles estiveram ali. Nico, a garota, e o garoto. Todos vivos ainda.

Me assustei quando Nico entrou pela porta. Ele vestia uma camiseta cinza, calça e tênis pretos, e uma jaqueta de couro que eu nunca o vira usar mas o deixava lindo. Ri com meu pensamento adolescente, mas meus olhos já não aguentavam mais segurar as lágrimas. Ele carregava uma mochila nas costas, em um dos ombros. Seus olhos estavam cansados, e com umas leves olheiras. Caminhou pelo quarto e deixou a mochila em um canto entre a parede e a cama. Se jogou na cama, não se importando se ela era boa ou ruim. Depois de alguns segundos, alguém bateu e enfiou a cabeça no quarto. Era o garoto filho de Atena. Ele não precisa ser descrito. Era a cópia de Annabeth, igual a qualquer filho de Atena.


-Estou incomodando? - Ele perguntou.
-Não, Mike. - Nico falou simpático, e até esboçou um sorriso. Grande milagre. Sua voz soou em meus ouvidos, e minhas barreiras psicológicas quase foram pro lixo. Tanto tempo sem ouvi-lo, havia me causado aquilo?
-Só queria perguntar se você não vai jantar.
-Não. Estou sem fome. - Ele falou e Mike murmurou um ok e fechou a porta novamente. "Só mais dois dias Di Angelo" sua voz soou no cômodo, mas eu não vi seus lábios se mexerem. Para ser mais invasiva eu estava lendo seus pensamentos. Legal. Ele olhou para uma pequena janela por onde a luz do sol invadia. "Ainda da tempo".

Ele levantou da cama, pegou algo dourado da mochila, e foi para fora do quarto seguindo para um velho banheiro. A imagem o seguiu, claro. Eu não faço idéia do porque mas ele não precisou fazer um arco-íris. Ele apenas jogou um dracma na luz do sol. "Aquela missão pra Íris valeu a pena. Me poupou do esforço de ficar fazendo arco-íris toda hora", ele sorriu com os pensamentos. Então, aquele era uma espécie de presente de Íris?


-Ó Íris deusa do Arco-Íris, aceite a minha oferenda - Sua voz estava um pouco rouca. Com quem ele iria falar? - mostre-me Giovanna Skycloud, New York.


Com a simples menção de meu nome, meus olhos novamente se encheram de água. Porque eu estava sentimental assim? Provavelmente era a saudade. Uma imagem se formou. Eu estava deitada na cama, com os cabelos com as pontas loiras caindo sobre o rosto. De pijama, encolhida no edredom (era uma tarde fria, eu me lembrava), com o quarto completamente escuro (resultado das cortinas de blackout fechadas). Nico sorriu, bobo. Eu deveria me importar por ele estar me vendo de pijama. Mas depois de um tempo eu me acostumei com ele me vendo de pijama quando me visitava (certa vez, eu estava de biquíni quando ele chegou). Ele ainda mantinha o sorriso bobo enquanto me olhava. Ele deveria ter me acordado.

Quando ele fez a menção de passar a mão pela mensagem de Íris, eu me mexi. Virei pro lado contrário da MI. Ele soltou uma risada pelo nariz e apagou a mensagem.

Eu não entendi o motivo de estar ali. Vendo as suas últimas horas de liberdade. Ele fechou a porta do quarto, tirou a jaqueta e a socou na mochila. Delicadeza mandou um oi Nico. Caminhou preguiçosamente pelo quarto, tirou a espada da bainha e colocou do lado da cama junto da mochila. Como ela fôra parar no meio do quarto era o que eu queria descobrir. Colocou os anéis (um de caveira, e o anel de um prata envelhecido com uma pedra verde. Nosso anel de compromisso) na mesinha de cabeceira, e, pra variar, se jogou na cama dominado pelo cansaço.

Logo ele dormiu. O tempo se passou mais rápido enquanto ele dormia, e eu fiquei feliz observando-o. Ele mal se mexia na cama. Se não o conhecesse bem, poderia concluir que ele estava morto. Depois de alguns segundos (que deveriam ser horas porque as cenas estavam se passando rapidamente), a cena normalizou.

Eu podia ouvir os grilos, e... Coisas quebrando? Na verdade não era o que eu esperava ouvir no meio do nada. Mas considerando o fato de que eu estava ali para presenciar a noite em que os outros foram mortos, e Nico capturado. Nico dormia tranquilamente, quando um som alto de algo grande e pesado batendo na parede e um grito estrangulado soaram. Ele levantou em extremo alerta. Pegou a espada no lado da cama com uma velocidade descomunal, e pegou alguma coisa na mochila. "Eu preciso de alguma coisa pra jogar em quem entrar. Assim ele vai se distrair e eu posso atacar". Boa tática Di Angelo, vou começar a usá-la. Ele tirou algo da mochila. Um frasco de perfume. "Vai ter que servir". Ele pensou. Escondeu a mochila no lugar anterior, se camuflou nas sombras do canto do quarto e esperou.

Logo a porta se partiu em pedaços, e um enorme ciclope apareceu no lugar onde deveria estar a porta. Ele vasculhou o quarto com seu grande olho castanho mas não achou Nico. Eu mal podia vê-lo devido à escuridão, e o fato de ele estar submerso em sombras. Mas podia ver seu sorriso branco por saber que seu plano estava dando certo. Ele jogou o vidro de perfume, e acertou bem na parede atrás do ciclope. Partiu pra cima do ciclope, usando a escuridão e as sombras como um bônus. Ele não permanecia no mesmo lugar por 3 segundos. Mas aquilo deveria estar sendo cansativo. Mas para seu azar uma Harpia apareceu. Ele não iria dar conta. Desferiu um golpe no Ciclope, e apenas o fez ficar com mais raiva. O Ciclope pegou Nico pelo pescoço, e o jogou na mesinha de cabeceira. Pela sua expressão, eu sabia que a dor fôra excruciante. Quando o Ciclope ia dar um passo para dar um fim em Nico a Harpia o fez parar.


-Espere. - Sua voz era como a de uma patricinha em pleno colegial. Tão falsamente doce quanto um próprio adoçante. - Ele não quer que acabemos com esse.
-E esse aqui? - Um garoto de cabelos e olhos castanhos, e pele também escura apareceu com o braço ao redor do pescoço do filho de Atena.
-Esse não tem utilidade alguma. - Ela determinou.


O garoto arrastou Mike para outro lugar. Antes da imagem se dissolver, pude ver o Ciclope pegar Nico sem o maior cuidado.

Eu supostamente 'acordei' com o tilintar alto de ambas as espadas caindo no chão. Meu olhos não estavam molhados, e sim arregalados de medo e tristeza. Ele estivera ali de fato. O cheiro espalhado pela casa era de seu perfume assim como os cacos no corredor cujo eu pisara. A mesinha em pedaços era o resultado de uma brutal colisão. Eu não tinha uma resposta para a porta arrancada do guarda-roupa, talvez o tempo lhe fizera aquilo.


-Você tá bem? - A voz de Beatrice soou vaga comparada aos meus pensamentos.


Em um modo automático, afastei a cama da parede. A mochila ainda estava ali. Um pouco suja e empoeirada, devo admitir. A coloquei em cima da cama, e todos dividiam o olhar entre mim e a mochila. Parti em busca dos anéis pelos destroços da mesinha. Encontrei o de caveira primeiro, também o coloquei em cima da cama. Me abaixei e olhei em baixo da cama suja. A pedra verde brilhava de leve. Me estiquei e peguei-o.


-Está tudo bem? - Harry perguntou com uma preocupação visível, enquanto eu me levantava do chão e tirava a terra do meu joelho. Apenas assenti. Eu não queria falar, porque se o fizesse me desmancharia em lágrimas.
-Fale pelo menos. - Alex falou colocando toda a sua calma em sua voz. - Você está nos assustando.
-O que aconteceu? - Ana insistiu. Eu apertava o anel de compromisso dele.
-Eu o vi. - Falei tentando respirar direito. A poeira e a sujeira daquele lugar me faziam sentir que o meu pulmão estava cheio de cimento.
-Quando todos ainda estavam vivos? - Beatrice seguiu meu raciocínio. Assenti.
-E aqui. - Falei abrindo minha mão encarando triste o anel.
-Meus Deuses. - Ana murmurou em choque vendo o anel em minhas mãos.
-Não viemos de tão longe pra acabar em uma casa velha com alguns objetos do filho de Hades. - Charlie comentou.
-Wow, - Harry se assustou e eu prestei atenção no que ele iria dizer. Ele poderia ter visto algo importante. - Seu namorado é filho de Hades?


Parei de prestar atenção na com aquela pergunta que ele fizera. Me coloquei à vasculhar a mochila. Sua jaqueta ainda estava lá. Socada. Quando a tirei da mochila, todos se puseram a prestar atenção em mim. Porque estavam fazendo aquilo?


-Eu acho que vi alguém com essa jaqueta no supermercado. - Harry falou, e todos viraram atônitos para ele. Ele tomou a jaqueta de mim examinado-a. - É, eu vi sim.
-Ele parecia com o fantasma que nós vimos ontem à noite? - Perguntei.
-Exatamente.
-Porque não contou antes? - Eu quase gritei com ele.
-Porque eu pensei que ele era inimigo depois do modo que você tratou o fantasma dele. Eu fiquei confuso, e me senti como se estivesse ajudado o inimigo.
-O que ele disse? - Ana perguntou, e eu achei um papel amassado no canto da mochila. Abri-o, e me encontrei com a resposta de quase todos ali. Até mesmo minha.
-Ele perguntou onde fica o Parque Nacional Cumbres de Majalca. - Falei analisando o mapa em minhas mãos.
-Como sabe disso? - Harry perguntou indiferente, e eu virei o mapa pra eles onde havia um círculo enorme em volta do parque.
-Eles estavam voltando quando foram atacados. - Comentei avoada. Então, aqueles dois dias que Nico mencionou era o tempo que demorariam pra voltar. Mas aquela missão tinha sido muito rápida. Foi aí que tudo se clareou. - A missão deles era dar uma olhada no território inimigo.
-Isso é suicídio. - Beatrice falou, e eu não contestei. Não fazia sentindo discutir com a filha da deusa das estratégias. - Quíron nunca mandaria ninguém fazer isso. Ainda mais Nico. Ele é um dos melhores campistas.
-Quíron não faria isso, mas meu pai sim. - Falei sentindo minha mente se encher de raiva. - Ele nunca foi fã do Nico, pelo simples fato de que ele é filho de Hades. Sempre achou que eu seria abandonada por ele.
-Isso é muita maldade. - Alex se pronunciou e eu concordei mentalmente. Era ruim até para os padrões de meu pai.
-Eu pensei que a coisa tinha melhorado depois que ele te pediu em namoro. - Ana soltou seu comentário e eu não pude deixar de sorrir.
-E melhorou. Mas ficou ruim denovo quando ele nos encontrou uma vez nos agarrando no sofá, e outra quando sem querer caímos no sono na cama do meu quarto. Você estava na casa de Alex e Charlie, mamãe trabalhando... - Senti meu rosto corar. - Já da pra saber o que ele pensou.
-Seus impuros. - Beatrice murmurou e eu ri de leve.


Guardei as coisas de Nico na mochila, e peguei as espadas no chão. Transformei minha espada em colar, e decidi usar a dele pra facilitar. A espada de ferro Estígio era pesada mas confortável.

Vasculhamos os outros cômodos. Em um deles encontramos o corpo do filho de Atena pendurando no teto por uma corda que havia o enforcado. Foi a pior imagem que eu vira. Seus olhos cinzas ainda estavam abertos, e sua língua estava pra fora (N/A: Sim, isso realmente acontece quando a pessoa é vítima de enforcamento. Como eu sei disso? Conversas da minha mãe e uma amiga que é policial).

Quando saímos da casa, eram 8:47. Havíamos gastado pouco tempo ali, mas cada segundo contava. Chegamos no tal parque, depois de 40 minutos no carro.

Paramos em frente ao parque que estava supostamente fechado por problemas em algumas árvores com as raizes apodrecidas. Quebrei as correntes com um golpe da espada de Nico.


-Pra onde vamos agora? - Charlie perguntei, e eu suspirei sentindo minha respiração melhor por lá ser um espaço aberto, e com oxigênio bem mais puro do que o de uma velha casa. Foi aí que eu avistei uma série de árvores que eu já tinha visto em meu sonho.
-Eu passei por aqui no meu sonho. - Murmurei pra mim mesma, depois falei em um tom divertido. - Me sigam.


Refiz todo o caminho que tinha visto em meu sonho. Quando chegamos no castelo de pedras velhas e escuras. Mas havia um problema. Na verdade, um grande problema. Monstros de todas as raças que eu havia visto em toda a minha vida e mais alguns outros estavam lá, cerca de 100. Cercando o castelo impedindo a passagem de todo e qualquer ser vivo.

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Então, vocês que vai morrer alguém nessa missão de resgate deles? se sim, quem?


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